My Heart Is Bleeding escrita por Mimia R


Capítulo 1
Legado


Notas iniciais do capítulo

Esse primeiro capítulo é mais para entender o que vem pela frente. Aqui dá para ver mais ou menos como a fic vai ser. O foco principal vai ser num romance, tanto quando nos vampiros e caçadores. Tenho muitas ideias aqui. Estou muito animada. Mas quero reviews! Espero que gostem e deem reviews, por favor!! :DD



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Quando eu fiz nove anos, meus pais me revelaram um segredo.

Eu sempre fui uma menina obcecada por livros, principalmente aqueles que falavam sobre vampiros. Meu irmão, três anos mais velho que eu, sempre incentivou que eu aprendesse sobre esses seres das trevas, mas também sempre disse que eu deveria odiá-los. Eu não sabia exatamente o porquê, mas de qualquer jeito não conseguia sentir raiva, apenas ficava fascinada com aquelas criaturas mordendo pescoços e sugando a vida dos pobres infortunados.

Aquele segredo me fez pensar um pouco mais sobre o assunto.

Descobrir que você faz parte de uma família de caçadores de vampiros, ou melhor, descobrir que vampiros realmente existem, pode virar sua vida de cabeça para baixo. No meu caso, isso explicou muita coisa sobre o misterioso emprego dos meus pais e das pessoas com quem convivia. Inclusive o porquê de nós vivermos mudando de cidade, morando em casas que mais pareciam cabanas e sempre em grupo. Uma vez cheguei a perguntar se nós éramos uma família de ciganos nômades.

Meus pais acharam que eu ficaria chocada em saber a verdade. Eu fiquei. E eu ri muito! Esse foi meu jeito de demonstrar meu choque. Quando eu finalmente me acostumei com toda a situação, meu pai disse que era hora de eu começar meu treinamento.

Para minha sorte, meu irmão estava lá comigo. Ele me ensinou muito do que já tinha aprendido. E eu fiz amigos. Amigos e parceiros. E foi ali que a ficha foi começando a cair. Todos que estavam comigo tinham uma vida em comum. Todos nós ligados por um legado. Todos treinando para caçar vampiros. Para matar. Isso não era exatamente o que uma criança normal na minha idade aprendia na escola.

Aos 11 anos, eu ganhei minha primeira estaca.

Foi um momento de completa euforia. Meninas normais ganhavam bonecas. Eu ganhei uma estaca. Não entendia o motivo de ter de esperar dois anos para poder finalmente ter uma. Naquele momento eu só queria segurar aquela estaca com toda a força possível e andar com ela sempre ao meu lado.

Mas Mesmo naquele dia, eu devo confessar, ainda não conseguia odiar verdadeiramente os vampiros. Eu nunca tinha visto um de verdade. É claro que ouvia todas as histórias de como eles agiam, em bandos, como eram cruéis, como eram brutais, matavam as pessoas sem nem pensar duas vezes. Mas ainda não era o suficiente. Eu queria ir pras ruas, queria ver com meus próprios olhos e fazer o meu próprio julgamento. Mas todos diziam que eu ainda era nova demais para isso. A idade mínima para ir a combate era 14 anos. Sim, sempre existem regras.

Quando eu tinha 12 anos, dei meu primeiro beijo.

Foi lindo. Um momento muito importante na vida de uma garota. Mesmo uma treinando para matar vampiros. Lembro-me de querer passar o resto da vida beijando, deixar tudo para trás e viver só aquela experiência. Sem contar que o garoto era especial... Detalhes mais a frente. Ah! Quase me esqueci de comentar: Foi nesse ano também que meus pais foram assassinados. Por vampiros.

Foi um massacre. Tudo planejado. Ouviu-se que um aglomerado de vampiros tinha sido localizado próximo a nós. Um grupo imenso saiu, todos armados para caçar, para matar. Meus pais e familiares, como também da maioria dos meus amigos, estavam nesse grupo. Nenhum deles voltou.

Naquele dia a desordem reinou na associação. Os poucos adultos que restaram não sabiam como lidar com tal tragédia. Nunca tinha acontecido algo tão grande e desastroso como aquele massacre. Pareceu o fim para nós.

Foi nesse dia que a menina leitora abriu caminho para a caçadora. Nesse dia finalmente aflorou-se o meu ódio pelos vampiros. E ele veio com força. Eu sabia que não era mais a mesma garota. Eu estava com sede de vingança. Isso não era problema que uma adolescente normal deveria ter. Mas eu finalmente me dei conta de que eu não era normal.

Com 16 anos, eu já tinha matado mais vampiros do que qualquer outro membro do meu grupo.

Meus amigos tinham medo de mim. Ou talvez fosse pena, sei lá. Eu tinha me tornado uma pessoa reclusa. É claro que eu conversava com os outros. Com meu irmão principalmente. Mas na maioria dos momentos eu me trancava na salinha de armas e fazia novas estacas. Tinha me tornado expert no trabalho.

Quando se tratava de caçadas, eu estava em todas; um dos raros momentos que eu estava com o grupo. Também saia da salinha de armas para participar dos planejamentos. Eu podia ser taxada de antissocial, mas ninguém podia negar que eu era uma das melhores caçadoras da associação.

Mas é claro que tinha um carinha, Tony. Nós sempre fomos amigos muito próximos. E depois do meu primeiro beijo, que foi com ele, nos aproximamos mais ainda. Os pais dele também tinham morrido, e ele não tinha nenhum irmão. Era mais sozinho do que eu. Mas ele estava sempre ali, ao meu lado, mesmo escondido. Eu sabia que ele ficava me olhando por uma brechinha na salinha de armas. Acho que eu me apaixonei por ele nessa época.

Agora, com 18 anos, eu sou a líder do meu grupo.

Meu irmão e Tony são meus parceiros e comandantes depois de mim. Minha melhor amiga - sim, eu tenho uma melhor amiga – também está num dos postos de comandante. Nós formamos um grupo de nove caçadores no total. Mas somos apenas um grupo dentro de muitos outros. Nossa associação é uma só, mas nos dividimos em pequenos grupos desde o último massacre, justamente para evitar que coisas do tipo aconteçam novamente.

Mesmo depois de seis anos, a dor da morte dos meus pais ainda está comigo. Eu posso saber lidar melhor com isso agora, posso ter voltado a viver como uma pessoa o mais normal possível, posso estar mais racional – e menos antissocial -. Estou mais vivida, mais treinada e mais esperta. Assim como todos ao meu redor. Mesmo assim, a sede de vingança ainda me acompanha.

Caçar vampiros é o meu legado. Matá-los é o meu dever. Essas criaturas com dentes pontudos merecem morrer. É um trabalho duro e completamente arriscado. Mas eu não posso mentir e dizer que eu não gosto. Porque sim, eu me sinto viva quando enfio uma estaca no coração de um vampiro. Eu sinto prazer em ouvi-los gritar de dor e ódio. Gosto do sangue deles escorrendo por minha mão e manchando a estaca. Vê-los morrer é uma mistura de prazer e... culpa.

Acham que eu sou doente? Sou fria igual a esses malditos seres? Está enganado. Sim, eu sinto culpa também! Porque no último instante é como se eu conseguisse enxergar o humano que a criatura foi um dia. De alguma forma eu estou matando alguém que foi igual a mim em dado momento. Mas a culpa passa no momento em que penso nos meus pais.

Como eu já disse, é um legado. Essa coisa que passa de geração em geração. Eu sou membro e líder de mais um grupo de Caçadores de Vampiros. Eu faço parte do Estaca de Sangue, uma associação criada para salvar a humanidade e acabar com o mal que são os vampiros.

Mas às vezes é preciso fazer sacrifícios. Como os meus pais. Eles se sacrificaram pelo que achavam certo, pelo que lutavam. Acho que eu não compreendia isso. Até que chegou a minha vez de fazer um sacrifício, que mudou totalmente o rumo da minha vida.

Meu nome é Joyce, mas podem me chamar de Joy. E esse é só o começo da minha história.


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Notas finais do capítulo

Então, alguém leu? Alguém ficou curioso? Alguém quer mais? Por favor, digam que sim! Tenho muitas ideias aqui! Quero muito escrever essa fic! Vamos lá, alguns reviews vão fazer bem para essa autora! :DD