Más Intenções - Litor escrita por Mari W


Capítulo 44
Capítulo 44 - Podia Ser Qualquer Outro




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Vitor ligou rapidamente para avisar a Fatinha que estava indo até o hostel conversar com ela. Pela voz, era claro que a coisa estava séria. Na realidade, o plano seguinte de Vitor era criar coragem pra confrontar Lia e dizer que mentiu sobre a aposta. O que não esperava era que seu irmão estivesse interessado nela. Pelo jeito que Sal falava de Lia no carro, Vitor percebeu que nem mesmo o irmão esperava tentar beijar ela e... Gostar disso. Quando Sal começou a se animar com a conversa, Vitor foi curto e grosso pedindo para ele não falar mais porque estava com dor de cabeça.
Ao chegarem na frente do prédio, Lia já estava lá esperando por Sal. Vitor saiu do carro, a encarando com raiva. Lia apenas o olhou como se não se importasse com a presença dele ali. Quando Sal deu um beijo no rosto de Lia, Vitor bufou de raiva.

- E aí, vamos onde? – Perguntou ele.
- Ah, podemos ir pro Misturama, sei lá.
- Seria legal, falam muito desse lugar mas nunca me levaram lá.
- É do outro lado da rua.
- Ah, bem longe. – Disse Sal, sorrindo.

Vitor sentiu seu estômago embrulhar. Poderia vomitar vendo os dois. Aquilo era definitivamente a coisa mais irritante que já tinha acontecido com ele. Não aguentaria ficar perto dos dois por muito tempo, isso que eles nem estavam pegando pesado.

- Bom, vou indo nessa, pombinhos. – Disse Vitor, se virando em direção ao hostel.
- Ei, moleque. Nem disse que horas quer que eu busque! – Gritou Sal, fazendo Vitor se sentir com 8 anos de idade.
- Eu te ligo, mamãe! – Respondeu Vitor, apressando-se como podia com as muletas e entrando no hostel.

Vitor se jogou no sofá da recepção e Fatinha foi sentando no outro do lado.

- Boa notícia pra você. Dinho se foi, escafedeu-se. Pode comemorar.
- Eba. – Disse Vitor.
- Ah, Meu Deus... O que foi agora? Sua voz no telefone tava péssima.
- Você não vai acreditar no que o Salvador me aprontou...
- Salvador? Quem é esse?
- O Sal!
- Ah, tá. Nossa, achei que o nome dele fosse Sal. – Disse Fatinha, rindo.
- Então... Ele beijou a Lia. Ele beijou ela. – Fatinha abriu a boca. – É! É inacreditável. O universo conspira contra mim. Todo o tempo. Podia ser qualquer outro. Eu ia só me incomodar de encher o saco do cara. Mas é o meu irmão.
- Isso não pode ser... Nossa, eu nunca ia imaginar. Ele sempre arrastou uma asinha pra mim, mas eu não notava isso com a Lia.
- É, eu acho que ele não queria nada mesmo. Mas agora parece que quer! E ela parece que quer também...
- Como assim?
- Eles tão no Misturama agora... Se conhecendo melhor. – Disse ele, debochando.
- Caraca, ein... Isso que eu chamo de azar, anjo.
- Valeu!
- E você não vai fazer nada quanto a isso?
- O que eu posso fazer?
- Você pode contar pro seu irmão que gosta dela.
- Eu vivo falando mal dela pra ele. Não sei o que ia parecer.
- Ódio e amor andam juntos, moreno dos olhos azuis. Se não contar agora, depois eles se apaixonam e vai ser tarde demais.
- Tá aí o problema! E se ela quiser ficar com ele? E se ele for, de fato, o melhor pra ela? Não vou estar atrapalhando daí?
- Ah, Vitor... Você tá TÃO apaixonado e nem vê... Deixaria ela pro irmão porque acha que não merece ela. Cala essa boca. – Disse Fatinha, ficando séria. – Você é o melhor cara que eu conheço. Fez besteira, fez... Um monte! Mas não faz mais ainda.
- É. Você tem um pouco de razão. Não custa tentar.
- Não custa nada. E sabe por onde você começa? Atrapalhando esse encontrinho.
- Eu falo com ele na volta...
- Nada disso. Vai que esse encontro aí faça os dois ficarem mais a fim. Sério, corta o mal pela raiz. Eu vou com você.

Vitor não pensou duas vezes. Não conseguia parar de pensar no que os dois poderiam estar conversando, ou quanto Lia poderia gostar de seu irmão, que ele sabia que era um cara legal, racional, sensível e responsável. O contrário do que ele demonstrava pra ela.
Quando viu de longe os dois, Vitor logo virou o rosto para o lado, caminhando em direção ao Misturama.

- Aguenta firme. – Fatinha brincou.
- Engraçado. – Disse Vitor, ficando tenso à medida que eles se aproximavam da mesa dos dois.

Fatinha, nada tímida, chegou puxando duas cadeiras e dando um “Olá” efusivo aos dois. Vitor aceitou se sentar, mas o arrependimento por estar por perto dos dois logo veio. Decidiu se manter firme, pelo menos Fatinha estava ali para apoiá-lo.

- E aí, galera. O que vamos comer? – Perguntou Fatinha.
- Ahm... A gente... A gente só pediu suco por enquanto. – Disse Sal, sem jeito.
- Ah, ótimo. – Disse Fatinha, fazendo sinal para Rosa. – Vê um sandubão aí pra mim, Rosa? Tô morrendo de fome, gente. – Rosa se aproximou do grupo e olhou para Vitor.
- Não deu mais notícias, menino!
- Foi mal, tia... Você sabe que eu odeio celular...
- Sim, sim... Mas ainda bem que você tem essa graça de irmão que me dá notícias!
- Que isso, Rosa. Tenho que ser o porta-voz do bebezão aqui. – Brincou Sal, fazendo Lia rir e deixando Vitor levemente irritado.

Depois de algum tempo de conversa desconfortável, Sal decidiu acompanhar Lia até a entrada de seu prédio, e nem assim Fatinha e Vitor saíram da cola dos dois. Sal se despediu apenas com um beijo no rosto de Lia e outro no de Fatinha. Vitor entrou no carro e depois de alguns segundos longe do apartamento, Sal deu uma batida de leve no ombro do irmão.

- Seu tapado, não sei se você percebeu, mas  aquilo era pra ser uma coisa só a dois.
- Sal, é óbvio que eu percebi.
- Qual o problema então? – Disse Sal, com os olhos fixados na estrada.
- Eu preciso que você preste atenção... Que droga, vai ser uma merda te falar isso...
- O que foi? – Disse o irmão, tranquilo.
- Sal... Eu gosto da Lia. – Disse Vitor, fazendo Sal encostar o carro.


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Notas finais do capítulo

Bom fim de semana, pessoal! Semana que vem vai ter mais Litor na fanfic :)
Beijos!

Obs.: Ideias pra One Shot Leilice tão rolando... Acho que semana que vem tá por aí!