Regina estava em seu palácio, como sempre esteve, sozinha. Não tinha mais nada, seu pai estava morto, Branca lhe tirara Daniel e sua filha havia lhe tirado o que mais prezava.

Henry, desde que o feitiço tinha sido quebrado e depois que todos vieram para o mundo encantado eles mal haviam se visto. Para completar sua desgraça ela havia perdido a batalha contra os outros reinos e havia sido deixada para viver solitariamente  em seu castelo.

O que não daria para que ao menos tivesse Henry ali? Mas sabia que dificilmente o veria novamente, era provável que estivesse bem feliz com Emma e seus avós comemorando a felicidade de todos.

A felicidade de todos, menos a dela. Ela que desde o começo tudo o que sempre quis foi uma pessoa que a amasse pelo que ela fosse e não por causa do poder igual sua mãe. Mas pelo simples fato de amar.

Ela havia o visto algumas vezes desde que tinham voltado à Terra encantada, sempre na companhia de Emma ou de Ruby, nunca sozinho. Ela desconfiava que fizeram isso para que ela não tentasse, de algum modo, sequestra-lo. Apesar da enorme vontade que tinha ela não faria isso. Não seria como sua mãe, prendendo-a e fazendo com que ela a odiasse.

Mas apesar de todos os seus esforços para que não fosse igual sua mãe parecia que não havia dado tão certo. Henry certamente à odiava, isso se sequer lembrasse de sua existência.

Pensando nos dez maravilhosos anos que passaram juntos se viu chorar. Chorar por tudo e por nada. Chorar por saudade e por raiva, por tristeza e aflição, o que seria dela? Ficaria sozinha pelo resto de seus dias e nunca teria o seu final feliz?

Ainda chorando andou até o armário e pegou uma camisa xadrez que era de Henry enquanto ainda estavam em Storybroke, se encolheu na cama enorme abraçada à camisa e acabou adormecendo de exaustão.

Ela corria, alguém ou algo estava atrás dela mas ela não sabia o que era. Ela sabia que precisava fugir mas não sabia como.

Estava escuro e ela estava no meio da floresta, suava frio e tinha uma sensação incômoda na barriga. Tentou olhar para trás para descobrir oque lhe perseguia, mas quando tentou caiu no chão com tudo.

Tentou se levantar mas não conseguia, podia ouvir passos se aproximando passos de mais de uma pessoa.

Finalmente quem a perseguia havia a alcançado, ali em pé olhando para ela estavam Príncipe encantado, Branca de Neve, Emma e ninguém mais ninguém menos do que Henry. Todos com sorrisos sádicos em seus rostos, que ela tinha certeza que lembraria para toda sua vida.

“Ora! Se não é a Rainha Má! Sabia que você não parece tão má desse ângulo?” disse Emma cinicamente.

Os outros três riram, Regina reparou com desgosto que Emma tinha o braço sobre o ombro de Henry.

“Henry por que você não mostra à ela os golpes de espada que te ensinei?” disse o príncipe com um sorriso de canto de boca.

Henry assentiu e pegou a espada dele enquanto começava a se aproximar de Regina. Ela por sua vez tentou freneticamente se levantar mas nada adiantava. Henry chegou bem perto e levantando a espada disse.

“Você nunca foi minha mãe!” e abaixou a espada violentamente em sua direção.

Regina saltou em sua cama respirando dificultosamente, mais um de seus pesadelos acabara de lhe atormentar, isso vinha acontecendo com bastante frequência ultimamente.

“Você nunca foi minha mãe!”

A frase continuava ressonando em seu ouvido. Então era assim que tudo terminaria? Atormentada pelo próprio filho em sonhos e sem conseguir achar uma única razão para se levantar da cama?

Batidas na porta interromperam seu pensamento.

“Entre!” disse se levantando e recompondo. Um de seus guardas entrou e falou.

“Há alguém que deseja ver a senhora vossa majestade.”

“Mande entrar!” disse confusa ninguém lhe visitava desde...sempre. O que será que queriam com ela?

Mas todos seus pensamentos pararam assim que ela viu quem estava entrando em seu quarto. Se beliscou uma ou duas vezes mas não estava sonhando. Henry estava ali, em carne e osso, olhando pra ela esperando alguma reação.

E ela teve uma reação, saiu em sua direção velozmente e antes que ele esperava, ela o abraçara com todas as suas forças.

Regina quis que esse momento nunca acabasse, ficaria ali apertando Henry nos braços por tanto tempo quanto ele a deixasse, e se ele a deixasse nunca o soltaria.

Mais cedo do que ela gostaria ele se afastou, porem não ficou longe. Ela olhou pra ele e disse:

“Você veio sozinho?” queria saber se Emma ou Branca haviam vindo também. Talvez se tivesse vindo sozinho ela poderia tentar lhe convencer à passar a noite lá.

“Não” ela se desanimou, provavelmente ele logo iria embora então, vendo sua tristeza Henry completou “Eu queria pedir desculpas por não ter falado com você depois que viemos para cá e também depois que todo o confronto acabou.”.

“Isso não importa mais. O importante é que você veio. Não sabe como eu senti sua falta!” disse puxando ele para um abraço de novo emocionada, respirando fundo perguntou “Você vai ter que ir embora logo não é?”

“Bom... esse é um dos motivos pelo que eu demorei tanto para vir. Depois que tudo acabou eu estava tentando convencer minha mãe e meus avós de algumas coisas!” disse com um sorriso sapeca no rosto.

Regina gostou de ver aquele sorriso para ela, porem não pode deixar de sentir tristeza ao ouvir ele chamando outra mulher de mãe.

“Hum e que coisas são essas?” perguntou levantando a sobrancelha.

“Eu sei que você deve estar se sentindo um pouco sozinha neste castelo enorme, então eu pensei que se você quisesse eu poderia vir morar com você!” falou muito empolgado com a ideia que tivera.

Regina agora estava congelada, nem nos seus melhores sonhos Henry escolhia ficar com ela ao invés de sua família biológica.

Vendo que ela parecia em estado de choque Henry levantou a mão e estalou os dedos na sua frente. “Mãe você me ouviu?”

Mãe! Henry havia lhe chamado de mãe. Não pode deixar de abrir o que poderia ser o maior sorriso de sua vida e com os olhos cheios de lagrimas abraçou Henry mais uma vez.

Se acalmando um pouco falou “Como você convenceu eles a me deixarem ficar com você?” perguntou com um enorme sorriso no rosto.

“Precisei de muita insistência. Mas é por isso que não vim sozinho, eles querem impor algumas condições!” disse sorrindo.

Regina sabia que aceitaria qualquer condição que fosse. Contanto que pudesse ter seu filho com ela.

“Bom, então não vamos os deixar esperando não é?” pegando sua mão começaram a fazer caminho em direção ao salão principal.

“Mãe?” Henry chamou.

“Sim?”.

“Eu te amo.”

E abrindo um sorriso ainda maior que o anterior ela respondeu “Eu também te amo.”.

E mesmo tendo que se impor as condições de visita que Emma lhe faria ou ter que compartilhar seu filho com a Branca de Neve, ela sabia, seu final feliz estava prestes a começar.