Missão A Dois escrita por Sarah Colins


Capítulo 16
Capitulo 15 – Veterano


Notas iniciais do capítulo

Oi amigos, tudo bem? ^^
Queria contar a vocês que comprei o livro "A Marca de Atena" e finalmente estou lendo *-* Fui só eu que achou o reencontro de Percy e Annabeth parecido com o que eu escrevi? =x Bom, obvio que nada se compara ao Tio Rick né? Estou amando e rindo demais com esse terceiro livro da saga! Até estou separando meus trechos favoritos para ir postando lá na minha página. Quem ainda não curtiu, curta! --> http://www.facebook.com/pages/Sarah-Colins-fanfics/540662009297377
Espero que gostem do capítulo, boa leitura ;)



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- Obrigada pelo convite, Nathan, mas não posso – respondi a ele depois de longos segundos de reflexão.

- Tem certeza? Olha não é todo dia que eu saio convidando as pessoas pra almoçar assim, aproveita – ele riu logo em seguida deixando claro que era apenas uma piada. Mas nas entrelinhas eu pude ver que tinha um fundo de verdade. Afinal, um convite desses vindo de Nathan devia ser algo muito cobiçado por todas as alunas daquela faculdade.

- Que honra a minha, né? – brinquei também – Mas vou ter que recusar…

- Mas você é díficil hein moça? – ele não estava parecendo satisfeito com a minha recusa, e também parecia que não ia desistir assim tão fácil – Vamos lá, me dá essa chance que eu farei valer a pena.

- Me desculpa, Nathan, mas eu tenho namorado – talvez aquilo tivesse sido um pouco demais. Eu nem sabia se ele realmente tinha esse tipo de intenções comigo. De qualquer forma era bom deixar claro desde já que eu era comprometida.

- Espere, você me entendeu mal, isso não é um encontro. Com todo o respeito Annabeth, você é uma garota super interessante e linda, mas eu não te chamaria para sair assim, não sem te conhecer melhor – Nathan tratou de se explicar – Vai que você é uma serial killer, né? – rimos os dois juntos.

- Mas e se o serial killer for você?

- Bom, não sei porque, mas acho que você é o tipo de garota que sabe se defender sozinha. Além do mais, vamos a um lugar público e de dia, não daria para eu tentar matar você mesmo que quisesse – contiuamos rindo daquela brincadeira que estava ficando cada vez mais sem noção.

- Bem, sendo assim… - eu dei mais uma enrolada para responder, porém já tinha me decidido. Recusar o convite de Nathan seria admitir para mim mesma que eu me sentia atraida por ele e que isso significava algum perigo para minha relação com Percy. E claro que nada daquilo era verdade. Então o mais sensato era agir como se aquilo não fosse nada de mais, apenas um almoço entre amigos. E é exatamente isso que era – Tudo bem, vamos lá…

***

Eu não teria voltado atrás depois que aceitara o convite de Nathan. Mas ao menos se eu soubesse que ele pretendia me levar de carro até um dos restaurantes mais caros de Nova York eu teria demorado bem mais para tomar aquela decisão. Infelizmente já era tarde para cair fora. Entrei com ele no local tentando não lembrar das roupas que eu vestia e do quanto elas contrastavam com aquele ambiente. Até um copo d’água deveria ser carríssimo ali. E eu não estava exatamente podendo esbanjar dinheiro no momento. Nos sentamos na parte externa, onde as mesas tinham um grande guarda-sol no meio. Deixamos nossas mochilas no chão e Nathan puxou a cadeira para mim como um verdadeiro cavalheiro. Deixei que ele pedisse a comida, já que eu provavelmente nem deveria conhecer os pratos que serviam lá.

- Você nunca tinha vindo aqui, não é? – perguntou o veterano mostrando uma ótima habilidade em analisar meu comportamento.

- Não – respondi com sinceridade – Nem em nenhum lugar assim tão chique. Me desulpe desde já se eu envergonhar você…

- Não seja boba! – disse ele sorrindo de forma descontraída – Eu só venho almoçar aqui por causa da comida que é muito boa. Também não sou muito ligado nessas coisas de etiqueta e não sei mais o quê.

Nathan talvez estivesse falando a verdade, mas logo que nossos pratos chegaram e ele começou a comer eu percebi que ao menos ele tinha noção do que fazer. Enquanto eu estava completamente perdida em meio a tantos talheres e taças. Tentei imitá-lo e parecer a vontade, mas não sei se deu muito certo. Felizmenhte meu acompanhante era muito agradável e tentava manter o clima ameno. Conversamos sobre a faculdade, claro, e também sobre nossas vidas além do campus. Contei aquilo que podia contar a ele e torci para que fosse o suficiente. Como eu já imaginava ele me disse que vinha de uma família rica e estava acostumado a ter do bom e do melhor. Para mim isso sempre fora sinônimo de pessoas convencidas e arrogantes, mas Nathan com certeza não se encaixava nesse padrão. Ele parecia ser simples e bem humilde pelo pouco que eu pude ver.

Era extremamente difícil não ficar olhando para o rosto dele. Não que eu estivesse interessada nele por causa disso. Até porque, é preciso muito mais do que uma boa aparência em um garoto para despertar algum sentimento em mim. Mas a beleza de Nathan era exótica e rara. Eu podia ficar admirando-o por horas, como se ele fosse uma obra de arte. De certa forma isso o tornava um pouco inalcansável demais. No meu caso, como eu apenas estava interessada na amizade dele, era só esquecer a parte externa e me concentrar na personalidade. E nisso Nathan era muito mais acessível. A comida daquele restaurante era realmente divina, por isso não parei de comer até ter terminado tudo. Estava tão a vontade que nem me importei de não estar parecendo tão feminina.

- Uau, acho que você é a primeira garota que eu vejo terminar uma refeição aqui – Nathan parecia bastante impressionado com esse fato, parecia achar o máximo até. Logo eu imaginei o tipo de garota que ele já devia ter trazido ali: modelos lindas e magérrímas! Obvio que elas não costumam comer muito. Me senti um tanto sem graça com essa constatação.

- Pelo preço que eu imagino que eles cobram aqui, não me atreveria a não comer tudo – eu não estava nem um pouco preocupada em passar uma boa impressão a Nathan, então decidi que não tinha nada de mais responder com a verdade.

- Tem toda razão – concordou meu colega de curso depois de rir – Também sou totalmente contra o desperdício! Tanto o de comida quanto o de dinheiro. Acho até que deveríamos brindar a isso – ele levantou sua taça de vinho tinto.

- Ao “não desperdício”?! – respondi também erguendo minha taça no alto.

- Ao “não desperdício”! – repetiu ele e logo em seguida tocamos as taças e tomamos um gole daquela deliciosa bebida. Em seguida já estávamos rindo de novo.

Mesmo sabendo que eu não tinha dinheiro suficiente para pagar eu insisti em dividirmos a conta. Mas é claro que Nathan não aceitou e pagou tudo sozinho. Nem me deixou ver o quanto tinha ficado. Se ele era realmente tão rico quanto havia me dito, aquilo não era problema pra ele. Mas a situação fazia parecer que aquilo havia sido um encontro. Ainda mais porque depois ele me deu carona de novo e me deixou na porta do trabalho. Toda aquela mordomia só conseguia me deixar mais sem jeito. Torci para que ninguém do café me visse naquele carro luxuoso quando eu descesse.

- Muito obrigada pelo almoço Nathan, estava muito bom e também gostei de conhecê-lo melhor – falei enquanto já colocava a mão na trava para abrir a porta do carro.

- Eu é que agradeço, adorei a sua companhia. E pode me chamar de Nate se quiser.

- Ok, Nate – sorri e levei um susto logo em seguida quando ele veio em minha direção. Por sorte só me deu um beijo no rosto de despedida. Eu ainda prendia o ar quando ele voltou a se afastar sorrindo – Até mais, nos vemos na faculdade.

- Espero que sim!

Assim que eu sai para a calçada e bati a porta ele arrancou com seu carro modelo esportiva pela rua. Eu tinha que descobrir o nome daquele carro, porque era realmente muito bonito. Logo em seguida me senti deprimida porque não tinhamos um carro, nem mesmo a pretenção de comprar um. Pelo menos não por enquanto. Mas se os deuses quiserem nossa situação financeira iria melhorar logo e podíamos começar a fazer planos. Ao pensar naquilo instantaneamente comecei a me sentir muito mal. Percy estava se matando em dois empregos para conseguir dinheiro enquanto eu saía para almoçar com meu colega de faculdade. No fundo eu não tinha feito nada de mais, mas isso não fazia com que eu deixasse de me sentir mal com aquilo. Talvez porque se a situação fosse inversa eu não iria gostar nenhum pouco. Só de imaginar Percy saindo com uma colega do trabalho ou qualquer coisa do tipo me deixava vermelha de raiva.

Respirei fundo e tentei parar de pensar no assunto enquanto entrava no Sally’s Café. Por sorte meu serviço ali não era algo que exigia muito trabalho mental. As tarefas eram mais manuais e automáticas, muitas coisas eu já fazia sem nem ter que parar para pensar. Se fosse algo no qual eu tivesse que usar mais o cérebro, com certeza estaria perdida. Minha cabeça estava muito longe dali. Todos os meus pensamentos estava ocupados pelos meus muitos problemas: as contas atrasadas, o bandido que assaltara nosso apartamento, as coisas que tinhamos que repor, o contrato com a agência de modelo que me fazia ter que mentir para Percy, o fato de que eu quase não iria mais vê-lo durante a semana por causa de seus empregos. E agora tinha mais um para acrescentar a lista: Nathan.

Mesmo que eu ficasse dizendo a mim mesma que aquela era apenas uma amizade como outra qualquer e que eu não devia dar tanta importância, eu não conseguia. Sabia que tinha algo a mais. Da parte dele é claro. Poderia ser muita pretenção da minha parte achar que um cara como ele se interessaria por mim, mas era o que eu sentia. Eu sabia que nunca corresponderia da mesma forma, só o que ele teria era a minha amizade. E se não fosse suficiente, eu simplesmente não falaria mais com ele. Entretanto eu ainda não conhecia o garoto muito bem e não podia dizer o que estava por vir. Se fosse para contar com a minha sorte eu poderia apostar que aquilo ainda me daria dor de cabeça. Era difícil não ser pessimista quando parece que tudo está dando errado.

- Annie? – me chamou Hanna, e pelo seu tom provavelmente não era a primeira vez.

- Oi? Me desculpa Hanna, eu estava distraída – dei um sorriso amarelo em resposta a sua cara de curiosidade.

- Estava no mundo da lua é? – ela deu risada sem nem disfarçar que estava tirando sarro da minha cara. Eu não achei nenhum pouco ruim, afinal ela estava certa – A senhora Sally disse que quer falar com você. Ela está lá no depósito.

Arregalei os olhos. Ela queria falar comigo? Isso não soava nada bem. Quando os chefes mandam alguém falar para você que quer falar com você normalmente não é coisa boa. E se ela for me demitir? Não, isso não pode acontecer! Mesmo com o trabalho de modelo, eu não quero sair do café. E se o pessoal da agência perceber que sou um fracasso e me dispensar logo no primeiro dia? Eu me lembrava muito bem da clausula do contrato que dizia que o mesmo poderia ser quebrado a qualquer momento por qualquer uma das partes. Ainda não era seguro que eu me daria bem como modelo. Logo, tinha que manter aquele meu primeiro emprego que era seguro e estável! Já comecei a me desesperar antes mesmo de saber o que a sra. Sally tinha pra me dizer. De qualquer forma já me encaminhei para o depósito me preparando para o pior.

- Olá querida – me cumprimentou minha chefe. Eu não a havia visto desde que chegara para trabalhar naquele dia. Pelo jeito ela esteve lá atrás o tempo todo – Eu estou chamando cada um de vocês para falar em particular porque aconteceu um problema sério.

- Uhum – apenas emiti um som para ela ver que eu estava acompanhando. Não ousei falar mais nada, pois o assunto realmente parecia grave.

- Ontem quando conferimos o caixa no final do expediente apareceu uma diferença negativa de mais de 100 dólares – ela fez uma pausa ao verificar meu espanto, depois continuou – Eu não estou acusando ninguém, só queria comunicar a todos do ocorrido. Tenho certeza que deve ter sido um furto realizado por algum cliente ou coisa do tipo. Confio em vocês três e sei que não pegariam nada mesmo que precisassem muito.

Meu alerta interno de perigo estaba soando e acendendo luzes vermelhas piscantes. Mesmo que ela acabasse de dizer o contrário eu sabia que ela desconfiava de mim. Afinal quem é que tinha sido assaltada recentemente? Quem é que estava com problemas financeiros? Eu! Não podia culpá-la, acho que no lugar dela também desconfiaria de mim. Mas afinal eu era inocente e não havia nada que provasse o contrário. Eu poderia até deixar que revistassem minha bolsa. Não encontrariam mais do que vinte dólares lá. Mas pelo que a sra. Sally disse o roubo acontecera no dia anterior, então eu não sairia da lista de suspeitos assim tão facilmente. Fiquei um pouco mais aliviada quando minha chefe me mandou voltar ao serviço sem fazer nenhuma pergunta. De certo ela estava esperando uma confissão da minha parte quando mencionasse o assunto. Uma vez que eu não fizera isso, ela teria que investigar mais a fundo para descobrir se eu era realmente a ladra.

Mais um problema para minha longa lista, excelente! Não tinha como ficar pior. Infelizmente eu já havia aprendido que na verdade sempre pode piorar um pouco mais. Então era melhor eu parar de reclamar. Passei o resto da tarde puxando assunto com Hanna e tentando falar das coisas mais banais possíveis. Consegui dar umas boas risadas pelo menos. Assim como previ, Hanna e Caius também foram chamados pela sra. Sally para serem informados sobre o desfalque no caixa. Os dois ficaram surpresos assim como eu. Não dava pra acreditar que alguém aqui de dentro teria feito isso. Seria muita cara de pau! Mas se eu tivesse que desconfiar de alguém, desconfiaría de Caius.Além dele ser o responsável pelo caixa, eu nunca tinha ido muito com a cara dele. Mas obviamente não ia acusar ninguém. Só torcia para que o assunto fosse resolvido logo e que as suspeitas saissem de cima de mim.

***

Cheguei em casa por volta de umas 19h05 naquela noite. Era muito estranho não encontar Percy me esperando com a janta pronta. Com esse seu novo trabalho no posto de gasolina, provavelmente chegaria bem tarde. Fui procurar alguma coisa para comer, mesmo estando sem muita fome. Fiz um lanche com queijo branco e peito de peru e me sentei no sofá da sala. Como sentia falta da minha televisão! Então peguei o meu laptop da bolsa e fui dar uma olhada nos arquivos dos trabalhos da faculdade. Tentei me concentrar e estudar um pouco mas algo estava tirando minha atenção. Era o caderno de Percy que ficara a vista na bolsa que eu havia deixado aberta. Ele estava me chamando. O fato de Percy não estar em casa me instigava ainda mais a pegar o objeto e voltar a ler. No final a minha curiosidade foi mais forte e acabou vencendo a batalha.

“Querido diário. Não pera, isso é muito coisa de menina, melhor: Caro diário!

Enfim, hoje decidi escrever um pouco sobre como comecei a gostar dessa garota. Sim, a “comandante”. Não me pergunte porque dei esse nome, seria difícil explicar. Parece um pouco extranho que eu ache que estou apaixonado por ela, sendo que a maioria das coisas que já disse sobre ela foram negativas até agora. Mas como eu disse, vou tentar me explicar. Sua personalidade e suas característias mais marcantes são essas que eu já falei, e por isso, muitos não a acham uma pessoa legal. Porém, se você começa a reparar com mais atenção, começa a perceber alguns pequenos vestígios de bondade e senso de humor. Claro que é muito díficil reparar nisso, pois ela vive tentando esconder esse seu lado. Mas vale a pena fazer um esforço. Sei que conseguiria tirar o melhor dela se ela deixasse.

Outro dia estavámos tomando café da manhã e um dos semideuses do chalé de Ares me empurrou enquanto eu ia com a bandeja em direção a minha mesa. Com seu corpo muito maior que o meu o garoto me fez derrubar toda a comida no chão. Toda a mesa do chalé de Ares e alguns campista de outros chales também começaram a rir e a apontar. Foi nesse momento que ela, da forma mais sutil possível, veio me defender. Não se dirigiu diretamente a mim, mas pude ouvir quando disse ao semideus que me empurrara que não valia a pena perder tempo importunando um fracassado como eu. Você pode achar que estou exagerando, mas para a “Comandante” isso representou quase um “Oh deuses! Você está bem? Se machucou?”. E eu fiquei satisfeito pelo resto do dia com isso.”

Cada vez eu tinha mais certeza que Percy falava de Clarisse. Eu lembrava que ela pegava muito no pé dele quando ele entrou no acampamento. Mas logo depois que Percy provou o seu valor cumprindo algumas missões, ela começar a pegar mais leve. Ainda assim, era difícil acreditar que uma dia Percy gostara dela. Fechei o diário e o guardei antes que Percy chegasse e me pegasse lendo.

Fiquei mais um tempinho no computador e depois fui tomar banho para ir pra cama. Me deitei e fiquei esperando até quase meia noite. Já estava caindo de sono e nada de Percy chegar. Eu não queria dormir sem vê-lo, mas foi inevitável. Caí no sono e só acordei no dia seguinte. Para minha total tristeza e até um pouco de desespero, quando levantei Percy não estava na cama. Levantei e procurei pela casa. Não o encontrei. Não era possível que ele já tivesse saido! Meu coração estava apertado e não pude conter as lágrimas. Se fosse assim todos os dias eu não iria aguentar! Precisava resolver nosso problema de dinheiro o mais rápido possível, nem que para isso precisasse tomar medidas drásticas!


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Notas finais do capítulo

Continuem comentando. lindos da tia ;)
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beijos ;*
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