De Volta Ao Reino Dos Gatos escrita por Milady Sara


Capítulo 7
Entretenimento


Notas iniciais do capítulo

Sábado meio triste pra tia Sara aqui mas foda-se essa merda! Bora pro cap!



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Barão saiu correndo do quarto puxando Seiko pelo braço e Muta os seguia com dificuldade. A garota tropeçava e quase caiu três ou quatro vezes.

– Para onde vamos? – Seiko perguntou quando Barão virou em mais um corredor. Ele parecia leva-los para algum lugar que já conhecia.

– E será que vai demorar para chegar? – perguntou Muta ofegante.

– Estamos quase lá! – disse Barão. Ele puxou Seiko para um corredor escuro, com uma porta de madeira velha. – É aqui! – abriu a porta e os três entraram.

A sala era mal iluminada, mas bem espaçosa, havia panos por todos os lados, cabides com muitas roupas e grandes espelhos com kits de maquiagem. Era um camarim. E estava cheio de todo tipo de gatos, que pareciam estar se preparando para os mais variados números.

– Que lugar é esse? – Muta perguntou enquanto ele e Seiko exploravam o ambiente com os olhos.

– Em todo banquete, acontecem apresentações para entreter os convidados. – disse Barão sentando Seiko em uma cadeira de frente para um dos grandes espelhos. – E é aqui que eles se preparam! Agora temos que arrumar você...

– O que? – disse Seiko atônita. – Você quer que eu me apresente? Mas... Eu não ensaiei nada nem...

– Não importa! Precisamos disso para distrair os convidados! – falou Barão jogando os óculos da costureira e a fita métrica em um canto.

– Distraí-los? – perguntou Seiko pegando uma escova e penteando os cabelos enquanto Barão jogava roupas e acessórios de uma pilha para os lados. – Distraí-los para que?

– Perto de uma mesa no canto esquerdo do salão... – ele jogava tudo exasperado. – Existe uma passagem.

– Tá falando do alçapão que Yuki nos mostrou da outra vez? – perguntou Muta enquanto Seiko passava algo que ela imaginava que seriam rímel e batom.

– Esse mesmo... Achei! Perfeito! – disse Barão quando finalmente achou o que procurava e foi até Seiko. – Você só precisa tentar mostrar para ele onde fica a passagem, eu estarei lá.

– Mas e as algemas dele?

– Eu cuido disso! – falou Muta.

– Mas... E se me reconhecerem?

– Não vão. Porque você vai usar isso. – Barão disse e colocou na frente de Seiko uma máscara dourada.

~*~

Noboru resmungava baixinho enquanto era arrastado para um grande salão, com três grandes mesas, uma posta de frente para um grande espaço vazio, e duas nas paredes laterais. O fizeram sentar-se à mesa principal com o Regente e sua simpática, porém horrível noiva.

Tentaram fazê-lo comer peixe e alguns doces, mas ele se recusava a abrir a boca. O que veio então foi um show de talentos para amadores. Mágicos horríveis, artistas de circo amadores, dançarinos descompassados...

Não poderiam casá-lo logo com aquela bruaca?!

Tinha mesmo que passar pela tortura?

~*~

Seiko se olhou no espelho.

Ela iria cantar para um bando de gatos para tentar salvar seu namorado. Se tivessem falado isso para ela há uma semana, ela não acreditaria. Barão a puxou para junto dos outros gatos que iriam se apresentar, na frente de uma cortina vermelha. Seiko passou por ela e se viu numa imensa sala de jantar. Havia gatos ali que pareciam ser de outros países. Alguns pareciam franceses, árabes... Era interessante e bizarro ao mesmo tempo.

– MAS O QUE É ISSO! NINGUÉM CONSEGUE AGRADAR O MEU NOBO-KUN? SEUS INÚTEIS! – gritou a princesa.

– Ela é um doce. – comentou Barão. – Bem, dê continuidade ao plano! Nós iremos para nossas posições! – disse puxando Muta por trás dos outros gatos.

– SERÁ QUE ALGUÉM PODE FAZER ALGO QUE AGRADE ELE? E A MIM TAMBÉM DE PREFERÊNCIA! – Seiko respirou fundo e andou até o centro do salão enquanto os outros gatos que iriam se apresentar ficaram parados como pedra.

A garota foi até o centro do salão e se curvou.

– Eu vou... – a princesa a olhou intrigada e Seiko deixou um pouco de cabelo cair no rosto. – Cantar uma canção. – foi até a banda e murmurou alguma coisa para eles e em seguida voltou para o centro do salão. Os gatos da banda começaram a tocar uma leve música e Seiko a cantar.

Tori modose koi no uta

Aozora ni kakureteiru

Te wo nobashite mou ichido

Wasurenaide sugu soba ni

Boku ga iru itsu no hi mo

Hoshizora ni nagameteiru hitori kiri no yoake mo

Tatta hitotsu no kokoro kanashimi ni kurenaide

Kimi no tameiki nante harukaze ni kaete yaru


Enquanto cantava, Seiko encarava Noboru, até que este finalmente olhou para ela, e reconheceu à namorada. De início ficou surpreso, mas Seiko nunca lhe dera ouvidos, era natural que ela não tivesse ido embora.


Hi no ataru sakamichi wo

Jitensha de kake noboru

Kimi to nakushita omoide nosete iku yo

Rarararara kuchizusamu

Kuchibiru wo somete iku

Kimi to mitsuketa shiawase hana no you ni


Wasurete ita mado akete hashiri dase koi no uta


Aozora ni takushiteiru

Te wo kazashite mou ichido

Wasurenai yo sugu soba ni

Kimi ga iru itsu no hi mo

Hoshizora ni kagayaiteru namida yureru ashita mo

Tatta hitotsu no kotoba kono mune ni dakishimete

Kimi no tame boku ha ima harukaze ni fukareteru


Seiko gesticulou levemente para sua direita enquanto cantava, e devagar Noboru olhou para lá. No canto da grande sala, Barão acenava para mostrar onde estava. Noboru olhou para Seiko e mostrou seu pulso com a algema. Rapidamente, Muta foi até ele com um pedaço de arame e agachado abriu as algemas, e foi se arrastando para onde Barão estava.


Aparentemente, ou Seiko era uma cantora incrível, ou os outros números era horríveis já que eles estavam com os olhos fixos nela.

Hi no ataru sakamichi wo

Jitensha de kake noboru

Kimi to chikatta yakusoku nosete iku yo

Rarararara kuchizusamu

Kuchibiru wo somete iku

Kimi to deaeta shiawase inoru you ni


Hi no ataru sakamichi wo


Jitensha de kake noboru

Kimi to chikatta yakusoku nosete iku yo

Rarararara kuchizusamu

Kuchibiru wo somete iku

Kimi to deaeta shiawase inoru you ni


Noboru deslizou devagar pela cadeira, até chegar ao chão, e engatinhou rapidamente para onde o gato de cartola branca estava.



Kimi to deaeta


Shiawase inoru you ni


Seiko foi razoavelmente aplaudida. Até mesmo a princesa a aplaudiu.


– Foi lindo não foi querido? – disse a princesa olhando para o lado. – Querido?

– Opa... – sussurrou Seiko. A princesa afastou sua cadeira e viu Noboru agachado indo para longe.

– NOBO-KUN!

– Droga... – o garoto sussurrou.

– PAPAI FAÇA ALGUMA COISA! GUARDAS!

– Rápido! – disse Barão abrindo o alçapão. – Noboru! Seiko!

– SEIKO?!

– Obrigada, vocês foram uma plateia maravilhosa. – disse Seiko jogando a máscara fora e correndo para onde os outros estavam enquanto os guardas entravam no salão.

– Vamos! Vamos! – disse Barão enquanto segurava a porta do alçapão. Noboru pulou ali, seguido de Seiko, Barão e Muta.

O alçapão os levou para um tipo de escorregador, enquanto desciam por ele, podiam ouvir os gritos da princesa e do Regente. Quando terminaram a descida, estavam na base do palácio, ainda teriam que conseguir sair de lá.

– Foi mais fácil do que eu pensava. – disse Muta estalando suas costas enquanto Noboru ajudava Seiko a se levantar.

– Na verdade... Acho que não Muta-san... – disse Seiko olhando para o lado e vendo os muitos guardas que iam até eles.

– Corram! – disse Barão apressando-se e indo em direção a uma grande torre ao lado do palácio.

– Vamos! – disse Noboru puxando Seiko pelo braço.

– E Muta-san? – disse Seiko olhando para trás.

– Eu dou um jeito nesses caras! - disse Muta. – Podem ir! – e dizendo isso, foi em direção aos guardas gritando e Noboru e Seiko seguiam Barão.

– Só espero que dê tempo... – murmurou Barão segurando sua cartola para que esta não caísse.


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Notas finais do capítulo

A música que a Seiko canta é a mesma de encerramento do filme, Kaze Ni Naru