Presságio [Klaus/OC] escrita por TheNobodies
"Like a true nature's child we were born, born to be wild. We have climbed so high, we never want to die." Born To Be Wild– Steppenwolf
Samantha voltou a deitar em uma das camas quando ouviu os passos do lado de fora da casa. Esperou por alguns segundos e nada. Estranhando levantou novamente parando atrás da porta. Porta essa que se abriu lentamente iluminando cada vez mais o quarto conforme a luz que vinha de fora chegava ao cômodo escuro.
A figura encapuzada adentrou o quarto cautelosamente como se esperasse que alguém o atacasse a qualquer momento.
– O que faz aqui? – Samantha perguntou batendo a porta atrás de si.
Philipe se assustou virando rapidamente.
– Veio terminar o que começou? – perguntou apontando para a estaca que ele tinha em mãos.
– Isso não é para você. – respondeu voltando a olhar pelo quarto.
– Eu estou sozinha. – Samantha disse acendendo a luz.
– Você está machucada. – ele disse olhando atentamente para seu rosto que continha alguns marcas roxas que sumiriam em alguns minutos. – Eu não fiz isso.
– Digamos que eu não dei o primeiro tiro. – Samantha murmurou.
Philipe a olhou confuso.
– Não importa. – Samantha foi até a janela certificando-se de que Klaus não estava voltando seja lá de onde ele tenha ido com Rebekah se alimentar. – Há alguns dias você tentou me matar, o que te faz pensar que não farei o mesmo com você agora? E tenha certeza que eu faria o ‘trabalho’ corretamente.
– Você não vai. – disse olhando em seus olhos. – Vejo que a criança está bem, também. – apontou para a barriga volumosa de Samantha.
Samantha puxou o roupão que vestia de forma que não aparece nenhum centímetro de sua barriga. Philipe acompanhou o movimento rindo brevemente.
– Qual a graça? – Sammy se irritou.
– Não ver não significa que não esta aí. – disse simplesmente.
– Eu não me importo com o que você acha. – falou irritada.
– Não parece. – Philipe provocou parando a sua frente. – Não foi o que pareceu quando estávamos a sós na floresta. Por um momento eu senti que você era a mesma... – sorriu.
– Não sou. – Sammy se afastou.
– Você desligou a parte que intensifica. – ele disse. – Não a humana, isso deve significar alguma coisa.
– Nada relacionado a você. – Samantha garantiu.
– E nem eu esperava por isso. – ele disse.
Samantha virou acabando por esbarrar nele no processo. Philipe a seguro trazendo seu corpo para perto de si.
– O que você está fazendo? – Sammy perguntou ao sentir os lábios dele contra sua pele.
– Fica quieta. – ele murmurou.
Samantha viu pelo reflexo do vidro que ele mantinha os olhos fechados.
– Tentando imaginar que estamos juntos há anos atrás? – Sammy perguntou.
– E você esta estragando isso. – ele disse voltando a abrir os olhos.
Samantha permaneceu em silencio, parte de si queria fazer exatamente o mesmo: Se concentrar e imaginar como seria se ela pudesse voltar ao tempo e nada disso tivesse acontecido.
Philipe afastou o roupão dela deixando com que ele caísse sobre os pés de Sammy. Philipe se afastou alguns passos apenas para observa-la melhor.
– Você está tão mudada. – disse depois de um tempo.
– Deveria ter me visto sem essa barriga. – Sammy disse rindo.
– Eu posso imaginar tantas coisas te vendo desse jeito. – praticamente sussurrou.
Voltou a se aproximar tomando-a em seus braços.
– Você precisa de mim.
– Preciso? – Sammy arqueou a sobrancelha.
– Você viu os seus pais, não viu?
Samantha demorou um pouco até concordar com a cabeça.
– Como eu esperava. – ele ponderou. – Se eu quisesse mesmo te matar eu teria, acredite. Já fiz isso algumas vezes ---
Um papel caiu de seu bolso.
“Vocês não podem se esconder para sempre do vazio da escuridão.
Porque nós os caçaremos como os animais que vocês são.
E os puxaremos para as entranhas do inferno.”*¹
– Então você agora é um caça vampiros ou o quê? – Samantha interrompeu rindo debochada.
Philipe suspirou.
– Eu não acho que teremos muito tempo para conversar agora. – ele disse. – Niklaus deve estar voltando.
– Você sabia que ele não estaria aqui, não é mesmo?
– Eu o vi com a loira. – disse simplesmente.
– Você é inacreditável. – Samantha riu melancólica. – Por que não vai embora antes que meu alto controle se vá e eu drene todo o seu sangue?
– Você se quer fala como a Sammy que eu conhecia. – falou com desgosto.
– Você não é o Philipe que eu conheço. – Samantha abriu a porta. – Saia.
Philipe passou por ela sem dizer nada.
Quando ia fechar a porta, no entanto, Philipe a segurou voltando-se para Samantha.
– Quando essa – ele fez uma pausa – criança nascer, você pode usar o sangue dela como naquele ritual que eu contei para você há anos. Você pode usa-la para falar com seus pais, você não ia querer isso? Mais do que falar... Você podia vê-los sempre que quisesse na gruta, não seria o que você sempre quis? O que você sempre planejou que faria?
Samantha nada disse.
– Ele tirou seus pais, tire a criança dele também. – Philipe estendeu a estaca para ela.
Samantha pegou só agora notando que era uma estaca de carvalho branco.
– Onde conseguiu isso? – perguntou verdadeiramente interessada.
– Quando você viaja pelo mundo, conhece alguém que conhece outro... – respondeu evasivamente.
– Por que esta me dando isso Philipe?
– Eu realmente não sei. – respondeu sincero. – Só para no caso disso – passou a mão pelo rosto dela onde as marcas já deveriam ter sumido. – Acontecer de novo.
– Você ainda se importa. – Samantha constatou.
– Eu teria ficado com você, para sempre, mas tivemos que nos distanciar. – Aproximou o rosto do dela. - Acabou pra nós dois, mais rápido do que...*²
Um barulho próximo o fez recuar e correr para longe dali sem olhar para trás.
Samantha ainda atordoada entrou no quarto escondendo a estaca em um lugar onde Niklaus ou Rebekah não pudessem achar.
*
– O que faram dessa vez? – Sammy perguntou vendo-os entrar no quarto minutos depois. – Mais tortura psicológica ou arrumaram uma nova maneira? – riu debochada.
A verdade era que Rebekah e Niklaus haviam apenas feito varias perguntas e esperavam realmente que Sammy em algum momento da noite fosse colaborar – o que não aconteceu – as marcas em seu rosto apenas foram consequência de Niklaus mantendo seu rosto virado para o dele para que ficassem com os ‘olhares conectados’ para que dessa forma pudesse identificar se o que ela dizia era verdade ou não.
– Ou vão continuar impedindo que eu me alimente?
– Não estamos te impedindo. – Klaus disse apontando as bolsas de sangue na cama.
– Você sabe que eu não gosto dessa forma. – Sammy choramingou parecendo uma criança manhosa.
Klaus riu disso.
– É a única coisa que terá. – Rebekah foi mais firme. - Se quiser.
– Eu poderia ter saído enquanto vocês não estavam. – Samantha disse. – Isso deveria me dar algum credito de confiança.
– Mas não dá. – Klaus pôs fim aquela discussão. – Agora se alimente dessa forma ou ficara com fome.
– Não é justo!
– A vida não é justa, amor. Nunca te disseram? – Klaus piscou para ela.
– Não mesmo. – ela pegou uma das bolsas de sangue rasgando-a deixando o sangue cair todo em sua barriga. – Se eu não me alimentar da maneira que eu quero, não será de maneira nenhuma. E então o seu bebêzinho fara parte desse sangue que escorre por meu corpo agora.
– Isso é loucura. – Rebekah disse boquiaberta com o que ela fizera e dissera.
– Samantha... – Klaus disse se aproximando.
Ela subiu na cama
– Nada pode me atingir.
Klaus olhou para Rebekah que continuava estática no meio do quarto.
Samantha se jogou na cama. A eles parecia apenas uma alienação passageira, quando na verdade ela estava apenas os distraindo pegando a estaca sem que eles vissem.
– Eu preciso ir. A noite clama pela minha presença. – ela disse correndo para a janela. – Vocês não ouvem os sussurros? Está me chamando!
Um estrondo foi ouvido então o vidro se reduziu a estilhaços no chão e Sammy desapareceu pela noite escura.
*
– Apareça logo Philipe! – Sammy quase gritou no meio do nada.
Ele apareceu segundos depois surpreso com a visita.
– Como você sabia que eu estava aqui? – perguntou parando próximo á ela.
– Eu não sabia. – ela deu de ombros. – Segui minha intuição.
– Tudo bem. – ele disse. – Venha.
– Você não podia ter escolhido um lugar melhor do que esse no meio do nada? – Samantha reclamou enquanto o seguia.
– Um lugar onde fosse fácil me achar? – ele ironizou. – Acho que não.
Samantha bufou.
– Além do mais eu não pretendo ficar aqui, se lembra de que eu fui expulso daqui há alguns anos?! – ironizou novamente.
– Mas seus tios ainda vivem aqui, não é mesmo? – Sammy perguntou ignorando a ironia anterior. – E Lucca. Lucca era tão pequeno da última vez que eu o vi. – disse com um sorriso mínimo perante as lembranças.
– Eu não sei. – Philipe disse. – Perdi contato desde que saí daqui, por culpa sua.
Sammy sorriu falsamente á ele.
Chegaram á casa improvisada de Philipe. Era quase uma cabana abandonada.
– Espero que você viva melhor que isso normalmente. – ela disse entrando no lugar.
Philipe acendeu algumas velas olhando para ela.
– Por que tanto sangue? – perguntou.
– Não me alimentei de ninguém, se é o quer saber. – ela fez careta. – Tive que bancar a insana para conseguir sair de lá com a estaca.
– Você é esperta. - Philipe sorriu. – Ao menos isso não mudou.
– Obrigada pelo quase elogio. – ela disse. – Mas vamos ao que interessa.
– Achei que tivesse se mantendo leal á ele. – Philipe sorriu sacana.
Samantha rolou os olhos.
– Quero saber o porquê de ter tentado me matar, quero saber sobre a gruta. – esclareceu.
Philipe fez uma falsa expressão de frustração.
– Não seja idiota! – ela se irritou. – Fala logo de uma vez!
– Eu não deveria dizer nada á você. – Philipe disse se sentando no canto oposto á ela.
– Philipe, sejamos sensatos. – Sammy suspirou. – As coisas sempre foram tão fáceis para nós dois. Somos – ela fez uma pausa – Fomos a maior prova de que duas pessoas podem trabalhar em conjunto de uma forma esplêndida.
– Eu não tentei te matar, se eu quisesse você morta, você estaria. – ele assinalou. – Já te falei isso.
– E o que você queria? – Sammy perguntou interessada.
– Que você visse seus pais. – falou com obviedade. – Achei que os vendo você poderia voltar a querer usar o sangue do bebê pra isso como planejamos antes.
Samantha pensou no que ele dissera depois suspirou.
– Eu conheci meus pais. – ela disse se recordando. – Pela primeira vez eu os vi.
Uma lágrima escapou do canto de seus olhos.
– Lamento que tenha sido assim. – ele disse incomodado.
– Não há outra maneira de fazer isso novamente? – Samantha perguntou.
– Sem o sangue da criança, não. – Ele desviou o olhar. – Na verdade precisei de sorte. A gravidez é muito recente nem deve tê-lo atingido. Mas algum sangue saiu da sua barriga e foi o suficiente.
Samantha lembrou o que a bruxa dissera sobre “purificação”.
– Aliás, quanto tempo de gestação? – perguntou verdadeiramente interessado.
– Quase 6 semanas. – Sammy disse pensativa.
– Quanto tempo até a criança nascer?
– Eu não sei exatamente. – Samantha olhou para ele. – Provavelmente daqui á umas 18 semanas.
– Não parece muito tempo quando você fala assim. – Philipe lamentou.
– Uma gestação de aproximadamente 6 meses. – Ela disse. – Fica melhor assim?
– Não fica melhor de maneira nenhuma. - Philipe rolou os olhos. – Você sabe que essa pode ser a contagem regressiva pra sua morte, não sabe?
Samantha não respondeu.
– E o ritual pelos seus Poderes? – Philipe perguntou mudando de assunto. – Ainda fará ou é mais uma das coisas que você desistiu de fazer?
– Farei quando tiver que ser feito. – Samantha disse. – Matar algumas bruxas não será tarefa tão difícil.
– Você acha que depois desse “sacrifício” além de garantir que seus Poderes sejam mais fortes e definitivos no futuro, garantira sua sobrevivência depois do nascimento?
– Espero que seja o suficiente. – Samantha desviou o olhar. – Se não tudo terá sido em vão.
– Ele sabe o que você pretende fazer?
– Quando eu cheguei lá, ele voltou até aqui e alguém contou sobre esses meus planos. – Samantha disse se recordando. – Claro, que a principio ele não gostou da ideia, mas sabemos que isso é algo que eu não abro mão. Se eu sobreviver que seja com meus Poderes da forma que eu sempre quis.
– Se está tão certa disso, tem algo que eu quero te dar. – ele disse levantando.
Foi até outro cômodo e então voltou com uma bolsinha pequena entregando para Sammy.
– Aloysia. – Sammy disse quando viu o que havia dentro. – Philipe elas são tão difíceis de achar!
– Eu tive tempo quando visitei a América do Sul. – ele deu de ombros. – Já estão envelhecidas o suficiente e banhadas no sangue de um inocente.
– Você fez isso por mim? – Samantha perguntou admirada.
– Não foi por você. – ele desconversou. – Eu não sabia que você estava viva, lembre-se.
– Tudo bem. – ela deu de ombros. – Obrigada, de qualquer forma.
– Aceite como um pedido de desculpa pela sua quase morte. – Philipe riu. – Agora precisa apenas ingerir e misturar com o sangue do vampiro ao qual sua linhagem pertence – no caso, o sangue de Niklaus – Então matar as três bruxas e... Esperar. Esperar que dê certo, seus Poderes sejam definitivos depois do nascimento da criança e claro, que você não morra.
Sammy concordou.
– Ele deve estar te procurando agora mesmo. – Philipe disse chamando a atenção dela.
– E não vai me encontrar. – Sammy deu de ombros.
– Mas você voltara para ele. – Philipe disse. – O que acha que acontecera?
– Eu não sei. – Samantha suspirou. – Em algumas horas eu volto digo que estava me alimentando e espero que nada piore.
– Tem como piorar? – Philipe quase riu.
– Não quero pensar nisso agora.
Philipe concordou indo sentar próximo á ela.
– Lembra-se de como nos escondemos de Sylizia uma vez após aquele temporal? – riu com a lembrança.
– Lembro. – Sammy acompanhou a risada dele. – Ela queria arrancar cada fio do meu cabelo depois.
– O que aconteceu com ela afinal?
– Eu a matei um ano depois que ela me fez acreditar que tinha o matado. – respondeu desviando o olhar.
Philipe puxou o rosto dela em direção ao seu e a beijou. Não havia resistência. Não havia Niklaus, bebê, vampiros... Havia apenas a garota que ele ainda amava.
Samantha não queria pensar no que acontecera dias antes. Não queria pensar sobre o passado e tão pouco sobre o futuro. Ela apenas queria aquele momento.
O momento pelo qual ela havia pensando tantas vezes que jamais voltaria a acontecer.
Naquele momento eram apenas Samantha e Philipe. Como era antes. Como sempre foi.
– E se Niklaus aparecesse agora? – Philipe perguntou rindo entre o beijo.
– Sem a ameaça da morte, não há razão pra viver afinal*³. – respondeu rindo em seguida.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
*¹ Frase da música "Iron" Within Temptation
*² Frase da música "Attack" 30STM
*³ Frase da música "The Reflecting God" Marilyn Manson
Sabem o quanto a opinião de cada uma de vocês é importante, certo?!
Então digam-me o que acharam, ok?
Qualquer coisa chama lá no: @_SparklyAngel :))
See you Later ;*