“Por essa eu não esperava”  Disse Rodrigo depois de ver Noelia saindo pela porta e olhando em direção ao sofá onde estavam Paulina e Carlos Daniel.

CD: É, foram muitas emoções em só um dia.

Rodrigo: Então, era nessa  preocupação que você estava pensando hoje mano?

CD: Sim irmão, tinha prometido a Paulina não contar a ninguém porque ainda não sabíamos o que estava acontecendo ao certo.

Rodrigo: E como tudo isso começou? Digo, quando vocês encontraram ela?

Paulina: Bom, você se lembra do dia do meu acidente?

Rodrigo: Claro, como poderia me esquecer? Aquele dia foi terrível para todos nós.

Paulina: Pois é, naquele dia, uma mulher que eu jurava ser a Paola, ajudou no meu resgate.

Rodrigo: E era ela? A Noelia?

Paulina: Então, como eu não sabia da existência de outra irmã e sabendo que a Paola está morta, decidi esquecer aquilo. Mas agora sei que foi ela quem me ajudou.

CD: Encontramos ela no restaurante que fomos jantar sabe, naquele dia que a Paulina me contou do namoro da Lizete.

Paulina: Sim, olha só o destino, acabamos indo jantar no restaurante do marido dela.

Rodrigo: Nossa é realmente impressionante.

CD: Foi um dia bem agitado não foi meu amor? – Disse se voltando para Paulina

Paulina: Foi sim, essa descoberta então, mexeu completamente com o meu emocional. Deve ser por causa da gravidez, estou mais sensível.

CD: Mas não foi só por isso não meu amor, você descobriu parte da sua historia, parte que todos achavam que não existia. Mas tente se acalmar, o nervosismo não faz bem para o bebe, lembre-se que o médico disse que você deveria evitar estresse e preocupações...

Rodrigo: Sim Paulina, você tem que se acalmar porque as emoções ainda não terminaram?

CD: Não?

Paulina: Como assim Rodrigo? Não estou entendendo.

Rodrigo: Vocês dois se esqueceram que hoje é o jantar para conhecer o namorado da Lizete? E conhecendo o meu irmão como eu conheço, o clima lá em casa não deve ficar dos mais agradáveis.

Paulina: Sim, é verdade, com tudo o que aconteceu eu me esqueci. Carlos Daniel – olhando nos olhos do bonitão – por favor meu amor, você tem que prometer que vai estar calmo e vai tratar o Miguel bem.

CD: Eu vou tentar, mas não prometo nada.

Paulina: CARLOS DANIEL BRACHO

CD: Tudo bem, eu prometo. Mas só vou conseguir se você estiver ao meu lado.

Paulina: Sempre estarei ao seu lado meu amor, sempre, até o final de nossas vidas.

Aquela declaração de Paulina ao marido fez o coração de Carlos Daniel pulsar mais rápido e seus olhos brilharem. Ele olhava no fundo dos olhos da sua amada, estava mergulhado naquela Iris esverdeada, podia decifrar tudo o que Paulina estava sentindo ou pensando, seu olhar transbordava um amor tão forte e puro que parecia ser palpável. O olhar de ambos se comunicavam quase telepaticamente, mesmo hipnotizado por aquele doce olhar seus rostos foram se aproximando, seus lábios parecia se atrair. E assim aconteceu, os dois iniciaram um beijo calmo porém apaixonado. Em cada toque, eles transmitiam o amor que sentiam um pelo outro, tamanha era a conexão e o amor dos dois que se esqueceram de onde estavam e que Rodrigo os observava.

Rodrigo: Hamham – Forçando a garganta na tentativa de chamar a atenção dos dois.

Paulina: Carlos Daniel... – Disse se afastando do marido, envergonhada pelo cunhado estar vendo o beijo.

CD: Desculpe mano, mas é que não consigo me controlar quando estou perto da Paulina.

Paulina: Carlos Daniel por favor – Disse com as bochechas coradas

CD: Mas é verdade minha vida.

Rodrigo: Incrível, dez anos se passaram e vocês dois parecem que acabaram de se casar.

 A conversa se prolonga por um tempo, mas logo a Verônica entra na sala portando na mão alguns documentos que deveriam ser assinados, e com isso todos voltam aos seus afazeres dentro da fábrica. Algumas horas depois, já no fim da tarde, Paulina e Carlos Daniel se despediram do Rodrigo e foram em direção a mansão Bracho. Eles deveriam chegar mais cedo para se arrumar para o jantar tão esperado por Lizete. Chegando a tão imponente casa, o nosso casal spanicolunga logo foi se arrumar para receber o tão famoso Miguel.

Paulina: Meu amor, por favor, trate o rapaz bem, pela Lizete.

Nossa eterna usurpadora tentava convencer o marido enquanto ajeitava a gola de sua camisa. Ao terminar a frase, Paulina pairou seus braços ao redor do pescoço do marido e olhou fixamente em seus olhos. Ele já estava rodeando sua cintura com as mãos, a puxando ainda mais perto do seu corpo.

CD: Eu vou tentar meu amor, eu vou tentar.

Paulina: Promete?

CD: Prometo – Disse beijando levemente os lábios da mulher.

Paulina: Então vamos descer que daqui a pouco o Miguel está chegando.

Os dois desceram as escadas de mãos dadas e se depararam com Lizete dando voltas no hall de entrada. Ela estava muito bonita, mas também havia uma forte expressão de nervosismo em seu rosto. “ Lizete, para de ficar andando ai, vai acabar fazendo um buraco no chão” Gritou Carlinhos da sala. Mesmo com a provocação do irmão, a tensão que a menina estava sentindo por aquela situação fez com que ela o ignorasse completamente.

Paulina: Lizete minha filha, o que aconteceu?

Lizete: Ham? O que? N- não foi nada mamãe.

Paulina: Lizete...

Lizete: Ta bom, é que eu estou nervosa por hoje.

Paulina: Não fique assim, se acalme, vai dar tudo certo. Não é mesmo Carlos Daniel?

CD: Sim filha, não tem motivo pra esse nervosismo. Te dou minha palavra de honra que não vou matar ele..

Paulina: CARLOS DANIEL

CD: Eu só estava brincando meu amor

Lizete: hahaha muito engraçado paizinho, agora estou bem mais calma – Disse ironizando.

Nesse momento, a campainha da casa soa, anunciando a chegada de Miguel. Lizete se voltou instantaneamente para a porta, um sorriso já havia se formado em seu rosto, mas seu coração estava mais acelerado ainda. Atrás da menina, estavam Paulina e Carlos Daniel de mãos dadas. Nossa eterna usurpadora segurava a mão do marido com firmeza tentando passar calma e tranquilidade a ele. Carlos Daniel por sua vez já havia empalidecido, estava sendo tomado por um ciúme imensurável, não podia acreditar que estava prestes a conhecer o namorado de sua filha, sua filhinha, a qual parecia ser tão criança aos seus olhos. Mas o sentimento de ira que ele estava sentido foi se esvaindo pouco a pouco graças ao toque sutil de sua amada, este  simples toque de suas mãos já transmitia  tranquilidade a ele.

Em meio a aquela atmosfera que havia se formado no hall da casa, Lizete foi abrir a porta, encontrando lá fora um rapaz alto, forte e muito bonito. De cabelos negros, olhos castanhos, com um sorriso encantador no rosto e portando uma dúzia de rosas vermelhas. Ao ver sua amada, o sorriso já estampado no rosto de Miguel aumentou ainda mais e um brilho passou a se formar em seu olhar.

Logo quando viu o jovem, Carlos Daniel tratou de analisa-lo para tentar buscar algo que gerasse pontos negativos para ele. Mas o que encontrou no olhar daquele menino foi o que realmente o espantou. Ele via no modo que Miguel olhava para Lizete, o mesmo olhar apaixonado que ele, Carlos Daniel, transmitia a Paulina. Naquele momento ele percebeu que aquele menino realmente amava a sua filha, e nada do que ele fizesse para impedir aquele namoro poderia abalar aquele sentimento.