Apesar De Tudo, Sempre Foi Você escrita por Raquel Rocha


Capítulo 31
Recomeço




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Quando cheguei em casa dormi a tarde inteira, pois teria que ter pique pra dirigir a noite toda, já que no ímpar ou par eu perdi pra Amália e vou ter que dirigir com ela, o Lucas e o Igor dentro. - sim, a gente decidiu quem ia dirigindo no ímpar ou par

Meu pai, minha mãe e a Mily vão no carro do meu pai mesmo.

Acordei, tomei um banho, já vesti a roupa com que eu ia e fui arrumar uma malinha pra ir pra Sampa, já que só volto domingo.

Depois que o fiz, desci pra jantar, pois já era mais ou menos 21:30hrs. Meus pais e o resto deviam estar arrumando suas coisas e a Lurdinha já tinha ido embora, portanto, jantei sozinha mesmo.

Quando deu umas dez e pouca da noite o Lucas chegou e estávamos todos prontos pra partir.

Descemos até a garagem e fomos para os respectivos carros. Eram mais ou menos 6 horas de viagem daqui até Santos, ainda estava me preparando psicologicamente pra isso. Mal tem uma semana que eu tirei a carteira e vou dirigir por seis horas seguidas de um estado pra outro.

Adentramos o carro e fomos. Fui seguindo o carro do meu pai por não saber o caminho de cabeça mesmo por só ter ido até lá uma vez na vida e de ônibus, e também por estar escuro, aí tudo muda.

Durante todo o percurso ninguém dormiu, passamos o tempo todo cantando as músicas que tocavam na rádio, rindo, conversando e brincando uns com os outros. Pelo menos eu e o Igor ficamos o tempo todo assim né?! Porque o casalzinho que pediu pra ir os dois no banco traseiro, ficavam se beijando a cada cinco segundos. Agora eu sei o que é segurar vela.

Após as longas seis horas de viagem pra chegar na cidade ainda demorou mais meia hora pra chegar na antiga casa da minha mãe Miriam, onde Nicole mora agora com o Victor. Eram quase cinco da manhã quando chegamos.

– Amália, não adianta discutir, você volta dirigindo. Puta que pariu, meus braços tão doendo. - reclamei assim que estacionamos em frente à casa.

– Mas eu nosso trato não era esse. Era que quem perdesse o par ou ímpar ía dirigir ida e volta.

– Vocês fizeram par ou ímpar pra ver quem vinha dirigindo? Não to crendo nisso. Vocês têm mesmo dezoito anos? - Lucas brincou

– Cala a boca, Miranda. Sei que você ainda assiste "Bob Esponja" e "Phineas e Ferb". - apontei o dedo pra ele e ri. - Mas enfim, eu não vou voltar dirigindo essa merda. Querem que eu precise amputar os braços? - fiz um drama

– Ah, deixa de ser dramática, maninha - disse Igor bagunçando meus cabelos. - Vamos logo saindo. Cansei de ficar sentado, quero esticar as pernas e preciso muito mijar.

– Okay, essa última informação foi meio desnecessária, Igor. Mas de boa. Vamos saindo logo que eu também estou cansada. - Amy disse já saindo.

– Ai, como é bom respirar o ar de Sampa - Igor disse abrindo os braços quando ficou em pé do lado de fora. - Em pensar que em algumas horas vou matar a saudade do meu pai. Nunca fiquei muito tempo longe dele e já tem um mês e meio que não o vejo.

– Também estou com saudades da minha família. Faz tempo que eu não piso em Santos. - Amy disse pegando sua mala no porta malas e entregando pro Lucas.

– Estou com saudades da vovó e de toda a família das minhas mães e do meu pai. Todo mundo mora por aqui mesmo. Não sei porque ainda não tinha vindo antes, todo mundo ia pro Rio e eu nunca vinha pra cá. Acho que não queriam que eu descobrisse a verdade - comentei enquanto trancava o carro depois que todos pegaram suas coisas.

– Como eu não posso ter saudades de ninguém porque não conheço ninguém nessa bagaça, fico feliz em conhecer a família dessa cabeça de abóbora aqui. - Lucas disse beijando o topo da cabeça da Amália.

– Hey, eu não conto como família? - perguntei indignada enquanto esperava Amy terminar de destrancar a porta.

– Eu quis dizer o resto da família, cabeça de abóbora 2. - se explicou.

– Tecnicamente eu sou a número 1, pois sou três minutos e meio mais velha que a Amália. - empinei meu nariz.

– Mas que caralho, ein. 'Cê tá chata hoje. Para de reclamar, mulher. - disse Igor se jogando no sofá

– Passe seis hora e meia dirigindo sem parar pra ver se você também não fica chato. - me joguei ao lado dele.

Meus pais já estavam dentro de casa iam dormir junto com a Mily no antigo quarto da Amy, conforme ela disse, e nós quatro vamos dormir na sala em colchões no chão mesmo.

Não quisemos acordar o casal, eles precisam descansar, mais tarde iríamos falar com ele.

Depois disse fomos até a cozinha comer algo e logo depois arrumamos as coisas na sala e dormimos feito pedra devido ao cansaço, bom, pelo menos comigo foi assim, não sei os outros.

(...)

Mais tarde, quando acordei, só restava Igor dormindo além de mim e os outros estavam fazendo alguma coisa em algum lugar.

Meus pais e Emily não estavam em casa, mandei uma mensagem ao meu pai perguntando onde estavam e ele respondeu dizendo que estavam na casa da minha avó, mãe da minha mãe Lúcia, pra ela ver como a Emily cresceu e que a Nick e o Victor foram pra casa cada um de sua família pra passarem o dia sem se ver.

Fui à cozinha, comi uma fruta e depois tomei um banho.

(...)

Já estava quase na hora do casamento e nós estávamos indo rumo à igreja. Dessa vez Amy foi dirigindo. Acho que estou com trauma ou algo do tipo, porque pelo amor de Deus.

Eu estava muito bonita, segundo os meninos, incluindo meu pai. E eles disseram a mesma coisa pra Amy. Resolvemos fazer o mesmo penteado porque sim.

Os meninos também estavam bem arrumados, nem pareciam que tinham se arrumado sozinhos. Estavam bem charmosos.

Meu pai estava lindo num terno preto com uma gravata cinza, impecavelmente passados e engomados. Já minha mãe vestia um lindo vestido longo que nela ficava deslumbrantes. Era da cor salmão, com um broche de brilhantes do colo, perto do decote nada profundo, mas sim comportado.

Emily estava vestida como a daminha. Uma miniatura perfeita do vestido que Nicole ia usar. Ela havia mandado uma foto e minha mãe mandou fazer um igualzinha pra Emily entrar carregando as alianças.

Chegamos à igreja e eu, Amy e os meninos entramos e nos sentamos na segunda fileira do lado direito, onde também se encontrava parte da nossa família. Enquanto no lado esquerdo se encontrava a família do Victor. Meu pai ficou esperando a Nick lá fora para conduzi-la ao altar e minha mãe ficou lá também pra hora que a Mily tivesse que entrar.

Conforme os minutos iam passando, a igreja ia enchendo e a maioria ali eu não conhecia. Porém havia gente da família da minha mãe Lúcia ali também, presumo que todo mundo seja amigo.

Estava observando as pessoas entrarem quando meus olhos bateram em uma em especial. Ele foi. Ele estava lá. Caio estava ali e vinha em nossa direção.

Ele usava uma calça na jeans de cor escura, uma blusa verde clarinha e um blazer preto por cima e nos pés tinha um tênis bem bonito preto. Ele estava realmente lindo.

Ele se sentou ao meu lado, cumprimentou a todos e logo sussurrou no meu ouvido:

– Na festa conversamos.

Apenas assenti

(...)

A cerimônia foi, como qualquer outra cerimônia de casamento, emocionante. Amy chorou, minha avó chorou, meu pai chorou, enfim, metade da igreja chorou.

Eu não chorei porque estava muito ansiosa pro que Caio queria falar comigo.

Chegou a hora de irmos pra festa e o Caio veio de carona com a gente, já que estava sem carro - ele tem 17 anos e veio de ônibus - e perguntou se poderia ir embora conosco amanhã. Claro que eu disse que sim.

Enfim, já estávamos no salão e estava na metade da festa quando Caio resolve me chamar pro lado de fora do espaço, onde havia um banquinho de praça, daqueles de madeira, bem bonitinho em frente à uma pequena fonte perto do jardinzinho. Esse salão era lindo tanto por dentro quando por fora.

Nos sentamos e ficamos nos encarando por um bom tempo, até que ele falou:

– Eu quero recomeçar. - ele suspirou

– Recomeçar? - perguntei confusa. Tem como recomeçar muitas coisas.

– É. Recomeçar do zero. Quero voltar a ser seu amigo. - vi em seu olhar que doía pra ele dizer isso.

– Não quer voltar comigo? - perguntei me referindo ao namoro.

– Não, Mandie. Por mais que eu fique feliz e me sinta bem quando estou com você, acho melhor não. Perdi a confiança em você nesse quesito e confiança é uma coisa que você sabe muito bem que é difícil de reconquistar quando o assunto é comigo.

– Me sinto muito mal pelo que fiz. Você não sabe o quanto eu me arrependo. - olhei pras minhas mãos pousadas em meu colo. Não queria o olhar nos olhos.

– Eu ainda não entendo porque você ainda não correu pra ele. Já se passaram duas semanas e os dois estão livres. Solteiros. - o olhei e ele tinha um semblante confuso.

– Não me faz muito bem estar com ele. Fico melhor com você. Você é estável, eu te conheço bem, sempre sei como está só de te olhar e sei o que pensa só de te olhar nos olhos. - disse o encarando de forma terna. - Ele não. Ele é imprevisível. É instável, nunca sei o que vai acontecer depois que ficarmos. Uma hora ele parece bem, na outra ele parece querer me provocar. - desabafei. Ele tinha voltado a ser meu amigo mesmo, e amigos são pra isso. - A última vez em que ficamos, eu falei de você e ele se revoltou, nós brigamos. E minutos depois ele pediu pra namorar com a Vanessa. Não sei se ele realmente gosta de mim como diz gostar. Não me faz bem ficar com alguém assim. Por mais que eu o ame e apenas goste de você, fico melhor contigo que com ele, você me faz sentir melhor. - suspirei no fim, como se estivesse tirando um peso das costas. Ele percebendo como estava mais leve ao desabafar, apenas me abraçou.

E ficamos assim por longos minutos, num silêncio confortável. Me senti melhor no abraço dele.

Nosso abraço foi interrompido por um pigarreio. Me distanciei dele com calma e olhei na direção do barulho, logo vendo Amália, Lucas e Igor nos olhando curiosos.

– Voltaram? - Amy perguntou com um sorriso.

– Não. Somos apenas amigos agora. - Caio disse me olhando.

O sorriso de Amy diminuiu, mas não por completo. Ela devia estar feliz por termos nos acertado, mas não do jeito que ela queria. Pois quando pensou que tínhamos reatado o sorriso estava maior.

– Uma pena. Formavam um belo casal. - Nicole apareceu atrás dos três.

– Ficamos melhor como amigos. - Caio sorriu pra mim.

– Parabéns, Nick. Nem consegui falar com você direito hoje. - sorri e me levantei indo abraçá-la.

(...)

Curtimos a festa até o finalzinho, quando já eram três e pouca da manhã. Fomos pra casa e domingo de manhã bem cedo voltamos pro Rio.

Com a Amy dirigindo, claro.


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