Contos De Gaveta escrita por Mamy Fortes


Capítulo 25
Tempo de Pipa.


Notas iniciais do capítulo

Ooooooooooooooooooooooooooooooooi pessoas! Estou aproveitando que hoje tirei o dia pra ficar doente, e o usando para colocar tudo em ordem. E como faz um tempinho que estou em falta com vocês, achei que seria bom trazer um capítulo quentinho~! Ele é meio esquisitinho, mas o tratem com amor. Nos vemos daqui a pouco.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/334699/chapter/25

Aquele pequeno menino causava problemas. Achava-se capaz de vender ideias em troca de pipas. Achava-se capaz de usar as pipas para colorir os dias. Achava-se capaz de usar os dias coloridos para ser quem bem entendesse. E era mesmo capaz de tudo isso. Era bom nisso. Mas ninguém senão ele mesmo lhe botava fé. E ele ali, seguindo com seu plano, em toda a sua pequenez.

Nos domingos era mudo. Achava o dia meio sem graça, e por isso a ninguém agraciava com palavra alguma. Os pais, enlouquecidos, faziam altas tramas para arrancar-lhe uma ou duas palavras, que nunca passavam de 'hum' e 'aham'. Onde quer que fosse, ia de boca fechada. Era caso perdido aos domingos.

Nas segundas fazia-se engraçado. Sabia que precisariam de riso frouxo pra enfrentar a semana, embora fosse difícil arrancá-lo. Quando sobrava tempo ia pra praça ventar os cabelos que, então arrepiados, poriam um sorriso em quem quer que lhe metesse os olhos. Nas segundas era um menino feliz.

Terça-feira apostava na valentia. Enfrentava o mundo e denunciava-o no mais puro estado de coragem. Não havia perigo que ele não vencesse, nem injustiça que o acovardasse. Protetor dos fracos e oprimidos. As terças era um super-herói, ao menos em quanto durasse o dia.

Quarta fazia-se mediano, pela paz de não ter de fazer nada espetacular. Quinta era inteligente. Sexta, meio sem rumo. Mas se havia um dia para ser quem era, chamava-se sábado. Nesse dia ia vender suas ideias e pegar seus pipas e colorir seus dias. Quem o visse nos sábados jamais creria ser o mesmo da semana toda. Era a criança amável que todos queriam ter. Aos sábados vendia-se por uns trocos poucos.

Um dia encontrei-o. Estava preso num corpo maior do que contavam, e ainda suficientemente pequeno para impedir seu sonho de abraçar o mundo com os próprios braços. Não era dia da semana algum, e ele nem sequer tinha inventado-se ainda. Sua semana toda, laçada em fita amarela, veio-me de brinde quando lhe dei a pipa laranja. Havia comprado sua história.

Deus, aquele pequeno garoto sabia da vida. Reinventava-se a cada raiar de dia. E agora quando se faz verão, tempo de pipa, ouso contar sua história. Eu, que como ele vendo sonhos por uns trocados poucos, sem nunca perde-los realmente. Eu. Porque o guri não existe em lugar algum senão o meu coração, mas o dou vida sempre que lhe conto a história. O quero vivo. E ao menos um de nós perdurara no tempo infinito. Que seja o moleque. Porque as ideias dele são mesmo capazes de enfeitar os dias.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

E ai, galera? Críticas são seeeeeempre muito bem vindas, e ando precisando delas mais do que nunca, então... É isso ai. Vejo vocês nos reviews.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Contos De Gaveta" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.