Estava montando a mesa para o almoço, papai tinha saído para pegar Cathy e tinha me deixado a cargo do almoço, pelo menos a parte que não vinha do “The Cheesecake Factory”.

Enquanto tirava a comida da embalagem pensava em quanto Catherine era minha amiga, quando erámos crianças não havia segredos entre nós, será que deveria haver agora? “Não é um segredo seu Silena” minha consciência me dizia, contudo seria tão mais fácil não precisar mentir para minha irmã. Felizmente o barulho de motores me tirou dos meus pensamentos.

Abracei-a com carinho, enquanto Edward carregava as malas Pink para dentro da sala. Comemos normalmente saboreando o salmão que minha irmã tanto adorava.

* * *

–Hey Cathy! Tem um minuto? – Abri a porta do quarto, ela estava pendurando suas roupas coloridas no armário.

–Claro! – Sentei-me na cama enquanto ela arrumava um top rosa no cabide.

–Lembra quando erámos pequenas? E não tínhamos segredos? – Tinha um bolo em minha garganta.

–Lembro? – Ela continuava mergulhada em sua pilha de roupas.

–Então, eu meio que tenho que dizer que... – Era meu celular, o número de Henry piscava no visor, enquanto a música tocava. – Um instante.

–Silena, vem pra cá agora! – Ele estava rígido, como se fosse um caso de urgência.

–Não dá para esperar, marcamos daqui à uma hora – Disse.

–É uma emergência. Agora. Velha cabana de pesca. – Ele tinha desligado.

–Então irmãzinha, o que ia me dizer? – Catherine virou-se para mim com um sorriso, lembrei-me de Jason e seu pé machucado. Droga!

–Essa saia... – Suspirei – Posso pegar emprestada?

–Claro. – Ela jogou o tecido no meu rosto, enquanto ria.

–Obrigado – Falei sem sal.

* * *

–Uma hora Henry! Não podia esperar uma hora?! – Perguntei brava, mas algo não parecia certo, Quione estava escondendo o rosto no casaco de Jason, Tempestt parecia um pouco mais sombria que o normal e Henry estava enjoado. – O que houve?

Tempestt chutou a porta da cabana de pesca com o pé, ela rangeu e abriu-se lentamente antes de mostrar a terrível cena no interior. Um corpo sem vida, de uma mulher estava lá. Engoli seco e entrei no lugar mórbido e mal cheiroso, o cadáver tinha marcas de queimaduras em todo corpo, algumas tinham forma de palmas. Tampei a boca horrorizada.

–Ora, ora, ora. O que um grupo como esse faz por aqui. – A sombra encostada no batente da porta chamou nossa atenção.