Uma Criança Com Seu Olhar escrita por Miss Desaster
Notas iniciais do capítulo
Boa leitura!
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Stefan estava reluzente quando Damon ligou e pediu para atender todas as ligações da imprensa depois que ele publicasse a nota contando sobre a existência de David. Ele sabia que seu agente não estava com a menor inspiração para lidar com mais uma de suas sujeiras debaixo do tapete.
Damon sentou na frente do notebook e uma infinidade de pensamentos percorreu sua mente. Esse tipo de declaração não o deixava preocupado com os aspectos de sua carreira, mas o impacto que teria na vida de Elena e David. Já ter que abrir essa parte da sua vida era complicado, colocá-los no meio do fogo cruzado era pior ainda.
“Nos últimos dias circularam na imprensa fotos e especulações a meu respeito. O que nunca é uma novidade, mas dessa vez decidi dividir algo com vocês. Devo aos meus fãs que me acompanham e estão ao meu lado sem pestanejar. Tenho sido visto com um menino de quatro anos aos arredores de LA e ele se chama David. Ele é meu filho. Fruto de um relacionamento que tive alguns anos atrás e gostaria que vocês soubessem disso por mim. Também é um assunto no qual não tenho a intenção de expor mais do que o necessário. Espero poder contar com o apoio de vocês em mais um momento crucial na minha caminhada.
Damon. ”
O moreno fechou os olhos pensando no exame de DNA e que deveria ligar para Vicki.
— Vicki, como está? – Ela o pôs a par dos últimos acontecimentos e sem muitas novidades importantes. – Quero que você leia minha última publicação no site e depois procure uma clínica especializada em exames de paternidade.
— Sempre soube que isso aconteceria um dia. – Vicki respondeu com uma pitada de sarcasmo e a intimidade que três anos lhe dava. – Aquele garotinho é seu filho, certo?
— Por que você acha isso?
— Não sei, mas talvez dê pra ver isso nos olhos dele. E você nunca foi um cara muito afetivo ou apegado a crianças.
Damon balançou a cabeça, depois lembrou de que estava ao telefone e ela não poderia ver suas reações físicas.
— Amanhã eu vou para o escritório e nós conversamos.
—
Damon chegou no apartamento de Elena quando já escurecia. Já estava sendo um problema esconder o flat onde estava hospedado esses dias. Teria que encontrar um lugar novo e antes que todos soubessem desse.
Pediu para buscarem seu carro e Vicki providenciou um carro simples e discreto para conseguir andar em San Diego sem ser incomodado, mas ele tinha certeza que alguém o notaria e depois da cirurgia conversaria com Elena sobre umas ideias que teve para melhorar a situação de todos.
April estava com uns três livros na bancada e David brincava no tapete da sala, onde ficaria ao alcance de sua vista.
— Você deve ser a melhor aluna da sua turma. – Damon passou ao lado dando um tapinha nas costas de April. – Quer café?
A garota prendeu a os cabelos longos e escuros com a caneta que antes usava para escrever e aceitou o café.
— Eu trabalho e tenho uma bolsa parcial. Não posso tirar notas baixas. – Ela pegou a caneca de café fumegante. – Como estão as coisas?
Damon ergueu as sobrancelhas.
— Li a sua nota mais cedo.
— A bomba ainda não explodiu na minha cara, mas é só uma questão de tempo. Estou um pouco preocupado com a perseguição na vida do David.
April circulou pela cozinha olhando os armários à procura de algo. Ela encontrou um pote cheio de cookies e ofereceu para Damon.
— São os favoritos do David. – Ela abriu o pote e estendeu na direção do cantor. – E os seus também.
Damon comeu alguns dos cookies em silêncio:
— Qual foi sua reação ao me ver aqui e saber que eu sou o pai do David?
A garota deu um sorriso que talvez pudesse comprar o coração de qualquer garoto da idade dela. Mas Damon o reconhecia de outros lugares. Era o sorriso que uma fã sempre direcionava para ele. Ela deve ter se controlado todo esse tempo.
— Primeiro? Achei que fosse enlouquecer, queria surtar, chorar ou algo assim. Então a Bonnie veio conversar comigo e fez prometer que eu me comportaria com você aqui e não abrira minha boca nem na frente do espelho. Agora é estranho.
— Como?
— É estranho te ver como alguém “normal”.
— Sou tão ruim quanto pareço? – Ele perguntou enquanto limpava os farelos do balcão.
Ela apenas negou com a cabeça.
— Eu não consigo te ver como alguém que gosta do meu trabalho, acho que me acostumei com você.
— Posso te fazer uma pergunta? – Ela perguntou com as mãos inquietas com um pano e limpando o balcão que já estava impecável.
— Até duas.
Ela ficou pensando algum tempo:
— Como é o Dangerous Race? Diferente dos outros? Ou vamos ver você seguir a mesma linha musical?
Damon ficou pensando sobre o assunto e se alguma vez em três cd’s ele havia saído da zona de conforto e feito algo diferente.
— Acho que segui a mesma essência dos outros trabalhos. Daqui algumas semanas eu vou começar a turnê. Se quiser eu posso te levar em algum show.
April acenou com a cabeça e voltou a focar nos livros.
—-
David estava sentado na mesa infantil com vários desenhos coloridos e confusos como uma boa criança deveria fazer. Um em especial chamou a atenção de Damon. Era feminino, com muitas flores, uma casa, gatos, cachorros e duas crianças na frente da casa.
No topo da folha colorida estava escrito Jasmin.
— Quem é Jasmin? – Damon sentou no chão ao lado de David.
O moreno podia jurar que viu as bochechas do filho ficarem com um tom mais avermelhado.
— É uma menina que você gosta?
David passou um tempo terminando de pintar um apartamento e suspirou, como se tivesse idade para ter algum problema que o atormentasse tanto.
— Ela é da minha sala e quer ser minha namorada.
Claro que a reação instintiva de Damon mentalmente era rir, mas seu recente lado paternal o avisou que essa não era a melhor ideia para melhorar a relação com o filho. Tratá-lo como uma criança crescida deveria funcionar.
— E você gosta dela?
O garoto lhe lançou um olhar confuso, como se não soubesse o que exatamente significava gostar de alguém.
— Você fica alegre perto dela? Gosta de brincar com ela e acha que ela é mais bonita do que as outras meninas? – Se meses atrás alguém dissesse que Damon estaria dando conselhos amorosos infantis, ele daria uma gargalhada com gosto.
— Ela divide o lanche comigo.
David ficou pensando mais algum tempo.
— Sempre empresto meus lápis pra ela. – O garoto olhou para a folha com o desenho. – E no zoológico ela gostou mais das girafas.
— Você também gosta das girafas.
— Aham.
— A Jasmin parece legal, acho que você gosta dela.
Nessa hora Damon percebeu que Bonnie estava na cozinha com April o observando.
— Já está ensinando como conquistar as meninas. Belo trabalho, pai! – Bonnie comentou com um sorriso nos lábios e deu uma piscadela.
David entregou o desenho que estava pintando anteriormente. Parecia o prédio onde ele morava com a mãe, a diferença é no desenho atual havia uma figura masculina, com jaqueta de couro e um violão ou guitarra – ele não soube distinguir -, ao lado do homem.
Elena, Bonnie e April faziam parte da pintura, mas agora Damon também estava inserido ao quadro. Ele negaria pra qualquer um que perguntasse em voz alta se aquilo o havia emocionado.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
TCHADÃ! Aí está mais capítulo, espero que tenham gostado. Vejo vocês em breve.