Theo's Pov

Eu nunca pensei que o mundo acabaria assim, e quem diria que eu estaria ao lado de Gina Weasley, aquela que eu amava, amava irritá-la quando éramos pequenos só para chamar um pouco de sua atenção. Agora eu tenho a chance de protege-la e mostrar o que sinto por ela. Por anos tentei enganar a mim mesmo dizendo que o sentimento que nutria por ela tinha ficado no passado. Eu só preciso de uma chance.

–O refeitório é para o outro lado. - Gina me parou quase nos derrubando.

–Eu sei mas tenho que pegar uma coisa no meu armário.

–Theo só faltam cinco minutos par... - Tampei rapidamente sua boca com a minha mão ao ver um infectado se aproximando.

Senti Gina tremer ao meu lado. Se eu pudesse apenas dar a Gina uma chance para sobreviver isso é o que eu faria, isso é o que eu farei, mas quando eu estava pronto para atacar ela me segurou,ele passou direto por nós. Okay, ou ele não nos achou muito saborosos ou ele não pode nos ver. Eu particularmente prefiro forçar o meu cérebro a acreditar na segunda opção.

– Como é possível eles já terem entrado? - Sussurrou Gina me puxando pela mão. Apenas fiz um sinal de negação com a cabeça.

Nós começamos a correr desesperadamente pelos corredores vazios do colégio a procura do meu armário, que hoje parecia estar a quilômetros de distância, quando ouvimos o primeiro grito após o soar do intervalo. Em questão de minutos todos saberão o que está acontecendo e isso se tornará um completo caos. Quando chegamos abri meu armário e tirei dois tacos de baseball de dentro dele.

– Só em caso de emergência. - Me senti na obrigação de falar algo devido sua cara de pânico. É claro que eu não espero que seja necessário ela usar isso, não enquanto estiver ao meu lado.

Mione's Pov

– Ronald, se acalme sua irmã já vai chegar sã e salva, assim como o Dino a Parvati e a Padma. - Digo também no intuito de acalmar a mim mesma porque não importa o que eu diga o Ron vai continuar surtando.

– Por que nós temos que passar por isso? Nós não fizemos nada de errado. Isso é tão injusto, eu realmente não sei se estou tendo um pesadelo ou se tudo é real. Nada disso é possível! Nós não merecemos isso!- Grito começando a sentir as lágrimas descerem. É realmente muito injusto e eu sei que falar isso em voz alta não nos ajudará em nada, mas eu não tenho mais como deixar tudo preso na minha garganta.

– Já são nove e quarenta e dois e nem um sinal deles.- Digo mais para mim mesma.

– Mione nós temos que ter esperança.- Diz Harry

– Não há mais esperança Harry. Eu quero que eles voltem, eles têm que voltar. Mas por que eu não acredito no que estou dizendo?

– Cale a boca Granger. Você pode não confiar nos seus amigos, mas eu confio no Theo e eu tenho certeza que eles vão chegar aqui bem. - Disse Malfoy com uma expressão séria no rosto, e que, de algum modo, me transferiu confiança. E, dito isso, dois minutos depois os dois apareceram. Mas eles não estão sozinhos. Um infectado vem correndo atrás deles e numa fração de segundos o Nott para, vira para trás e acerta sua cabeça como se fosse uma bola de baseball.

Todos ficaram aliviados quando os dois chegaram sem nenhum arranhão, mas eles não eram os únicos que faltavam.

– São nove e cinquenta. Nós temos que ir.- Diz Zabini já se movimentando.

–Mas...

– Se formos esperá-los estaremos abandonando nossas chances de sobrevivência. Não sabemos nem se ainda estão vivos.- A maioria concorda com ele e infelizmente eu também. Nós não podemos ficar aqui esperando por eles, mas também não acredito que eles estejam mortos.

– Como nós vamos sair? Há muitos deles por aí. - Antes de Harry falar eu não tinha parado para reparar que realmente há muitos deles. Parece que eles se multiplicaram rápido demais para o tempo que estamos aqui. Também, um bando de adolescente correndo desnorteado e muitos nem tiveram tempo para processar o que está acontecendo como nós tivemos.

– Nós podemos pegar aquela van do colégio e ir para a minha casa. Lá nós decidimos nossas prioridades. - Disse Malfoy.

Todos concordamos e seguimos direto para a saída. Lilá estava constantemente olhando para trás, não havia mas nada há fazer. Talvez eu a entenda, seria o mesmo comigo se por acaso os papéis fossem invertidos e a Gina tivesse ficado para trás ao invés do Dino e das gêmeas, não que eu já não esteja me sentindo suficientemente mal por eles.

Quando chegamos na saída avistamos muitos deles, e só conseguimos chegar até aqui porque o Nott disse que tinha toda a certeza do mundo de que eles não podiam nos enxergar, e nós fomos andando sorrateiramente até aqui sem chamar a mínima atenção.

– Fique calma, nós vamos conseguir. - Diz Rony segurando a minha mão. - Vamos nos dividir em pares, todos sigam em direção a van.

Primeiro passaram o Harry e a Gina, depois Luna e Neville, em seguida estávamos eu e Rony. Tudo estava indo bem, bem até demais, mas como sempre alguma coisa tem que dar errado e nós podemos dar todo o crédito a Neville, que já estava nos desesperando com seu próprio desespero e piorou tudo quando tropeçou em um cadáver e fez todos os infectados nos encarar simultaneamente. Todos nos olhamos rapidamente a já sabíamos o que fazer antes mesmo do Malfoy ter gritado para corremos. Estamos a alguns metros da van quando ouvimos um grito.

–Esperem! - Foi um alivio ouvir a voz do Dino e ver que ele estava acompanhado por Parvati e Padma, mesmo sendo seguidos por dezenas de infectados.

Alguns de nós já estão dentro da van enquanto eu continuo correndo ao lado do Rony, mas toda esperança que foi resgatada quando avistamos os três correndo em nossa direção foi tirada de nós novamente quando um infectado agarrou o pé da Padma fazendo com que a mesma caísse no chão. Dino tentava ajudá-la mas é inútil, Parvati estava parada olhando para sua irmã até que Simas correu até ela e a puxou pelo braço.

– O que vocês estão esperando? Vão! - Grita Padma com lágrimas escorrendo pelos olhos. -Dino vá!

– Padma eu não vou te deixar.- Dino estava dando o máximo de si lutando com apenas um cabo de vassoura. A vontade que eu tive, e tenho certeza que não fui a única, foi de voltar eu tentar ajudá-los, mas minhas pernas não se moviam, eu não estava preparada para uma situação dessas. Eu simplesmente não conseguia

– Por favor vá. Eu preciso de alguém cuidando da minha irmã. Me prometa, me prometa que vai cuidar dela. - Escuto Padma falar entre gemidos de dor

– Eu prometo. Me perdoe.- Disse Dino antes de vir correndo em nossa direção. E nós pudemos ver apenas Padma rastejando no chão em direção aqueles que segundos depois tiraram sua vida. Mas antes de entrarem na van, pude ver Simas, Dino e Parvati olharem para trás.