Eu sabia que aquela altura meus pais já tinham notado que eu havia acordado de uma forma brusca, mas eu não ligava, já estava acostumada com isso, eles não dormem nunca e escutam até um pequeno ruído, mas queria muito que meu pai não tivesse visto todo o meu sonho, ele tem um dom muito poderoso - na minha opinião -, ele pode ler as mentes das pessoas, imortais... de todo mundo, menos da minha mãe, ela tem o dom de se proteger até do mais remoto e assustador dom de um vampiro e, ela pode projetar isso em outras pessoas, um dom também muito poderoso. Eu tinha quase certeza que ele havia lido minha mente e visto todo o meu sonho, ele sempre está perto de mim, parece que está me protegendo de algo muito forte, ele chega á ser super-protetor de mais, as vezes me irrito com ele.

Olhei rapidamente pela janela e vi que ainda estava tudo muito escuro, frio e quieto, dei uma olhada no meu despertador, ligando a luz dele para que eu pudesse enxergar. 02:30hs da manhã, pelo menos era isso o que ele estava marcando. Ninguém veio até meu quarto - mesmo percebendo que eu estava acordada - deveriam ter ido caçar, mas eu sentia a presença deles - minha mãe e meu pai - então não haviam saído.

Eu ainda estava deitada em minha cama quando minhas pálpebras começaram a pesar, como um peso de dez quilos sendo soltado no ar, forçando para que meus olhos se fechassem, eu estava muito cansada, normalmente não sinto tanto sono assim. Resolvi me deitar e voltar a dormir.

Meus olhos estavam fechados e eu não estava sonhando nada, apenas cochilando, derrepente algumas imagens meio distorcidas e arranhadas como um dvd antigo começaram a aparecer, eram todas do Sr. Atraente, mas eu não queria sonhar come ele de novo, sabia o que aconteceria se sonhasse, tentei fazer com que as imagens de má qualidade sumissem.

– Não, não Renesmee - eu dizia para mim mesma

As imagens sumiram e eu dei um suspiro de alivio profundo, pelo menos ainda conseguia me controlar, agora poderia sonhar em paz, tentei tirar tudo em relação ao Sr. Atraente e Cachinhos da minha cabeça, era quase impossível pois eles estavam em todos os lugares para onde eu olhava, mas consegui dormir tranquilamente o restante do tempo que ainda me restava, o próximo dia seria bastante corrido.

Mal havia acabado de fechar os olhos e meu despertador já estava pulando de um lado para o outro, como uma pessoa descalça em carvão fervente, quase caindo do meu criado mudo. Apertei o botão que ficava na parte superior do aparelho e me sentei na cama, com uma cara de cansada. Escutei duas batidas leves e delicadas na minha porta de madeira branca - percebi quem era, mas mesmo assim perguntei :

– Sim? - disse

– Vá se arrumar meu amor, está na hora - minha mãe me disse com voz suave.

– Umm... Claro! - respondi

Levantei da minha cama ainda um pouco tonta, cambaleando de um lado para o outro, até que consegui me posicionar sobre os meus pés. Caminhei até o meu closet - minha tia, Alice, havia construindo para mim quando eu fiz 8 anos, ela tem uma noção por moda meio.... Incrível! - na porta estava um saco grande e preto em um cabide, com um bilhete:

"Querida Renesmee

Essas são as roupas ideais para o seu primeiro dia de aula,

são confortáveis além de serem lindas! Espero que goste

e use-as ou eu serei obrigada a colocar elas em você.

                                                           Sua tia, Alice "

Ri do bilhete da minha tia, ela não estava blefando nem nada, se eu não vestisse aquelas roupas ela com certeza as vestiria em mim, e seria uma briga daquelas, mas com certeza eu ganharia - ri novamente -. Retirei o grande saco preto do cabide e o coloquei sobre minha cama, abri o flesh bem devagar, conhecendo muito bem Alice estava com medo do que poeria encontrar ali dentro, roupas de marca e alta costura eu apostava. Odiava quando ela cismava de me vestir.

Quando o flesh chegou ao final e retirei aquelas roupas do saco, tomei um grande susto, Alice havia escolhido um vestido aveludado que mais parecia um casaco, branco com grandes botões pretos, provavelmente eram de alguma marca muito cara, dava para perceber apenas pelo tecido de alta qualidade - saltos pretos e fechados.

- Alice?! - falei comigo mesma

Eu não iria vestir aquilo, não iria mesmo! O que as pessoas iriam achar se eu vestisse aquilo no meu primeiro dia na escola? Iriam me chamar de metida e nariz empinado! Eu não sabia muito bem como eram os humanos jovens, até então eu só convive com humanos adultos, mas eu tinha assistido algumas séries de TV adolescentes, e sabia o melhor jeito de me dar bem, e não era me vestindo igual a uma pessoa da realeza.

Coloquei as roupas de grife dentro do saco fechando-o rapidamente e, entrei no meu closet, ele estava repleto de roupas caras e de grandes marcas e lugares - não que não gostasse - Alice havia arrumado tudo aquilo para mim. Olhei por cima de todas as roupas e não havia nada comum ou simples em meio aquilo, mas lembrei que Alice havia guardado algumas das minhas roupas, das quais ela não gostava, em uma caixa no fundo da enorme sapataria que ficava abaixo das roupas, vasculhei entre os sapatos até acha-la.

Levei a grande caixa verde empoeirada para minha cama, dando-a um bom sopro, abri e retirei a roupa perfeita para não chamar nenhuma atenção. Um jeans escuro, um casaco verde meio claro e minhas botas marrons para neve, com essa roupa não iria chamar a atenção de ninguém, não queria muitos olhos em mim. Eu tinha certeza que minha tia iria me matar, mas era um risco que iria ter que correr.

Me arrumei e fui até a sala, não havia ninguém lá, então fui até a cozinha, não que eu tivesse que andar muito, minha casa é tipo um chalé, é bem pequena e com um andar apenas, a cozinha era somente para seguir o protocolo, já que todos nós caçávamos, foi construída depois que nasci. Eu podia comer comida humana mas detestava o gosto, a única comida que eu ainda tolerava engolir era maça.

Quando cheguei minha mãe estava cozinhando.... Cozinhando?! - me assustei com os meus pensamentos e com o que via - minha mãe não era de cozinhar, ela cozinhava para o meu avô, Charlie, mas isso já faz tempo. Para quem ela estaria cozinhando?

- Mãe? - disse a ela me sentando em uma cadeira

- Bom dia meu amor! - ela disse sem tirar os olhos da frigideira que estava no fogão

- Está cozinhando para quem? - perguntei curiosa e franzi o nariz com o cheiro forte

- Para você ora! - ela disse virando-se, colocando ovos e bacon em um prato branco, em uma velocidade incrível

- Pra mim? Mas eu odeio essas coisas! Não posso ir caçar? - disse quase ficando enjoada com aquela comida.

- Não dá tempo Nessie! E você não pode sair sem comer nada - ela disse

Nessie era o meu apelido - sim, é o mostro do lago ness - quem me apelidou assim foi o meu melhor amigo, Jacob, o cara com o qual o Sr. Atraente se parece. Apesar de ser o nome de um mostro, eu sempre achei muito fofo, e as pessoas normalmente tem dificuldade para falar o meu nome - R-E-N-E-S-M-E-E - então prefiro que me chamem de Nessie.

– Não posso comer outra coisa? Por favor... - fiz o "por favor" como uma criança pequena pedindo um brinquedo

– Maça? - minha mãe disse e em um piscar de olhos eu já estava com a maça nas mãos

Minha mãe sabia que eu gostava de maça, ela é super atenciosa á esse tipo de coisa. Bella é muito legal e me ama muito, ela é realmente uma das melhores mães do mundo, está todo o tempo ao meu lado, sempre me ajudando. Meu pai é muito amável, mas o seu maior defeito é que ele muito protetor, está sempre verificando meus pensamentos, nunca deixa eu e o Jacob sairmos sozinhos, mas ele é um excelente pai.

– Preparada para o seu primeiro dia? - minha mãe me disse em quanto eu comia a maça

– Tenho mesmo que ir para a escola? O vovô Carlisle já não me ensina tudo o que preciso saber? - perguntei a ela em mais uma tentativa de faze-la mudar de ideia

– Você sabe que se fosse por mim você não iria, o problema é o Charlie, essa história de você estar sendo educada em casa não está mais o convencendo, ele quer que você estude na mesma escola que eu estudei, e nós não queremos ter problemas com ele, certo? Quanto menos ele vier aqui melhor - ela disse

Meu avô por parte de mãe é humano, Charlie desconfia de muitas coisas, principalmente do meu crescimento acelerado, quanto menos ele viesse nos visitar menos notaria meu crescimento fora do normal, e também não notaria muito minha mãe ainda estar com cara de 18 anos.

– Mas as pessoas vão notar o meu super crescimento - disse á ela

– Vai ser só por alguns meses meu amor, logo teremos que nos mudar daqui de Forks - ela disse me dando um abraço

– é eu sei - respondi

Não podíamos ficar muito tempo, meu avô Carlisle deveria parecer pelo menos uns 12 anos mais velho, todos os Cullen deveriam parecer mais velhos, e eu mais nova. Teríamos que nos mudar em breve.

– O que vai fazer com os ovos e o bacon? - disse saindo de seu abraço gelado e apontando para o prato

– Vou dar para o Jake - ela disse sorrindo

– Jake está aqui?! - perguntei super feliz

– Ele vai com você para a escola - ela disse

– Pensei que o papai fosse me deixar - disse me sentando novamente

– Jake vai estudar com você meu amor, assim que ele soube que você passaria a frequentar a escola de Forks ele se matriculou lá também - ela disse ainda sorrindo

Para mim o mundo parou de girar quando ela disse aquelas palavra, eu não podia acreditar!