Beyond us

Não é novidade para ninguém que depois de casados todos nós queremos filhos, uma linda família, com um, dois, três ou quantos filhos for possível ter.

E comigo e com Draco não é diferente.

Nós queríamos e tentávamos ter, como ele diz, nossos lindos herdeiros loiros.

Já estavamos casados a quase 4 anos e a exatos 2 anos fazíamos tratamentos de todos os tipos e em todos os lugares. E era algo incerto, porque ninguém, até os melhores especialistas no assunto, descobria qual seria o ‘’problema’’ conosco.

Às vezes, o desânimo nos pegava de tal jeito que não há quem não percebesse. Todas as manhãs, eu e o meu loiro acordávamos nos braços um do outro, tomávamos banho, nos arrumávamos, sempre juntos. Ele me levava ao Ministério da Magia para depois partir para o St. Mungus, caímos na rotina.

Certo dia estava tão evidente o nosso ‘’estado emocional’’ que ambos ganhamos folga por 2 semanas, o que não é de todo comum.

Nós, quando estávamos em nossa casa, sempre tentávamos ocupar nosso tempo, normalmente levando trabalho, fazendo pesquisas ou lendo na biblioteca, mas na maior parte do tempo ficávamos em nosso quarto tentando realizar nosso quase impossível sonho.

Todo mês havia uma certa expectativa, e apesar dos anos e praticamente todos os nossos amigos já terem filhos, eles ainda assim, nos incentivavam.

Talvez a culpa de tudo isso fosse porque, a anos atrás quando eu e Draco tínhamos apenas 17 anos, por descuido eu acabei engravidando, e nós queríamos o nosso filho. Mas quando eu completei 3 meses de gestação, no dia exato, eu e Draco brigamos. A história é que, havíamos ido á uma balada com alguns amigos em época de férias. Eu estava sentada no bar conversando com Elena. Quando olhei para pista, Draco estava agarrado a uma morena que ninguém sabe de onde surgiu.

Ao invés de reagir á cena que eu estava presenciando, caí no mundo da inconsciência. Acordei dois dias depois, e eu havia perdido o meu bebê.

Draco e eu ficamos separados durante uns dois meses, até que eu finalmente cedi as tentativas dele e resolvi escuta-lo. Ele permitiu-me entrar em sua mente para provar que o que eu havia visto não foi consentido. Além dele estar bêbado a mulher o havia agarrado, mas ele rapidamente a afastou, no entanto eu já havia os visto.

Todos os médicos dizem que esse episódio não havia nos afetado em nada. Eu realmente não sabia.

Nossa casa, ou posso dizer, mansão, fica aos arredores de Londres. É linda, sem dúvidas, mas era vazia e eu normalmente andava por lá imaginando nossos filhos. Eu queria três, mas se um já estava difícil...

Um dia estava parada na porta do escritório amplo que mantemos em casa, visualizando meu marido que estava visivelmente atordoado em cima de livros e pesquisas, certamente sobre a nossa preocupação, era comum estarmos assim.

Adentrando o aposento, sentei no colo dele, esperando que ele dissesse alguma coisa, e ele disse.

– Ok! Definitivamente tem alguma coisa errada comigo! Só pode ser comigo Hermione! A gente já está tentandoa 2 anos! 2 ANOS! – Ele falou irritado e ao mesmo tempo magoado, e eu o entendo. Quantos dias eu já havia estado assim e ele sempre estava lá me amparando.

Então eu o abracei e sussurrei.

– Calma Draco, a gente vai conseguir, eu sei que você vai conseguir Draco, eu sei.

E eu percebi que, assim como eu, ele estava chorando. Não era a primeira vez que eu o via chorar, porque já tivemos decepções inúmeras vezes.

Alguns meses se passaram após isso e apesar da pressão em que me encontro eu somente pedia a Merlin que dessa vez não fosse tudo ilusão.

Vinha a alguns 5 dias com tonturas e enjoos pela manhã, mas isso eu já havia tido inúmeras vezes e era tudo psicológico. Eu apenas esperava que daquela vez não fosse.

Com o exame que diria se eu estava ou não esperando o filho do meu príncipe encantando na mão, eu chamei Gina, sempre a chamava quando ia fazer os exames, porque sei que podia e posso confiar nela.

Pedi para que ela abrisse o envelope para mim, com ela sempre o fazia e o sorriso que se abriu no rosto dela não era totalmente característico da situação. Então eu entendi. Havia dado positivo.

– Não me diga que... – ela assentiu – Oh meu Merlin! – agarrei o papel das mãos dela e conseguia ler apenas o positivo. Lindo, perfeito, como eu sempre esperava.

Então eu sai correndo da sala de Gina chorando, mas de felicidade, esbarrei em todos a procura de Draco e encontrei-o no hall de entrada do St. Mungus e pulei em seus braços, repetindo somente isso.

– Você conseguiu! Eu disse que você conseguiria!

Ele me colocou no chão e eu estendi o exame para ele, e nesse momento ‘’caiu a ficha’’ e ele me abraçou novamente me girando no ar enquanto os colegas e pacientes dele nos assistiam, e ele sussurrou para somente eu ouvir.

– Nós conseguimos Mione! Nosso primeiro herdeiro ou quem sabe herdeira! Nosso sonho! Eu te amo mulher, mais que tudo, eu te amo. – e me beijou, arrancando palmas de todos no exato momento que Gina chegava.

E hoje estou feliz, porque agora somos uma família de verdade. Eu, meu marido e o Ethan, nosso filho, nosso herdeiro. Aliás, eu preciso contar uma nova novidade a minha família...