Más Intenções - Litor escrita por Mari W


Capítulo 3
Capítulo 3 - O Que Vai, Volta (parte 2)




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- Lia... Acorda, você tá bem? – Perguntava Vitor, enquanto ela só resmungava palavras que ele não conseguia entender.

- Dinho... Dinho idiota. – Disse ela, delirando, com os olhos fechados.

- É, ele é um idiota, com certeza. – Disse Vitor. Quando Ju entrou no quarto e foi socorrer a amiga.

- Meu Deus, o tio Lorenzo vai matar a Lia, ela simplesmente não pode chegar em casa desse jeito... E muito menos na minha, meu irmão nunca mais iria deixar a gente sair de casa. – Gil entrou no quarto também.

- Caramba... Ju, você sabe que o pai dela não pode ver ela assim, né? – Disse Gil.

- Olha pessoal, acho que é melhor ela dormir aqui. – Imediatamente Gil olhou para Vitor como se ele tivesse falado a coisa mais absurda do mundo. – É sério. Eu não sou maníaco sexual nem nada, ok? Ela pode dormir nesse quarto, sozinha, amanhã vai estar melhor. Eu vou dormir aqui também e levo ela amanhã pra casa de moto. Pode ser?

-  Não tem jeito. – Disse Ju, Gil imediatamente olhou pra ela como se ela fosse louca. – Sério, Gil. O Orelha tá aqui... Tá tranquilo, a Lia já dormiu aqui quando namorava o... Dinho... – Disse Ju, olhando para a amiga com pena. – Ela vai ficar bem. – Disse Ju.

- Vai sim. Fala pro pai dela que ela vai dormir na sua casa, sei lá. – Disse Vitor, Ju fez sinal positivo com a cabeça.

- Vitor, qualquer coisa o Orelha tem meu número, me liga, ok?

- Pode deixar, linda. Tá comigo, tá segura. – Disse ele, piscando para Ju.

Logo todos foram embora e Orelha foi dormir, um pouco tonto com a bebida.

- Ihhh, rapá. Amanhã vou fazer o Tv Orelha especial “Ó Porre da Lia”.

- Cara, poupa ela dessa. Ela tá numa situação bem chata.

- Que isso Vitinho, tá gamado, já? – Vitor mudou a expressão imediatamente.

- Tá louco? Quer saber, faz o vídeo que quiser. – Disse Vitor, deitando no sofá. 

Orelha se dirigiu ao seu quarto dando risadas. Quando percebeu que não conseguiria dormir sem dar uma última olhada em Lia, mesmo que seu orgulho lutasse fortemente com ele, seguiu sua vontade. Entrou no quarto e sentou na ponta da cama. Olhou para Lia enquanto dormia e quando percebeu que estava há muitos minutos ali, foi direto para a sala tentar dormir. 

A luz do sol da manhã seguinte parecia cegar Lia. A dor de cabeça era a mais forte que já tivera na vida. Quando percebeu a presença de Vitor, escorado na porta do quarto com um pequeno sorriso, se sentou.

- Só pode ser um pesadelo. – Disse ela, revirando os olhos.

- Bom te ver também, linda. Depois da noite de ontem... Você foi a melhor do Quadrante até agora, viu?

- Eu O QUE?!??! – Disse Lia, assustada pois mal lembrava do que havia feito na noite anterior, além do banho de cerveja em Vitor. Vitor não conteve o riso.

- Calma, gata... Quem dera. – Ela respirou aliviada. - Sua amiga Ju falou pro seu pai que você dormiu na casa dela, ok?

- Ah, tá... Melhor mesmo. 

- Eu vou te levar pra casa de moto, assim que você levantar e lavar esse rosto.

- Eu não vou pra lugar algum com você, nem que me paguem. – Disse Lia, levantando da cama e procurando seu celular. – Vou chamar um táxi.

- Lia, um táxi daqui até sua casa é uns R$50. Eu estou indo pra Penha, basta você ir comigo e eu te largo no caminho. – Lia parou para pensar, não tinha nem R$10 no bolso pois contava com a carona de Marcela, junto com Gil e Ju. 

- Tá bom. Só porque eu realmente não tenho alternativa. – Vitor sorriu, satisfeito.

Quando estavam na estrada, Vitor aproveitou uma sinaleira para passar a mão na perna de Lia, que imediatamente de um tapão no braço do motoqueiro, que se divertia. Logo que chegaram, Lia saiu da moto e foi andando para o seu prédio.

- Que isso, Lia? Nem um beijinho? - Ela parou, riu e se virou. 

- Claro... – Disse ela, caminhando até vitor e se aproximando até chegar no ouvido dele. - ... que não! – Antes que Lia pudesse se afastar, Vitor vira o rosto e dá um beijo no canto da boca de Lia, que novamente limpa o beijo. 

- Vai pro inferno! – Disse ela, indo definitivamente para a entrada de seu prédio.

- Boas férias também, marrentinha! – Disse Vitor, sorrindo. Ele sabia que não seria nada fácil ficar com ela. Mas ao mesmo tempo, confiava muito no seu taco.
 

As férias chegaram e com elas, um grande problema para Lia: Seu pai saiu de casa e as brigas eram constantes com sua mãe. Nenhuma oportunidade de jogar na cara de Raquel o abandono e a decepção que causou, era perdida. Sempre que essas brigas aconteciam, Lia fugia para algum lugar próximo ou para a praia, e mesmo sem admitir, a intenção era apenas preocupar e machucar Raquel. Achava algum conforto quando ia conversar com Ju, mas era Gil quem realmente poderia dizer algo sobre a situação, já que acompanhou toda a história enquanto Lia não falava com a melhor amiga por causa de Dinho. Saíam para grafitar ou tocar guitarra, qualquer coisa que ocupasse a cabeça dela por algumas horas ou minutos, qualquer coisa valia à pena.

Numa dessas noites Gil beijou Lia e os dois começaram a ficar constantemente, mesmo que Lia não se envolvesse emocionalmente. Sempre que ela deixava claro para Gil que não queria nada mais que amizade ele concordava com ela. Quando se aproximava de fevereiro, perto do terceiro ano do colégio começar, as coisas pioraram, e muito. As brigas, que aconteciam toda a noite perderam lugar pro silêncio absoluto dentro de casa. Finalmente as aulas começavam e Lia via nisso alguma possibilidade de se desligar um pouco de casa.
 

- Bom dia, Ju. Bom dia, Lia. – Disse Gil, sorrindo e dando um beijo em Lia na entrada da escola. Lia havia contado para Ju que estava ficando com Gil, mas que não era nada sério.

- Bom dia, Gil. Vou indo porque pelo jeito to sobrando, né? – Disse Ju, se retirando.

- Não Ju, que isso... – Disse Lia, mas a amiga já havia se afastado.

- Então, queria saber se você quer passar lá em casa mais tarde. – Disse Gil, caminhando com Lia pra dentro do colégio, botando a mão na cintura dela enquanto caminhava. Lia pegou a mão dele e botou em seu ombro.

- Menos, Gil. – Disse pra ele séria. Gil sabia que Lia estava cada dia mais triste e menos a fim de “brincadeiras”. Os dois ouviram um barulho alto de pneu cantando e olharam pra trás. Vitor tirou seu capacete e estacionou a moto. Apenas mais uma de suas entradas triunfais.

- Ah, não. – Disse Lia.

- Achei que ele ia ficar onde quer que ele morasse. Que droga. – Disse Gil, olhando feio para o motoqueiro. Vitor entrou no colégio sorrindo para todos, e quando avistou Lia, seu sorriso desapareceu.

- Eu não acredito. – Disse ele, primeiramente em voz normal. – SÓ PODE SER BRINCADEIRA! – Já aumentava o tom de voz. – Que casal! Impressionante. – Dizia ele, ironizando. Quando o inspetor percebeu o tumulto, Gil já estava prestes a pular no pescoço de Vitor. 

- Pode parar, pode parar os dois! Nada de briga aqui. Já para as suas salas. – Disse Robson, se metendo no meio.


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