Más Intenções - Litor escrita por Mari W


Capítulo 63
Capítulo 63 - Final


Notas iniciais do capítulo

Aguenta, coração! Leiam com carinho. É o último! ):



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/335490/chapter/63

Lia acordou no dia seguinte com a cabeça apoiada no ombro de Vitor. Olhou pra cima e não conseguia acreditar que tudo aquilo estava realmente acontecendo. Só se arrependia de ter cedido tão facilmente aos encantos do “ex”, sem nem antes ter realmente uma conversa esclarecedora sobre tudo. Estava tensa com a velocidade que as coisas fluíam quando se tratava de Vitor.
Lembrou da noite anterior, quando simplesmente o jogou no sofá e subiu no colo dele logo depois que começaram a se beijar. Riu sozinha da sua falta de controle. Lembrou do jeito com que Vitor arrancou sua roupa, e do jeito com que ela fez o mesmo, na mesma velocidade, fazendo os botões da camisa dele voarem pela sala. Lembrou de como os dois pareciam incansáveis, partindo do sofá pro chão e do chão pra parede e qualquer lugar. Vitor se esgotou enquanto Lia queria muito mais.
Ela então levantou, vestindo uma roupa qualquer e foi até a cozinha, comer alguma coisa. Alguns minutos depois Vitor foi até ela, com cara de sono, e se sentou na mesa. Ele sabia que não era momento pra beijar ela, mesmo depois de uma noite daquelas.

- Você quer conversar? – Ele perguntou.
- Não... Gostaria que você saísse daqui um pouco. Não quero olhar pra sua cara.
- Lia, para com besteira...
- Não paro não. – Lia olhou pra ele, com os olhos marejados. – Você acha que é só voltar e tá tudo bem? Você sumiu, Vitor. E não me surpreenderia se sumisse de novo.
- Eu não vou...
- Não me importa.
- O que você quer dizer?
- Eu quero dizer que foi só uma noite. Não vai se repetir. Eu quero ficar com o Lucas.
- Ah, você quer?
- É, eu quero! – Ela disse, por birra.
- Tudo bem. – Disse Vitor, se levantando.
- Você não vê, né? Um namorado vai pra longe, você surge... Você foi pra longe e ele surgiu. Deu. Ele não vai sumir, eu sei disso, pelo menos.
- É, pode ser. A única diferença é que você não gosta dele.
- Vitor, você não sabe de nada. Sai daqui.
- Tudo bem. – Ele disse, se dirigindo ao quarto de Lia para catar suas roupas e vesti-las. Voltando a cozinha, ele se limitou a dizer somente uma frase. – Se é que é possível... Você se superou ontem a noite. – Ele disse ao sair, piscando, enquanto ela jogava uma maçã tentando o acertar.

Lia decidiu se trancar em casa até não poder mais, e acabou recebendo uma visita de Lucas no dia seguinte. Ele acabou a convencendo de sair com ele pra conversar. Vitor estava hospedado no hostel, e acabou por ficar tempo demais na recepção com Fatinha, esperando que Lia saísse. Ao ver ela entrando no carro com Lucas, sentiu uma vontade de abordar os dois, mas foi impedido por Fatinha.
Lucas levou Lia até um bar mais longe dali, onde pudessem conversar com calma.

- E aí, o que tá rolando? – Ele perguntou.
- Nada demais...
- Lia... Seja sincera comigo. Vamos tirar o band-aid rápido.
- Como assim? – Ela riu.
- É, tipo... Rápido, dói de uma vez. Como foi com seu ex?
- Ele me procurou depois...
- Imaginei. Preciso adivinhar o resto?
- Lucas, desculpa. Eu nunca vou conseguir resistir ao imbecil.
- Tudo bem, Lia. – Disse ele, triste. – Eu esperava por isso. Na realidade não esperava ele voltar, mas no momento que vi vocês se olhando eu pensei “já era”. Eu quero que você seja feliz, sabe. Você nunca foi má comigo, ou me deu falsas esperanças... Por isso que eu sei que você merece ser feliz.
- Lucas, você é demais.
- Faz algo por você então. Fica com ele. Se você não se permitir ser feliz agora, então quando?

A última frase de Lucas deixou Lia pensativa. Era estranho ela pensar pelo lado de que Vitor parecia sempre inventar uma desculpa para não se permitir ser feliz, mas ela nunca foi assim. Ela sabia exatamente o que queria. Mas a dor que sentiu com a ausência de Vitor, despertava nela uma vontadezinha de vingança. Mas não uma vingança para machucar Vitor, apenas para ele perceber o que fez de errado. Mas ela não podia o julgar. Sua história era difícil também e agora ele só tinha Sal...
Quando voltou pra casa, Lia se jogou no sofá. Afundou nas almofadas e começou a se sentir idiota ao perceber que estava tão à vontade ali por um único motivo: o cheiro de Vitor ainda impregnava no tecido.
Ouviu batidas insistentes na porta e temeu que fosse Vitor. Mas ao abrir, viu Fatinha entrar em seu apartamento.

- E aí, como você tá?
- Tô explodindo, né! – Lia respondeu. – Tá tudo acontecendo.
- Tudo, menos você parar de se fazer.
- Fatinha... – Lia a olhou repreensivamente.
- O que tá te impedindo agora, menina? Você ama ele!
- Fatinha, ele sumiu, sabe... Por um ano. Deve ter dormido com meio mundo, enjoou e voltou. Sei lá o que pode ter acontecido! Ele nem se importou de dar sinal de vida.
- Lia... Ok, aí vai.
- O que? Você sabe de alguma coisa?
- Sim. Então... O Vitor não transou com ninguém, nem beijou ninguém. Porque você acha que ele quase explodiu ontem?
- Fatinha! – Disse Lia, envergonhada.
- Desculpa, mas ele ficou o dia todo me falando do quanto foi maravilhosa a noite de ontem e tal. Mas não é nesse ponto que eu quero chegar... Lia, aquela indicação de estágio quem conseguiu foi ele.
- O que?
- É, bobinha. Ele tava cuidando de você mesmo de longe. Ele me ligava de vez em nunca, mas eu não te falava porque ele achava que nunca ia conseguir voltar. Ele não queria te prender a uma incerteza, Lia. Ele sempre pensou no seu lado. – Lia apenas a escutava, sem saber o que falar. – Ele mudou muito com essa perda, Lia. Eu tenho certeza absoluta que ele não tá disposto a te perder mais, nunca mais. E talvez você tenha que dar a milésima chance pra ele. Mas eu daria. Porque vocês se amam e isso é raro. – Fatinha se aproximou para abraçá-la. – Eu quero ver os filhos roqueirinhos e motoqueiros de vocês, brincando com os filhos que eu vou ter com o Brunito. Pode ser? – Fatinha soltou Lia do abraço, que sorriu de volta pra amiga. – Eu tenho um lugar pra te levar.


Fatinha parou com o carro na calçada, perto da orla da praia e Lia saiu, se encostando no carro sem entender direito o que acontecia. Fatinha olhou pra um ponto fixo, em direção ao mar ao longe e Lia pôde ver uma camisa preta familiar, sendo usada por alguém bem familiar, sentado na areia.

- Vai lá. – Fatinha disse, sorrindo para Lia.

Lia seguiu em passos firmes até onde Vitor estava, se sentando do lado dele. Vitor a olhou sem acreditar que ela estava mesmo ali, apenas olhando diretamente pro mar, sem expressão de raiva nem nada no rosto. Podia ver até um sorriso se formar.

- Tudo bem? – Ele perguntou.
- Agora sim. – Ela disse, ainda olhando pro mar. – Você não tem ideia da saudade que eu senti de você. De como eu procurava por você em todo rosto, nunca achando. Eu realmente cheguei no ponto de achar que você jamais voltaria... E que eu seguiria minha vida, achando alguém, me formando, vivendo. Mas isso seria incompleto. Tipo tirar o pedaço de algo que só funciona inteiro, sabe? Eu estaria velhinha, com filhos, provavelmente separada, pensando no amor da minha vida, um amor de colégio que não deu certo... E agora a gente tem a chance de fazer dar certo. – Vitor sorriu.
- Vai dar certo, Lia. Você vai estar velhinha, com nossos filhos e você vai olhar pro lado e eu vou estar lá. Gordão, velho e ranzinza. – Ela riu, o olhando. – E eu vou te olhar como eu tô olhando agora.
- Vai, é?
- Óbvio. Eu morri de saudades de você. Eu não vou mais pra lugar nenhum.
- Eu também não, idiota. – Ela sorriu, se aproximando para dar um beijo nele.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!