Ajuda-me a Viver escrita por Vitoria Bastos


Capítulo 25
Um dia mais que esperado


Notas iniciais do capítulo

Oi meninas, como vão? Desculpa a demora, mas começo de ano realmente demora para gente perceber que a vida tem que voltar ao normal. Espero que gostem do capitulo, pois escrevi com todo carinho. Hoje é o meu aniversário, mas quem ganha o presente é vocês.
Queria agradecer a leitora Mari Catanante por recomendar a fic :)

A música do capitulo é Give me love, música tema do nosso casal *-*
http://www.vagalume.com.br/ed-sheeran/give-me-love.html

Música da entrada de Alice : http://www.youtube.com/watch?v=RigyRr5B_gY

Então, vamos ler?



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Acordei com um tremendo mal humor. A noite não foi nem um pouco favorável para mim. É claro que a companhia de Edward vai ser sempre agradável, mas não foi nada daquilo que eu imaginei. Toda a paixão, todo o calor entre nós, foi esquecido na sala do seu consultório.

Eu pensei que o problema era por estar em seu ambiente de trabalho, mas não, não era isso. Não que eu não tenha gostado do nosso encontro na sua casa, claro que eu gostei. O Edward foi maravilhoso, um cavalheiro, mostrando-me todos os detalhes do seu belíssimo apartamento, deixando bem claro que cada canto foi decorado cuidadosamente pela sua mãe, explicando-me como se faz macarrão, pão, risoto... E depois me contando muitas coisas sobre ele. Um pouco de vinho e mais conversa. Mais um pouco de vinho, mais conversa e uns beijinhos... E só! Quando o clima começava, Edward engatava a conversa. Que homem difícil, meu Deus! Eu que sou a complicada, a problemática, não ele!

Acordei hoje, sozinha, em minha cama enorme sentindo saudade do seu cheiro, e a única coisa que me fazia companhia era uma forte enxaqueca.

O melhor que eu tinha a fazer era acompanhar Alice, que já devia ter começado o seu luxuoso dia de noiva. Eu não podia acreditar que hoje era o grande dia da minha amiga. Imaginava que ela já estaria uma pilha de nervos... Meu Deus, ela devia estar a todo vapor. Ri comigo mesma.

Tomei um banho relaxante e demorado, prevendo que o dia hoje iria ser bastante cansativo, então teria que começar bem.

Edward ficou de me levar para Brighton, onde iria acontecer a cerimônia. Por uma coincidência, ele tem uma casa lá. O Jasper ficou responsável de pegar os pais da Alice no aeroporto e também levar para casa do Edward até o horário da cerimônia.

Como seríamos os primeiros a chegar, teríamos bastante tempo até a hora de todos chegarem, mas a madrinha pode atrasar um pouco, não? Meu Deus, eu estou realmente frustrada. Não que eu esteja pensando só em sexo, eu nunca fui tão fanática por sexo, mas depois de ontem no consultório... Eu achei que as coisas iriam para frente. Bom, indo para frente ou não, eu tenho que parar de pensar nisso. Hoje é o dia de Alice, e é isso que importa.

Arrumei-me vestindo uma jardineira curta com blusinha florida por dentro. Tudo bem leve, nada muito quente. Segundo os meteorologistas, em Brighton vai está bem quente, então o melhor é aproveitar.

O casamento de Alice seria no fim da tarde, mas Edward disse que iria me pegar antes do meio-dia para almoçamos juntos. Amo homem determinado. Perto das dez da manhã ouvi a campainha tocar. Como todas as vezes que ele chega aqui, meu coração disparou loucamente. Apesar de ter o visto ontem, a sensação de que não o vejo há séculos é enorme.

– Oi, amor! – ele cumprimentou me dando um beijo leve na testa. – Então, pronta?

Edward chegou já exalando o cheiro que eu amo. Nada de cheiro forte de colônia, perfume, ou algo do gênero. Um cheio diferente, cheiro de homem. O abracei e lhe dei um beijo nos lábios. Puxei a sua camisa quadriculada, que, aliás, ficava muito bem com a sua camisa cinza, e, é claro, os seus óculos escuros.

– Hum... Acho que está. – Ele me olhou de cima abaixo, demorando um pouco nas minhas pernas. – E essas pernas de fora? – ele me apertou contra o seu corpo.

– Hum… Está calor lá, lembra? – expliquei-lhe sorrindo, sabendo o efeito que isso tina causado. Ele respondeu algo como “Hum” e depositou beijos no meu pescoço. Seja ciúme ou desejo, algo foi despertado no meu Edward “meio lento”. – Só vou pegar a minha bolsa e o meu vestido. – Saí dos seus braços e deixei-o parado na porta. 1x0 para mim!

Peguei o vestido, que estava com uma capa o protegendo, com todo cuidado. Alice fez tudo com muito cuidado, não podia decepcioná-la - e com a sorte que eu tenho, eu bem que era capaz de acabar estragando tudo.

(...)

A viagem pareceu durar uma eternidade. Edward começou a cantar baixo She Will be Loved, do Marron 5, e acabei adormecendo com o seu canto. Acordei com vários beijos no rosto.

– Chegamos, Bela Adormecida. – ele me informou, apontando para fora do carro. – Se eu não fosse médico, eu iria achar que você estava em coma, Bella. De novo! – brinquei rindo. Controlei-me para não rir da piada sem graça dele. Edward como sempre fazendo de toda desgraça algo engraçado.

– Bobo! – virei para a janela e apreciei a paisagem. Pelo pouco que podia ver pela janela do carro, aqui era realmente lindo.

– Vem, minha dorminhoca linda, quero te mostrar a casa. – Ele saiu do carro, deu a volta e abriu a minha porta. – Você não sabe como aqui é lindo.

Pela frente da casa, dava para perceber que ela era enorme. Com um clima bem praia, toda a sua estrutura de madeira, uma rede enorme e árvores, sem contar o jardim imenso.

– Nossa, que lindo. – exclamei.

– Você ainda não viu nada. – afirmou me pegando nos braços.

– Edward, me coloca no chão! – Pedi. Ele me carregou e começou a rir da minha reação. – Meu amor, só se carrega a mulher quando eles casam, e, no nosso caso, nós só somos os padrinhos.

– E quem disse que existem regras? Eu quero carregar a mulher da minha vida, não posso?

– Pode, claro que pode. – ri.

– Essa é a sala, como você pode perceber. – Olhei ao redor da sala bastante ampla. Sofás brancos, alguns vasos de plantas, bem rústica, o que não removia o clima litoral do lugar. – E como vai a vista daí de cima?

– Nossa, muito boa mesmo. Assim, faz muita diferença você estar no chão ou sendo carregada. – disse sarcasticamente. – Acho que já da pra você me por no chão. – Sorri para ele.

– Então, gostou? – perguntou.

– Eu amei. Pena que iremos ficar por pouco tempo. – lembrei triste.

– Mas podemos voltar quando você quiser... – propôs depositando vários beijos nos meus lábios.

– Senhor Edward, com licença. – Ouvimos uma voz masculina atrás de nós.

– Olá, Peter, vejo que cuidou bem da casa. – Edward congratulou a um homem que estava parado em frente a porta da sala, com aparência humilde, mas com um sorriso enorme no rosto. Do seu lado estava uma mulher segurando a sua mão, aparentemente sua esposa. – Peter, Charlotte, essa é Isabella, minha namorada. – Charlotte abriu um sorriso enorme para mim, e retribui com o mesmo gesto. – Eles que mantêm a casa maravilhosa deste jeito.

– Prazer, podem me chamar de Bella.

– Espero que a casa esteja ao agrado de vocês? – perguntou Peter.

– Tenho certeza que estará. E como estão as crianças? – perguntou Edward.

– Ah, senhor Edward, dando uma trabalheira arretada... Mas filho é assim mesmo. – respondeu Charlotte.

– Depois vocês tragam eles para tomar banho de piscina.

– Sim, senhor. Enchemos a despensa de suprimentos, mas se precisar de qualquer coisa é só pedir.

– Ok, acho que não precisaremos de nada. Obrigado. – Edward os dispensou e me abraçou. – Temos muito tempo até os pais de Alice chegar, o que você quer fazer?

– Hum, eu ainda preciso ir vê-la no salão. Fazer maquiagem, cabelo... – Edward começou a depositar vários beijos na linha do meu pescoço.

– Tudo isso? Você já é linda, meu amor. – ele me puxou para mais perto, passeando a mão por minha cintura.

– Edward...

– Sim? – ele respondeu, enquanto depositava vários beijos no meu ombro.

– Eu quero comer. – pedi de repente.

– Hum, mesmo? – perguntou desanimado.

– É, estou faminta. – confirmei.

– Então vamos almoçar em algum lugar. – ele fez um bico muito engraçado e me deu a mão.

2x0 para mim! Esse jogo está ficando cada vez mais divertido.

(...)

Depois de almoçarmos em um restaurante maravilhoso, andamos de trem, conheci um pouco da cidade e voltamos para casa. Provavelmente Jasper já tinha chegado, e eu tinha que ir ver Alice.

Pouco tempo depois de colocar os pés dentro de casa, ouvimos a voz de Jasper.

– Chegamos. – ele anunciou bem alto, mania que provavelmente ele aprendeu convivendo com Alice.

– Oi, Jazz. – lhe dei um beijo no rosto. – Amor, eles chegaram. – Avisei para Edward, que estava na cozinha abrindo um vinho.

– Tio Harry, tia Miranda. – cumprimentei os pais de Alice, que estavam atrás de Jasper.

– Minha menina, como você está? – o pai de Alice me abraçou. – Ficamos tão preocupados com você...

– Agora eu estou bem, na verdade ótima. – sorri.

Harry e Miranda foram logo avisados do meu acidente por Alice, logo no início, quando eu ainda estava em coma induzido. Eles disseram para Alice que iriam vim, mas ela afirmou que não tinha necessidade, que eu iria ficar bem. No momento, eu me senti muito triste, porque eles são como os meus segundos pais, mas agora vejo que eles não mereciam me ver naquele estado.

– Ah, como está linda... – comentou Harry.

– E magra, como sempre. – Miranda me puxou para os seus braços. Eu já estava me sentindo amada demais. – Minha filhinha, nós estávamos morrendo de saudade de você. – ela disse com lágrimas nos olhos, me fazendo ficar emocionada também. – Eu falei com o Harry que eu não ia ficar em paz até te ver pessoalmente.

– Eu estou bem, tia. – a beijei no rosto. Virei e encontrei um Edward lindo, emocionado e com um olhar... Oh, um olhar impossível de descrever. Limpei as lágrimas e levei a mãe de Alice para apresentar a ele. – Tia, esse é o Edward.

– Uau, meu Deus! Enfim eu conheci o famoso Edward.

Edward se posicionou do meu lado e, totalmente galanteador, pegou a mão de Miranda e levou aos lábios.

– É um prazer conhecê–la.

– Hum... O prazer é todo meu. – Miranda respondeu, já encantada com ele.

– Me deixe conhecer o rapazinho. – pediu Harry, passando na frente dela. – Bom, eu e Charlie éramos amigos de infância e a Bella é como uma filha para mim. Não sou igual ao Charlie, que era chefe de policia, mas também tenho as minhas habilidades. – Se Harry queria assustar Edward, conseguiu. Vi sua cor mudar do branco para o azul... e dar uma risada sem graça. Edward sem graça? Bom, isso era novidade para mim.

– Harry, pelo amor de Deus! – Miranda repreendeu. – Ele também fez isso com o Jasper... Alice quase ficou viúva antes de sonhar em ficar noiva dele. – riu, fazendo Edward suavizar a expressão. – Fique tranquilo, querido, esse Carcamano* não mete medo em ninguém.

– Obrigado. – Edward agradeceu. – Não se preocupe, senhor Harry, tenho certeza absoluta que você não precisará demonstrar suas habilidades. – Sendo assim, todo mundo riu. E, eu sabia, bem lá no fundo, Edward tinha amolecido o coração de Harry.

Mas, também, quem resiste?

Depois da apresentação inicial, todos já eram conhecidos. Edward se enturmou com Harry e eles começaram a conversar sobre carros. Eu fiquei esperando Miranda terminar de tomar banho para irmos para o salão.

– Acho que não sou mais o genro predileto. – brincou Jasper ao meu lado, com fingida decepção.

– Desculpa, Jazz, mas essa batalha você perdeu.

– Percebi, mas eu acho que ainda sou o preferido da Miranda. – riu.

– Estou tão feliz por vocês, até que fim chegou o grande dia.

– Ah, nem me fale, Bella! O psicólogo tranquilão aqui está se controlando para não morrer de ansiedade.

– Calma, só faltam algumas horas. – o tranquilizei. – Você vai se surpreender quando vê–la.

– Vindo da minha filhota, coloca surpresa nisso. – Miranda disse, ficando ao meu lado.

– Com certeza. – dissemos em couro.

– Vamos, querida? – ela chamou.

– Sim, só vou chamar o Edward.

Seguimos de carro para o Salão de Beleza e SPA que Alice estava. Ela fez questão de que sua mãe e a madrinha aqui também participassem do momento luxuoso dela.

O salão não era muito longe da casa de Edward, então em pouco tempo chegamos. Miranda saiu do carro primeiro para encontrar a filha.

– Espero que não morra de saudade de mim – brinquei, me despedindo de Edward.

– Bom, não sei se eu vou sentir tanta saudade sua, eu estarei muito ocupado na despedida de solteiro.

– Hum, engraçadinho. – lhe dei uns beijos. – Se comporte, viu? Três homens sozinhos talvez não dê muito certo.

– Por isso a despedida de solteiro... – dessa vez foi ele que me beijou, me puxando para seus braços no pouco espaço dentro do carro. – Eu sentirei saudades sim, minha bobinha. Agora vá! – ele me incentivou. – Fique bem linda e acalme Alice.

– Ela já deve estar tendo crises... – comentei, imaginando o estado que ela deveria estar.

– Bom, então eu vou. – lhe dei um beijo leve nos lábios, esperando um beijo breve de despedida, mas Edward me surpreendeu com um beijo caloroso e com muita intensidade. Bastou esse simples beijo para eu me esquecer de quem eu era e perder totalmente a noção de onde estava. – Eu vou... – murmurei entre beijos.

– Então vá – ele incentivou me apertando ainda mais, me fazendo quase deitar sobre o seu corpo.

Passei a mão por seu cabelo e beijei seu pescoço.

– Alice... – sussurrei. – Não posso deixá-la.

– Só vou deixar você ir porque eu também gosto muito dela. – riu, fazendo o meu corpo todo estremecer. – Agora sim, pode ir. – Ele soltou a minha cintura e depositou um beijo na minha testa.

– Então tchau. – me despedi, sentindo meu coração se partindo ao meio.

Como pode uma coisa dessas? São só algumas horas! Isto está me parecendo um vício, uma droga. Uma droga chamada Edward Cullen.

Depois de quase não conseguir sair do carro, consegui, enfim, ir ao encontro de Alice. Ela estava tendo uma massagem relaxante no corpo, e quando me viu, levantou com tudo da maca.

– Bellinha! – ela gritou. A visão de Alice sem roupa e com uma mascara verde no rosto, estava realmente cômica. – Achei que tinha esquecido do casamento.

– Isso é quase impossível, meu bem. Agora, volte ao seu lugar que a noiva aqui é você. – ela deitou novamente, agora com um sorriso nos lábios e bem mais relaxada.

– Isabella Swan? – perguntou uma moça loira e alta.

– Sou eu.

– Venha fazer a sua massagem Shiatsu. – Shiatsu? É claro que a Alice não se contentaria com qualquer massagem.

(...)

– Você e Alice deveriam ir me visitar na Itália. – comentou Miranda, enquanto tomávamos banho em uma banheira com sais de banho e pétalas de rosa.

– Você sabe que eu queria passar a minha lua de mel lá, não é, mãe? Mas Nova York ficou melhor para mim e Jazz.

– Nem sei por que você escolheu Nova York... – fingi desentendimento. – Eu achei que você escolheria Las Vegas.

– Não é uma má ideia...

– E você querida, quando irá experimentar uma boa pizza?

– Sabe que eu até já experimentei? A mãe do Edward é italiana, ela tem um restaurante bem típico no centro de Londres.

– Está vendo, é por isso que eu gostei tanto dele. – riu. – Ele te faz muito bem, querida, da pra ver nos seus olhos.

– É, ele é maravilhoso. Ele me ajudou bastante, tia, na verdade até hoje.

– Já sabe, não é? – disse Alice. – Está apaixonada e não vai conseguir largar dele tão cedo.

– A vidente Alice entrou em ação - zombei. - Não vou nem falar para não me comprometer.

– Está vendo como estes olhinhos estão brilhando? – perguntou Alice. – Eis que do meio das profundezas surge uma nova Bella! – brincou, enfatizando bastante as palavras, fazendo todas nós cairmos na risada.

– Quem vai gostar de saber que você está bem é sua mãe, Bella. - afirmou Miranda. Senti um rasgão enorme no peito, uma mistura de angústia e saudade. Minha mãe...

– Apesar de tudo, eu sinto muita falta dela.

– Imagino, querida. A Reneé te ama muito, ela também está sentindo sua falta.

– Um jeito um pouco estranho de amar. – interveio Alice.

– Não fale assim, minha filha. Cada mãe tem a sua forma de demonstrar atenção e amor ao filho. Mas nem por isso podemos dizer que elas não os amam o suficiente. A verdade é que cada mãe demonstra o seu amor de uma forma, e essa é a forma da Reneé. Vocês, quando forem mães, irão entender.

– É obvio que eu sei que ela ama a Belinha, mãe, mas é estranho. É um sentimento de posse, como se ela fosse a bailarina da caixinha de música, que ela pode colocar para tocar quando quiser e da sua forma.

Parei um pouco e refleti no que elas estavam dizendo. Em um momento eu estava ali na banheira com elas, em outro eu já havia sido teletransportada para momentos da minha infância.

Ao mesmo tempo em que ela brigava comigo, falando que eu tinha que me dedicar mais as aulas - apesar de eu sempre ter sido compenetrada quando se tratava da dança -, ela estava me incentivando, me dizendo que eu poderia ir mais longe. Mas no final de tudo, sempre vinha um elogio acompanhado de olhos brilhantes banhados em lágrimas, rapidamente enxugadas para que eu não visse. E depois do elogio, o trabalho árduo começava novamente. Na companhia, com a professora, em casa, com ela. Quando eu mostrava algo novo a ela, depois de soltar a sua frase predileta - ''Precisa melhorar isso... Assim ficará melhor...'' - vinha aquele sorriso de canto de boca que eu sabia que era de satisfação.

Essa sempre foi a forma da minha mãe demonstrar afeto por mim. Me incentivando a amar aquilo que ela sempre amou: a dança. E como a Miranda disse, eu não posso nunca dizer que ela não me ama o suficiente, ela apenas ama do jeito dela.

–... Ela voltará, Bella, ela estará de volta quando estiver pronta. – voltei a conversa, tentando acompanhar o que Miranda estava dizendo.

– Espero que a Itália esteja fazendo muito bem aos nervos dela. – desejou Alice.

– Eu também espero que no final tudo fique bem. – murmurei positivamente.

(...)

Fiquei me olhando no espelho enquanto Alice terminava de tirar algumas fotos. A mulher que eu via no espelho estava realmente bonita. O vestido azul assinado por Alice caiu perfeitamente no meu corpo. Susan fez um penteado e uma maquiagem simples, não queria nada exagerado. Nada muito formal, bem no clima praiano.

Virei-me e vi Alice parada na porta. Ela estava deslumbrante. Seu vestido feito cuidadosamente por ela era simples (por incrível que pareça), elegante e único. É, essa é a Alice. Seus olhos estavam brilhando, ameaçando a aparição de algumas lágrimas.

– Pelo amor de Deus, não estraga a maquiagem.

– Eu nunca imaginei que você um dia diria isso. – riu.

–Nem eu. - concordei. - Eu nunca vi uma noiva tão linda...

– Ah, Belinha, eu não estou nem acreditando. Eu estou tão feliz!

– E eu estou feliz tão quanto você. É como se eu tivesse casando junto. – ri com o meu comentário.

– Também nunca imaginei que você diria isso.

– Eu também não. Acho que casamento deixa qualquer mulher sensível.

– Meu Deus, minha princesa. – exclamou Miranda a abraçando. – A minha filhinha vai se casar, a minha princesa...

E com um gesto simples e muito maternal, Miranda lhe deu um beijo na testa.

– Seja feliz, minha filha... – e as lágrimas das duas apareceram ao mesmo tempo.

Um momento tão lindo, de tanto amor... Eu desejei ansiosamente um dia poder compartilhar este momento com minha mãe. E quase como um reflexo, senti lagrimas brotando nos meus olhos.

(...)

É claro que Alice tinha que ir ao seu casamento em grande estilo. Eu falei pra ela que seria melhor algo mais simples, mas simplicidade e Alice não andam juntas. Então ela escolheu ir de limusine branca para o casamento.

Quando chegamos ao local da cerimônia, Alice estava praticamente em ponto de ebulição. Disse algumas palavras motivadoras para ela e me virei para sair do carro. Porque, apesar das mordomias, eu era a madrinha e não a noiva. Alguém abriu a porta e me deu a mão para eu sair.

É claro que eu sabia perfeitamente a quem elas pertenciam. Aquelas mãos eu reconheceria em qualquer lugar. Eu senti minhas pernas balançarem quando encarei aquelas belas esmeraldas. Ele estava muito lindo com um terno bege, camisa lilás por baixo e, é claro, com o cabelo extremamente bagunçado - o toque especial que o deixava mais lindo ainda.

– Você está maravilhosa. – ele murmurou em meu ouvido. – Eu tenho uma quedinha por mulheres de azul.

Ainda bem que neste momento Harry, ao lado de Edward, estava com sua atenção totalmente voltada para Alice, porque eu senti as minhas bochechas corarem.

– Obrigada. – Consegui enfim dizer. – Você também está lindo.

Dei um beijo em Alice e descemos para a praia. Edward segurava minha mão e me elogiava o tempo todo.

A decoração estava realmente linda; o corredor estava todo decorado com orquídeas,

frésias, gardênia e outras flores que eu não reconheci. Estava tudo realmente bastante delicado, muito a cara de Alice.

– Como está, Jazz? – perguntei ao noivo.

– Olha, se você me perguntasse a algumas horas atrás eu diria ansioso, mas agora o que eu estou sentindo algo que nem sei se tem nome.

O abracei e lhe desejei tudo que eu já tinha dito para Alice. Eles foram realmente feitos um para o outro.

Cinco minutos depois, Miranda apareceu sorrindo para mim. Essa era a deixa de Alice. A harpista começou a tocar e segundos depois, quando a violinista entrou em ação, Alice apareceu flutuando pela areia. A expressão de Jasper mudou de ''sem saber o que estava sentindo'' para "noivo apaixonado". Harry estava orgulhoso da sua filha, dava para ver pela forma que ele a segurava pelo braço. E Alice... Bom, como eu já esperava, no momento que ela viu o Jasper seus olhos encheram de lágrimas. A música continuou tocando e eu senti o meu coração acelerar.

Eu poderia dizer que estava emocionada por ser o casamento da minha melhor amiga, mas eu tenho certeza que se fosse um casamento de um desconhecido eu choraria. E eu nunca chorei em casamentos, eu achava um pouco ridículo quando via outras pessoas chorando. Acho que eu virei uma manteiga derretida.

Eu estava totalmente atenta a Edward que também estava emocionado, d seu jeito de homem, mas estava.

Quando o padre pediu que eles se beijassem, uma salva de palmas aos noivos começou e Edward me segurou pela cintura.

– Acho que eu vi alguém emocionada.

– Não, imagina... Continuo sendo a mesma durona de sempre. – neguei enxugando as lágrimas.

– Te amo.

– Eu acho que eu gosto de você um pouquinho... Só um pouco. – fiz charme.

Eu sei que o momento era dos noivos, porém Alice e Jasper que me perdoem, mas naquele momento a única coisa que eu estava prestando atenção era os lábios de Edward nos meus.

(...)

A cerimônia se estendeu para a festa, que aconteceria no lado mais largo do píer*. Só neste momento que eu percebi que o que Alice poupou na cerimônia, ela esbanjou na festa. Ela praticamente mudou a estrutura de tudo para deixar a sua cara. Flores rosa e brancas por todos os lados, fotos deles dois, uma pista de dança, um lugares mais reservados e muito brilho.

Eu e Miranda estávamos ajudando Alice a trocar o seu vestido de noiva por um vestido tomara-que-caia curto, com a cintura bem marcada.

– Agora, toma o seu santo. – ela estendeu um salto preto de tiras para mim.

– Alice, eu estou amando a minha sandália baixa. E eu não posso usar salto, lembra?

– O seu fisioterapeuta gostosão disse que agora você pode tudo.

– Alice, mais respeito com o meu namorado. Agora você é uma mulher casada. - brinquei.

– Ah, sim, vou tentar me controlar. Então, você não tem desculpa para não usar. – ela jogou o salto no meu colo.

– A única coisa boa de ser uma invalida era que você não podia me obrigar a usar essas coisas.

– Que bom que você sabe que agora eu posso, e é só o começo. – Tremi só de pensar.

Voltamos para a festa, e eu comecei a reconhecer os rostos que eu não tinha reparado na cerimônia. Alguns bailarinos da companhia, outros da faculdade que eu conheço também e mais vários outros que eu nem sei quem é. Alice conhecia muita gente, sem contar que também tem a publicidade por ter três vestidos - dois dela e um meu - assinados por ela na festa.

Avistei Edward tendo uma conversa descontraída com o Jasper e fui ao encontro deles.

– E então, mas calmo agora, noivo? – perguntei a ele.

– Agora é só felicidade... – exclamou esbanjando alegria. – Obrigado por acalmar os ânimos de Alice, Bella.

– Não foi nada, Jazz... Bom, a sua esposa está lhe chamando. – Alice estava na pista de dança fazendo uma dança sensual para ele.

– Não posso deixar uma mulher recém–casada sozinha. - lamentou falsamente.

– Não pode mesmo, meu amigo. – confirmou Edward. Jasper saiu nos deixando a sós.

– Será que essa linda dama gostaria de dançar comigo?

– Não posso, tenho namorado.

– Ah, é só um pouco... Acho que ele não vai se importar.

– Já que insiste. – fiz charme.

– Alice que me perdoe, mas você é a mais linda da festa.

– Que ela não ouça isso.

Fomos pra pista de dança e começamos a dançar ao som de Give Me love. Nossos corpos se movendo no ritmo da música. Eu com o rosto colado no seu pescoço, ele me segurando pela cintura e brincando com o meu cabelo...

''Dê-me amor como ela

Porque, ultimamente, eu tenho acordado sozinho

A dor espalhou lágrimas na minha camisa

Eu disse a você que os deixaria ir

E vou lutar pelo meu canto

Talvez hoje à noite eu vá chamar você

Depois que o meu sangue se transformar em álcool

Não, eu só quero segurar você

Dê um pouco de tempo para mim, vamos queimar isso

Vamos brincar de esconde-esconde, para virar esse jogo

Tudo que eu quero é o gosto que seus lábios permitir

Minha nossa, minha nossa, oh, dê-me amor

Minha nossa, minha nossa, oh, dê-me amor

Minha nossa, minha nossa, dê-me me amor ...''

– Vendo a alegria do Jasper, a festa, Alice tão bonita deu até vontade de casar. – ele comentou em meu ouvido.

– Deixa eu te contar um segredinho; eu também fiquei com uma vontade assim... bem de leve... de casar. – assumi, rindo um pouco.

– Vontade bem de leve? – perguntou rindo. – Aposto que foi algo, assim, bem passageiro.

– Eu fiquei com uma vontade de chamar meus amigos, compartilhar o meu amor com as pessoas, receber a benção da minha mãe... Digamos que eu estou sentindo uma invejinha boa de Alice.

'‘... Dê–me amor como nunca antes

Porque, ultimamente, eu tenho desejado mais

E faz algum tempo, mas eu ainda sinto o mesmo

Talvez eu deveria deixar você ir

Você sabe que eu vou lutar pelo meu canto

E que esta noite vou chamar você

Depois que o meu sangue estiver se afogando em álcool

Não, eu só quero segurar você

Dê um pouco de tempo para mim, vamos queimar isso

Vamos brincar de esconde-esconde, para virar esse jogo

Tudo que eu quero é o gosto que seus lábios permitir

Minha nossa, minha nossa, oh, dê-me amor

Dê um pouco de tempo para mim, vamos queimar isso

Vamos brincar de esconde-esconde, para virar esse jogo

Tudo que eu quero é o gosto que seus lábios permitir...''

– Uma invejinha, não é? Eu te entendo... Eu também senti uma do Jasper, mas você pode ter tudo isso, meu bem, é só...

– Bella! – Ouvi uma voz masculina que eu não ouvia há muito tempo.

Virei-me imediatamente, não acreditando muito que era verdade.

– Meu Deus, Jake! – Abracei o meu amigo. Eu já não via há tanto tempo... – Quando você chegou? Alice não me avisou que viria...

– Ela me avisou há um tempo, mas eu não dei certeza a ela. A companhia está um caos, vamos começar a ensaiar um novo Balé. Mas eu não poderia perder a chance de rever vocês. – dei um beijo no rosto de Jacob e depois o larguei lembrando de que antes eu estava abraçada a Edward. É melhor eu apresentá–los para não ficar uma situação desagradável.

– Amor, esse é o Jacob. – Edward estava com a expressão séria, de poucos amigos, a postura mudada... – Um grande bailarino. Estudamos juntos, mas depois ele foi dançar no New York City Ballet e me abandonou. – sorri para ele.

– Edward Cullen. – ele estendeu a mão. Jacob a pegou e deram um aperto de mão que me pareceu mais um medidor de forças.

– Jacob Black. – Jake respondeu com um sorriso irônico nos lábios.

Os dois trocaram um olhar que eu não gostei muito. O que está acontecendo com esses dois?

– Bom, Bella, eu soube que está dando aula na companhia, passarei lá para conversamos melhor. Edward, né? Foi um prazer conhecê–lo. – ele olhou para Edward. Ele permaneceu paralisado como se Jacob não tivesse falado nada.

– Claro, Gianne vai adorar te ver também. – Falei para atrair a atenção dos dois.

Despedimo-nos e Jacob saiu, mas não antes de olhar para nós.

– O que foi isso? Você está bem? – perguntei a Edward percebendo que ele continuava estranho.

– Sim, é só que eu conheço ele. – explicou baixando os olhos.

– Uau! Você conhece o Jacob? De onde? Desde quando? – lhe enchi de perguntas.

Continua ...

*Carcamano : No Brasil, um Indivíduo oriundo da Itália (Pejorativo); No Estado do Ceará, vendedor ambulante de tecidos e artigos de armarinho; No Estado do Maranhão, pessoa de origem árabe. O termo 'carcamano' nem sempre é usado de maneira pejorativa.

*Píer: Estrutura de madeira usada para atracamentos de barcos.


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Notas finais do capítulo

Bella, ida a Brigton: http://www.polyvore.com/cap_25_ida_brighton/set?id=110574306

Bella casamento : http://www.polyvore.com/cap_25_bella_casamento_de/set?id=92874145

vestido de noiva de Alice : http://www.temdicas.com/wp-content/uploads/2011/12/Vestidos-de-Noiva-para-Casamento-na-Praia-10.jpg

Edward roupa: http://www.noivasecia.com.br/imagem/bege.jpg

Decoração, cerimônia: http://www.constancezahn.com/wp-content/uploads/2013/02/decoracao-casamento-adriana-helu-jose-antonio-de-castro-bernardes-08.jpg

Decoração, festa: https://scontent-a-atl.xx.fbcdn.net/hphotos-prn2/t1/q71/1209059_481309878634999_1369487007_n.jpg

Alice festa: http://www.polyvore.com/cap_25_festa_do_casamento/set?id=91478104

Ufa! Hoje teve foi link ... Bom gente, a casa de praia do Edward, acho que vocês perceberam pela descrição, é a casa da lua de mel de Bella e Edward em Amanhecer *-* Juro que não fiz de propósito. A diferença é que ela não é de frente para praia, e tem piscina.

Espero que tenham gostado... Façam uma autora feliz, que no dia do seu aniversário esta de catapora :P Beijos meninas, até logo.



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