Havia alguns defeitos de Loki que Sigyn conhecia bem:

Ele era um ótimo manipulador.

Era inseguro.

Não gostava de ver os outros por cima.

Era fresco e enjoado.

Incuravelmente irônico e debochado.

Ciumento.

Este último seria o motivo do que irei lhes contar a partir de agora. E, é claro, existe um responsável por provocar – sem querer - tudo isso, e o seu nome era Steve Rogers. Após o esbarrão, Steve e Sigyn ficaram conversando enquanto davam voltas pelo parque, o rapaz lhe falou de vários lugares que ela poderia conhecer em New York. Steve lhe contou que era militar e morava no Brooklin, e disse a jovem que sempre quis um dia conhecer os Fjords e as terras geladas das bandas nórdicas da Europa, já ela disse que está a passeio com seu noivo que estava num trabalho a negócios.

– Imagino que lá deva ser muito frio, não?

– Bastante – disse Sigyn enquanto tomava um copo de suco de laranja – mas embora eu venha de lá eu não gosto tanto do frio assim... prefiro calor.

– Eu também – disse ele – gosto do sol e do céu azul, é perfeito para correr.

Os dois conversaram tanto que Sigyn nem chamou Happy para busca-la, ela resolveu fazer todo o trajeto a pé e Steve lhe ofereceu para fazer companhia. Os dois já estavam próximos a torre Stark.

Tony e Loki estavam no lobby do prédio, conversando sobre algumas trivialidades, e, é claro, Tony queria o parecer de seu amigo quanto a Obadiah.

– Olha, eu não sei – disse Loki – aqueles demonstrativos que você me mostrou... tem algo de muito estranho neles.

– Eu sei Lokinho.

– Por que você não o manda embora?

– Não é assim tão simples, meu pai tinha ele como de confiança.

– Ora o que há de complicado em demitir?

– Você fala isso porque você adora demitir os outros à sangue frio Lokinho.

– Eu demito incompetentes, é muito diferente. A questão é que tem mais incompetentes do que competentes – ele disse indiferente – será que Sigyn voltou para cá? JARVIS disse que ela havia saído.

– Por falar nisso – disse Tony – não é ela ali falando com aquele cara?

Loki que não estava olhando na direção de Tony assim que fitou a jovem conversando naturalmente com aquele sujeito desconhecido se empertigou-se todo.

Tony olhou de esguelha para o outro e riu internamente. Loki sentiu um leve e irritante formigamento nas mãos, automaticamente caminhou até entrada do prédio onde os outros dois estavam, já Tony apenas o acompanhava rindo abafado.

Desconfiado ele parou próximo aos dois que nem pareciam ter percebido sua presença.

– Sigyn? – ele chamou.

A jovem virou o rosto e encarou Loki com sorriso encantador.

– Loki! – Sigyn foi até Loki onde dando-lhe um beijo estalado na bochecha – que bom te ver agora.

Loki não tirava os olhos de Steve, e o pobre rapaz percebeu isso.

– E você quem é? – foi a pergunta gelada dele.

– Ah, sou Steve Rogers, prazer em conhece-lo – Steve como todo bom e educado moço estendeu a mão para cumprimentar.

Mas a mão de Steve ficou no ar sem resposta. Loki não retribuiu o gesto, e Sigyn é claro não gostou nem um pouco, a jovem discretamente deu uma bela de uma beliscada na bunda dele. Loki teve que fazer um esforço para não sair do lugar e Tony já estava quase vermelho de tanto segurar o riso.

– Sabe o que é Steve – disse a jovem – é que ele é um pouco tímido... – nisso apertou ainda mais as nádegas de seu noivo mal criado.

“Steve?” pensou Loki contrariado.

– Imagina – disse Steve de forma educada – eu entendo perfeitamente.

Bom, depois daquele momento estranho. Steve foi embora e os três voltaram para dentro, um Loki enjoado, uma Sigyn bem irritada e um Tony Stark com as bochechas dilatadas, tentando não rir. O casal passou furioso por Pepper que em seguida olhou para Tony que vinha atrás rindo.

– O que houve? - perguntou a ruiva confusa.

Logo que Loki entrou no quarto, Sigyn veio logo atrás fechando a porta.

– Posso saber o que foi aquilo? – perguntou a jovem de cenho franzido.

– Eu é quem deveria fazer essa pergunta – disse ele – Você parecia muito a vontade com aquele estranho....eh....argh! Sei lá qual era o nome!

– O quê? Isso e ciúme por acaso? – Sigyn deu uma risada irônica.

– Não é ciúmes....

– Quê que é agora? Eu não posso mais conversar com pessoas do sexo oposto? Cai na real né Loki! – a jovem deu um riso de deboche – Peraí, deixa eu ver...você fez mesmo dois doutorados?

– Não ousa... – ele lhe apontou o dedo – e sim eu não quero ver você falando com outros caras, ainda mais com “aquele” tipo de cara.

– Ah, você está com medinho.... Francamente Loki, você está procurando pelo em ovo! Se eu quisesse outro cara já teria desistido de você há muito, mas muito tempo, porque convenhamos, você é chaaaaato.

Loki a fitou de boca aberta.

– Quê, é a mais pura verdade.

– E depois diz que eu sou inseguro demais – ele falou com pose de vítima.

– Não me venha com essa, se acha que eu vou ficar te ninando porque você ficou todo enciumado, querido, pode tirar o cavalinho da chuva.

Loki ainda estava incrédulo.

– Ah, a propósito, eu tô morrendo de fome, se não se importa eu vou pedir comida chinesa – a jovem saiu do quarto fechando a porta.

Loki estava agora sentado na cama, e estava, muito, muito irritado e frustrado, normalmente seus ataques de pelanca fariam qualquer um voltar atrás para agradá-lo, era o que ele fazia com suas babas, e com Frigga. Sempre funcionava.

Hum.... mas com Sigyn, hum, Sigyn não era Frigga ou alguma babá.