Viciante Morte - THALICO escrita por Caroline Tarquinio


Capítulo 5
Forever Yours, Forever Mine.


Notas iniciais do capítulo

Oláaaaaa. Esse é o fim da históriaa :( Desculpem porque esse capitulo foi beeem mais longo do que os outros mas por favor leiam até o final porque eu prometo que vai valer a pena. E deixem reviews me dizendo o que acharam o/ Obrigado a todos que leram e comentaram porque isso me incentivou muito. Eu acho que em breve farei outra fic Thalico mas por enquanto se quiserem mais leiam minha one-shot: Thalico - The life from the side of the moon. Obrigadaaa, adoro todos vocês.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/329897/chapter/5

Acordei ainda embalada nos braços de Nico, o colar não brilhara desde aquela noite, mas eu sabia que estava onde deveria estar. Com ele. Meu ferimento não doía mais com tanta intensidade como doera na noite anterior, acho que foi o Néctar. Eu não queria me mover, eu poderia ficar com Nico pra sempre mas Artémis estava presa e não havia nada que eu poderia fazer,pelo menos por enquanto.

–- Você está melhor? – perguntou Nico ainda sonolento, mas me olhando com preocupação.

–- Sim, obrigada – eu queria beijá-lo mas isso seria quebrar o voto e não acho que ele apreciaria meu bafo de manhã.

–- Temos que salvar Artémis – ele finalmente disse, sabíamos que momentos de paz não duravam na vida de semideuses como nós.

–- É, temos – eu disse me levantando.

Ele se levantou e se aproximou sorrindo.

–- Finalmente hoje tudo vai acabar – e deixou não ditas as palavras que eu já sabia, que hoje, se tudo desse errado a lua seria engolida e Selene destruiria Artémis de uma vez por todas, mas se tudo desse certo nós poderíamos finalmente termos o nosso final. Isso claro, se Artemis ou nossos pais não nos fulminassem – ele me abraçou forte, como se eu fosse algo frágil que precisasse ser cuidado ou protegido. Em outras circunstâncias eu o teria destruído, pois frágil era algo que eu não era. Mas a verdade era que eu era. Eu havia passado a minha vida inteira sozinha, abandonada e lutando contra monstros e sem nenhum tipo de amor ou proteção. A primeira vez que havia sentido algo havia sido com Luke mas era diferente, não era algo que fazia bem, era um amor doentio e que machucava. Me arrisco até a dizer que não era amor e sim necessidade. Mas com Nico era diferente. O amor dele era viciante, cuidadoso e ao mesmo tempo selvagem. Nada, nem ninguém poderia mantê-lo longe de mim agora.

Saímos da caverna e tentamos achar as deusas da lua. Não achamos nada. Então algo me ocorreu: Mensagens de Iris podem ser mandadas por qualquer um em qualquer lugar e era ao que parecia a única maneira de encontrarmos Artémis. Caminhamos até um rio que estava congelado mas com um pequeno raio criado por mim consegui quebrar a superfície de gelo e alcançar a água. Apesar de ser inverno, fazia sol, o único problema seria conseguirmos fazer o sol bater na água e desejei que Percy estivesse ali. Ele poderia fazer uma arco-íris sempre que tivesse vontade. Depois de algum sacrifício, Nico conseguiu de alguma forma criar o arco-iris para mandarmos a mensagem. Em uníssono repetimos as palavras:

–- O Íris, por favor aceite nossa oferenda – e joguei o Dracma no ar.

O nada tremeluziu e uma Artémis abatida porém furiosa apareceu no ar.

–- Lady Artémis, onde você está? – perguntou Nico e senti culpa em sua voz, talvez porque ele sabia que eu iria pedir minha dispensa de meus deveres como tenente das caçadoras e por mais que a situação fosse séria tive que conter um riso.

–- Estou em uma clareira perto do lago. – ela disse com tom urgente.

–- Estamos no lago – disse eu soando completamente imbecil considerando que ela podia ver que estávamos no lago – Vamos libertá-la Minha Senhora.

–- Thalia, Selene está mais forte do que imagina. Vocês dois podem detê-la sós mas ela tem um exército daquelas criaturinhas repulsivas que os manterão ocupados. Vocês tem que trazer reforços – replicou a deusa.

–- Mas Milady, as caçadoras se recusarão a lutar ao lado de Nico. – eu disse.

–- Não importa Thalia, elas terão de lutar ao lado dele. É uma ordem direta minha – corei, Artémis nem desconfiava que sua tenente estava prestes a renunciar seu posto por algo que Artémis jurara nunca aceitar: Um Homem.

– A-ahn, claro que sim – estamos a caminho Milady.

–- Nico, você se importa se eu falar a sós com Thalia? Por enquanto você pode entrar em contato com o Acampamento e dizer a Quíron sua localização para que a caçadoras venham ajudar. – Nico e eu trocamos olhares nervosos mas por fim ele se foi.

–- Thalia, eu sei o que você está planejando fazer e acho que você deveria pensar bem. Nico é um nobre semideus mas você sabe que eu desaprovo – ela falava em tom severo.

–- Minha Senhora, eu sei que está furiosa...

–- Furiosa? Mais do que isso Thalia, estou desapontada. Você fez um juramento perante todos os deuses de que renunciava a companhia dos homens por toda a eternidade para servir à mim e à caçada, e nós deuses levamos um juramento muito a sério, se você realmente o quebrar saiba que haverá consequências.

Me senti com a espada de Dâmocles sobre minha cabeça. Artémis e as caçadoras haviam me acolhido da melhor maneira quando me senti mais perdida, abondoná-las seria não só uma traição aos deuses mas também a minha família. Olhei para Nico do outro lado do lago falando com outra mensagem de Iris, com uma pessoa que eu pude identificar mesmo com a maior das distâncias, Zoey, a atirada filha de Hécate. E foi ali que eu percebi. Eu simplesmente não poderia deixá-lo. Ele pertencia a mim e eu a ele e eu tinha certeza que as Parcas haviam tecido a linha de nossa vida e feito com que parássemos no tempo para que nossas vidas de certa forma colidissem. Eu sabia que o fio de nossas vidas começara separado mas se unira e se tornara um só e eu não deixaria que Artémis, ou os deuses, ou semideuses ou monstros ficarem em nosso caminho. Por Nico eu enfrentaria qualquer exército, qualquer consequência que fosse. Eu não deixaria Nico, eu lutaria por ele e eu não deixaria tudo aquilo se perder no tempo.

–- Vejo que tomou uma decisão – disse Artémis.

–- Lamento Milady, eu sei que quebrei um juramento, mas era preciso. Agradeço que tenha me acolhido quando eu estava perdida, mas eu achei o meu caminho agora e preciso segui-lo. Infelizmente as Parcas decidiram que o meu caminho não era a imortalidade.

–- Você está errada Thalia. Você se arrependerá de trocar duas vezes a caçada por homens, você não aprendeu? – ela replicou indignada.

–- Não Artémis – a chamei assim pois ela não era mais a minha Senhora, eu havia saído da caçada, eu sentia a mortalidade me tornando vulnerável de novo. Todos aqueles sentimentos de medo tomando conta de mim. Obviamente eu não era uma mortal, era uma semideusa, mas eu já não sentia aquela força sobrenatural que nunca me deixava desistir dentro de mim – você está enganada. Eu a respeito muito mas eu me enganei da primeira vez. Eu sabia que Luke iria falhar comigo mas mesmo assim tentei lutar pois ele era o que eu tinha de mais próximo de amor. Mas sobre Nico eu tenho certeza. Eu o amo. E eu não me importo que através dos anos meu coração tenha sido partido, todos os corações são partidos antes de sermos felizes, para que saibamos quando encontrarmos a pessoa certa de que ela é quem pode curar nossos corações. Nico curou não só o meu coração como minha alma, que estava perdida. Eu sei que você entende, e espero que não fique realmente desapontada comigo, porque todo o tempo que servi na caçada foi real, e era onde meu coração estava, mas agora meu coração está em outro lugar e isso por si só, já havia quebrado o juramento que fiz para você.

Artémis me fitava. Não era um olhar acusador ou mesmo desapontado como era antes. Era um olhar de entendimento. Ela sabia que assim como o seu coração estava na caçada o meu estava com Nico.

–- Muito bem, Thalia, filha de Zeus, dou por encerrado o seu tempo como tenente de minha tropa e a liberto de sua promessa de lealdade a mim. Que seu destino seja devolvido às mãos das Parcas e que os deuses a guiem para onde você precisa ir.

Me curvei em reverência e nossa conversa terminou. Pelo menos essa parte.

–- Artémis, onde está Selene? – perguntei curiosa pois durante toda a nossa conversa nada aconteceu.

–- Selene está preparando seu mini-exercito para protegê-la de vocês. Ela, apesar de forte, não atingiu seu poder total e sabe que vocês dois seriam capazes de mandá-la ao Tártaro.

–- E mandaremos. Estamos nos preparando. – Neste momento Nico se aproximou parecendo incerto de que essa seria uma hora boa.

–- As caçadoras estão vindo – disse ele sereno e Artémis assentiu.

–- Vejo-os mais tarde na clareira, mas lembrem-se, hoje é noite de lua cheia e à meia-noite Selene atingirá a sua força máxima e será tarde demais.

Nos despedimos e encerramos a mensagem.

Algumas horas depois as caçadoras chegaram. Febe as liderava mas ainda não sabia de minha saída da tropa. Percebi que segurava a mão de Nico.

–- Thalia, o que fazes segurando a mão desse menino? – perguntou uma delas pronunciando a palavra “menino” com a entonação que se dá a um palavrão.

Respirei fundo e falei.

–- Nico é meu namorado.

Ouvi um engasgo coletivo e depois exclamações de traição e repulsa. Depois as exclamações se transformaram em negações e recusa de me obedecer depois de tamanha traição.

–- Como você ousa tentar nos liderar? – perguntou uma.

–- Jamais lutarei ao lado de uma caçadora traidora e de um garoto – gritava outra indignada.

–- Lady Artémis teria uma repulsa de ver o que você se tornou Thalia – disse uma das caçadoras mais novas.

Eu estava furiosa e prestes a fazer uma tempestade de raios atingir todas elas de uma vez mas Nico interrompeu.

–- Ouçam! – bradou ele – Thalia não é uma traidora. Ela apenas se apaixonou e isso pode acontecer com qualquer uma de vocês a qualquer minuto! Sua preciosa Lady Artémis está prestes a ser engolida por uma deusa que deveria estar morta e Thalia está fazendo tudo para salvá-la. Então parem já de grasnar e OUÇAM!

Fez-se silêncio. Até uma delas abrir a boca.

–- GRASNAR? – gritou ela em fúria – Lamento menino zumbi, mas nenhuma de nós JAMAIS lutaria do lado de uma traidora e seu namorado morto-vivo. Nós a libertaremos sem a sua ajuda.

Nico ficou furioso, todos podiam sentir seu ódio ecoar pela clareira e por um segundo fiquei com medo. Ele olhava doentiamente para a caçadora que o havia chamado de menino zumbi e ela começou a empalidecer e seus olhos perderam o brilho e percebi que Nico estava matando-a. Eu sabia que ele não iria matá-la de verdade mas eu também sabia como raiva era um sentimento perigoso para um filho de Hades. Eu tinha de intervir.

–- NICO! – eu gritei e ele parou. A garota havia melhorado imediatamente mas eu tinha certeza de que ela estaria morta agora se eu não houvesse interferido.

–- CHEGA! – gritou Febe – Nico e Thalia são os líderes desta missão e queiram vocês ou não, nós temos de obedecê-los. Lady Artémis está correndo perigo e não importa o quão imperdoável tenha sido a traição de Thalia, neste momento ela ainda é a nossa líder. Mesmo que não seja mais nossa tenente.

Olhei pra ela agradecendo silenciosamente e começamos a planejar.

A noite chegou e nós nos posicionamos aos lados da clareira escondidos. As caçadoras se preparavam para atacar as repulsivas criaturinhas que faziam parte do exército de Selene. Nico e eu as achavamos uma piada. Se essas eram todas as tropas de Selene ela não poderia ser tão difícil de ser derrotada.

Atacamos.

As caçadoras atacavam os bichos com flechas e Nico e eu tentávamos libertar Artémis. Até que Selene entrou. Lutamos com a deusa corpo a corpo pelo que pareceu muito tempo. Eu a atingia com raios e Nico a atacava com sua espada do terror. Era quase meia-noite e as pequenas criaturas pareciam se multiplicar, pilhas de pó que havia alguns minutos eram monstrinhos se espalhavam por todo o chão mas os animais eram incansáveis. Selene se preparava para atingir sua verdadeira forma e engolir a lua a qualquer momento destruindo Artémis de uma vez por todas. Eu e Nico lutávamos sem parar mas Selene não seria detida tão fácil. Ela levantou a mão e uma luz me atingiu no peito. Ela ia crescendo cada vez mais e atingia agora dois metros e meio. Era só uma questão de tempo. Olhei com desespero para Nico e ele assentiu. Não sabia o que ele faria mas achei melhor me preparar. Nico ergueu as mãos como se arrastasse o vazio ao redor dele e um vento poderoso sacudiu todas as árvores num raio de dez quilômetros. Ele era mais poderoso do que eu imaginava. O cabelo negro de Nico sacudia violentamente e ele era erguido alguns centímetros do chão. Comecei a convocar a minha própria tempestade. O vento de Nico se reforçou e raios e relâmpagos iluminaram o céu e atingiram lugares perto de Selene e eu vi medo sacudir seu corpo. Ao nosso redor as caçadoras reduziam a pó os monstrengos restantes. O poder de Nico fez a terra tremer e o meu fez o céu tremer. De repente os restos mortais dos monstros começaram a se erguer e todo o pó se transformou em uma nuvem afunilada que girou ao redor de Selene agarrando-a como uma mão gigante enquanto meus raios a atingiam incansavelmente. Nico finalmente ergueu-a e fez um movimento de cessão com os braços. A deusa explodiu-se contra o chão e naquele momento todos ali souberam que ela havia sido aprisionada no Tartaro para todo o sempre. A jaula em que Artémis encontrava-se se desfez e a deusa se juntou as caçadoras em uma festa de vivas e comemorações. Ao longe ela olhou para mim e assentiu e eu soube que tudo estava bem entre nós.

Nico me puxou pela cintura e me abraçou. Nossos rostos tão perto que ele poderia ler meus pensamentos se quisesse. Ele olhou nos meus olhos com aqueles profundos olhos negros e minha alma se contorceu.

–- Você tem certeza de que quer desistir de tudo aquilo por mim? – ele perguntou sério

Eu olhei para trás onde as caçadoras ainda festejavam mas sem me separar de seu abraço.

–- Desistir de quê? – perguntei

–- De uma família, de felicidade.

–- Eu desistiria de tudo por você. E eu jamais conseguiria ser feliz sem você Nico.

–- E eu desistiria de tudo e todos por você. Porque sem você, Thalia Grace. Minha vida não valeria a pena.

Eu sorri. Ali nos braços de Nico di Angelo, a parte morta dentro de mim finalmente reviveu.

Ele segurou minha mão e me guiou para o meio da floresta, longe de tudo e de todos e se aproximou. Sua mão foi para a minha nuca e a outra me segurava contra seu corpo com força. De novo ele olhou para mim.

–- Eu te amo Thalia – ele disse solene e antes que eu pudesse dizer que o amava também, ele me beijou.

Seu beijo era firme e suave. Era apaixonado e violento e era tudo o que eu queria. Me rendi a Nico e me entreguei com todas as minhas forças. Agarrei seu cabelo negro com minha mão e pus a outra em seu rosto enquanto ele me apertava tão próximo que desafiara as leis da física de que dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço. E nesse momento, durante esse beijo apaixonado eu senti meu destino e o dele se entrelaçando. Não havia mais Nico e não havia mais Thalia. Éramos dois corpos mas uma só alma. Estaríamos juntos não importava o que acontecesse.

Quando finalmente nos separamos depois do que pareceram eras ou apenas segundos eu disse:

–- Eu cumpri minha promessa.

–- Que promessa? – ele olhou pra mim confuso e um pouco ofegante.

–- De que você ganharia um beijo no fim desse dia – eu respondi sorrindo.

–- Ah, mas você disse que eu ganharia todos os seus beijos – ele devolveu desafiador.

–- E você os tem. Todos os que quiser, porque eu te amo Nico – eu disse e ele deu um sorriso radiante.

–- Bom, então me dê mais uns mil beijos. – brincou ele.

–- Mil? – eu sorri.

–- Você disse todos os que eu quisesse, e quero mil... Pra começar – ele riu e se aproximou de novo selando seus lábios nos meus.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!