Misguided Ghosts escrita por Ramona Malfoy


Capítulo 1
Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Mais uma das minhas insanidades dessa vez uma Darkfic, espero que gostem *-*
A música é Misguided Ghosts -Paramore.
Enjoy;*



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O barulho dos saltos sobre o piso de madeira mal podia ser ouvido, a música estava em volume elevado, e as ‘damas e cavalheiros’ dançavam como loucos, sem qualquer compostura  ou elegância. – mesmo que usassem caríssimos trajes de gala –

Não demorou muito para que percebessem a presença dos novos convidados.

Eram três homens e uma belíssima mulher.

Seus cabelos rubros estavam presos em um coque com duas tranças laterais, usava um belo vestido negro, sua máscara de renda negra sobre seus olhos deixavam dúvida  sobre a cor de seus orbes, calçava um par de Scarpin preto e dourado e na mão direita um grande e brilhante anel de diamante.

Duas cabeleiras loiras voaram escada abaixo, empurrando qualquer pessoa que estivesse em seu caminho, resultando em muita bebida pelas escadas e roupas dos convidados.

Os vestidos de vários tons de rosa voavam e as mascaras feitas das aniversariantes escorregavam sutilmente por seus olhos

Uma mulher de cabelos negros rigidamente presos em um coque posicionou-se em frente ambas, quase as fazendo cair para trás.

– Sejam muito bem vindos em minha casa senhores Donavan e senhorita…

– Donavan. – a voz fria e cortante da ruiva fez a mulher torcer o nariz.

Eu vou embora por enquanto

Mas eu vou voltar, não tente me seguir

Porque eu vou retornar o mais cedo possível

Veja, eu estou tentando achar meu lugar

Mas talvez não seja aqui onde eu me sinto segura

Todos nós aprendemos a errar

– De qualquer modo sejam bem vindos, sou Suzana Besstly, e estas são minhas filhas, Doraliccia e Maryanne Besstly.

– É um prazer conhecê-los senhores sou Maryanne a mais velha. – apresentou-se a garota de longos cabelos loiros e lisos caindo livremente em suas costas, os orbes azuis brilhavam maliciosas ao mirar o belo moço ao lado da ruiva. – Mas podem me chamar de Mary.

– Faço minhas as palavras de minha irmã, dou Doraliccia Besstly. Ou apenas Liccia – a loira de cabelos cacheados olhava, como sua irmã, com o mesmo brilho malicioso para o homem.

– Igualmente senhoritas Besstly. – respondeu – Sou Demetrio Donavan, estes são meus irmãos, Damon e Devon Donavan e esta é minha noiva Necce – Demetrio era frio – Viemos tratar sobre o casamento.

– Ah, mas é claro. Brigitta! – gritou a senhora de faces esticadas, logo a empregada já estava  a postos – Pegue o melhor Whisky da casa e leve até  o escritório rápido!

A empregada assentiu e sumiu por entre as pessoas.

A anfitriã já começara a se encaminhar para o escritório quando foi interrompida.

– Senhora Besstly, poderia me fazer à gentileza de me levar até o toalete, preciso de ajuda com meu vestido.  – Suzana observou a elegância da mulher ao barrá-la com o braço e, sem opções, assentiu levemente e pediu para que uma das governantas acompanhasse os Donavan até o escritório.

~*~

O trajeto era feito em silêncio, ‘Necce’ caminhava alguns passos atrás de Suzana.

A anfitriã parou em frente à porta do toalete, dando espaço para que a outra passasse seguindo-a em seguida.

– O que aconteceu com seu vestido senhorita? Tem alguns lenços ou kits de costura, mas teríamos que chamar uma…

– Se gritar, é daqui direto para sete palmos vadia. – rosnou Necce.

E correr

Deles, deles

Sem direção

Correr deles, deles

Sem convicção

Suzana estava sentada sobre tampa de porcelana do vaso sanitário, sua visitante estava com um dos braços fortemente pressionado contra o pescoço da mulher, quase a enforcando.

–O…que q-…quem é vo…o…cê? 

A garota riu enquanto amarrava as mãos da anfitriã com a cortina.

– Não se lembra de mim madrasta?

– V…ocê…

A renda que cobria os olhos da ruiva deslizou por sua face até encontrar o chão revelando os grandes orbes castanhos dourados.

Rennevace.

– Suzana, Suzana, ainda temos alguns assuntos pendentes para tratar não é mesmo? Por onde posso começar… Ah sim. – Rennevace se sentou na beira da banheira, puxando uma brilhante adaga de prata. – Vamos começar.

Flashback

A suntuosa mansão dos Besstly estava em completo clima de harmonia e afobação, criados corriam para todos os lados com cortinas cor de creme ou caixas de flores importadas que exalavam um maravilhoso cheiro.

A pequena senhorita Besstly, de cinco anos de idade,  estava em seu quarto, tendo seu cabelo cuidadosamente penteado e preso.

– Obrigada Lauren!  agradeceu a ruivinha sorrindo com os dois dentes dianteiros faltando para sua babá.

Não há de que pequenina. a jovem moça assentiu e deixou o aposento.

A pequena então observou seu reflexo no espelho.

Estava uma boneca! Os cabelos ruivos presos apenas nas laterais, as faces coradas e o delicado vestidinho cor de lavanda combinava com suas luvas de renda e suas sapatilhas lilases.

Mas ainda faltava algo, a flor de sua mãe, que estava em cima da penteadeira.

A ruivinha esticou-se o máximo que pode e segurou o pequeno enfeite, correndo porta a fora em direção ao quarto em que sua futura madrasta se arrumava para o casamento.

Tia Suzi! Tia Suzi!

A noiva tentava acalmar uma das pequenas loiras que chorava apontando para sua gêmea.

Ao virar-se para Rennevace viu a pequena rosa branca com alguns diamantes que segurava.

Obrigada peste! e lhe arrancou das mãos a rosa colocando na cabeça da pequena que chorava.

Mas isso é meu!

Cale a boca menina desaforada! Tudo o que há nessa casa a partir de hoje é meu! bradou furiosa.

Naquele mesmo dia Necce recebeu dolorosas palmadas por todo corpo e foi trancada no armário da despensa.

Fim do Flashback

Eu sou apenas um daqueles fantasmas

Viajando incessantemente

Não preciso de estradas

Na verdade eles me seguem

E nós apenas vamos em círculos

– Essa é pela joia da minha mãe. – a adaga deslizou três vezes pelos ombros de Suzana fazendo três rasgos médios em sua pele.

Rennevace se levantou e pegou algo dentro do armário voltando para perto de Suzi.

– Essa é pelas palmadas. – álcool, o que tinha em sua mão era álcool.

A pequena tampa foi jogada no chão e o líquido foi sendo despejado lentamente sobre os cortes, fazendo a mulher agonizar.

– Essa é por ter destruído minha família e essa é por ter me expulsado de casa aos treze anos. – cada motivo uma facada em seus braços.

O sangue escorria e manchava lentamente o vestido verde musgo de Suzana.

– E há mais um motivo tia Suzi, você se lembra? – a mulher tossiu e cuspiu sangue – Ops! Resposta errada! – a adaga foi fincada na coxa da mais velha que urrou de dor – Vamos relembrar os velhos tempos.

Agora sei que essa é a vida

A dor é apenas um simples compromisso

Então nós podemos ter o que nos queremos disso

Flashback

Quatro anos haviam se passado desde o casamento de sua madrasta com seu pai.

Infelizmente o Sr. Besstly havia falecido dois anos antes.

Hoje aconteceria uma pequena festa para as gêmeas que fariam aniversário de nove anos, e, ao invés de cortinas creme, cortinas de todos os tons de rosa circulavam pelas mãos dos criados.

As loiras estavam histéricas berrando sobre como seus vestidos eram ridiculamente toscos porque não tinham o número exato de vinte e sete diamantes nas costas.

– Se acalmem meninas as suas fadas madrinha vão fazer tudo dar certo! – depois desse comentário de Suzana as meninas se acalmaram e foram tomar um lanche.

Os olhos da pequena ruiva que estava encolhida num canto do quarto guardando os brinquedos das ‘irmãs’ brilharam ao ouvir isso.

 Alguém se importaria em classificar

Nossos corações partidos e mentes confusas?
Então eu posso encontrar alguém em quem confiar

– E eu tia Suzi? Onde está a minha fada madrinha?  – perguntou entusiasmada.

A mulher riu com escárnio.

– Ora Rennevace, você não tem uma. As fadas madrinhas são para meninas como elas, lindas, loiras, educadas. Para você sua ruiva bastarda, sobra apenas os fantasmas da escuridão.

Fim do Flashback

E correr
Para ele, para ele

Toda velocidade à frente

Oh, você não é

Inútil

Nós somos apenas

– Sabe Madrasta, eu não era um estereótipo de Cinderela. – a ruiva andava em círculos em volta dela como um animal prestes a dar o bote.  – Mas você também não é uma rainha da luz.

Então Necce limpou o sangue da coxa de sua madrasta nos dedos e os lambeu se posicionando atrás da mulher.

– Talvez você tivesse razão, os fantasmas sempre estiveram do meu lado. – então ela se aproximou um pouco mais.

– E você sabe como termina essa história madrasta? – a mulher negou, vendo um pequeno sorriso sádico surgir no rosto da garota – E eles morreram atormentados para sempre…

A adaga foi fincada na jugular da mulher fazendo o sangue jorrar para os lados, e enquanto seu corpo tombava para frente Rennevace completou:

Fim.

Fantasmas perdidos

Viajando incessantemente

Aqueles em quem nós mais confiamos

Nos empurraram para longe

E não há estradas

Nós não deveríamos ser iguais

Mas eu sou apenas um fantasma

E eles continuam a me fazer ecoar

Eles me fazem ecoar em círculos


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Notas finais do capítulo

Eai gostaram? Odiaram? Fui muito Má? Reviews, reviews, reviews!
É sério gente a opinião de vocês é MUITO importante pra mim!
Beijos;*