Paola: Ay por favor, será que vou ter que explicar tudo?? Use essa cabeça despenteada que você tem Paulina. Se eu estou viva é porque alguém tinha que estar morta não é verdade.

Paulina: Ai meu deus, você.... você....

DM: Você matou a Noelia????

Paola: Mas claro que não, ela só estava no lugar errado e na hora errada.

CD: Explique-se Paola!

Paola: Bom, digamos que quem sofreu aquele acidente tenebroso não fui eu, e sim ela.

Paulina: Mas... mas como isso é possível?

CD: ACHO MELHOR VOCÊ FALAR TUDO PAOLA, AGORA!

Paola: Sabia que eu estou me divertindo com essas caras de espanto de vocês. Pensaram que tinham me derrotado não é?! Pois se enganaram queridinhos.

Disse ela olhando para todos os presentes e rindo ao observar suas feições, Paola contava toda historia de como tudo aconteceu com a maior naturalidade, demonstrando não se importar com o espanto que estava estampado no rosto e olhar de cada um.

Paola: No dia que eu descobrir que a maldita Elvira tinha me traído, e contado que eu nunca estive doente para a Piedade, eu percebi que não poderia mais permanecer na casa dos Bracho. Mas eu também não poderia simplesmente ir embora, a minha presença era vital para que eu conseguisse o que eu queria, importunar toda a família, incluindo o meu querido maridinho.

Paola não poderia perder a oportunidade de provocar os três, sendo assim, ela pronunciou sua ultima frase passando as mãos ao redor do pescoço de Carlos Daniel e olhando a reação de Paulina. Ao perceber as intenções da mulher, Carlos Daniel afastou-se rapidamente, retirando com certa violência as mãos de Paola de seu pescoço.

Paola: Então, naquele mesmo dia, eu liguei para a Noelia, e pela madrugada nós trocamos de lugar.

DM: Espere, você já conhecia a Noelia?

Paola: Mas é claro, crescemos juntas.

Paulina: Eu não... não estou entendendo mais nada.

CD: Você sabia da existência de uma terceira irmã todo esse tempo???

Paola: Ai essas perguntas de vocês está me irritando, daqui a pouco vou ter que desenhar para os queridinhos entenderem.

CD: CHEGA DE SARCASMO PAOLA, CONTE TODA A VERDADE.

Paola: Ai, se o meu maridinho querido pedir com mais delicadeza eu falo. – Disse levantando a sobrancelha,  o desafiando.

CD: FALE LOGO PAOLA.

Paulina: Carlos Daniel, por favor. – Disse Paulina com os olhos marejados com um tom de suplica na voz.

Carlos Daniel não estava mais conseguindo controlar sua ira, o ódio que sentia por Paola, o qual por anos permaneceu adormecido e sufocado pelo amor que sentia por Paulina, estava naquele momento tomando conta de seus movimentos e sua mente. Sentia que sua pulsação estava cada vez mais rápida, o sangue percorria suas veias com uma velocidade preocupante, cada poro de seu corpo estava dominado por aquela raiva sem limites.

Todos aqueles sentimentos estavam quase para fazer Carlos Daniel cometer uma atrocidade contra a vida de Paola, mas em questão de segundos todos os pensamentos ruins que estavam rodeando sua mente desapareceram ao olhar para Paulina, sua Iris verde tomada por lágrimas tocaram o coração do gostosão, e seu pedido de suplica pontuaram o aviso de sua consciência para que se acalmasse.

Carlos Daniel respirou fundo, tentando suprimir toda sua ira e continuou – Paola, por favor, fale de uma vez.

Paola: É assim que eu gosto meu amor, calmo e sereno.

Paola sem perder o costume, pronunciou a frase olhando para Carlos Daniel e passando suas mãos pelo contorno da boca dele, ela estada decidida a o provocar, ela sabia que ele estava apenas controlando seus instintos em consideração a Paulina, e ela queria o testar e saber qual era o seu limite.

DM: Paola, continue logo.

Paola: Ah sim, onde eu estava? Me distrair olhando para o meu querido marido. Você ficou mais bonito com o passar dos anos sabia? – Disse olhando para Paulina, esperando ver uma reação de sua parte.

DM: Paola!! – Douglas conhecia todas as armas de sedução dela, e percebendo qual era seu objetivo, tentava de todas as maneiras a conter e a induzir para que contasse a história.

Paola: Bom, eu sempre soube que fui adotada, meu país nunca me negaram isso. E realmente aquilo não me importava, porque sempre tive tudo na vida, e saber quem era meus pais biológicos nunca foi minha prioridade. Mas um dia, quando eu tinha 12 anos, meus pais contrataram uma nova governanta para a nossa casa, e ela tinha uma filha. E no momento em que vi a menina, não consegui acreditar na imagem que estava a minha frente, assim como Paulina, ela era idêntica a mim, com a diferença é claro que eu sou fina e ela era uma pobre coitada.

Paulina: Noelia...

Paola: Sim, ela mesma. Mas sabe Paulina, apesar da Noelia ser pobre assim como você, ela tinha uma grande qualidade que a diferenciava.

Paulina: Qualidade?

Paola: Sim, a Noelia era ambiciosa e fria, e era isso que eu mais gostava nela. Ela tinha cede por riqueza, não suportava o modo como vivia. Em seu olhar era perceptível a inveja que sentia por mim, porque apesar da nossa incrível semelhança eu continuei sendo a filha querida dos Montaner, a única herdeira de sua fortuna, enquanto ela, bom... ela era apenas a filha da empregada.

Todos olhavam impressionados com a história que Paola contava, suas feições transpareciam todo o espanto que sentiam. Mas apesar do teor do relato ser surpreendente, o que mais instigava os presentes era a frieza e superioridade da fala da eterna diva.

Paola: Bom, e quanto mais o tempo passava, mais ela se parecia comigo. Não apenas na fisionomia, mas principalmente em suas atitudes. Ela deixou de ser aquela menina bicho do mato e submissa, e tornou-se hum... como posso dizer, uma cópia perfeita minha. Desde o momento que a vi, percebi que ela poderia ser muito útil futuramente, e pensando nisso, a treinei, a moldei sob meu caráter. Éramos tão idênticas, que qualquer pessoa poderia facilmente nos confundir, o que aconteceu com os meus pais e.... com você meu amado Douglas Maldonado.

DM: O que?? Comigo???

Paola: Mas é claro, você acha que eu Paola Bracho daria um nome falso tão pobre como Noelia? Claro que não queridinho. Foi ela quem você conheceu, foi por ela que você se apaixonou anos atrás.