Capitulo Três — Uma ideia muito louca!

“Esquecer é uma necessidade. A vida é uma lousa, em que o destino, para escrever um novo caso, precisa de apagar o caso escrito. “

–Machado de Assis

Há exatamente sete anos atrás Bella havia abraçado fortemente seu bebê nos braços, depositando um suave beijo em sua cabeçinha perfumada.

E logo em seguida pedira perdão entre lágrimas por não poder leva-la consigo. Bella nunca pôde se esquecer da lembrança daqueles pequenos olhos brilhantes e vivos estudando seu rosto, pedindo que ela a amasse, que ficasse. Mas ela não ficou e hoje, ela se arrependia amargamente das suas escolhas.

Bella estava sentada rigidamente na cadeira fria do saguão de espera, sentia seus braços frios, o vazio que ficou, onde o corpo quente e macio do seu bebe outrora se encaixou.

Na verdade Bella estava apavorada!

Seu medo fazia sua garganta sufocar. Ela se levantou e começou a andar em círculos, ela sentia suas mãos suarem de nervosismo. Alice a olhava compreendendo sua luta interna, mais ficou sentada em seu lugar.

De repente o sinal tocou, assustando Bella e Alice que se puseram de pé. Crianças começaram a marchar para seus respectivos pais quando Bella a viu. Ela vinha segurando um ursinho rosa na mão.

Bella reprimiu as lagrimas ao se da conta que era um dos presentes que enviara para que Alice dá-lo em seu nome. Ela o segurava o protegendo junto ao corpinho pequeno.

Ela tinha um olhar travesso e sorria para Alice. Causando ciúmes em Bella, aquele sorriso era pra ser seu, o abraço apertado; a sensação de proteção e o amor que sua filha transmitia no olhar era pra ser dela. Só dela.

Mais Bella o perdeu no dia que saiu da sua vida.

— Titia Alice que bom que veio me buscar.

— Ola amorzinho, como foi à aula?

— Foi boa.

De repente Lily notou a presença de Bella, e olhava-a com curiosidade característica das crianças.

Bella se aproximou dela reprimindo a vontade incontrolável de abraça-la, beija-la e matar toda a saudade acumulada de todos os anos perdidos.

— Ola. — Bella disse com um sorriso.

— Oi. — Ela respondeu timidamente.

— Lily querida. — Disse Alice se abaixando pra ficar no mesmo nível da garota. — Essa será sua nova babá. — Pode chama-la de...

— Do que você quiser — cortou Bella, se agachando também.

Bella traçava cariosamente com mãos tremulas seus lindos cachos, que brilhavam e tinham a textura de seda e a cor — Bella admitiu —tinha herdado do Edward.

Ela sentia seu peito oprimido tamanha emoção de estar tão perto e tão longe de sua garotinha.

— Você é mais linda do que me disseram.

— Obrigada.

— vamos? — Perguntou Bella estendendo a mão.

Um segundo que pareceu uma eternidade, Lily pegou sua mão e a da Alice e elas começaram a caminhar em direção ao carro.

~~

Lily seguiu de mãos dadas com sua tia e sua nova babá que logo mais não o seria. Lily sorriu sorrateiramente, sua baba não sabia o que a esperava. Ela logo mais pediria demissão e seu pai veria que ela não precisava de uma baba, e sim apenas da sua mãe.

Enquanto isso ela seria um anjinho.

~~

Ao chegar à porta da casa do Edward Bella parou— indecisa? — não, ela tinha medo de trazer mais sofrimento para os dois, de acabar os magoando de novo. Ela parecia ter o dom, sempre no final machucava as pessoas que amava. Ela só queria ter uma chance, de ficar perto, de aproveitar enquanto podia.

Bella cerrou os olhos e respirou fundo ordenando a si mesma continuar, era muito tarde para voltar a trás além do mais.

A casa era magnífica, aliais tudo do Edward tinha um quê de sofisticação. A casa era iluminada, tinha uma grande escada no centro. Ao virar-se Bella viu o grande piano de calda, que brilhava de tão polido. Bella sorriu ao descobrir que ele não abandonou a musica.

Ela caminhou lentamente até o piano e reprimiu a vontade acaricia-lo, tinha medo de tirar aquele brilho majestoso com as mãos suarentas.

Bella inalou no ar um cheiro agradável e cítrico e ela logo soube a causa.Do corredor apareceu uma senhora de estatura baixa e rosto alegre, nas mãos ela trazia um grande vaso com variadas flores campestre em um elaborado arranjo. Ela tinha um sorriso amistoso na face rosada e castigada pela idade.

— Cecy, quero que conheça a Be... — quer dizer a senhorita April. — senhorita April essa é a nossa salvadora e governanta senhora Cecy. — Ela é mais como um membro da família e ela a auxiliará em tudo.

— Muito prazer. — disse Bella estendendo a mão pra um cumprimento, mais foi pega de surpresa pela pequena e gorducha mulher. Ela puxou Bella para um abraço caloroso e beijando em seguida as duas faces do rosto de Bella.

— Bem vinda, querida. Conte comigo para tudo, alias suas malas já chegaram, eu a coloquei no seu quarto. Logo lhe mostrarei. Sugiro que conheça a casa primeiro, e descanse. Alias o almoço estará logo servido. Alguma duvida. Falei rápido demais? Eu e essa minha boca grande, se acostume criança. Agora me deixe voltar para meus afazeres. — querida Alice ficara para almoçar?

— Não poderei, tenho que resolver uns probleminhas, mais obrigada Cecy.

— De nada minha querida, com licença. — vá criança tirar esse uniforme. — pediu Cecy dando uma palmadinha no bumbum de Lily,ela logo começou a correr a escada a cima. — não corra sua pestinha e desça logo para almoçar, fiz lasanha.

— Oba. — gritou Lily saindo de vista e deixando Alice e Bella sozinhas.

~~

Bella piscou meio perdida, vendo-a as duas se afastarem. E ela achando que Alice era a tagarela da família, a senhorita eficiência Cecy a superara. Bella se voltou para sua irmã e sussurrou.

— O que você quis dizer com que não pode ficar, você não pode me deixar sozinha Alice. Eu não sei como agir... Eu.

— Bella ela é uma criança, vai levar um tempinho mais você vai conseguir conquistar sua confiança. Ela vai ama-la. — Agora me deixe ir.

— não, por favor, licinha, por favor. — pediu Bela com seu olhar pidão, mais Alice não ia se deixar influenciar igual quando eram crianças. — Tire essa bunda gorda de enchimento do meu caminho, agora! — Disse Alice firme e aproveitando e fugindo.

Ela sabia que seria difícil, mas as duas tinham que se reencontrarem. — os instintos de ambas tinham que falar mais alto e sozinhas aconteceria mais rápido. E foi por isso mesmo que pedira para Edward dar o dia de folga para Cecy.

Quando Bella se viu sozinha começou a perambular pela sala, na estante tinha várias fotos da sua filha bebe. Ela ria com seus primeiros dentinhos, em uma foto apareciam os braços do Edward, onde ele a segurava enquanto ela dava pacinhos. Bella podia ate visualizar as cenas. Ela sentiu seus olhos marejados e uma dor aguda se instalou em seu peito.

O barulho dos pequenos passos a tirou do seu tortuoso devaneio.

— Cadê tia Alice babá?

— Ela teve quer ir querida.

— o que você esta fazendo? — perguntou ela novamente.

— Eu estava vendo suas fotos, você era realmente linda. — disse Bella levantando a mão para acaricia-la, mais a Lily foi mais rápida e se afastou. — espero que possamos ser amiga. — Bella tentou mais uma vez.

Ela balançou a cabeça e sorriu forçado, estava na cara que ela estava desconfortável, levaria tempo ate ela acostuma-se.

— hey, vocês estão ai, o almoço estar servido. — anunciou Cecy.

~~

A mesa Bella a flagrava a olhando, toda vez ela desviava e mastigava pra disfarçar. Mas Bella podia sentir o peso do seu olhar, mais fingiu não notar e comeu em silencio.

Lily a olhava com interesse, toda vez que ela a olhava lhe sorria, e era um sorriso bonito, porque ela tinha que gostar do seu sorriso. Ela não podia gostar da baba. Tinha que manter seu plano.

Logo depois do cansativo e silencioso almoço Cecy se despediu e as deixou sozinhas. As palmas da mão de Bella suavam como bicas. Elas estava na sala há uns 15 minutos, lily brincava com uma boneca e Bella não sabia como falar com sua própria filha.

— Então o que fazemos agora? — Perguntou Bella.

— Você que é a baba, mais — disse Lily com um sorriso de orelha a orelha e um brilho diferente no olhar. — Esta na hora da minha lição de casa e eu costumo faze-la no escritório do papai.

— Ok então. — você precisa de ajuda meu anjo?

— Ah não, é fácil, porque você não vai conhecer seu quarto. Ouvir a Cecy dizer que já chegaram suas malas.

Bella a olhou com atenção, ela tinha uma cara de quem iria aprontar.

~~

Bella a deixou no escritório do Edward concentrada nos seus livros, sorte de Lily que herdou os super hiper e megas QI’s do Edward, não que Bella fosse burra. Mais Edward era um gênio em tudo o que fazia.

Ela seguiu direto para seu quarto, mais parou ao avistar um quarto com a porta entreaberta, ela olhou ao redor mesmo sabendo que estavam sozinhas. Ela se aproximou da porta e colocou a cabeça no vão e confirmou que era realmente o quarto dele.

Impulsionada pelas recordações e desejos reprimidos, ela adentrou o espaço dele.

A mobília ali era escura, as cortinas estavam cerradas dando ao quarto um ar de intimidade. Ela se aproximou da cama e sentou-se a beirada. movida por um impulso ela pegou o travesseiro o levou ao rosto, sentindo seu cheiro. Tinha cheiro de shampoo e do seu cheiro natural, cheiro de homem. Sua mão serpenteou pela cama, como se assim ela pudesse absorver o cheiro, a essência dele.

Bella puxou as mãos abruptamente da cama e se pôs de pé. — O que você esta pensando sua idiota, pare! pare já de sonhar acordada,seu tempo acabou, ele não te ama mais. E você não veio aqui pra isso, concentre-se Isabella. — Bella saiu apressadamente do quarto, enquanto xingava-se mentalmente.

Finalmente no seu quarto Bella se deliciou com suas cores e contrastes, era espaçoso e o melhor tinha banheiro privativo. Ela desfez suas malas rapidamente e foi retocar sua maquiagem e disfarce antes que Edward chegasse.

Só de pensar nisso suas pernas ficavam moles, seu sangue corria ferozmente nas veias devido a adrenalina.

~~

Bella e Lily se esqueceram das horas, elas brincavam no jardim enquanto o sol se escondia novamente no horizonte. Bella vestia roupinhas nas bonecas de Lily quando Edward apareceu.

Ele tinha tirado o terno e o jogado no ombro, as mangas da camisa estavam arregaçadas e seus cabelos pareciam mais selvagens do que nunca e ele estava muito, muito viril.

Bella se levantou de um pulo, incorporando a senhorita April em seguida.

— Papai— gritou Lily se lançando em seus braços. Ele a beijou demoradamente.

— Hum, vejo que estão se conhecendo.

— É verdade papai, a babá é muito legal, a gente estava brincando de boneca.

— Sério— disse ele se voltando e vendo-a toda dura e rígida, não combinava com a imagem criada na sua mente.

— Bem so passei para da um oi, tenho uns papeis para assinar no escritório.

Disse Edward indo embora,mais deu meia volta.

— Senhorita Lookwold você cozinha?

A pergunta a pegou de surpresa, o que deveria dizer. Que era um desastre

E que não sabia nem fritar um ovo. E ele conhecia seu lado culinário muito bem.

— Eu.. eh... Faz tempo que não cozinho... Eu.

—Não se preocupe, pediremos o jantar. —Disse Edward vendo o olhar de alivio no rosto dela, era notável que ela não dominava a arte da culinária. —bingo— Muito bom, senhorita eficiência, tem uma coisa que você não domina afinal. —divagou ele enquanto se afastava.

~~

Bella já subia as escadas junto com Lily quando Edward saiu do escritório com os braços cheios de folhas, e tinha cara de poucos amigos. Ela conhecia aquela cara, ele estava irritado.

—Espere moçinha — disse ele se dirigindo a Lily. —Eu já não falei que não é pra brincar no meu escritório?

— Foi ela. —disse Lily apontando para Bella. — Ela disse que eu podia fazer minha lição lá, desculpa papai... Ela falou que podia desenhar. —falou ela com uma carinha que enganava muitos, menos Bella. Ela conhecia aquela carinha. E agora estava tudo claro.

Agora ela entendia porque a amizade repentina, os sorrisos... Sua filha era ardilosa, mais ela era mais.

— Meu Deus! Senhor Cullen me desculpe, eu não fazia ideia, deixe-me ajuda-lo, por favor. —Pediu Bella derrubando a pasta e espalhando os documentos riscados por toda a sala. Ela se abaixou e os amassou mais ainda.

Ela era um desastre — pensou Edward a ajudando se levantar. Ela porá fogo na casa. —não se preocupe. Eu arrumo, pode ir senhorita. —disse ele controlando seu temperamento.

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Bella ia se afastando e pedindo desculpas. Ao chegar ao quarto soltou a pequena gargalhada que estava presa. Sua filha era sensacional!

Depois que se recompôs ela foi tomar uma ducha. Ela escolheu um vestido com corres berrantes para o jantar, era tampado ate a gola. Ela tinha que ser rápida, pois o processo de sua transformação era árduo, o que mais a irritava era o calor que aqueles enchimentos causavam.

Meia-hora depois Bella abriu a porta do banheiro e viu uma caixinha na cama, muito estranho — pensou ela. —mais sua curiosidade a venceu e ela abriu a caixinha lentamente.

E soltou um grito logo em seguida.