Sex, Drugs And Problems - IV escrita por Julya Com Z


Capítulo 20
Capítulo 85 - A p0rra da medula óssea


Notas iniciais do capítulo

Sim, eu postei num sábado. Sim, isso é anormal.

hahaha porém não.

Eu quero pedir a vocês que não chorem e não me batam depois, mas esse capítulo tá bem... triste.

Ah, e postei o segundo capítulo de Quase um Playboy, quem quiser ler só ir lá!

Beijos e boa leitura



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A festa foi até boa. Deu pra esquecer um pouco aquela história do Fábio. Ele se divertiu tanto. Todo mundo gostou dele. Ele causou legal. Jogaram ele na piscina, fizeram um monte de brincadeira de criança e deixaram ele ganhar todas as vezes.

O dia passou rápido. Depois que todo mundo foi embora ele se jogou na cama e capotou. A Paloma tinha ido deitar, porque tava com cólica e eu fiquei na piscina com o Binho.

Binho: Amanhã a gente tem que acordar cedo. O Fábio não pode perder a quimioterapia.

Eu: Eu não quero levar ele de volta, Binho.

Binho: Você acha que eu quero? A gente tá meio sem escolha.

Eu: Mas…

Binho: Não complica mais as coisas, Ná. Eu vou pensar em alguma coisa. Tem que ter um jeito. Sempre tem.

*

A Catarina ligou e disse que eu não teria que passar na recepção do hospital pra fazer a ficha do Fábio.

Então quando chegamos no hospital fomos direto pra um quarto onde ele ia fazer a quimioterapia e fomos pra sala de espera. Eu tava sentada no sofá e o Binho na poltrona do lado. A porta abriu e a Catarina entrou.

Catarina: Precisamos conversar sobre algo sério. Você me disse que o Fábio vai ter que voltar e eu teria que dizer justamente isso. Os resultados dos últimos exames dele foram péssimos. Como médica eu já estou acostumada a dizer isso, mas como pessoa é realmente doloroso mas eu tenho que dizer: o Fábio tem poucos dias de vida. - não, não, não.

Eu: Não. Catarina, diz que é zoeira, por favor. Por favor. - abracei o 
Binho e o apertei pra não começar a chorar.

Binho: Leucemia tem cura, não tem? - me apertando mais contra si.

Catarina: Só tem dois jeitos de se curar uma leucemia. Com um milagre ou uma doação de medula óssea.

Eu: Eu vou doar!

Catarina: Se você for totalmente limpa e compatível com ele… - limpa? Eu sou limpa.

Eu: Limpa em que sentido?

Catarina: Sem nenhum tipo de droga ou álcool no organismo. - Eu sou suja pra caralho nesse sentido.

Eu: Mais alguém se candidata a doar?

Binho: Eu poderia me candidatar, mas minha situação é pior que a tua.

Eu: Cat, você não pode?

Catarina: Eu fiz o exame de compatibilidade e deu negativo. Não sou compatível com o Fábio.

Droga. Tem que ter mais alguém…

Liguei pra Paloma e falei tudo pra ela, depois perguntei se ela podia doar.

Paloma: Se eu for compatível e não tiver nenhum problema eu posso doar, de bom grado. Mas pergunta se não tem problema eu estar grávida.

Eu: Tá, calma. - olhei pra Catarina - Ela tá grávida. Tem algum problema?

Catarina: Tem todos. Ela não pode doar por causa do bebê.

Eu: Esquece, Pá. - desliguei. - Porra, quem vai doar essa merda?

Passamos as duas horas da quimioterapia do Fábio pensando num possível doador e nada.

Nenhuma luz.

Binho: A gente vai ter que falar com o Fábio. Contar que ele não volta com a gente.

Catarina: Ele tá em repouso agora. Só pode sair em duas horas.

Eu: Tá, enquanto isso a gente pensa num doador.

Binho: PORRA! A CAMILA! Liga pra ela, Ná!

Caralho, a Camila. Droga, eu fico tão nervosa que esqueço do óbvio.
Liguei pra ela, que disse que faria o teste. Pensei em ligar pro Leo e pra Liv, mas os dois bebiam e fumava, então não daria. Então lembrei do Pierre e liguei pra ele. Ele disse que faria o teste.

Ele e a Camila chegaram e foram direto fazer o teste de compatibilidade. O resultado saía em vinte minutos. Vinte longos e torturantes minutos.

Fiquei o tempo todo do lado de fora do quarto do Fábio, vendo ele dormir. Cara, só de pensar no que poderia acontecer se não aparecesse um doador…

Catarina: O resultado saiu. - parando do meu lado.

Fui com ela até uma sala onde a Camila, o Pierre e o Binho tavam sentados, todos tensos pra caralho. Sentei do lado do Binho e apertei a coxa dele. A Catarina pegou uns papéis e começou a ler.

*

Catarina: A única opção agora é um doador da fila de transplantes, mas tem muita gente na frente dele e a possibilidade dele passar na frente de todos é totalmente nula.

Droga, droga, droga.

Não tinha mais doador nenhum. Nem a Camila e nem o Pierre eram compatíveis com o Fábio, o que fodeu absolutamente com tudo. Não tinha doador.

Eu tava a ponto de sair correndo pelo hospital gritando, em busca de alguém com a alma boa o suficiente pra doar aquela porra, mas a Catarina me disse que o Fábio acordou e era bom eu contar logo pra ele que ele teria que ficar lá. Fui com o Binho até o quarto dele.

Eu: Ei, anjinho. - entrando no quarto - Com você tá?

Fábio: Bem.

Eu: Que bom. - Beijei a testa dele - Escuta, Fábio. Eu juro que não queria fazer isso mas eu… - respirei fundo, tentando engolir o choro, em vão - Binho, não dá. - abracei ele. - Eu não consigo falar. - comecei a chorar.

Binho: Você tá assustando ele, Ná. - Sussurrou no meu ouvido. Eu soltei ele e sentei na cadeira ao lado da cama, passando a mão no rosto pra secar as lágrimas. - Maninho. - pegou a mão do Fábio - Você vai ter que voltar pra cá. A gente tem que te deixar aqui, carinha.

Fábio: Por que? Vocês cansaram de mim?

Eu: Não, meu amor. - Levantei e o abracei - A gente nunca vai cansar de você. Mas é que… É pro seu bem, Fábio. É pro seu bem.

Binho: Os médicos vão ter que fazer um monte de exames em você, entendeu? E não deixaram a gente te levar de volta.

Fábio: Mas vocês vão vir me ver?

Eu: Claro que sim. A gente não vai te deixar. Você é meu anjo.

Binho: A gente vai voltar, ok? Palavra do Super-Binho.

*

Sentamos na sala de espera e ficamos pensando.

Binho: Ná, relaxa. Se você ficar nessa neura vai ser pior.

Eu: Binho, não tem ninguém que possa doar essa porra de medula óssea. Como eu vou me acalmar?

Alguém entrou na sala.

?: Eu vou doar.


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Notas finais do capítulo

E aí, quem vocês acham que vai doar a medula óssea pro Fábio?