Um mês passou rápido, para Kate. Vários casos já haviam sido concluídos, e ela já não se importava com o risco do trabalho. Não se importava, em perder um dos braços, ou uma das pernas.

Queria vê-lo.

– Kate. - balbuciou Montgomery. Kate levantou num pulo, e correu até ele.

– Sim, chefe?

– Esposito está com vontade de esbofetear o escritor. Vá, mas não faça nenhuma besteira.

Kate assentiu, com um sorriso infantil estampado em seu rosto. Pegou o casaco, e as chaves do carro, dirigindo-se para o prédio dele.

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– Mas, você nunca leu?! - insitiu Rick. Espo trancou os dentes.

– Não, nunca.

– E não quer ler?!

– Escute aqui, palerma... - começou ele, puxando Rick pelo colarinho. - Eu trabalho com cadáveres, e assassinatos todos os dias, a última coisa que eu quero, quando chegar em casa, é ler livros sobre isso. - indagou. Castle sentiu um nó na garganta. - Entendeu?

O escritor assentiu, e Javi o soltou.

– Que bom.

O detetive sentou no sofá, sem cerimônia alguma, ignorando o escritor apavorado à sua frente. De vez em quando, Castle dava umas olhadas curtas em Javi, para ver o tédio mortal, em seus olhos e expressão.

– Sabe... - começou o detetive. - Não sei o que Kate conseguiu ver em ti.

Castle paralisou.

– Digo, em seus livros. - corrigiu. Castle soltou o ar.

– Ela já havia os lido antes? - perguntou ele, descobrindo a mentira.

– Já, ela falava direto, de você. Ela chegou a ir numa noite de autógrafos, e você conversou com ela. - disse Javi, levantando-se. - Esposito.

O celular já estava grudado às orelhas de Javi. Castle não se movia.

– Ela está lá embaixo. Vou descendo, se precisar de alguma coisa, ligue-me. - e deixou um cartão na mesinha, antes de descer.

– Filha... Da mãe...– gaguejou ele.

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Kate demorou mais ou menos, meia hora, para subir, e à essa altura, Castle não queria mais vê-la.

– Senhor Castle? - chamou ela, formalmente.

– Você mentiu. - foi tudo o que ele disse.

– O quê? - perguntou ela, desentendida.

– Você mentiu pra mim, Kate... Você disse que nunca havia lido meus livros, mas você o fez. Você já havia os lido antes! E me deixou igual a um palerma, achando que não havia lido! - gritou ele.

Kate tentou se defender, mas ele não parava de gritar, e acusá-la de coisas estúpidas, que ela havia feito, para não estragar o ego dele.

– E, tem mais! Você não gosta de mim, gosta?! - gritou ele, ameaçando-a. Kate sentiu as bochechas queimarem, e antes mesmo que se desse conta, as palavras já haviam saído:

– Gosto! Mas você não se importa, não é mesmo? Afinal, um homem rico, "bonitão", - ela riu - e que tem todas as mulheres aos seus pés... O que você iria querer, com uma detetive? Não interessa a resposta. E, você não se importa com os sentimentos alheios. Desde que você esteja bem. - as lágrimas já escorriam-lhe o rosto, deixando marcas profundas, no coração de ambos.

O escritor não tinha como revidar. Não conheceu muitos amores, durante a vida, e achou que se todas as mulheres eram iguais, não havia porquê se importar com uma. E era por isso, que ele as usava. Mas, Kate era diferente. Ela se importava com ele, e ela o protegia. Ele se sentia uma criança mimada, no momento.

– Kate... - sussurrou ele.

– Não começa. Estou aqui para fazer o meu trabalho, e somente isso. - surpreendeu. Castle gaguejou, mas ela não se importou. - Eu te odeio. - e andou até a pequena varanda.

É, boa! Isso, Richard! Machuque a única mulher - além de sua mãe -, que se importa com você!