KRISTEN P.O.V

            Nosso grupo terminou de queimar os corpos dos que foram mortos, eu e Jake fomos para dentro para ver os bebes. Quando Leah me viu, agora em forma humana novamente, me entregou os bebes, eu sentei na cama para melhor segurar os gêmeos.

            Eu não me cansava de olhar para eles, tão lindos, os dois pareciam o pai já com um ralo cabelo preto, e com os traços do rosto iguais ao de Jake. O novo papai não se continha de orgulho, seus olhos brilhavam e ele estava com aquela cara de bobo. Eu mesma devia estar com essa cara também. Algumas horas depois estavam todos reunidos em casa, o que era bastante gente, digo, vampiros e lobos. Por sorte nenhum dos nossos tinha sido perdido na luta, alguns tinham se ferido, mas até essa hora já tinham se curado.

            Alice, quando entrou já foi perguntando toda ansiosa pelos seus afilhados. Depois disso quase deu uma briga de novo porque todos queriam pegar as crianças no colo e ela não deixava ninguém chegar perto.

            E assim os dias foram passando, e minha rotina de fugir de caras malucos, ou de vampiros furiosos mudou para a de trocar fraldas e fazer mamadeiras. Por sorte as crianças cresciam muito rápido em dois messes pareciam que elas tinham dois anos. E quando dois anos se passaram eles pareciam ter quatro.

            No final do ano sempre viajamos para reserva para visitar os parentes, Billy tinha construído uma casinha para nós próxima a dele.

            – Nossa cada dia eles estão maiores!    – Observou Leah um dia – Você podia deixar eles dormirem lá em casa, o Alex ia adorar os primos lá. Alex era o filho que a Leah tinha dotado, ele tinha três anos e ela estava sendo uma ótima mãe.

            – Hum. Olhei para Jake procurando uma resposta, ele pareceu concordar.          – Eles podem ir sim!

            – Ótimo! Vamos lá rapazes? Os três meninos saíram gritando “viva” indo para o carro da Leah.

            E depois disso se fez silencio. Eu nunca tinha presenciado uma casa tão quita desde o nascimento das crianças.

            – Bom e o que vamos fazer já que não temos ninguém para cuidar essa noite? Perguntou Jake de um jeito sugestivo.

            – Acho que estamos livres para fazer o que quisermos. Respondi no mesmo tom e me aconchegando nele.

            Jake me chamou para dar uma volta, não entendi muito bem o que ele queria com isso, mas o segui. Andamos por um trecho de floresta desse ponto já não dava para ver a reserva, e tudo fez sentido, Jacob e transformou em lobo e saiu correndo na minha frente, eu o imitei.

            Eu nunca tinha realmente experimentada a fundo como era se transformar, eu o tinha feito isso uma vez e fui por pouco tempo. Agora eu podia aproveitar melhor as sensações, da velocidade, do vento fresco no rosto, olhar os detalhes do que está a minha volta, e ver o mundo parecer estar em câmera lenta, tudo isso aliado ao sentimento de liberdade, como se a única coisa que eu tivesse para fazer fosse correr, e correr para onde eu quisesse.

            Se alguém tivesse me dito quando eu tinha meu quinze anos e aquela vida tediosa que eu seria assim tão feliz eu não acreditaria na pessoa. Eu jamais poderia ter imaginado naquela época como tudo mudaria. Agora eu o tenho alegrias, uma família linda, amigos maravilhosos. Agora minha vida é perfeita, ainda com problemas, mas aprendi, enfim, a ver as coisas boas dessa vida.

            E eu também tinha minha vida de lobo depois de tudo.

FIM