Wolf's Life escrita por magda_mmc


Capítulo 5
Demônios e Demônios




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      A quinta feira de aula foi bem tranquila, o Orégano ficou um pouco envergonhado de falar comigo então sua tagarelice se resumiu em apenas “Oi” e “Tchau”.
      Em casa, Renée estava agindo de modo estranho novamente. Até hoje eu não tinha a mínima ideia de estar agindo assim, mas de repente eu me toquei: Nós estávamos no mês de maio, todo mês de maio eu faço aniversário, mais precisamente no dia 24. Mas há um detalhe muito importante a considerar. No dia 24/05/09 eu faço a porcaria dos meus 15 anos. Normalmente tenho uma festa modesta, só eu, a família da Rose e Renée (e quem ela estivesse namorando). Conhecendo a minha mãe, certamente ela não deixaria essa data passar em branco!
O que é um grande problema, eu odeio festa e minha mãe adora, eu odeio dançar e ela queria que eu fosse bailarina. Bom, ela queria que eu fosse o oposto de tudo que eu sou, afinal imagine se Renée se imaginaria com uma filha antissocial, mal-humorada, reclusa, atrapalhada e que tem vergonha de tudo.

      Me bateu um medo tão grande que ela estivesse organizando uma festa para mim. Corri para o meu quarto e me tranquei, geralmente eu fico muito nervosa só de ouvir falar em eventos sociais. Fiquei lá encolhida num canto. Já devia ser umas 16 horas quando a campainha tocou e sai para atender, mas minha mãe chegou primeiro então fiquei no fim da escada apenas olhando para porta.
      – Olá dona Renée.
      –  Oi, Michael, tudo bem? Trouxe algum recado da sua mãe? Porque eu nem marquei manicure essa semana.

      Tentei respirar, mas foi inútil, estava em choque: A minha mãe conhecia o Orégano! Ele é o filho da manicure? “Não acredito! Minha mãe adora o filho dela, ela sempre falava dele para mim (e do pai rico que ele tem). Do quanto ele é bonito, educado e perfeito (leia rico) e etc. Ah, não!”.

      – Não, eu só vim ver a Kristen e perguntar se ela quer ir ao cinema assistir “Anjos e demônios” comigo amanhã. Ao ouvir isso eu já ia subir me trancar no banheiro e fingir que estava com dor de barriga, quando minha mãe gritou.

      – Kristen, desce aqui teu namoradinho quer te levar no cinema. Por essa eu não esperava, até cai da escada, rolei cinco degraus e parando de bunda no chão, os dois ficaram me olhando.

      – Ele não é meu namorado! Quase gritei, e acabei ficando muito nervosa.
      – É uma questão de tempo! “Qual dos dois disse isso?”. Meu nervosismo me impediu de identificar.

      Meus dentes estavam cerrados, eu soltei um rosnado baixo! “Eu rosnei? Eu rosnei mesmo, mas eles nem notaram, Ufa! Me levantei”.

      – Kristen quer ir ao cinema assistir “Anjos e demônios” amanhã comigo? Eu ia soltar um não bem mal-educado, mas alguém falou por mim.
      – Claro que ela vai, está falando desse filme o tempo todo.

      – Então, eu não vou não, prefiro ir sozinha...
      – Sozinha você não vai não mocinha.
      – Ok, então eu vou com a Rose.
      – Sozinhas as duas não vão, não.
      – E se o Jasper for? Esse era o irmão mais velho da Rose, ele tinha 19 anos.
      – Ele não é baba de vocês. Se quiser ir vai com o Michael! “Que saco! Eu queria tanto ver esse filme”.
      – Está bom, fazer o que né!?
      – Ótimo!


            Renée deu fim sozinha a conversa e fechou a porta. Eu estava tão nervosa que eu poderia botar um ovo! Fui para o meu quarto e comecei a passar mal, ficar nervosa me dava muita dor de cabeça e as vezes febre! Deitei na minha cama e acabei dormindo. Pela manhã acordei quente e resolvi não ir para o colégio, estava me sentindo mal ainda. Voltei a dormir só despertando as 13 horas. Almocei o “maravilhoso” macarrão e arrumei a casa e fiquei o tempo todo encarando o relógio, pois dizem que dizem que assim o tempo parece passar mais devagar.
Para mim isso fui um mito, parecia que passou mais rápido ainda. Ás 16 horas fui tomar banho e me arrumar. Abri o meu armário e tive uma ótima ideia! Eu faria ele se arrepender de ter me convidado para sair. Calcei meu pior tênis, um jeans rasgado e uma camiseta amarelo ovo escrito “I ♥ bob esponja”. Eu parecia uma mistura de criança demente com rebelde. Eu estava assustadora! “E era bem o que eu queria”.

            A campainha tocou, abri a porta. Ele até não estava vestido mal, mas ficou me encarando como se eu tivesse vestida estranha. “Eu vestida estranha? Eu? Claro que não!”

            – Legal sua roupa! Viva o Bob Esponja! Disse me levando parra fora. Dei um sorrisinho me segurando para não rir da cara dele. Soltei do braço dele e fomos andando para o ponto de ônibus. Bem que ele podia ter pedido para o irmão dele nos levar de carro, na verdade era um Uno, mas pelo menos era um carro!

            No ônibus ele passou a catraca e eu fiquei esperando.

      – Ei! Não vai entrar?

      – Estou esperando você pagar minha passagem!

      – Mas eu... Não... Ia pagar”

      – Ai! Me chamou para sai e não ia nem pagar minha passagem? Ainda bem que eu trouxe o meu cartão! Passei o cartão, o cobrador estava sorindo, eu queria rir também, mas tinha que manter a minha cara de ofendida, passei indo sentar no fundo. O Orégano ficou lá com uma cara de tacho, mas logo veio sentar do meu lado.

      Quase perdemos a sessão, fomos comprar as entradas faltando cinco minutos. Ele ficou na frente e pediu duas meias entradas e se virou para mim com a mão aberta.

      – Ah! Disse e entreguei minha carteirinha.

      – É... E o dinheiro?

      – Serio? Ai, como você é inútil! Empurrei ele e comprei minha entrada.

      – Ganho uma pipoca pelo menos?

      – Eu divido a minha com você, pode ser? Suspirei indignada.

      Ele comprou a pipoca, peguei dele e fui comendo.

      A sala estava lotada, só tinha aquelas cadeiras duplas da lateral. Conforme o filme ia passando a mão de leia deslizando pela poltrona até cair nos meus ombros. Para o azar dele foi bem à hora que um personagem estava morrendo e eu me contorci para o lado oposto dele.  Ele tentou que eu ficasse com ele o filme todo, mas não conseguiu. E no final do filme eu estava tão arrependida de ter vindo que se arrependimento matasse... Eu estava bem morta! Eu entendo que o que livro é normalmente melhor que filme, mas esse estava bem pior que o livro. Para o fim da minha tortura eu encontrei a Rose no ponto de ônibus e voltamos juntas.


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