Nossa Eterna Usurpadora escrita por moonteirs


Capítulo 23
o aniversário de Lizete parte 4


Notas iniciais do capítulo

Oi gente linda, desculpem a demora, mas aqui está a ultima parte do capitulo do aniversário da Lizete.
Espero que gostem.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/329237/chapter/23

Desde do começo do evento, Carlos Daniel sabia que os acontecimentos daquela noite ficariam marcados na memória de todos, mas não imaginava que ocorreria do jeito que aconteceu, nunca havia pensado que aquela tão bonita festa fosse acabar de um modo tão impactante.

Um dos fatos que o surpreendeu foi a forma como agia frente a aquela pessoa que ele, tempos atrás, tinha tanta desconfiança. Ao dar uma oportunidade de conhecer melhor Noelia, ele percebeu o quanto irracional estava sendo. Seu pensamento negativo estava além de pré-julgando uma pessoa pelos erros de outra, também estava magoando a mulher de sua vida.

Durante a conversa que tiveram com o casal, Carlos Daniel se permitiu confiar e conhecer a irmã de sua esposa, a realidade o chocava a cada minuto. Toda a imagem que havia em sua cabeça sobre ela, todo rancor e ódio que ele pensava ver em seus olhos, estava cada vez mais desaparecendo. Noelia havia se mostrado uma mulher doce, simpática, alegre e que gostava muito da irmã. E para ele, aquilo era o que mais importava, a felicidade de Paulina. Carlos Daniel sentia-se realizado ao ver nos olhos na nossa eterna usurpadora, um agradecimento e uma alegria tão sincera e pura que exacerbava por todo o ambiente.

Além disso, sua surpresa evoluiu ao ver a declaração de amor que Miguel havia feito para Lizete. Apesar de o já ter aceitado e a apoiado o namoro dos dois, aquele ato apaixonado fez sumir todas as duvidas ainda restantes que Carlos Daniel tinha. Ele via naquele jovem, o mesmo amor que ele sentia por Paulina, um amor capaz de romper barreiras e superar todas as adversidades.

Durante a festa, enquanto Paulina conversava com alguns convidados, Carlos Daniel resolveu andar um pouco pelo salão e observar toda aquela atmosfera de sonhos que sua esposa havia organizado para sua filha. Ao caminhar pela parte exterior da casa, ele começou a ouvir vozes exaltadas vindo da área da piscina, intrigado pela discussão ele foi investigar o que estava acontecendo. Ao aproximar-se, notou que as vozes antes não identificadas eram de Noelia e Paulo.

Noelia: O que você está dizendo?

Paulo: Isso mesmo que você ouviu! Cansei. Não aguento mais essas discussões, nossas diferenças, não quero mais viver em uma guerra. Nosso casamento não esta mais dando certo.

Noelia: Não Paulo, o que você está falando? Você quer se separar é isso?

Paulo: Noelia, eu sinto muito, mas acho que vai ser melhor pra nos dois.

Noelia: Não Paulo, eu te amo, não conseguiria viver sem você.

Paulo: Não Noelia acabou, tentamos tudo que podíamos, mas você e eu sabemos que nosso casamento não estava dando certo. O amor que eu sentia por você foi esfriando e acabou...

Noelia: Paulo....

Sem se despedir, Paulo foi embora da casa, deixando Noelia desolada para trás. Ela chorava compulsivamente, suas mãos tremiam e o sofrimento era visível em seu rosto. Logo depois da saída brusca de Paulo, ela ficou ajoelhada no chão chorando, demonstrava querer que toda aquela tristeza que estava sentido fosse sugada pela terra, queria desaparecer daquele lugar assim como a sua alegria que também havia sumido. Depois de acalmar-se um pouco, Noelia se levantou e sentou em uma cadeira que havia ali, abriu sua bolsa e retirou de lá um pequeno frasco de bebida.

Até aquele momento, Carlos Daniel só obervava aquela triste cena, ele não entendia o que havia acontecido. Há alguns minutos, Noelia e Paulo  pareciam a descrição perfeita de casal feliz, e a cena que ele acabará de ver contrastava bruscamente com aquilo. Vendo a situação depressiva que se encontrava a irmã de sua esposa, Carlos Daniel sentiu na obrigação de ajuda-la. Todo aquela desconfiança que um dia havia sentido por ela, não existia mais, e naquela hora, ele percebeu que tudo o que Noelia mais precisava era de um ombro amigo.

CD: Noelia?

Noelia estava tão deprimida que não notou a aproximação do seu cunhado, de forma que se assustou ao escutar sua voz e perceber sua presença ali.

Noelia: Carlos Daniel?!

CD: Sim, sou eu. Desculpe, mas acabei sem querer ouvindo o fim da discussão... eu sinto muito.

O pensamento de negar tudo o que havia acontecido ainda vagava pela sua mente, mas ao perceber que seria inútil enganar Carlos Daniel, Noelia desabou em lágrimas, sendo amparada pelo abraço amigo de seu cunhado. Ela precisava daquilo, do apoio de alguém para confortar suas dores internas.

Noelia: Desculpe por isso, você deveria estar do lado de Paulina agora, festejando o aniversario da sua filha, e não aqui me vendo chorar.

CD: Esqueça isso, você é a irmã da minha esposa, minha cunhada, e agora precisa de ajuda. Sabe, eu vou confessar, logo no começo não gostava de você.

Noelia: Mas porque?

CD: Besteiras da minha cabeça, eu enxergava em você a imagem da Paola, e todas as lembranças que ela trazia.

Noelia: Eu não cheguei a conhecer, mas pelo seu tom de voz, ela parece ter lhe feito muito mal.

CD: Sim, é verdade. A Paola por muito tempo foi a causa de todos os meus sofrimentos, ela me traia, me enganava, sabe, ela brincava com o amor que eu dava a ela.

Noelia: Ham? Não entendo, você era apaixonado pela Paola?

CD: Pelo visto a Paulina não lhe contou a historia não é?!

Noelia: Não, ela me contou que a Paola havia morrido a alguns anos e que foi por intermédio dela que ela te conheceu, mas não entrava em detalhes.

CD: Então, eu era casado com a Paola.

Noelia: Casado?

CD: Sim, Paola e eu nos casamos logo depois que a minha primeira esposa faleceu. Eu era cego pelo amor... não, amor não, o nome real daquele sentimento era paixão.Enfim, eu estava tão mergulhado naquele sentimento que não conseguia enxergar quem a Paola realmente era. Ela me traia com outros homens, me enganava dizendo que farias viagens para tratar de uma doença, quando na verdade ia viver promiscuamente pelo mundo. Mas em uma dessas viagens, ela conheceu a Paulina, até no momento ela não sabia da existência de uma irmã, muito menos irmã gêmea. Ela obrigou a Paulina a usurpar por um ano o seu lugar aqui em casa.

Noelia: Meu Deus...

CD: E foi assim que a Paulina entrou em nossas vidas, apesar de ser através de um ato egoísta e cruel de Paola, a Paulina se tornou um anjo em nossas vidas, nos ajudou em tudo o que pode. E assim, eu acabei me apaixonando por ela.

Noelia: Nossa que historia louca Carlos Daniel.

CD: Sim, é louca mesmo, mas é real. Mas olha só, eu deveria estar te consolando e não falando do famoso drama da família bracho.

Noelia: Não tem problema, saber um pouco mais sobre a historia da minha irmã, me ajudou a esquecer um pouco o que acabou de acontecer. Sabe, há algum tempo, o meu casamento não estava bem, mas eu amo o Paulo, e estava tentando a todo custo salvar o nosso matrimonio. Mas pelo que vejo, fracassei.

CD: Não fale assim, não desista, lute pelo seu amor.

Carlos Daniel e Noelia estavam conversando tão perto que ao se olharem nos olhos, não puderam raciocinar direito, foram apenas guiados por uma atração que crescia a cada instante. O espaço entre eles foi diminuindo cada vez mais até que seus lábios se encontraram, iniciando um suave beijo.

Durante um bom tempo, Paulina ficou conversando com cada um dos convidados, estava tão intertida que não havia percebido a ausência do marido. A hora da valsa se aproximava, e ninguém conseguia encontrar Carlos Daniel, ele deveria estar ali para o principal momento da festa de debutante de Lizete. Desde pequena a menina sempre sonhou em ter aquele momento com o pai, dançar sua primeira valsa acompanhada por Carlos Daniel. Com a proximidade da hora da valsa e o inesperado sumiço de seu pai, Lizete começou a se angustiar.

Lizete: Mãe, cadê o papai? Já está quase na hora.

Paulina: Não sei filha, se acalme que eu vou procurar ele.

Paulina percorreu toda a casa em busca do marido, mas não havia sinal de seu paradeiro. Até que se lembrou do único lugar que ainda não havia procurado, seu quarto. “Claro, ele deve ter se cansado e ter ido pro quarto dormir um pouco” Essa era a única possibilidade que ela pensava como causa para o sumiço do marido. Sendo assim, ela subiu as escadas e foi em direção ao quarto, notou que a porta estava entreaberta e adentrou no aposento. Mas diferente de tudo o que havia pensado ou imaginado, a cena que ela estava presenciando a surpreendeu bruscamente, sua mente começou a dar voltas, seus pés ficaram sem chão, lágrimas transbordavam por seus olhos e sentiu uma dor tão forte no peito, como se o se coração tivesse sido quebrado em milhares de partes. O choque de ver seu marido e sua irmã deitados seminus em sua cama foi talvez a pior coisa que já havia lhe acontecido. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eu sei, eu sei, vocês devem estar querendo me matar e jogar o corpo na vala né?!
Se quiserem me encontrar esse é o meu twitter @MissBracho_
Los Amo