Capítulo Um — Ela está de volta.

Temos que esquecer o passado que nós fez sofrer, para recomeçar sem os erros do passado. 

— Ela esta de volta. —  a voz de sino de Alice o fez levantar a vista e se concentrar nela. Suas mãos formaram punhos em cima da mesa do restaurante, sua expressão refletia raiva, ele levou à taça de vinho a boca e sorveu um gole. Tentando se acalmar.

— Por favor, Alice  não comece.

— Edward você tem que reconsiderar.

— Eu já falei sobre isso, eu não a quero perto da minha filha.

— Mais ela é a mãe, ela tem direito.

— Não, ela o perdeu no momento que abriu mão da Lily. E eu na quero conversar mais sobre esse assunto. Eu sei que você só quer ajudar. Afinal ela é sua Irma.

— Ela mudou —  disse Alice chorosa. Ai que homem teimoso.  Ela olhou em direção ao marido, pedindo ajuda, mais Jasper simplesmente fugiu do seu olhar.  Traidor.

— Edward...

— Alice chega, eu não quero que ela a veja, não quero que minha filha alimente esperanças.  Ela iria embora à primeira oportunidade, eu não quero que a Lily sofra. Ela não precisa daquela mulher.

— Você estar enganado, ela quer muito rever a mãe.

— Isso é inquestionável. — disse Edward encerrando aquele assunto, ele viu Alice baixar a cabeça vencida. Ele a entendia, afinal ela era sua Irma. Mais se dependesse dele, ela jamais se aproximaria da sua filha e dele mesmo.

***~

Bella contemplava a sala onde seu pai costumava assistir futebol, ainda era o mesmo sofá gasto e puído, com aquela horrível manta quadriculada que ele adorava e Bella achava pavorosa.

 Pelo ângulo Onde se encontrava dava para visualizá-lo sentado, muito concentrado. Ora ou outra soltava resmungos quando os jogadores perdiam uma chance. — Ela riu sentindo falta daquele senso de humor que só seu pai tinha. Mais agora ele não estava mais ali, nunca mais ela o veria em seu sofá favorito, rindo das más jogadas do seu time, nunca mais ela ouviria ele  gritando da sala. Pedindo outra cerveja.

— Oh, papai me perdoa, por não estar aqui ao seu lado.

Culpa fora isso que a fizera voltar, por seu pai e por sua filha.

Sua pequena não era mais tão pequena. Bella via seu desenvolvimento por meras fotografias que Alice enviava, sua pequena faria oito anos em breve. Mas fotografias e vídeos não amenizava a saudade e a culpa que sentia.

Agora estava disposta a lutar por ela, ele querendo ou não. Tantas vezes ligara e ouvira um não, implorara para falar com ela e ele lhe negara.

Edward  se tornara irredutível, havia cercado sua filha em muralha intransponível.

Mais agora ela não era mais aquela garota insegura e imatura que detestava Forks a ponto de deixar tudo e correr para os braços da sua mãe em joksville. Não era mais aquela garota que queria ganhar o mundo. Viver intensamente, viver aventuras e riscos. Por um lado ela entendia Edward, Bella sabia que havia destroçado seu coração ao dizer adeus. Tudo mentira. Tudo que dissera fora com a clara intenção de machucar-lhe e ela conseguiu.

Eu não te amo mais Edward, eu não quero essa vidinha que você planejou. Eu quero viajar, curtia a vida... Eu nunca quis isso.

  Bella ainda recordava com exatidão o choque que ele havia tomado ao ouvir essas palavras.

Ela fizera tudo para poupar-lhes, pela felicidade do Edward e da sua filha. Porque na época não estava preparada pra ser mãe,  e o medo de fracassar e machucar eles, ela simplesmente fugira. Ela sabia que tudo isso não justificava o abandono. E nesses anos todos sofrera amargamente as suas escolhas.

— A companhia a despertou das recordações amargas. Ao abrir a porta se deparou com Alice, que tinha os olhos marejados. Bella sem demora a abraçou apertado. Elas ficaram uns minutos ali na soleira da porta abraçadas recuperando o tempo perdido.

— Oh Bella que bom que você veio, estava morrendo de saudade.

— Eu também pequena, eu também. Vamos entrar, temos muito que conversar.

— Oh é tão bom te ter aqui.

— Eu... Também senti falta de... Tudo.

— Você vai ficar? — Perguntou Alice com os olhos brilhando em expectativa.

— Sim, eu vou.

— Que bom. Alice pegou as mãos de Bella nas suas e apertou, lhe transmitindo conforto. — Eu sinto muito pelo Charlie. Ele não era meu pai, mas eu o amava também.

— Eu sei pequena, eu sinto falta dele também.

— Você vai ficar confortável aqui... Quer dizer... É muitas lembranças. — Você sabe que pode ficar na minha casa, na verdade o Jasper iria adorar.

— Não Alice, eu to bem, serio. Alem do mais, conhecendo Edward ele iria priva-la de ver Lily também. Mais agradeço o convite.

— Tudo bem, se mudar de ideia.

— Ok.

Elas ficaram em silencio ainda de mãos unidas, Alice a analisava, ela mudara muito. Sua Irma mais velha estava diferente, mais madura.

— Eu vi o Edward hoje, na verdade jantamos juntos. Eu falei que você estava de volta.

— E o que ele disse? Não espere, eu imagino.

Quero que ela vá para o inferno.

— Eu tentei argumentar com ele, mais ele é teimoso igual ao irmão. — Disse Alice.

— Eu sei bem e Lily esta bem? — Perguntou Bella com os olhos marejados.

— Ótima, quer dizer... Ela anda muito irritadiça. Foram três babas diferentes em dois meses. Ela simplesmente apavora as babas. Eu prometi entrevistar novas candidatas amanha. Você não acredita, a ultima foi Edward mesmo que a demitiu, ela simplesmente o estava esperando no quarto totalmente nua. Edward fora categórico, ele quer que eu encontre uma mulher feia e velha. Para não ter esse aborrecimento. Mais onde irei encontrar essa mulher monstruosa.

— Bella você esta me ouvindo? — perguntou Alice a olhando, Bella tinha um ar concentrado e aquele olhar. Oh não —  pensou Alice.

— Eu tenho uma ideia. — disse Bella rindo de orelha a orelha.

— Porque será que  eu sinto que não vai prestar. — disse Alice. — Diga-me Bella.

— Eu serei a baba da minha própria filha.

— Oh não, definitivamente não.

— Vamos Alice, serei cuidadosa em todo caso se trata da minha filha.

— Eu não posso Bella, Edward me mata, mesmo eu sendo a cunhada dele.

— Por favor, Alice. Ele esta sendo ridículo me afastando da minha própria filha.

— Eu não sei Bella, é muito arriscado.

— É a única maneira de me aproximar da Lily, você tem que me ajudar maninha.

— Ah, esta bem. Eu sei que me arrependerei, mas estou dentro.

— Obrigada, obrigada... — Disse Bella entre beijos estalados na Alice. — Você é o Maximo maninha.

—  Como você vai fazer para se disfarçar.

— Não se preocupe, tenho um amigo ator e ele tem tudo que eu preciso e ira me ajudar.

***~

— Mas papai porque eu não posso ficar sozinha ou com você? Eu não preciso de baba.

— LiLy já conversamos sobre isso.

— Mas...

— Nada de mais, amanha conhecerei sua nova baba, sua tia Alice disse que ela é adorável e gentil.

— Eu poderia ficar com você no escritório.

— Meu bem, você sabe que não é possível e já chega de conversa mocinha. Já para a cama. — Disse Edward a cobrindo com seu cheirosinho. Beijando-a em seguida. Já estava na soleira do quarto quando ela o chamou.

— papai.

— Sim.

— Eu sei que você não gosta de falar, mais eu queria falar da minha mãe.

Edward parou rígido, sentou-se na ponta da cama de Lily.

— O que quer saber?

— Como ela é?

— Linda como você.

— Ela gostava de mim?

Edward trancou sua mandíbula com uma força excessiva, suas mãos fecharam em punho. Mais ele se controlou, não queria assustar sua filha e com voz mais branda falou.

— Sim, ela te amava muito, mais sua mãe era muito jovem e imatura. Nós éramos.  Ela não estava preparada pra ser mãe por isso nos deixou.

— Então ela não gostava de mim, eu era má. — Afirmou Lily e isso partiu o coração do Edward.

— Não querida você não era má... era a criatura mais doce do mundo.

— Mais... A Matilda disse que eu era má, por isso ela não me quis.

— Quem é essa Matilda? — Perguntou Edward, já imaginando as formas de mata-la.

— A ultima baba. Ela era má.

— Porque você não me disse? — Perguntou Edward indignado, não acreditando que aquela louca fora capaz.

— Ela disse que você não acreditaria em mim, que ia me achar uma mentirosa.

— Meu anjo é tudo mentira, você é linda e perfeita e eu te amo muito.

— Eu vou ter uma madrasta, a Matilda disse...

— Shii, ninguém vai lhe fazer mal. —  Disse Edward já imaginado o que aquela descompensada teria dito a sua filha e ele nem se dera conta. Ele tinha que entrar em contato com a agencia de emprego e dizer para eles arrumarem gente mais qualificada. — Você é a única garota da minha vida.

— Promete?

— Eu prometo.

— papai.

— Oi

— Eu quero conhecer minha mãe.

Edward a olhou, ela tinha um brilho de esperança no olhar, que fez sua garganta fechar e amaldiçoar Bella mentalmente. Ela não merecia a filha que tinha, era uma egoísta. Ele sabia que esse dia chegaria, tentou retarda-lo o Maximo possível. Mais sua garotinha não era mais aquele bebê adorável que ele tanto mimou. Ela estava crescendo, em todos os aspectos.

Os cabelos encaracolados iam perdendo as formas estavam mais onduladas. Iguais aos da mãe. Só a cor lembrava o seu próprio, eram acobreados. Suas bochechas estavam menos evidentes, ela tinha o nariz reto e aristocrático.

Seus olhos brilhavam de ansiedade e perspectiva. Eram dois orbes chocolates, sonhadores e expressivos.  E que o fazia lembrar-se da Bella todos os dias, quando sua filha acordava e o olhava. E as semelhanças não acabavam por ai, ele sabia que teria bastante trabalho afastando os garotos das redondezas.  Quando ela crescesse teria o mesmo porte e silhueta da mãe.

— Você se parece mais com ela. Mais do que eu gostaria —  Pensou ele.

— Sério.

— Eu... Sei que quer muito conhecê-la e fará em breve, eu prometo. Agora durma meu anjo.

— Boa noite papai. — Disse Lily enquanto o beijava e voltava para cama.

— Boa noite meu bem.

Ele desligou as luzes e deixou a porta aberta e foi para seu quarto, a noite estava silenciosa e ele se perguntava o que ela estaria fazendo àquela hora. Teria desistido da filha novamente. Ele simplesmente há rechaçou esses anos todos. Ele não queria que sua filha tivesse falsas esperanças e ele próprio tinha medo de não ter forças e implorar para que ela voltasse. Mais ele sabia que não poderia manter sua filha em uma armadura contra ela e dele próprio por muito tempo. Não agora que ela estava de volta. Ele estava imune, nunca a perdoaria. Ela deve continuar a mesma egoísta mimada de sempre.  E ele tinha que parar de pensar nela.