My Sweet Hell escrita por Pode me chamar de Cecii


Capítulo 7
Six - Hot as Ice


Notas iniciais do capítulo

espero mesmo que gostem >.< esse está também quase integral então as leitoras antigas vão provavelmente querer pular, mas tem uma parte legal no final... Ah, boa leitura



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Um calafrio percorreu seu corpo avisando-o mais uma vez que não devia estar ali, mas Derek já sabia disso. Entretanto, um impulso tornara aquilo inevitável. Ele tinha que salvá-la, de qualquer maneira. Era sua última esperança. Ele se lembrou de como seus olhos castanhos brilhantes haviam se apagado. A criatura podia ser uma inimiga, mas Derek tinha o coração puro e bom demais para deixa-la daquele jeito. O impulso o obrigara.

O lugar era terrivelmente escuro, as rochas das paredes pareciam dizer que cairiam a qualquer momento, estavam apenas esperando que alguém passasse. Não havia som pelo desfiladeiro coberto de neve, e as estalagmites o enganavam, imitando homens negros do grupo, prestes a mata-lo com um único e poderoso golpe. A nevasca atrapalhava sua visão, obrigando-o a semicerrar os olhos.

– Sei que estão aí! – declarou, o barulho do vento era alto demais, forçando-o a gritar sem direção certa. – Vim em paz! Eu preciso falar com Martin. Sei que ele vai me ouvir. Derek Weiland.

A neve caindo e o vento sussurrando eram os únicos ruídos a serem ouvidos, mas ele sabia. Sabia que estava no lugar certo. Sabia que por debaixo da neve recente haviam pegadas que o levariam até o esconderijo caso não estivessem encobertas.

Alguns minutos se passaram, mas ele esperava friamente, observando tudo o que se passava ao redor. E então veio a pancada e tudo simplesmente se apagou.

***

Quando seus olhos finalmente se abriram ele estava já dentro de uma das cavernas. O chão extremamente frio lhe tocava causando arrepios constantes e ele percebeu que estava sem o casaco. Um dos homens altos e robustos o examinava e apenas jogou em cima do corpo caído no chão quando se deu por satisfeito, levando o canivete suíço em prevenção.

Sentindo a cabeça latejar como nunca, Derek apoiou as mãos no chão e se levantou com inimaginável esforço. O mundo girava ao seu redor.

As orbes cor-de-mel do rapaz focalizaram o grande homem negro sentado na cadeira pobre de pedra. Vestia um casaco de peles e usava uma barba longa e negra como a noite.

– Weiland. – disse com a voz grossa o bastante para irritar os ouvidos. – Que surpresa... Desagradável vê-lo aqui. O que quer? Diga logo.

– Você me deve um favor. – declarou, relembrando o tempo que passara a muito. O dia em que ajudara o renegado. – Preciso da erva.

Ele soltou uma forte gargalhada, mas o rapaz não se deixou abalar, com o semblante ainda duro.

– E por que eu daria a você? – perguntou. A erva era preciosa demais para aqueles homens.

– Porque ela precisa. E é um deles.

Sua expressão mudou. Derek soubera exatamente como atingir o líder daquele misterioso grupo.

O líder dos renegados. Um dia homens das colônias do Texas, haviam se unido à divindade negra. Derek uma vez lutara ao lado daquele homem. O causador do incêndio que matara a maior parte dos homens restantes dos Estados Unidos, que hoje já haviam encontrado um lugar melhor para se esconder.

A lembrança lhe vinha à mente. Martin, o homem em que se espelhava e confiava, sendo descoberto. Sua tropa, considerada a melhor tropa humana de todos os tempos, condenada à morte. Fora ele quem o tirara daquela situação. Derek conseguira amenizar sua pena para o exílio.

– Então deixe o monstro morrer. – respondeu friamente, lembrando-se que os caídos também o haviam abandonado.

– Ela é uma fonte, Martin. – explicou. – Você sabe que devemos mantê-la viva.

– Ela já enganou você, não é? – perguntou, desesperançoso. – Ela tem olhos lindos, não? Castanhos? Ou azuis? Ela seduziu você, Weiland? Não posso acreditar, eu te dei treinamento melhor...

– Reeze Martin, – continuou, calmamente, porém sentindo a raiva queimá-lo por dentro. – me-dê-a-maldita-erva-do-calor. E fique tranquilo, não seguirei seus passos ao cair nos encantos de um anjo caído. – as palavras foram como um soco no velho homem.

Derek sabia mais sobre ele do que o próprio. Ele sentiu a dor das lembranças que tanto tentava evitar vir mais uma vez. Sim, ela tinha olhos lindos, como duas estrelas brilhando ao longe, sonhos que ele jamais conseguiria alcançar, mas podia apenas admirar de longe.

Ele suspirou.

– Dê a ele. – ordenou a um dos serviçais que vigiava a conversa. – Já o perdemos. E logo que ela mata-lo ela vai morrer viciada, sem suprimentos.

O rapaz ignorou as últimas palavras, vestindo o casaco rapidamente e apanhando a sacola de pano que o homem lhe trouxera, para finalmente se dirigir à saída. Porém a nuvem espessa e branca ao longe, seguida daquele barulho significativo o alertou. Reeze Martin deixou escapar mais uma das suas gargalhadas.

– Corra, pombinho! – ironizou. – Ou a tempestade de neve vai mata-la!

O líder deixou que o próprio se guiasse para a saída. Não tinha problema, logo ela estaria coberta de neve e não poderia mais ser utilizada. Agarrando a bolsa e o canivete que o serviçal havia tomado ele correu.

Pelos cálculos que eu havia feito, sem exatidão, mas com rapidez, faltavam cerca de 30 minutos para que a nuvem chegasse até a clareira onde havia deixado a garota. Era cerca de 1 hora de viagem à pé.

Com toda a energia que ainda tinha, ele coreu. A neve embaçava a sua visão, ele tropeçava em seus próprios pés a cada mísero minuto. A pedras sobre as quais ele caía estavam machucavam seus joelhos, manchando o casaco com o sangue, mas ele, por algum motivo, não me importava.

Não aguentava mais correr. Mas continuava andando, a neve cobrindo suas pernas até a altura dos joelhos.

E a esperança tomou conta. Faltava apenas um quilômetro, talvez menos. Acelerando um pouco o passo, ele chegou. Porém a nuvem fora mais rápida do que suas cansadas pernas. Não mais se podia saber onde estava a barraca, onde estava ela... Um desespero tomou conta. Ele não sabia por que, mas algo o impedia de acreditar que a perdera.

Ele abaixou-se, socando a neve, espalhando-a pelo chão, abrindo um buraco ali, gritando.

Um gemido. Foi tudo o que precisou. O som vinha de sua esquerda. Rapidamente virou-se, encontrando o pano que antes cobria a barraca, caído. Com toda a paciência, revirou o local, mas ela não esta ali.

Seus olhos pareciam marejar. A missão, os treinamentos, os esforços, haviam sido em vão. Mas algo mais fazia com que todo o sofrimento aumentasse.

Mas um toque às suas costas. Ela se apoiou em seu ombro, a pele fina estava gelada como a morte. Sentindo as forças se esvaírem, ela deixou-se cair.

Novamente revestido de esperança, o humano agarrou a sacola de pano. Abriu-a, pegando o musgo verde. Tentou acender o isqueiro para queimar a droga, mas era muito úmido o lugar.

Lançou lhe mais um olhar. Ela sorria. E seus lábios formavam algumas palavras...“O... Obri... Gada”, dizia repetidamente e ele pegou sua mão, apertando-a com força. Ela parecia tão pura... Não acreditaria se qualquer um dissesse que era uma caída, isto se não houvesse visto as asas negras com seus próprios olhos.

Não havia como fazê-la cheirar a erva. Não dava para queimá-la, deveria ser do jeito mais doloroso.

Lembrando-se das aulas que tivera sobre a história humana no passado, lembrou-se de ler sobre as drogas injetáveis. Observou o medicamento sm suas mãos e imaginou a dor que a pobre sentiria. Porém improvisou a seringa, espremendo o sumo da erva. A garota estava quase desacordada novamente.

– Vai doer. – sussurrou e ela fechou os olhos pesadamente.

E ele cravou a agulha em seu peito, despejando em seu sangue todo aquele conteúdo verde-escuro. Com a dor, ela levantou o tronco, gritando qualquer palavra em uma língua estrangeira, talvez francês.

E então caiu novamente, dessa vez acordada, viva. Ambos os pares de olhos viraram-se para a sacola de pano. Havia pouca erva, talvez não o bastante. E ela logo estaria viciada, ele sabia e ela sentia isso. Deviam chegar à colônia em no máximo 3 dias. Mas ele aliviou-se novamente, deixando-se levar pela conquista. Eles chegariam até o objetivo.

As lembranças da conversa com o velho mestre inda estavam bem vivas. Olhou para ela. Os olhos castanhos o prendiam de alguma maneira. Vendo-o encará-la, ela sorriu agradecida. O sorriso dela era ainda mais belo que os olhos.

***

Sentado na cadeira de mármore, Martin não podia esquecer as palavras do velho aprendiz. Ele ainda se lembrava dela. A bela nephilim loira que sorrira para ele uma vez. Seu único arrependimento na vida.

Lembrava-se. Lembrava-se de acreditar nela, lembrava-se de segui-la. Lembrava-se de suas palavras ditas na voz doce. Ela não era ruim. Ele a seguira porque sabia disso. E por último, lembrava-se de ver a adaga maldita, aquela mesma feita no ferro negro e antigo. O único material capaz de destruir realmente qualquer alma, que só possuía uma gêmea de bronze. Lembrava-se da adaga perfurar o corpo de sua bela Simone e de suas orbes tristes em um último olhar de despedida.


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Notas finais do capítulo

Desculpem a demora, mesmo, disse que ia soltar esse rápido, mas não deu... É que pra soltar um aqui tenho que betar mais um na antiga e, dessa vez, eu adicionei um, o que dá bem mais trabalho que betar, entendem?
Ah, e uma coisa. Sei que é pedir DEMAIS masok.
Gostaria MUITO de ver mais comentários aqui, tenho mais leitores, e de uma recomendação. Faria meu dia feliz haha
espero que tenham gostado, beijão.



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