-Filha, nós nos casamos hoje mesmo no cartório. Achamos que esse seria para voce o melhor de todos os presentes de aniversário  -Meu pai disse, ele parecia gostar mesmo de Athena

-Sally, seu pai viaja muito, nós achamos melhor assim, pois eu ficarei aqui com voce enquanto ele está fora. –Athena deu uma pausa –Não nos conhecemos ainda, mas tenho certeza que temos muito em comum. Seremos amigas  -Athena disse me abraçando, ela parece legal. Acho que ela não será como uma mãe, mas posso me acostumar com isso, certo?

-Seremos sim –Respondi. Meu pai estava com um enorme sorriso

-Filha, preciso ir. Feliz aniversário, amo voce –Meu pai disse beijando minha testa  -Até logo Athena  -Ele disse dando um selinho em Athena

-Tchau, pai. Tambem te amo –Respondi

-Tchau, querido. Ligue quando chegar  -Athena disse, e então meu pai saiu  -Imagino que queiram conversar, certo? –Athena disse piscando um olho para mim  -Qualquer coisa, estou no quarto  -Ela disse e subiu as escadas

-Vem, vamos cuidar disso  -Eu disse puxando Lucca até meu quarto, one eu guardava alguns remédios para esse tipo de emergencia

-Gostei do quarto  -Lucca disse se jogando em minha cama.  Meu quarto é simples, porem o lugar que eu mais amo no mundo. As paredes são brancas, uma delas e cheia de posters e fotos dos Gun’s, Red Hot, Beatles, entre outros. A outra parede tem assinaturas e recadinhos fofos de meus amigos e familia. A outra tem desenhos feitos por mim e Sabrina. Meu quarto é exclusivo, eu sei.

-Obrigada, senta aí  -Eu disse e me sentei ao lado de Lucca na cama

-Ai, tá doendo!  -Lucca reclamou enquanto eu colocava um curativo

-Pronto  -Eu disse guardando os remédios –Melhorou?  -Perguntei me jogando na cama

-Melhorou –Ele se jogou ao meu lado  -Fiquei sabendo que amanha é seu aniversário  –Lucca disse tirando os sapatos

-Como voce sabe? Minha nossa, foi a Sabrina? Eu vou matá-la ! –Eu disse me levantando e pegando uma toalha no armário

-Por que tanta raiva? Aniversário é uma data legal, não acha?  -Ele perguntou

-Não  -Ele me olhou confuso –Minha mãe morreu no dia em que nasci, ou seja, meu aniversário é o dia de sua morte. Não gosto de comemorar esse dia –Expliquei

-Sinto muito, Sally –Ele disse

-Não sinta. Tudo acontece por um propósito, se aconteceu é porque tinha que ser assim –Eu disse –Vou tomar um banho, pode pegar o computador se quiser –Eu disse apontando meu computador em cima do criado-mudo. Ele assentiu e eu entrei para o banheiro

Tomei o banho mais longo de minha vida, eu sentia, de alguma forma, que Lucca mudaria minha vida. Não me pergunte como, nem se isso é bom ou ruim, eu só…sentia. Quando entrei no quarto, Lucca estava deitado em minha cama falando com alguem pelo Skype, ele não me viu entrar, então com a boa garota que sou, me escondi atrás da porta. Eu não estava curiando, estava apenas…. Observando.

-Cara, voce sumiu e me deixou sozinho com a sua familia estranha. O que aconteceu?  -Eu nunca escutei a voz de André, mas pelo que disse, só pode ser ele

-Obrigada pela parte que me toca  -Essa com certeza é a voz de Sabrina

-Aconteceu um pequeno emprevisto  -Lucca disse

-Uhn, sei do que voce está falando  -André disse, rindo logo depois

-Não cara, não é nada disso. Ela é especial, eu sei que a conheço a algumas horas, mas ela é diferente de todas as outras, é como se… eu não sei, não sei explicar –Choquei com isso. Minha nossa, ele meio que gosta de mim? E eu? Eu meio que gosto dele tambem?

-Sally, pode vir aqui?  -Athena gritou do quarto de meu pai. Digo, quarto dela e do meu pai, né?

-Estou indo –Gritei de volta, bati na porta do quarto e entrei

-Sally, seu pai acabou de chegar, correu tudo bem no voo, graças a Deus  -Ela disse enquanto escovava o cabelo  -Pode me ajudar?  -Pediu

-Claro  -Caminhei até Athena e comecei a escovar seu cabelo

-E aí, o que rola entre voce e o Lucca?  -Ela perguntou

-Nada. Não rola nada. Ele é bonitinho, mas não vai rolar nada  -Eu disse terminando de escovar seu cabelo

-Tudo bem, saiba que se por algum acaso, rolar, eu super-apoio. Voces combinam! –Ela disse olhando o cabelo no espelho

-Obrigada, seremos mesmo grandes amigas  -Eu disse a abraçando

-Se que sim  -Ela retribuiu  -Agora corre que tem um gato no seu quarto  -Athena disse dando um tapa em minha bunda. Como uma boa amiga, fiz o que ela mandou.

-Que haces?  -Perguntei me jogando ao lado de Lucca na cama, ele não estava mais com o computador

-Só to pensando  -Ele respondeu se sentando na beirada da cama

-Pensando em que?  -Juro que tive vontade de me matar quando perguntei isso. Vai que ele responde “em voce” aonde eu enfiaria minha cara?

-Sally, senta aqui  -Ele pediu

-O que?  -Perguntei me sentando. Lucca foi se aproximando, lentamente. Ele vai me beijar? OMG, ELE VAI ME BEIJAR ! Nossos lábios estavam quase colados, quando meu telefone começa a berrar “Paradise City”. Me afasto em um pulo e atendo o telefone

-Alô –Eu disse

-Ei amor, eu estava com saudades !  -Droga! É o Tom, meu ex-namorado

-O que voce quer?  -Sim, eu posso ser bem grossa quando quero

-Ai! Vamos sair amanha? Um cineminha?  -Arg! Eu odeio esse garoto !

-NÃO! QUE MERDA! SOME DA MINHA VIDA!  -Eu disse desligando logo em seguida

-Quem era?  -Lucca perguntou ainda sentado na cama me encarando

-Meu ex-namorado –Eu disse rejeitando uma ligação de Tom

-Ex?  -Lucca perguntou

-Sim, ex. Mas parece que ele não entende isso –Eu disse rejeitando outra chamada

-Dá aqui –Lucca disse apontando o celular.

-Pra que? –Perguntei jogando o celular em sua mão, “Paradise City” tocou mais uma vez

-Alô  -Lucca atendeu, putz !

-Coloca no viva-voz  -Eu gritei pulando em sua frente. Ele colocou

-Posso falar com a Sally?  -Pediu Tom

-Não, não pode  -Lucca respondeu com…. Ciumes?

-Quem é? Passa para a Sally  -Tom gritou

-Aqui é o NAMORADO da Sally, e não, eu não vou passar para ela –Lucca disse e desligou logo em seguida

-Meu namorado?  -Perguntei

-Assim ele não te enche mais. Preciso ir, pequena  -Lucca disse beijando minha testa  -Amanha Sabrina, André e eu viremos te buscar para comemorar “seu dia” –Ele continuou

-Lucca… -Ele me interrompeu

-Eu sei que não gosta, mas faremos algo que te faça esquecer isso  -Ele disse

-Esquecer meu aniversário?  -Perguntei

-Não né, boba! Esquecer a outra coisa  -Entendi que ele estava falando sobre o falecimento de minha mãe

-Tudo bem  -Eu disse

-Até amanha  -Ele disse descendo as escadas –Não vai abrir a porta para mim, Holmes?  -Só aí percebi que ainda estava em meu quarto

-Já vou  -Abri a porta e tranquei quando ele saiu. Dormi feito pedra, afinal amanha comemoraria o “meu dia” certo?