Hillian

"Hi, eu quero saber se você quer morar comigo? Quando terminarmos Hogwarts" Aquelas palavras ainda estavam na minha mente, mesmo que já faça dois dias que foram ditas. Já estou no dormitório, esperando as meninas chegarem pra contar isso tudo. É claro que eu aceitei na hora, queria que ele me pedisse na hora em que ele disse que precisaria de alguém pra dividir os custos da casa com ele.

Tipo, eu sei que isso é um passo grande em um relacionamento, mas de qualquer forma, temos ainda meses pela frente. E depois dessas férias eu tenho certeza de uma coisa: Eu amo Sirius, e quero minha vida e meu futuro seja ao seu lado. 

Enquanto esperava, a Katie chegou, ela percebeu que estamos a sós e nisso trancou a porta. Estranhei. Um arrepio percorreu a minha espinha. Por que disso agora?

— As meninas ainda não subiram- Disse para ela, me virando.

— Eu sei, mas não quero ninguém me interrompendo, ninfa- Ela disse com um sorriso cruel. Me assustei.

— Ninfa? Desde quando fala como uma 'sangue-puro' nojentinha? - Rebati. Ela nunca foi assim. Ela se aproximava da minha cama. E ninguém fala assim comigo. 

— CALE A BOCA! SUA IMUNDA, NOJENTA!- Ela gritou na hora. Então me atacou.

— Rictusempra- Ela disse, com isso cai no chão. E disso ela passou para azarações piores, feridas apareceram na minha pele eu já fiquei muito fraca, pois perdia muito sangue- o ponto fraco dos ninfos é esse: até um pequeno corte se não cuidado imediatamente vira uma hemorragia e nos leva a morte- Eu tentei me levantar, alcançar minha varinha, mas não tinha força. Estava quase desmaiando quando uma voz veio na minha mente "A ajuda está vindo, aguente", era a voz de meu pai, voz essa que não escuto há alguns anos. Foi quando de repente ouço a porta romper. 

— HILLIAN!- Dorcas e Lily gritaram. Katie olhou para elas, e nisso saiu voando pela porta.

— Me... levem p-para a a-la hosp-pitalar...- sussurrei, e em seguida desmaiei.

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Acordei na ala hospitalar. Ainda era noite, e na minha frente estava a enfermeira, o prof Dumbledore,a profª McGonagall e do lado estavam Sirius, James e Lily.

— HI! – Sirius falou, ele estava agoniado, parecia estar segurando o choro. Ele segurava minha mão.

— A Senhorita está bem?- Dumbledore perguntou. Ele me olhava sério.

— Sim- Respondi, realmente me sentia ótima agora.

— A senhorita pode explicar o que aconteceu? - a Profª McGonagall me perguntou aflita.

— Sim, senhora. Eu subi pro meu dormitório, depois do jantar e estava esperando as meninas pra conversar com elas, aí a Katie McMillan chegou e começou a me insultar e depois me azararou...- Respondi a professora.

— Você sabe o porquê ela fez isso senhorita?- Dumbledore me perguntou, seus olhos me fitando com curiosidade e intensidade.

Olhei pra Sirius, ele parecia tenso e preocupado, mas viu meu o olhar e assentiu a minha pergunta silenciosa. Me incentivando a contar.

— Bem, desde outubro ela vem estando estranha senhor. Ela se afastou de nós, e da amiga dela, Alice, e começou a andar com alguns sonserinos...

— Quais sonserinos senhorita? - O diretor perguntou objetivamente.

— Snape, Regulus e os outros do mesmo grupinho- Sirius disse com raiva.

— Ela parecia normal, ou poderia estar enfeitiçada? - McGonagall perguntou.

— Eu não tenho certeza professora, mas talvez ela estivesse sim enfeitiçada. - Falei, prefiro pensar que sim, pois eu ainda gosto dela.

— Minerva, levem os senhores Potter e Black e a senhorita Evans pra torre da Grifinória por favor, preciso conversar a sós com a senhorita Hundoph- Dumbledore disse sério.

Sirius me deu um beijo a testa, James me abraçou e Lils se jogou em cima de mim como sempre, depois disso seguiram a professora e a enfermeira foi pra sala dela. Dumbledore sentou-se na ponta da minha cama e me fitou por trás de seus óculos meia-lua, sério.

— Senhorita Hundoph, a senhorita sabe que agora que sua irmã foi pros Estados Unidos, você é a única ninfa que ainda reside da Grã-Bretanha? - Ele me perguntou, num tom sério, profissional.

— Eu desconfiava, senhor- respondi. Nossa, que horror, me sinto um animal em extinção agora. Apesar de já imaginar isso, ouvir alguém flanado era como tornar oficial.

— E a senhorita com certeza já ouviu falar sobre o Lord Voldemort e sua diversão por ninfos....- Ele comentou. Olhando por cima dos seus óculos.

— Claro senhor, eu sei o que a lei dele fez com meu povo, sei como é perigoso estar aqui. Sei que pra minha irmã ter ido embora tão rapidamente é porque as ameaças estavam graves, sei que em questão de semanas fui atacada duas vezes – Respondi, um tanto exasperada.

— Atacada duas vezes? Quando foi a outra vez?- Ele perguntou, com um olhar intenso.

— Foi no Natal, eu e o Sirius fomos fazer compras pra ceia e na volta fomos atacados por um comensal da morte em uma vassoura, Charlus Potter está cuidando disso junto ao Ministério, eu... Eu o matei senhor. Usei uma azaração para impedir que ele nos atacasse e ele caiu do céu.  E agora teve a Katie, senhor eu sei que é errado, mas acho que Snape e os outros são sim comensais, se não são, vão se tornar em breve....- Falei corajosamente.

— Entendo. E mesmo assim, a senhorita pretende continuar aqui, mesmo depois que terminar Hogwarts?- Ele perguntou, enérgico. Ele tomou o fato de eu ter matado em legitima defesa como algo natural. Algo que eu não consigo fazer. Tento não pensar no que aconteceu.

— Sim senhor, quero tentar ser uma curandeira senhor.- Respondi, sorrindo.

— É uma ótima carreira senhorita, mas não sei se você deve ficar. - Ele rebateu, sincero.

— Não tenho medo deles senhor, e não quero abrir mão da minha vida por eles. - Expliquei. Prefiro morrer a perder a vida que quero. Não agora, depois de tudo. 

— Certo. Se é assim, quero que amanhã a senhorita vá ao meu escritório com o senhor Black, sr Potter, sr Lupin e com as senhoritas Evans e Meadowes depois do jantar, ok? Agora durma. - E assim Dumbledore saiu. Às vezes acho que ele é maluco, mas outras tenho certeza, porém ele pode ser louco, mas ainda assim é sábio, acho eu.

Dormir não foi fácil, eu revivi os acontecimentos, e fiquei pensando em Katie. Será que ela foi enfeitiçada? Poderia estar, pela forma descontrolada que falou, não podia estar em seu estado normal. Com um arrepio na espinha, pensei em Aretha.

 Eu já venho com esse pressentimento há um certo tempo, de que alguma coisa pode ter acontecido com eles. Pela forma que fugiram, do nada. Será que eles estão bem? Vou ter que mandar uma carta, como um teste. Talvez tentar contato com minha mãe...

Dumbledore deixou claro que eu seria um alvo. E quando chegasse aos ouvidos de Bellatrix que eu estou namorando o primo dela, as coisas irão piorar para mim. Mas eu realmente não vou deixá-los ganharem. Eu vou lutar por mim, pela vida que eu quero. Foi pensando nisso, pensando em Sirius e no futuro com ele que o sono finalmente ganhou.