As Long As You Love Me escrita por Natyh Chase Jackson


Capítulo 16
Décimo Quinto.


Notas iniciais do capítulo

Oieeeeeeeee, pessoas!
Tudo bem com vocês? Eu espero que sim, pois eu estou muito feliz, já que eu consegui terminar esse capítulo.
Primeiramente, eu gostaria de agradecer aos reviews do capítulo anterior,e dizer, talvez vocês já estejam cansados da mesma desculpa, mas aqui vai - gente eu estou sem tempo para respondê-los, ainda mais nessa semana que eu terei uma espécie de provão com doze matérias, sete questões cada, sendo assim, eu prefiro garantir nota agora, para depois não ter que ficar correndo atrás. Entendem? Espero que sim

Gostaria de dedicar o capítulo à Ester Grace que recomendou a fic. Ester eu amei a sua recomendação, e sinceramente, espero que você goste do capítulo. Você e todos os outros.


Boa leitura. E nos vemos lá embaixo.



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Cinco anos depois.

– Por que temos que ir para Londres, mesmo? – questionei pela enésima vez ao ver Thalia começando a arrumar suas malas.

– Vê se entra na sua cabeça o que eu vou falar pela milésima vez. Okay? – a morena de olhos azuis elétrico esmurrou um sobretudo preto para dentro da mala e me olhou com um pouco de raiva borbulhando em seus lindos olhos azuis. – É o Winter Break, Annabeth querida, sendo assim iremos para as nossas humildes residências a fim de passarmos o Natal e o Ano Novo com as pessoas cujo o sangue são os mesmos que o nosso. Entendeu? – com certeza, a ironia era um dos pontos forte da personalidade da Grace, já que a cada duas palavras ditas, dez saiam irônicas.

– Não quero ir para casa. – resmunguei levantando-me da minha cama.

– Mas você vai. Entendeu? – a morena questionou socando calças e mais calças de moletom na mala, daquele jeito ela não conseguiria levar muita coisa. – Não é como se você fosse passar o resto da sua vida na casa dos seus pais, não é mesmo?

Meneei a cabeça concordando com a minha melhor amiga. Para mim, as férias de verão eram as piores, já que eram cerca de três meses parada, e consequentemente em Londres, onde meus pais moravam, e como já era de se esperar, nossa relação era a pior existente na face da Terra. Sendo assim, cerca de oito dias não seriam a minha morte, logo eu estaria de volta a Oxford e bem longe deles.

Depois de ser praticamente deportada para a Inglaterra, morei com Frederick e Atena por um ano, até terminar o colegial na mesma escola que os primos Murray, estes que se tornaram meus melhores amigos com o decorrer dos anos. Ao terminar o colégio, passei com méritos na faculdade de Oxford, e antes mesmo das aulas começarem no final do verão, eu já tinha me mudado para a cidade universitária, tudo isso para ficar o mais longe possível dos meus pais.

Cinco anos se passaram desde o dia que me separaram do Percy, e pouca coisa mudou na minha vida, começando pelas minhas atitudes. Não, eu não surtei e me droguei ou me embebedei até perder a consciência, até porque esses são claros sinais de fraqueza, e eu odeio me passar por fraca, mas fora perceptível a minha clara mudança de humor, me tornei menos receptivas a pessoas que eu não conhecia, pouco falava, resumindo: tornei-me super introvertida. As únicas pessoas com que eu fazia questão de manter um diálogo saudável era com Thalia, Bianca e Nico, e raramente com meus primos por computador, já que continuavam em Nova York.

Outra mudança que se tornara mais clara que água, fora o meu tratamento perante os meus pais, eu os evitava e ainda evito sempre que possível. “Bom dia” era algo muito raro de dizer à eles quando ainda morávamos juntos, outras palavras então eram praticamente impossíveis de serem trocadas. Quando eu tinha que resolver algo com a permissão deles, como excursões escolares, deixava bilhetes para que assim eu não tivesse um contato direto.

– Dez beijos do Ian Somerhalder pelos seus pensamentos. – Thalia tirou-me de meus devaneios, com uma proposta tentadora.

– Uau, não sabia que os meus pensamentos valiam tanto. – disse depois de soltar uma gargalhada, fazendo Thalia dar de ombros, e continuar a socar suas coisas na mala.

– Não, não valem. Eu só queria saber no que você estava pensando. – a morena respondeu cínica e me direcionou um sorriso amarelo.

– Nossa, como você é idiota. – resmunguei me levantando e a única coisa que eu vi, foi o travesseiro dela acertando o meu rosto. – Ouch! Thals para que ser tão agressiva?

– Você me chamou de idiota. – ela retrucou e eu lhe mostrei dois dedos com a palma da mão voltada pra mim.

– Não seja mal educada, Annabeth. – ela disse e fez o mesmo gesto.

Antes que eu pudesse retrucar, Nico bateu na porta do nosso quarto.

– Posso entrar? – ele perguntou antes de abrir a porta, e Thalia voltou a pegar a suas coisas e enfiar na mala de qualquer jeito.

– Pode entrar. – eu gritei, indo pegar minha mala.

– Já estão prontas? – o moreno de olhos negros e pele pálida perguntou entrando no nosso quarto e se jogando na cama de Thalia, esta que era na parede oposta a minha.

– Argh, Nico, sai. – Thalia ficou brava e começou a bater no primo, para que talvez assim ele saísse de cima de suas roupas.

– Para que ser tão bruta, hein Thalia? - o moreno perguntou ao ser derrubado da cama, fazendo com que eu risse, e a Grace desse um sorrisinho de vitória.

– Para homem nenhum querer folgar comigo. – a morena respondeu e em seguida fechou a cara.

– Tipo o Luke, não é mesmo? – perguntei tirando sarro, e a garota fechou, se possível, ainda mais a cara.

Luke e Silena sempre vinham nas férias de verão me visitar, e passavam cerca de um mês aqui, e sempre que meus primos vinham, Thalia e Luke ficavam, a morena fazia-se de difícil e tudo mais, todavia com uma semana de cantadas baratas e beijos roubados, a morena cedia e eles entravam em uma espécie de namoro, ou relacionamento aberto, até que ele fosse embora e tudo voltasse a sua santa normalidade.

– Cala a boca, Annabeth. – a morena de olhos azuis rosnou em minha direção, e Nico me acompanhou nas gargalhadas. Meu hobby preferido era irritar a Thalia, e acredito eu que o do moreno sentando em minha cama também.

– Ficou estressada, Thals? – Nico questionou debochado e a morena se voltou para ele com um sorriso de quem iria aprontar.

– Por que você não vai atrás da sua namoradinha, a Ash, e me deixa em paz? – dessa vez a morena pegou um tanto quanto pesado, já que assim que a Grace mencionou a ex-namorada do moreno, ele fechou a cara e saiu do quarto com passadas pesadas e uma cara triste.

– Pegou pesado. – eu disse e ela deu ombros, fazendo com que eu repetisse o seu ato e colocasse, organizadamente, as minhas roupas na mala.

Ashley ou Ash, como preferir, foi a namorada do Nico por cerca de cinco anos e alguns longos meses, ou seja, muito tempo. Um dia ele decidiu fazer uma surpresa para ela e ir até Cambridge, onde Bianca e ela estudam, para matar a saudade, afinal os trabalhos e as provas finais do semestre ocupavam muito o tempo dos dois, sendo assim nem tinham tempo disponível para se verem. Então, ele saiu com a ideia de visita-la em um dia qualquer da semana e quando chegou em Cambridge no apartamento que ela dividia com uma amiga, ele a encontrou seminua no colo de um cara qualquer no sofá da sala.

A idiota ainda tentou se explicar, e a desculpa que ela dera foi a seguinte: “Foi ele quem me agarrou, Nico.” Mas venhamos e convenhamos, se pelo menos ela estivesse por baixo e o cara por cima, dava até para tentar fazer com que o Nico acreditasse nessa mentira, mas... Ela estava por cima. Não tem como acreditar numa desculpa esfarrapada como essa.

Mas enfim, Nico ficara muito mal com a traição, e se fechara ainda mais com as pessoas a sua volta. Já tinham se passado dois meses desde o incidente, e somente agora, que ele parecia estar mais adepto a conversar com os outros. E agora a Thalia vem e dá essa mancada.

Ficamos em um silêncio constrangedor por um tempo, até que ela parou de se arrumar e me encarou com culpa nos olhos.

– Eu acho melhor pedir desculpas. O que você acha? – dei de ombros e a olhei de esguelha.

– Não sei o que você ainda está fazendo aqui. – murmurei e a morena logo saiu do nosso quarto, a caminho do quarto do moreno.

Enquanto, ela tentava se reconciliar com o primo, dei uma risadinha confirmando um pensamento que tive assim que os dois me convidaram para dividir um apartamento com eles.

“Não vai ser fácil.” – esse foi o meu pensamento antes de dizer sim, mas para falar a verdade não me arrependo de ter aceitado a loucura de morar com os dois, já que foi a melhor coisa que me aconteceu desde que eu fui embora do Nova York. Sinceramente, sentirei falta das loucuras que já cometemos quando nos formássemos no meio do ano que está para entrar.

Ri me lembrando de algumas palhaçadas e fui trocar de roupa. Coloquei uma calça jeans que tinha um forro que me esquentaria o suficiente para enfrentar o inverno inglês. Também coloquei uma bota de cano longo preta e duas meias por baixo, uma suéter de lã e por baixo uma regata branca e por fim um sobretudo preto e uma touca cinza que combinava com os meus olhos.

Meus cachos estavam soltos e uma maquiagem básica seria o suficiente para que eu fosse para Londres. Peguei um livro qualquer em minha prateleira e coloquei na minha bolsa de mão, talvez eu o leria enquanto a paisagem mudava do lado de fora do trem.

Peguei a minha mala e dei uma última olhada no meu quarto, só para conferir se eu não estava me esquecendo de nada muito importante, quando constatei que não me encaminhei para a sala.

O apartamento em que eu morava com os Murray era enorme, fora um presente do pai de Nico por ele ter passado na faculdade que o mesmo tinha estudado quando tinha a idade do filho. Só tinha dois quartos, mas mesmo assim era enorme. Thalia e eu dividíamos uma suíte, cada uma tinha uma cama de casal, e por não sermos muito encanadas com as tendências mundiais da moda, não foi um grande problema dividirmos o closet.

Nico ficara com o quarto secundário, que também era enorme. Ele tinha um banheiro com banheira e um closet só para ele. No corredor dos quartos ainda tinha um espaço que usávamos para estudar, e guardávamos os livros dos nossos respectivos cursos. Thalia estava fazendo administração empresarial para que um dia pudesse tomar conta das empresas do pai, onde ela já tinha um estágio garantido.

Nico também já estava bem encaminhado com sua carreira, pois já tinha assumido um caso da empresa do pai. Sim, o Di Ângelo seria advogado, e pelo visto dos bons, já que vencera o caso. E eu estava fazendo o meu sonho: arquitetura, eu ainda não fazia estágio, mas mandei um dos meus melhores projetos para uma empresa londrina e uma cópia para uma empresa em Nova Iorque. Sim, eu estava pensando em voltar para os EUA.

Quando cheguei a sala coloquei minha pequena mala em um canto e fui ver o que tinha na cozinha, para que tomássemos café, mas pelo visto nosso café teria de ser em uma lanchonete qualquer, já que não tinha quase nada nos armários.

– Vamos tomar café na estação. – Nico disse atrás de mim, e eu pulei de susto.

– Que susto, garoto. – disse eu com a mão no coração, tentando fazer com que o ele voltasse a bater em um ritmo normal.

– Desculpa. – ele pediu e logo depois direcionou-me um sorrisinho com o canto dos lábios, deu três passos e me deu um beijo na testa.

– Desculpado, mas eu espero que isso não se repita. Entendido? – disse e ele riu assentindo. – E então, o que a Thalia fez para que você a desculpasse? – questionei e ele deu de ombros.

– Eu não a desculpei. – arregalei meus olhos, afinal isso não era algo comum entre os dois.

Uma dava mancada o outro fingia-se de bravo, e quando o que errara pedia desculpas, o outro logo perdoava. Coisa de melhores amigos.

– Como assim? – questionei e ele deu um sorriso diabólico.

– Eu disse que só a desculparia se ela gritasse na estação de Paddington que ela era uma estúpida, retardada e que eu sou o melhor primo do mundo. – ele respondeu e eu arregalei os olhos.

– E ela aceitou? – ele deu de ombros e arrumou a touca negra que usava.

– Ela não falou nada, apenas saiu do me quarto quando o celular tocou, ou seja, deixaremos que ela nos surpreenda ou não. – Nico deu um sorriso animado, e eu logo o acompanhei, pois sabia que Thalia pagaria o maior mico da vida dela, para poder falar com o primo e melhor amigo de novo.

– Quem ligou para ela? – questionei rumando para a sala e ele deu de ombros.

– Sei lá. – ele deu de ombros pela enésima vez, e eu revirei os olhos sentando-me no sofá preto de nossa sala. – Acho que era um cara.

– O Luke? – questionei e ele negou com a cabeça.

– O Luke nunca liga pra ela, a não ser que ele esteja em Londres. Ai, talvez, quem sabe. – ele disse e eu assenti concordando.

Nico ligou a TV em um programa qualquer, e nós dois perdemos preciosos trinta minutos de nossas vidas esperando que Thalia tivesse a decência de aparecer, para que pudéssemos ir embora de uma vez, mas a Grace nem sinal de vida dera.

– Será que ela se suicidou? – Nico perguntou olhando por cima do ombro, na direção do corredor dos quartos.

– A Thalia prefere uma morte mais marcante do que um mero suicídio. – respondi e ele riu assentindo com a cabeça. – Vou ver o que aconteceu. – disse e me levantei. Nico nem mexeu o dedinho do pé, continuou na mesma posição a encarar a televisão.

Antes que eu chegasse ao nosso quarto, escutei a voz da minha melhor amiga:

– Hey, dude, acalme-se dará tudo certo. – ela disse e eu tive a certeza de que era um cara.

Teve um tempo de espera e ela logo continuou:

– Não, ninguém desconfia de nada. – outra pausa – Vai dar tudo certo, você já conversou com o seu pai, não é mesmo? Se ele disse que nada vai dar errado, e porque ele tem tudo sobre controle. – mais uma pausa – A mulher dele não vai surtar nem nada, na verdade se ela quiser o divórcio será um alivio. Embora, eu não ache que ela vá abrir mão da boa vida que ela tem com o meu tio, mas okay. – mais uma pausa – Até breve. Se cuida e não faça nada estúpido.

Thalia desligou o celular e eu entrei no quarto.

– Posso saber com quem a senhorita tanto conversava? – questionei de supetão, fazendo com que ela desse um pulo de susto.

– Um amigo meu que está enfrentando alguns problemas familiares. – ela respondeu na maior cara de pau, e claramente, mentindo.

– Amigo? – perguntei e ela assentiu, enquanto enrolava um cachecol azul vibrante no pescoço, e colocava uma touca preta cobrindo a cabeça.

– Sim, Annabeth. Um amigo. – ela respondeu pegando sua mala – Podemos ir?

– Estávamos te esperando. – afirmei e a segui até a sala.

– Até que enfim. – Nico murmurou e estendeu os braços para o alto, como se agradecesse aos deuses.

Thalia passou direto por Nico, fazendo com que ele fizesse uma careta de desdém e abriu a porta que dava para o corredor social do prédio. Infelizmente, por ser uma construção antiga, nosso prédio não tinha elevadores, mas felizmente, morávamos no segundo andar, sendo assim não tínhamos que enfrentar tantos lances de escada como os moradores do décimo, desses sim eu sentia pena.

Não demoramos muito para chegar ao térreo, o porteiro simpático nos desejou Boas Festas e nós retribuímos o as felicitações antes de deixarmos o prédio histórico. Um táxi nos levaria para a estação, já que nenhum de nós tinha carro ali.

Quando conseguimos um táxi, o taxista nos ajudou a pôr as bagagens no porta-malas e rapidamente, Thalia e eu, nos acomodamos nos bancos traseiro, deixando que Nico fosse a frente com o motorista. A morena de olhos azuis, logo tratou de iniciar um assunto banal comigo, sempre deixando Nico de lado, este que não fazia questão de ser inserido na conversa.

– Eu não acredito que ele ficou com ela. – Thalia resmungou, enquanto íamos comprar os nosso bilhetes.

– Ele é um tapado. – respondi entregando o dinheiro da passagem para a moça e ela me deu o meu troco.

– A maior vadia da Inglaterra pega o cara mais tentação de Oxford. Eu não posso acreditar nisso! – Thalia exclamou ultrajada com o fato de uma das suas colegas de classe mais rodada do campus ter pegado o cara mais desejado do momento, e parece que eles estavam em um relacionamento para lá de sério.

Tomamos café em um Starbucks que tinha dentro da estação de trem e rapidamente estávamos embarcando no trem em direção a estação Paddington em Londres. O clima estava para lá de tenso, e eu somo não sou boba resolvi não me meter.

Nico e Thalia logo colocaram seus fones de ouvido e entramos em uma cabine com quatro lugares, dois de costas e dois para frente. Como os primos Murray ficavam enjoados ao andarem de costas, sentaram-se lado a lado, com a cara fechada e assim seguiu-se a viagem. Thalia olhando para fora e quase caindo no sono, Nico estava do mesmo jeito, e eu apenas olhava para fora, esperando que os cinquenta minutos da viagem demorassem uma eternidade, já que dessa forma não teria de encontrar meus pais.

Com dez minutos de viagem, Thalia começou a dormir usando o ombro de Nico como travesseiro, e o moreno logo se rendeu ao balanço suave do trem ultramoderno, pois minutos depois estava com a cabeça encostada na da prima, ressonando baixinho. Ri com a imagem e logo depois voltei minha atenção para o lado de fora do trem, deixando que minha mente voasse livre.

Infelizmente, a viagem não durou muito tempo, e eu tive que acordar os dois babões, sim eles babavam enquanto dormiam.

– Já chegamos. – disse chacoalhando-os pelos ombros, e os dois acordaram atordoados.

– Hein? – Thalia coçou os olhos e olhou a sua volta, para depois se afastar de Nico em um pulo.

– Londres. – digo tentando situá-los. – Chegamos em Londres.

– Ah. – Nico solta, se levanta e se espreguiça, para em seguida arrumar a touca sob a cabeça e deixar a cabine com nós duas em seu encalço.

Deixamos o trem em silêncio, pois os dois ainda estão sonolentos, e isso só me diverte, já que a cada dois passos Thalia esbarra em Nico, e vice-versa. Fomos até o compartimento, onde as malas eram entregues aos passageiros, e depois que pegamos nossas bagagens e saímos da plataforma de embarque e desembarque, a morena de olhos azuis para e olha para os lados, para logo em seguida abrir um sorriso.

– EU SOU A MAIOR IDIOTA, ESTÚPIDA, RETARDADA E ESSE MORENO AO MEU LADO É O MELHOR... ENTENDERAM? O MELHOR PRIMO DO MUNDO! – Nico começou a rir igual a um retardado, e alguns homens engravatados começaram a nos encarar com expressões de desprezo.

Eu ri, mas logo puxei Thalia com a mão, fazendo a andar. Embora tenhamos parado três passos depois.

– Uau. Eu vi mesmo essa cena? – uma voz rouca e divertida questionou a nossas costas, e Thalia logo se virou animada na direção do tio.

– Tio! – a morena riu e deu um abraço em Poseidon.

Poseidon era o irmão do pai de Thalia e obviamente de Nico, Zeus e Hades. Era o mais engraçado dos três e com certeza o mais legal, mas isso fica entre nós.

– E ai, Caveirinha? – Poseidon cumprimentou o tio dando um soco de leve em sua mão fechada em punho, para logo depois rir. – Annie. – ele me deu um beijo e um semi abraço.

– O que faz aqui, tio? – Thalia perguntou, fazendo com que voltássemos a andar em direção a saída da estação de trem.

– Lá em casa está uma loucura, por causa da Festa de Natal do Ano. – Poseidon encheu a boca para falar como uma mulher, e eu apostava a minha herança que aquela era a sua mãe, Réia.

Todos moravam juntos, era uma verdadeira loucura aquela casa. Réia e Cronos eram os patriarcas da família, Hades, Poseidon e Zeus o filhos, e cada um tinha sua família, ou seja, um pouco mais de dez pessoas tinha que arranjar um jeito de dividir o teto de forma pacifica e calma, algo que nunca acontecia em hipótese alguma.

– Então, seu pai disse que tinha que vir buscá-los e tudo mais, embora tivesse uma reunião super importante para ir... Me candidatei para vir assim que ele terminou a frase. – Poseidon explicou com seu modo engraçado, fazendo-nos rir.

– Uou, se está essa bagunça em casa, não quero voltar pra lá tão cedo. – Thalia afirmou convicta, e seu tio assentiu com a cabeça como se concordasse.

– Que tal vocês me ajudarem com os presentes de Natal? Eu ainda não comprei os meus. – Poseidon sugeriu e nós três assentimos com a cabeça freneticamente, nenhum de nós queria voltar para casa. – Ótimo, partiu shopping. – o homem de cabelos pretos e olhos verdes igual ao mar imitou um jovem, fazendo-nos rir.

– Tio, o senhor não é mais jovem contente-se. – Thalia alfinetou, fazendo-o fechar a cara, e Nico e eu rir.

– Calada, Pinheirinho, ou eu conto essa cena patética que acabo de presenciar para todo mundo, ou melhor, posto no Twitter. Entendido? – não foi preciso uma segunda ameaça para que Thalia fingisse passar um zíper imaginário pela boca e depois jogasse a chave a suas costas. – Assim é bem melhor.

Bianca nos esperava no carro, e foi uma surpresa vê-la ali, até porque a morena afirmara que só voltaria de Cambridge no final da tarde, sendo assim, posso afirmar com certeza de que nossa manhã fora bem animada e normal, até que Poseidon me fez o seguinte convite:

– Annie, você irá amanhã na nossa festa de Natal, não irá? – estávamos em uma loja de vestidos de grife escolhendo o vestido que Poseidon daria a sua esposa, Anfitrite. Uma nojenta, só para deixar claro.

– Se meus pais forem, sim eu irei, até porque é melhor passar o Natal com vocês do que com as paredes do meu quarto. – respondi alisando um vestido dourado, com o decote em coração e a assinatura de um dos estilistas mais famoso da Europa.

– Você poderia me fazer um favor? – ele pediu, enquanto analisava outro vestido.

– Se estiver ao meu alcance. – dei de ombros e ele assentiu.

– Será que você poderia ser a acompanhante do meu filho amanhã? – ele perguntou e eu franzi o cenho.

– Do Tyson? Ele não vai com a namorada? – questionei curiosa, e ele negou.

– Não, não o Tyson. – ele negou e eu franzi ainda mais o cenho. – É meu outro filho que mora nos EUA.

Só, então, me lembrei que Poseidon tinha um filho chamado Tritão, este que trabalhava em uma empresa multinacional na Califórnia, raramente visitava os pais e o restante da família, por isso nunca cheguei a conhecê-lo.

– Ele não tem nenhuma namorada que possa vir com ele? – questionei tentando me esquivar do pedido.

– Na verdade não, ele terminou a algum tempo com a namorada, e bom... Orgulho de homem ferido, entende? – ele perguntou e eu neguei com a cabeça. – A avó dele disse que era para manter essa moça longe, porque ela era problema e tudo mais, mas ele se recusou, tanto é que brigou com a dona Réia, e você sabe que quem briga com a Srª Murray nunca se dá bem, não é mesmo? – assenti com a cabeça e dei uma risadinha, fazendo com que ele me acompanhasse – E então, você aceita?

Talvez, só talvez, fosse a hora d’eu seguir em frente com a minha vida. Sabe, deixar os fantasmas do passado bem guardados em meu coração, e tentar partir para uma relação que posso devolver-me confiança e fidelidade.

– Annabeth, venha aqui. – Thalia gritou do outro lado da loja, e algumas madames a olhou feio.

– Eu aceito ser a acompanhante do seu filho amanhã. Só lembre-o de avisar que ele já tem companhia. Tudo bem? – informei e segui na direção de Thalia e Bianca, talvez elas pudessem me ajudar a escolher um vestido para a véspera de Natal. O último vislumbre que tive de Poseidon antes de me dirigir as meninas, foi a dele sorrindo como se planejasse algo muito, muito importante.

Só espero que isso não traga nenhum problema pra mim.

...

Peguei a caixa com o meu vestido, este que eu comprara na manhã anterior com a ajuda de Thalia e Bianca. Era algo simples e sofisticado, ou seja, propicio para a ocasião.

Tomei uma banho de banheira bem relaxante, enquanto ouvia a voz dos meus pais no quarto ao lado, estes que eu vinham ignorando dede o momento que pisei em casa no começo da tarde do dia anterior. Eles pareciam estar feliz com algo, mas não dei a mínima importância, já que estava mais preocupada em desenhar no meu imaginário como seria esse filho de Poseidon que eu nunca chegara a conhecer.

Onde será que eu estava com a cabeça para aceitar ser a acompanhante de um estranho? Acho que a carência começara a se fazer presente como se fizera algumas vezes durante os anos que se passaram. E sempre que ela resolvia atacar e eu aceitava tentar abrir o meu coração novamente, me lembrava de que o lugar dele nunca poderia ser ocupado por nenhum outro homem da face da Terra. Sempre seria ele. Fui tola de pensar que podia seguir sem ele.

Balancei a cabeça, tentando tirá-lo da cabeça, mas... É impossível tentar tirar algo da cabeça, sendo que isso está cravado no coração, como uma tatuagem na pele. Clichê, não é mesmo?

Sai da banheira, me sequei e passei cremes que tendiam a evitar que minha pele ressecasse com o frio. Coloquei o meu vestido branco com pedrarias pratas no busto e ao decorrer do cumprimento, este que chegava a cobrir os meus pés, mas com os saltos se adequaria perfeitamente ao meu corpo.

Depois de vestida, dei atenção ao meu cabelo. O que eu posso fazer?

Uma trança? Não muito trabalhoso.

Solto? Muito comum.

Coque? É, poderia ser um coque bem despojado.

Sentei-me em minha penteadeira e com rapidez fiz um coque que deixava alguns fios caírem sobre o meu colo, prendi a franja em um pequeno topete e a prendi com grampos. Agora só faltava a maquiagem.

Antes que eu começasse, dei por falta da base e do pó corretivo e graças aos deuses, não os tinha deixado em Oxford, estavam em minha bolsa, esta que deve estar jogada em algum canto desse enorme quarto.

Com o olhar vasculhei minhas coisas em busca da bagagem de mão que eu tinha trago da faculdade, a encontrei do outro lado da minha enorme cama de casal com dossel. Com passos rápidos me dirigia até a enorme janela que dava para a rua, e agarrei a bolsa pelas alça, trazendo-a até o meu colo. Com rapidez e pressa tirei as coisas que estavam dentro dela, mas antes que eu achasse a base ou o corretivo, tirei o livro que eu pegara em meu quarto em Oxford, este que eu nem tocara na viagem, e uma papel caiu de lá.

Como a curiosidade é algo que nunca me abandonaria, mas do que rapidamente me agachei e peguei o papel, este que ao entrar em contato com a minha mão se revelou uma foto. Respirei fundo antes de virá-la, já que eu tinha uma breve ideia de quem era aquela foto, por isso não impedi que um sorriso melancólico tomasse conta do meu rosto, ao ver seu rosto estampado na imagem.

Essa fora a única foto que eu me permitira guardar dele, tanto é que quando decidi que deixa-lo seria o melhor para ambos, também deixei meu celular com mensagens, fotos e outras milhares de coisas que só me fariam lembrar dele e do quanto poderíamos ter sido felizes. Achei que seria forte e não teria mais nada que me fizesse lembrá-lo, mas assim que cheguei em Londres e decidi desativar todos os meus contatos on-line, achei aquela foto dele em uma rede social qualquer e a imprimi.

Ele estava tão lindo. Seu sorriso era maravilhoso, exatamente da mesma forma que a minha mente insistia em me lembra quando eu ia dormir. Ao fundo tinha um muro com um de seus grafites, e ele estava mais a frente com um boné e sentando em seu skate com uma lata de tinta spray na mão. Perfeito.

Maldita hora em que meus pais nos descobriram.

Poderíamos ter concluídos nossos planos e nesse exato momento eu estaria com ele, em alguma praia, ao invés de estar aqui. Com certeza, eu estaria curtindo um outono agradável ao seu lado e quando uma brisa mais forte me atingisse eu teria os braços dele para me aquecer, ou no verão nós fugiríamos para o seu pequeno chalé em Montauk e passaríamos dias maravilhosos, enquanto meus pais viajavam pelo mundo.

Mas não.

Agora eu estou aqui, na gélida Londres, a milhares de quilômetros dele. Ele deve ter encontrado alguma outra garota. E como não encontrar? Ele era lindo, ou ainda é. Eu não sei.

Lembro como se tivesse sido há poucos minutos, a nossa última conversa.

– Por favor, não faça isso parecer mais doloroso do que já é. – eu pedi.

– Não me peça o impossível. – ele disse. Sua voz era repleta de dor, e eu sabia que além da dor emocional a física também se fazia presente. – Me fale onde você está e eu vou te buscar!

– Para ele fazer aquilo de novo com você? Não. – eu disse chorando. Eu estava certa em não querer me despedir.

– Então, me prometa que nunca irá me esquecer? – ele pediu e um soluço alto escapou de minha garganta.

– Não. Eu preciso que você me esqueça. – eu disse. – Eu preciso te esquecer.

– Lá vem você de novo. – ele murmurou - Já disse para não me pedir coisas impossíveis. – o meu moreno disse.

– E por que isso seria impossível? É só me imaginar como mais uma.

– Você sabe que é diferente das outras, e também sabe o motivo: Eu te amo.

– Mas até quando esse amor vai durar? – eu perguntei receosa. Aquela pergunta fora totalmente desnecessária, até porque eu sabia a resposta.

– Sempre.

Arrependo-me até hoje por ter desligado aquele telefone. Talvez, juntos nós tivéssemos confrontado tudo e a todos, mas infelizmente não foi isso que aconteceu. E agora eu estou aqui, me olhando no espelho esperando que o meu acompanhante desta noite não seja um completo idiota.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Monótono, não é mesmo?
O que acharam da nova vida da Annabeth na Inglaterra e agora com 22 anos????
Sério, tomara que ela não se apaixone pelo Tritão, não é mesmo? Seria o Ó se isso acontecesse.
E o Tio Poseidon, gostaram dele???? Ele está dando uma de cupido, vocês não acham??
E a Thals e o Nico? Primos muito fofos, não é mesmo?


Se odiaram detonem a fic nos comentários,
Se acharam algum erro, comentem, me avisem, pois eu não revisei.
Se acharam que estava bom, mas dava para melhorar, me avisem, se AMARAM recomendem.


Gente eu estive pensando e eu acho que vou fazer dois capítulo bônus, um eu já tenho certeza sobre o que será, então que tal vocês me darem sugestões para o segundo. Pode ser qualquer coisa, mas obviamente, tem que ser relacionado a fic. Okay?




Bom, acho que vou ficando por aqui, e se vocês querem me ver de novo na semana que vem, já sabem a fórmula, não é mesmo? Se não aqui segue, anotem que é muito importante, cai na prova - encarnei um professora agora, Credo capeta, sai de mim -brincadeira- REVIEWS+RECOMENDAÇÕES=CAPÍTULOS MAIS RÁPIDOS. Entenderam? Espero que sim.




Beijos e até os reviews, que eu prometo responder.