Murmúrio escrita por bundadopatch


Capítulo 47
Um novo começo




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/337087/chapter/47

- Eu não quero voltar - resmunguei nos braços de Patch.
- Mas precisamos. - Ele segurou meu rosto entre as mãos e me beijou com delicadeza.
Por um segundo eu queria que fosse tudo menos difícil.
- O que eu faço quando sentir medo? - Minha voz estava começando embolar devido as lágrimas.
- Não vai. - Sua voz era um sussurro suave. - Estou aqui com você.
- Eu te amo tanto. - Falei, puxando- o para mais perto.
- Eu também amo você. - Eu podia sentir o sorriso na sua voz. - É por isso que eu tenho mais uma surpresa.
Patch cantarolou durante toda a viagem, o que me deixou mais tranquila.
- Chegamos. - Ele falou, estendendo-me a mão.
Paramos no que parecia ser um portão, esperei que Patch tocasse o interfone, mas ele apenas retirou um molho de chaves do bolso e abriu com facilidade o portão.
O muro era coberto por plantas e o portão de ferro branco, com desenhos florais, daqueles que você ficaria por um bom tempo se distraindo enquanto passava os dedos pelos contornos.
A porta rangiu quando passamos, eu dei um pulo e Patch soltou uma doce gargalhada. Parei para observar o que via adiante e fiquei maravilhada.
Havia um jardim que dividia uma passagem de pedras polidas, que funcionavam como um caminho para a porta da frente. Rosas brancas e vermelhas se amontoavam a medida que íamos caminhando. 
Uma casa vitoriana, quase do mesmo estilo da que eu tinha visto em meu sonho tomava forma a nossa frente.
Ela tinha duas varandas divididas por um portal com duas vigas largas, suas paredes eram cor de creme com o acabamento em branco. De tirar o fôlego.
Patch deu mais alguns passos me convidando parar entrar, eu estava maravilhada.
- Então… - eu entrei, depois de limpar os pés no pequeno capacho. 
- O que achou? - Ele estava sorrindo.
A sala estava vazia, mas havia um belo lustre de contas de cristal pendurado.
- É incrível. - Suspirei, pensando em como deveria ser bom morar num lugar como aquele. 
- Você ainda não viu nada. - Ele disse oferecendo- me o braço.
Eu estava ofegante depois de correr pela imensa casa com Patch. Havia uma cozinha ampla com armários em tons de nude, fogão e pia embutidos e um grande balcão de mármore branco. Havia uma suíte, um escritório com biblioteca, alguns banheiros e muitos quartos que me cansei muito antes de conhecer.
- Os donos não vai brigar, por estarmos invadindo a casa? - Eu ri com a ideia. Parecíamos adolescentes rebeldes. - Quero dizer, ainda não me contou o proposito da casa.
- Hm. - Ele pensou por um segundo. - Você se importaria?
- Se fosse minha casa, sim. - Respondi com sinceridade.
- Então vamos. - Ele passou um braço na minha cintura.
- O que? - Perguntei, sem entender nada.
- A casa é sua, anjo. - Ele abriu um sorriso de tirar o sossego.
- PATCH! - Eu gritei, pulando em seus braços. - Não brinca!
A alegria me dominou, aquela casa era tão perfeita assim como o ser que estava me abraçando, assim como aquele que eu estava carregando. Tinha como as coisas estarem melhores?
- Vem, tem mais uma coisa. - Patch me levantou e me levou escada a cima. 
Era um quarto de bebê. As paredes estavam pintadas em degrade de azul, o teto era uma pintura de nuvens fofas e macias. Um lustre de cristal pendia do centro do quarto, havia um berço grande e confortável. Sentei-me na poltrona do canto, era tão boa que me deu sono, aproveitei para observar o resto . Haviam duas prateleiras com enfeites, uma comoda com um porta retrato com uma foto nossa e um guarda-roupa branco.
- É tão lindo. - sussurrei, enquanto brincava com um urso polar que estava em cima da prateleira. - Ele vai amar.
Patch caminhou em silêncio, sua expressão estava ilegível. Ele se agachou e beijou minha barriga.
- Vamos ser a família mais feliz que já existiu. - lágrimas brotavam de seus olhos.
- Não chore - Usei as pontas dos dedos para secar seus olhos. 
- Tem uma coisa que eu sempre quis fazer- Ele disse, sorrindo como uma criança.
- O que? - perguntei.
- Me de um minuto. - Patch se levantou e quando voltou estava usando um macacão jeans e havia tirado seus sapatos. Segurava duas latas de tintas e tinha um sorriso lindo.
- Que tal, anjo? - Ele veio em minha direção.
- Olha… - Eu me segurei, mas não consegui evitar minha gargalhada. Patch enfiou os dedos na tinta e lambuzou minha bochecha.
- Venha - Ele me puxou pelo braço. - Ainda temos muitas paredes para pintar.
E assim começava mais um capítulo na minha vida, agora na minha nova casa.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Murmúrio" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.