Chega a um ponto que não se pode mais voltar atrás, e foi essa escolha que Tyler tomou, não dava mais pra ter uma relação com ele, sim o amava, mas não era suficiente isso pra nós conseguirmos viver feliz, desde o ataque a Klaus, ele ameaçou a todos inclusive Stefan e a mim, deixando aquela Bitch Wolf arrancar ele de mim, aquilo foi o cumulo, se eu a encontrasse neste momento faria a mesma coisa que a vadia fez comigo, quebraria seu pescoço, mas arrancaria seu coração.

E mesmo que ele tenha sobrevivido ao ataque de Klaus eu não queria viver fugindo com ele por tentar ser um Alfa que não era ele quis demais, não podia simplesmente ser feliz comigo? Pode ser egoísmo meu querer que ele seja só meu, que não se faça de super-herói e tentar salvar todos os híbridos que achar, mas isso um dia irá o matar, se já não aconteceu, sei que essas lágrimas que derramo podem ser dolorosas, mas não quero mais viver assim.

Um dia ele me fez essa proposta e agora acho que estava na hora de aceitar, Stefan estava arrasado por Elena tê-lo trocado por Damon, por ter sido baixa pra ir pra cama com o irmão do seu ex-namorado, tendo ligação ou não, a Elena de anos atrás mudou completamente, se tornou vulgar, idiota, uma vaca, tanto quanto Katherine, e ela não tinha o direito de fazer Stefan sofrer, não mesmo.

Não pude me despedir dele, muito menos da minha mãe, apenas deixei a carta para entenderem a minha partida, e que mesmo com a distancia eu não esqueceria eles, porque no futuro eu voltaria, só não sabia quando seria isso.

Observei o desenho mais uma vez, tocando seus contornos tão delicados, tão diferentes do homem que ele era na vida real, um monstro ao qual temiam um sedutor boêmio quando queria, sempre que queria, agora decidi aceitar o que disse, um dia enjoaria dessa cidade pequena, dessa vida pequena. E eu vou dar-lhe a chance de mostrar o que o mundo tem a me oferecer. Essa era minha decisão.

Bati na porta duas vezes ate que esta foi aberta mostrando-me um hibrido completamente arrumado, da cabeça aos pés, seu olhar marcante, boca carnuda e sorriso esperto, zombeteiro, vestindo uma camisa em V deixava seu peito a mostra, os pelos claros aparecendo levemente contra os músculos, coberto pela jaqueta de couro negra e jeans escuros com bota, o cordão em seu pescoço atraia ainda mais a atenção em seu corpo, levantando a cabeça encontrei seu olhar e por um breve momento vi um brilho de humanidade ali, enquanto esperava ele me convidar fui direta ao assunto.

- Você disse uma vez que se eu quisesse ver o mundo você me mostraria. – afirmei deixando a mala ao meu lado – Estou disposta a ir com você, agora, nesse momento.

- Sweet, sweet. – sussurrou dando um passo a frente – Eu sabia que não aguentaria viver em uma cidade pequena, com uma criança que se diz seu namorado, procurou um homem para lhe mostrar o mundo.

- Não estou te pedindo em casamento, nem disse que vim aqui por você. – afirmei rudemente – Estou saindo dessa cidade por minha causa, por minhas escolhas, nada diz respeito a ti.

- Se fosse verdade sua palavra minha cara Caroline, você não teria vindo a mim primeiramente, acreditando que eu sou o cara certo pra você. – sorriu tocando meu rosto suavemente

- Estou disposta a conhecer o mundo não me apaixonar por você. – retruquei. - Isso acabara acontecendo. – sorriu sedutor – Mais cedo ou mais tarde.

Era o que eu tentava evitar, e que temia começar a amar.

Sinto-me leve, viva, alegre, faz meses que fui embora conhecer o mundo, ver tudo, Londres, Moscou, Amsterdã, Egito, Capadocia, era uma diversidade de cultura e beleza que nunca imaginei ver, na África seus animais me encantaram, na Suíça seus bombons me engordaram, e em Paris, ó Paris, aqui o mundo é tão belo, tão romântico, os pubs, os restaurantes, a imagem da Torre Eiffel à frente me deixava ainda mais encantada, Paris a cidade dos apaixonados, não era isso que queria, mas estava começando a gostar. Klaus fora tão delicado, tão humano enquanto estava comigo, meus caprichos e desejos sempre realizou, todas as minhas vontades, tantos presentes, tantos carinhos, seu sorriso sincero, suas palavras verdadeiras, era isso que ele era não nego que tivemos brigas no decorrer desse caminho, que as noites recheadas de bebidas e mulheres me deixavam brava, principalmente quando elas só lhe serviam de diversão e alimento, mas fora passageiro, agora não havia mais isso, não tinha mais brigas, só alegrias, depois do delicioso jantar a luz de velas estava eu aqui no quarto, admirando a vista, a imagem banhada de luzes e beleza do maior ponto turístico da cidade, estava me sentindo tão...

- Maravilhosa. - Sim, é. – sorri virando-me para ele – A vista é maravilhosa. - Eu não dizia da vista. – afirmou Klaus parando ao meu lado.

Ele estava perfeito, o terno arrumado, camisa branca aberta alguns botões a corrente escondida ali enquanto se sobressaia os poucos pelos que tinha, o blazer negro combinavam com o jeans escuro e sapato social, o cabelo penteado e a barba por fazer o deixavam sexy. Sabia que se referia a mim, pois meu vestido era tão delicado e sensual que todos no restaurante tinham se virado para nos olhar, pra me olhar, o que não trouxe um sorriso no rosto do Original, suas mãos foram para a minha cintura enquanto nos encaminhávamos para nossa mesa.

- Em que pensa? – perguntou parando ao meu lado.

- Em como tudo mudou. – suspirei olhando a lua.

- Gosta dessa mudança?

- De certo modo sim. – disse voltando-me pra ele – Todas essas viagens, os presentes, as maravilhas do mundo.

- Só disso? – questionou tocando meu queixo.

- Você estava certo. – confessei encarando-o.

- Sobre o que?

- Sobre eu me apaixonar por você. – sorri.

Então nossos lábios se uniram em uma plena paz, uma certeza que isso era o correto, que era nosso destino ficarmos juntos, de que um dia eu salvaria Klaus Mikaelson, e que neste dia nós seriamos um casal, duas pessoas machucadas que seriam salvas por um grande e poderoso amor, aquela foi a única chance que tivemos de amar.