A Exterminadora De Vampiros escrita por Isa Salvatore


Capítulo 6
Saudades? Acho que não.


Notas iniciais do capítulo

Desculpa a demora gente,semana de prova é uma bosta.
Enfim,mais um capitulo,espero que gostem.



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Implorar é uma palavra muito fraca para descrever o quanto eu havia pedido por este momento. Pensava todos os dias em rever a minha irmã, correr e pular em seus braços, a esmagando em um abraço que quase sempre nos derrubava, conversar até de madrugada sobre coisas que não faziam sentido nenhum, e a ouvir cantar pra me acalmar quando eu estava com medo dos trovoes medonhos que rasgavam o céu nas tempestades. Alice era minha heroína. Eu andava o tempo todo atrás dela, observando o que fazia, o que falava, como qualquer outra criança tentando aprender coisas novas com a pessoa que admira. Tudo o que eu queria era crescer e ser como ela. Mas a olhando, aqui e agora, sei que tudo isso passou. Ela não é a pessoa que um dia admirei, é uma completa estranha. Me dá nojo pensar que algum dia eu quis ser como ela. Pensei que ficaria absurdamente feliz em vê-la, gritando de alegria e alivio, mas tudo que consigo sentir nesse momento é raiva. Dor e raiva. Por ela ter mentido, por ter me abandonado e principalmente por ter agido como se eu não fosse nada, me largando sozinha no mundo enquanto ela estava viva esse tempo todo.

Minha respiração irregular e os soluços eram as únicas coisas que quebravam o silencio. Edward afagava meu braço, tentando me acalmar, mas o nó em minha garganta só crescia mais e mais. Alice estava com os olhos marejados, como se eu fosse a pessoa mais importante no mundo. E eu queria arrebentar a cara dela por isso. Isso não é um reencontro feliz. Eu não me sinto feliz.

–Eu senti tantas saudades Bella... Não imagina o quanto estou feliz em ver você, ver que está bem... Está tão crescida! E tão linda irmãzinha! – suspirou - Não mereço um abraço? – Alice sorriu se aproximando de braços abertos. Típico de quando quer ser perdoada.

Alice chegou perto o suficiente para me alcançar e me envolver, instantaneamente dei um passo para trás, obrigando Edward a se mover comigo, deixando claro que não queria que ela me tocasse. Meu olhar era de puro ódio e indignação pelas atitudes dela. Alice realmente achava que tudo estava perfeitamente bem? Se ela pensava que seria fácil assim, estava muito enganada. Assim que ela percebeu que o teatrinho de “maninhas para sempre, não importa o que aconteça” não iria rolar, seu rosto desabou em uma expressão triste de mágoa e culpa. E que essa culpa te corroa até não sobrar mais nada!

–A única coisa que você merece agora, é um tiro de alguma de minhas armas. Sua sorte, é que não sei onde elas estão.

A boca de Alice se abriu e seus olhos se arregalaram, assim como o de todos os outros. Acho que sabiam que tinha a possibilidade de isso acontecer. Ninguém esperava essa reação, admito que nem eu esperava dizer isso, mas não consigo parar.

–Você não faria isso...- gaguejou.

– Experimenta. – ela arregalou ainda mais os olhos - O que foi Allie? Surpresa? – tentei andar até ela, mas Edward me impediu. Ele deveria saber que ela ia acabar levando um tapa, ou coisa pior. - Eu não sou mais aquela criancinha feliz que corria por todos os cantos atrás de você. Aquela Bella morreu. – trinquei os dentes, minha voz saiu afiada como uma navalha – VOCÊ morreu pra mim.

Alice arfou como se tivesse levado um soco no estomago, começou a soluçar e a balançar a cabeça desesperada por estar ouvindo aquilo. Um loiro com cara de dor foi ate o lado dela e a abraçou, tentando acalmá-la. Não tinha visto ele por aqui.

–Bella, não diga isso...Por favor, eu te imploro, me escute. Não foi do jeito que está pensando...eu não abandonei você! – suplicou.

–Como não?!- gritei - Onde você estava quando eu precisei?! Responda Alice!! – ela só abaixou a cabeça, soluçando ainda mais - Eu passei a vida inteira me lamentando, chorando pelos cantos por ter perdido minha família. Isso que você está vendo aqui, foi o que tive que virar pra tentar preencher o vazio que ficou aqui dentro. Tudo podia ter sido diferente se você estivesse ao meu lado. – solucei - Eu cresci sozinha. Passei noites chorando em um orfanato imundo. Eu tremia de frio. Passava fome. E quando fugi, a única coisa que pensava era em vingança. Eu já matava vampiros com 13 anos. Eu joguei minha vida fora porque eu achei que mereciam vingança...-parei de berrar com a pequena figura assustada e respirei fundo, tentando me controlar - Como espera que eu te escute? Como espera que eu te perdoe?

–Se me deixar explicar, só uma vez...Por favor...Eu tentei Bella,juro que tentei te encontrar...

Lá se vai o meu autocontrole. Ela poderia ser mais ridícula?

–Tentou uma ova!!! Que merda, você é uma vampira!!Minha irmã é uma vampira...- falei pra mim mesma, passando as mãos pelo rosto. Juro vida, no meu caso você caprichou.

Senti as mãos frias de Alice segurando meus ombros, eu queria afastá-la, mas não deu. Uma parte de mim queria abraçá-la, mas a outra queria cortá-la em pedacinhos. Minha cabeça está a ponto de explodir. É muita coisa acontecendo ao mesmo tempo. Preciso respirar.

–Bella...- encarei seus olhos dourados - Eu sou a mesma Allie. Aquela que te levava pra tomar sorvete, te ajudava com as lições, limpava os seus machucados quando você caia...- disse sorrindo triste - Ainda sou sua irmã, ainda me importo com você. Ainda te amo. Por favor, me escute.

Segurei suas mãos e as empurrei para longe. Não vou ceder. Não tão cedo.

– Eu não quero escutar. Chega. Admita essa merda que você fez. Você é uma vampira Allie. Agora você me diz que um dos melhores predadores do mundo não conseguiu me rastrear? Me poupe! Já se passaram anos! Se quisesse teria me encontrado!

Alice grunhiu e esperneou como uma pirralha mimada. Ótimo, além de ressucitar, mandam ela de volta totalmente louca! Emmett não conseguiu segurar a gargalhada, bastou um olhar do loiro sofredor para ele ficar quietinho.

– Precisamos conversar Bella!! Não tenho como te explicar nem a metade disso tudo se não conversarmos!! – disse juntando as mãos em um gesto de suplica.

–Sinta-se a vontade para conversar com a parede. Eu to indo embora daqui.

Fui até a porta, mas uma mão firme segurou meu pulso. Não estou com paciência pra isso.

– Edward, me solta. – disse pausadamente.

– Você não pode sair assim. Está escuro, podemos não ser os únicos vampiros por aqui. – um vinco se formou em sua testa. Viu Allie? Você deveria ter feito isso a muitos anos atrás! Se preocupado!

– Me deixe ir Edward, só isso.

– É perigoso lá fora Bella. Eu simplesmente não posso permitir que se machuque. Não você. – seu olhar entristeceu, a dor tomando cada canto dourado. Mas porque ele estava se sentindo assim? Mais um mistério para a minha lista.

–Edward não...- começou Alice que logo foi interrompida.

– Nada que me diga em relação a isso vai mudar o que penso Alice. – declarou ele a calando com um olhar frio e distante.

Do que eles estão falando? Tudo está ficando cada vez mais estranho por aqui. Edward sentia necessidade de me proteger, isso eu já havia reparado, mas porque? Ele agia de um modo estranho, em um momento ele era brincalhão e provocador, e depois que se lembrava de algo, agia como um possessivo culpado. São muitas perguntas surgindo para nenhuma resposta. Prioridade 1- esfriar a cabeça. Prioridade 2- ter uma loonga conversinha com Edward Cullen. Isso se ele me deixar realizar a prioridade 1 antes que eu o exploda.

–Não me importo. – rosnei me soltando de suas garras.

–Eu me importo. Não pode sair agora. – disse pegando a chave que trancava a porta da frente.

–Vai me prender aqui?! – falei indignada e surpresa pela audácia.

– Se for preciso...

– Escuta aqui – coloquei meu dedo em seu rosto – Você não é ninguém para me dizer o que fazer! Minha irmã acabou de ressuscitar e eu não posso ter um tempo longe de toda essa porcaria de vampiro e esfriar a droga da minha cabeça antes que ela exploda? Está muito enganado! Nem que eu morra lá fora, eu vou pensar, e bem longe daqui.

Fechei a porta e corri antes mesmo dele abrir a boca para reclamar. Quando já havia entrado na floresta, escutei seu grito ao longe, implorando para que eu voltasse. E eu não voltaria tão cedo. Poderia até fugir deles, mas sei que sabem de muita coisa. Que eles obtêm respostas que preciso. E se eu quiser tê-las, tenho que voltar para aquela casa de malucos, onde mortos ressuscitam, vampiros cuidam de humanos e exterminadoras não matam.

O céu está negro, rodeado de grandes nuvens prontas para descarregar sua ira. A ventania furiosa faz meus cabelos voarem para todos os lados, atrapalhando minha visão. Era tudo que eu precisava. Uma tempestade. E o pior de tudo, é que sei que terão... Uma luz rasgou o céu, seguida de um estrondo enorme. Fechei os olhos com força e cobri as orelhas. Trovões. É, eles ainda me assustam muito. E o meu medo só me fazia correr mais rápido. Não faço a mínima idéia de onde estou indo e nem de como voltar para a casa dos Cullens. Resumindo minha situação, estou ferrada. Maldita hora em que o Cullen estava com a razão. Mais um raio rasgou o céu, mas dessa vez, atingiu em cheio a árvore em minha frente. Cai de costas no chão e gritei até os tímpanos zunirem. As chamas consumiam rapidamente os galhos e folhas. Tentei me levantar para correr dali, e foi ai que percebi que minha mão estava presa entre os galhos e espinhos de uma árvore caída atrás de mim. Era incrível o dom que a vida tinha de fazer com que eu mesma acabasse me matando. Tentei me soltar de todos os jeitos, mas só sentia uma dor horrorosa.

–Merda!! – berrei.

Um clarão iluminando a parte da floresta atrás de mim fez com que eu esquecesse minha mão. Mesmo tendo passado poucos segundos, a árvore atingida estava parecendo uma bola em chamas e... Ai meu Deus, ela está tombando! Tombando na minha direção! E ai Bella, qual vai ser? Queimada ou esmagada?



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Notas finais do capítulo

E ai? O que acharam? A Bella vai morrer queimada ou esmagada? ahsuahsuahsua talvez no proximo capitulo eu faça um POV Edward,to pensando ainda.
Nao deixem de comentar!! Bjs!!