Admita que é ela escrita por Kori Hime


Capítulo 1
Admita de uma vez que é ela, ou compre um colar


Notas iniciais do capítulo

+ Zoro não é um homem romantico, eu não acredito que seja do tipo de falar coisas melosas, mas o coração no balão da imagem na capa mostra que mesmo não sendo isso, ele pode admitir (do jeito dele) um sentimento como esse.



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Chovia em alto mar.

O bando do chapéu de palha estavam reunidos na cozinha para o jantar. Como sempre, era um momento muito divertido, todos falando ao mesmo tempo, cantarolando, comendo muito e claro, cuidando para que Luffy não roubasse suas refeições. Mas o cozinheiro do navio, já acostumado com a situação, preparava a quantidade perfeita para o capitão. Embora Luffy, muitas vezes, se superasse e acabava brigando com Usopp e Chopper por um pedaço de carne.

Alheio a tudo o que acontecia na mesa estava Zoro, bebericando rum no seu caneco. Ele não olhava para ninguém em especial. Desviando o olhar para pontos desinteressantes da cozinha, como se nada lhe interessasse.

Do outro lado da mesa, Nami estava atenta a toda confusão que Luffy causava com Usopp, Chopper e Brook. A navegadora aceitou a sobremesa que Sanji lhe servia e quando seus olhos cruzaram com os de Zoro, ela captou uma reação contrária. A ruiva tombou a cabeça para o lado, apoiando o queixo na mão. Sanji servia para Robin uma dose extra de cobertura sobre o sorvete de morango que ele havia preparado. O cozinheiro rodopiou feliz, segurando a mão delicada da arqueóloga e beijou os dedos finos dela.

Nami girou os olhos e surpreendentemente Zoro fez o mesmo. A navegador mordeu o lábio inferior e sorriu. Sanji deu a volta na mesa e passou por detrás da cadeira de Zoro, mandando-o lavar a louça, já que era a vez dele.

— Eu ajudo. – Nami se prontificou, ficando de pé.

Todos na mesa ficaram em silêncio, olhando para a navegadora.

— Nami-san, não quero que estrague suas lindas unhas. – Sanji apontou para Usopp e mandou que ele ajudasse Zoro. O atirador reclamou, dizendo que tinha uma doença grave de mexer em água molhada.

— Eu já disse. – Nami foi pegando alguns pratos de cima da mesa e levando para a pia. – Eu ajudo o Zoro. – Ela se virou, e todos ainda a encaravam sérios. – Algum problema com isso?!

— Não, Nami! – Respondeu a maioria deixando a cozinha rapidamente ou a navegadora poderia fazer algum mal a eles com aquele olhar frio que ela lançava.

— Venha Zoro! – ela ordenou. – Você lava e eu seco.

Nami amarrou o avental de estampas floridas em volta da cintura.

A navegadora viu Robin se levantar com uma xícara de café que Sanji preparou rapidamente. Ele a seguiu para fora da cozinha, mas antes, ameaçou Zoro de todas as formas possíveis caso ele quebrasse algum prato ou fizesse qualquer tipo de bobagem que viesse irritar sua queria Nami-san.

Os dois piratas estavam calados. Zoro lavava e Nami secava.

A ruiva ouviu o barulho da chuva vindo lá de fora. Era gostoso, pelo menos quando não havia problemas perigosos. Ela secava os pratos que Zoro enxaguava, por um momento em silêncio, mas depois, Nami achou que já podia abrir logo o jogo.

— Eu sei o seu segredo! – Disse sorrindo e dando uma piscadela para o espadachim, quando ele a olhou confuso. – Não se preocupe, vou manter seu segredo em segurança.

— Não tenho nenhum segredo. – Zoro voltou a lavar os pratos.

— Não precisa ficar tímido. É algo natural da vida.

— Do que você esta falando?

— Eu vi o seu olhar.

— Que olhar? – Zoro estava ainda mais confuso.

— Aquele olhar que você lançou para o Sanji.

— Que olhar eu lancei para o cook?

— De ciumes!

Zoro gargalhou.

— Acho que você precisa de um par de óculos. Está enxergando coisas que não existem.

— Seu burro. – Nami pôs a mão na cintura. – Ciúmes sim.

— Porque eu sentiria ciúmes daquele babaca? – Zoro continuou lavando a louça para sair logo daquela cozinha.

— Porque o Sanji pode fazer algo que você não tem coragem.

— Até parece que o cozinheiro pode fazer algo que eu não tenho coragem. Me diz o que seria isso?

Nami suspirou enquanto guardava os pratos secos no armário.

— Ele não tem medo de demonstrar os sentimentos.

— Que bobagem.

— Sanji não tem medo de ficar perto dela. Ou beijá-la nas mãos.

— Ela quem? – Zoro parou, sua camisa estava toda molhada por encostar na pia.

— Robin.

O espadachim arqueou a sobrancelha, tentando entender qual era o ponto que Nami queria chegar.

— Quem disse que eu quero fazer essas coisas?

— Ora, você mesmo. Com seu olhar de cobiça. – Nami girou o pano de prato com o dedo.

— Passar muito tempo dentro do navio te deixou maluca. – ele não queria mais falar no assunto, por isso, voltou a lavar as panelas.

— Que isso, Zoro. Você não escondeu quando a olhou no jantar. Ficou com ciúmes quando Sanji beijou as mãos de Robin, e também quando eles saíram juntos da cozinha.

— Não me interesso nessas coisas.

— Não mesmo? E se eu dissesse que a Robin me confidencia algumas coisas importantes sobre uma certa pessoa com brincos na orelha...

A panela escorregou das mãos de Zoro, causando um impacto forte na pia.

— Eu já disse que não me interesso nisso.

— Tudo bem, você quer ser difícil. Mas... sabe que eu só queria ajudar.

Zoro terminou de lavar a louça. Nami secou tudo e guardou. Antes que ele saísse pela porta, ela achou melhor dar um alerta:

— Ah! Acho que preciso de algum incentivo para esquecer dessa conversa. Talvez algumas milhares de moedas de ouro.

— Você está maluca mesmo!

— Eu? Você que não quer admitir a verdade.

— Não existe nenhuma verdade. Está me extorquindo para ganhar dinheiro com mentiras.

Nami riu, jogando os longos cabelos para trás.

— Pode dar o nome que quiser, mas eu só quero te ajudar. E lembrando que, se não quiser que eu diga algo para a Robin, vou querer aquelas moedas de ouro. – Nami abriu a porta da cozinha, dando um até mais com a mão para Zoro.

— Espera... – o espadachim a chamou de volta.

— O que foi? – Nami piscou os olhos lentamente, como se não soubesse do que ele estava falando.

— Eu não tenho dinheiro...

— Ah! Mas tudo bem, quando tiver pode me pagar.

Zoro pensou alguns segundos e depois fixou seus olhos nos da navegadora, compreendendo o plano inicial dela.

— Era isso que você queria não era? Que eu caísse na sua conversa, para saber a verdade.

Nami deu um sorriso, balançando os ombros.

— Você é esperto, Zoro. Mas também é um tonto. Robin não liga e nunca ligou para o Sanji, coitado. Mas ele já deve estar acostumado a levar foras de mulheres como ela.

— Do que você tá falando?

— Exatamente isso que você pensou. Devia parar de somente olhar e agir de ma vez... – Nami deixou a cozinha, sem antes dizer que ele estava devendo no mínimo um belo colar para ela, pelo conselho oferecido.

Zoro bufou, mas caiu na conversa da navegadora como um pato.

Robin entrou na cozinha, ela olhou o espadachim com a roupa toda molhada por ter lavado a louça, deu um sorriso gentil e perguntou se estava tudo bem. Zoro coçou os cabelos e esfregou o rosto, ele não acreditava que estava fazendo aquilo, mas era tarde demais para voltar atrás.

— Você precisa de alguma coisa? – ele perguntou e Robin aceitou a ajuda, mas bem que poderia fazer um café ela mesma, já que Sanji estava paparicando Nami e não queria atrapalhar. – Posso ajudar.

— Ok. – Robin deixou Zoro preparar o café, ele lhe entregou a xícara depois de pronto e a arqueóloga assoprou o líquido quente. Estava fraco e adoçado demais, ela não costumava adoçar. – Está ótimo, é verdade.

— Que bom. – Zoro moveu a cabeça sem dar muitos sinais de animação.

Robin terminou de beber o café e Zoro pegou a xícara para lavar. A arqueóloga riu da cena, mas não na frente do espadachim. Ela não queria acuá-lo.

Bem que Nami a alertou de que se entrasse na cozinha, algo muito estranho iria acontecer. Nami estava certa, e Robin curiosa para saber o motivo daquela novidade, mas ela não iria apressar as coisas, estava gostando do ritmo que tudo acontecia.

— Vou para a biblioteca ler um livro. – Robin deixou a cozinha, agradecendo mais uma vez pelo café. Em seguida, Nami abriu a porta sem deixar Zoro sair.

— Falou para ela?

— Falar o que?

— O que você tem que falar.

— Quem disse que eu tenho que falar alguma coisa?

— Certo, eu sei que você é ótimo com espadas, mas eu sou mulher e sei coisas muito importantes que pode te ajudar.

— Não preciso da sua ajuda. – Zoro cruzou os braços, os músculos definidos do peito apertando a camisa ainda molhada na barra.

— Quando você vai admitir a verdade? Quando vai admitir que é ela...

— Não preciso admitir nada.

— Tem razão, não precisa. – Nami deu passagem para Zoro sair da cozinha. – Ah! Zoro, meu colar.

— Eu não vou te dar um colar.

— Vai sim. – A navegadora deu uma piscada de olho. – Ela esta na biblioteca.

— Droga, eu sei! – Ele saiu, só havia um lugar para ir agora, ou passaria o resto da vida devendo algo a Nami. E se fosse para admitir alguma coisa, deveria fazer isso para a pessoa certa.


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Notas finais do capítulo

O final esta nas entrelinhas, será que o Zoro vai admitir, ou comprar um colar novo para a Nami?