Ela abriu os olhos e sentiu uma mão segurando a sua. Seus pulmões doíam pelo esforço que fazia para respirar, e seus olhos ardiam pela insistência de ficarem abertos.

Ela lacrimejou e tentou falar algo, mas esqueceu-se completamente de como formular frases coesas. Com a dor estupenda de seus membros e órgãos, ela se permitiu fechar os olhos e esperar pelo inevitável.

Já havia chegado sua hora?

Talvez sua mãe quisesse companhia, certo? Talvez sua vida não valesse tanto assim. Talvez, as lutas e forças que gastou fazendo justiça, valessem a pena num futuro distante. Talvez, este fosse seu destino.

Quando abriu os olhos novamente, respirou fundo, não mais sentindo a dor em seus pulmões. As paredes eram de um azul cobalto, com a janela dando de frente para um monumento. Olhou em volta, procurando um dos meninos, ou, até mesmo Castle.

Eles não estavam ali, e não...!

Ela se lembrou da explosão, e um medo perpassou por seu corpo. Será que eles haviam sobrevivido a explosão? Será que suas vidas haviam sido levadas para poupar a dela? Se sim, mas por quê?

Seus olhos lacrimejaram, e ela fungou. A porta se abriu, mas ela não olhou. Alguém a abraçou, alguém negro. Parou de chorar rapidamente, retribuindo o abraço.

Mais quatro braços enroscaram-se nela. Javier, Kevin e Roy. Lutando para conseguir formular uma frase coesa, ela sussurrou:

– I thought I lost you.

Eles sorriram e se afastaram. Os dois detetives correram para fora, mas Roy continuou ali, olhando a jovem mulher.

– Não quer saber de Castle? - ele perguntou. Kate assentiu, arregalando os olhos. - Ele está bem, com algumas contusões, mas já foi liberado. Ele quer entrar aqui, tudo bem para você?

Kate engoliu em seco, e assentiu. Roy beijou a testa dela carinhosamente e saiu. Ela respirou fundo e sentiu as borboletas no estômago.

Quando olhou para a porta aberta, seu coração gelou. Não era possível ele estar assim, tão machucado.