Flawz escrita por ChocolateQuente


Capítulo 36
Capítulo 34


Notas iniciais do capítulo

Mais um cap. Não vou poder postar mais nenhum hj, mas prometo que posto logo amanhã. *-*



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Mel

Eu queria manter-me afastada dele. Emocionalmente e fisicamente. Mas, por quê? Será que eu não podia ser só amiga de Gabe? Gosto de falar com ele, e quando as mentiras estão longe ele me faz rir, porque afastar algo assim? Eu tinha que dar um jeito de separar as coisas, e decidi que iria tentar. Iríamos passar a noite toda trancados naquele lugar, porque não tentar algo novo? Pensei nisso quando me encostei novamente ao balcão da cozinha.

– Estou morrendo de fome. – eu berrei batendo as mãos sobre o balcão.

– Eu também, não comi nada depois da gincana. – Gabe disse e eu me limitei a continuar de costas para ele. – Tem alguma coisa aqui? – ele berrou ao meu lado e eu quase saltei em sobressalto. Balancei a cabeça e andei até um armário. Vazio.

– Nada aqui. – eu disse e Gabe bufou abrindo outro armário.

– Nada aqui também. – ele disse e eu abri uma geladeira velha. Quase sorri ao ver uma cesta repleta de comida.

– Gabe olha isso. – eu chamei e ele parou ao meu lado encarando a geladeira aberta.

– Porque isso tá aqui? – ele perguntou e eu o encarei de repente.

– Não sabe mesmo?

– Porque acha que eu tenho alguma coisa a ver com a gente estar preso aqui?

– Porque é muito conveniente pra você! – eu berrei e ele jogou as mãos para o alto.

– Se eu jurar que não tenho nada a ver com isso você acredita? – ele perguntou e eu balancei a cabeça tirando a cesta da geladeira. – Porque não?

– Porque não consigo acreditar em você. – eu quase sussurrei enquanto colocava a cesta em cima do balcão. Ele permaneceu calado por um tempo que se tornou longo e irritante. Suspirei e peguei a cesta com uma mão, e com a outra puxei Gabe pelo braço. Levei-o até a sala novamente e coloquei a cesta em cima do sofá. Peguei a mesinha de centro e coloquei no canto da sala, depois me sentei no tapete felpudo. Gabe continuou parado a lado do sofá, me encarando. Olhei-o e fiz um gesto com a cabeça, mandando ele se sentar. Ele sentou-se ao meu lado, encostando a cabeça no sofá. Peguei um muffin dentro da cesta e mordisquei antes de encarar Gabe.

– Me conta. – pedi olhando para seu rosto à meia luz. Ele virou-se para mim e por um segundo fiquei atordoada com seus olhos amarelos, que eu já tinha me desacostumado a olhar.

– O que? – ele perguntou com a voz serena. Balancei a cabeça e respirei fundo.

– Tudo. Quero saber tudo. – eu disse encarando o bolinho em minha mão. - Desde que... Nos desentendemos, eu ainda não te dei chance de se explicar, ou contar o que aconteceu. Não estou dizendo que as coisas vão mudar, mas quero te dar a chance de me contar o que houve. Desde o início. – eu disse e o ouvi respirar fundo.

– Lembra quando eu te chamei pra sair na primeira vez? – ele perguntou depois de uma breve pausa. Assenti com a cabeça. – Foi uma aposta. – ele disse e eu o olhei quase unindo as sobrancelhas. – Eu era convencido, e disse que conseguiria ficar com qualquer garota, foi bem na época que você chegou à escola. Você não falava com ninguém, e eles apostaram que eu jamais conseguiria chegar perto de você. Eles ganharam. Eu desisti e não me importei, mas John e Lucie apostaram a mesma coisa comigo. E foi como se alguém tivesse pisando no meu calo, ou testando a minha força. Tinha virado questão de honra, de orgulho e ego. Decidi que eu o faria. Decidi que conseguiria beijar você. – eu encolhi os ombros e passei o bolinho de uma mão para a outra. – Foi uma aposta idiota, eu sei, mas naquele momento me pareceu bem desafiador, e eu era bem idiota também. – Ele forçou um sorriso, mas eu permaneci séria e então ele continuou. – Me aproximei de você e percebi o quanto tinha mudado desde que havia chegado. Como se a sorte estivesse conspirando ao meu favor, te fazendo me dar uma chance. – ele parou um pouco e passou a mão sobre a outra. – Naquele dia que te levei ao parque desativado, foi como se algo despontasse em mim. Como uma sementinha, como se você a tivesse colocado lá. Ou melhor, aqui. – ele disse apontando para si mesmo. Eu me encolhi sentindo-me afetar por aquelas palavras. – Fui percebendo o quanto você era inteligente e cheia de opinião, e isso tudo começou a me encantar. Sei o quanto isso vai parecer ridículo e “história de filminho adolescente”, mas eu realmente comecei a gostar de você quando te conheci de verdade. Quando conheci a Mel verdadeira, e não aquela que as pessoas falavam e a que você mostrava ser. – ele respirou fundo e eu me remexi. Eu pensei que ele fosse continuar a falar, mas ele permaneceu calado.

– E quanto à história de que você queria me afastar? Que Lucie tinha contado tudo pra mim porque vocês tinham combinado isso? Porque você queria ter o caminho livre pra ficar com ela. – eu perguntei e ele balançou a cabeça.

– Isso deve ser mais uma historinha da Lucie. – Ele disse entredentes. – Se isso fosse verdade eu estaria com ela agora não é? E não estaria tentando me conciliar com você. – ele disse e eu percebi o quanto isso fazia sentido.

– Eu devia ter pensado nisso. – eu disse e sorri fraco. Tudo parecia ridículo agora, mas nada cortava o fato dele ter mentido o tempo todo pra mim. Ele poderia ter contado em qualquer momento. Eu confidenciei coisas da minha vida a ele, e ele a mim.

Respirei fundo e virei meu rosto para ele. Gabe me olhava com os olhos ternos e quase unidos, como se esperasse uma resposta. Uma sentença.

– Não quero mais brigar com você. Estou cansada disso. – eu disse e ele me olhou com mais atenção. – Quero apagar essa história. – eu disse e ele sorriu.

– Eu também, Mel. É o que eu mais quero. – ele disse e eu sorri.

– Então... Só vejo uma solução. – eu disse e o encarei, sabendo que aquilo seria difícil. Pra mim. Acho que mais pra mim do que pra ele. Eu tinha entendido o quanto ficava fraca perto dele, mas achava que as coisas podiam mudar aos poucos. – Vamos ser... Amigos?


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Comentem por favor. *-*



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