Capítulo 13

Confusões do Coração PT. II

BPOV

— Ainda bem que me deixou entrar para conversar com você — Alice disse, se sentando no sofá.

— Bem, algum dia eu iria ter que falar certo?

— Certo. Cuspa a história.

Contei tudo que tinha acontecido a Alice. Ela me olhava com tristeza, como se tivesse uma grande dor no coração.

— Mas Bella, ela escolheu não criar Kristen.

— Ela escolheu isso se Edward não ficasse com ela. Eu sou uma intrusa, Alice.

— Nah, não é. Você é aquela por quem meu irmão é apaixonado, por quem ele está agora, triste, trancado dentro do quarto.

Meu coração apertou com essa declaração de Alice.

— Ele está trancando no quarto?

— Sim, Bella. Desde que ele pegou meu carro para sair atrás de você ontem, e não conseguiu te achar, ele se trancou no quarto. Minha mãe não entende o que aconteceu. Ela disse que ele tinha dito que você mandou uma SMS dizendo que a culpa era sua.

— Mas é.

— Não Bella. Não culpa a si mesma. Não tem por que.

— Alice. Se eu não tivesse aceitado ficar com ele, eles dois estariam juntos criando Kristen.

— Não Bella. Ele não iria ficar com Sophie caso você não o tivesse aceitado.

— Não?

— Claro que não, Bella. Ele te ama!

— Eu sei Alice, mas isso não resolve o que meu coração sente.

— E o que seria?

— Que estou atrapalhando.

— Bella, amanhã encontraremos seu vestido de noiva. Não existe mais volta. O que eu preciso é que você vá falar com Edward.

— Me deixe trocar de roupa e avisar meu pai que irei dormir lá.

Fui correndo ao meu quarto. Coloquei um legging preto e uma bata grande e confortável. Botas e peguei meu celular.

Descendo as escadas, liguei para Charlie.

— Olá Bells, o que foi?

— Nada pai, só queria avisar que vou dormir na casa de Edward.

— Já se resolveram?

—Não ainda, mas se isso acontecer irei ficar por lá, algum problema?

— Não. Boa noite e cuidado.

Entrei no carro de Alice e ela foi me contando sobre os preparativos para meu casamento com Edward.

Chegamos a casa deles em tempo recorde. Ainda não me acostumava à rapidez que Alice dirigia.

Entramos e dei de cara com Esme, ela estava triste, mas a me ver, sua face tranquilizou.

— Você veio falar com ele? — Esme perguntou enquanto me abraçava.

— Sim, desculpe. Mas é difícil para mim. — Sussurrei para ela.

— Eu sei, vá lá, depois eu falo com você.

Assenti e soltei-me de seu abraço. Fui até o quarto de Edward e bati na porta. Ele não atendeu.

Bati mais um pouco e ouvi passos dentro do quarto, mas ele não abriu. Bati mais forte, então, Graças a Deus ele falou.

— Não adianta Alice, não vou abrir. — Edward gritou.

— Não é Alice, sou eu, Bella. — Falei, encostando-me a porta.

Seus passos aumentaram e logo eu estava agarrada a seu corpo contra a porta.

— Bella, baby, amor... — Edward beijava-me toda.

— Calma Edward. — Falei tentando afastar-me dele.

— Bella, desculpa, o que eu fiz você não tem culpa, me fala o que eu fiz? — Falou, andando em direção a sua cama, me levando pelo braço.

— Edward, você não fez nada, é tudo minha culpa.

— Como assim?

— Amor, eu sei que você me ama, mas Kristen precisa da mãe e do pai dela juntos, eu sou uma intrusa tomando o lugar que pertence a Sophie.

— Nada disso. Nada disso.

— Sim Edward.

— Bella, ela não quer Kristen. Ela estava tentando ficar comigo, disse que se isso acontecesse, colocaria Kristen e creche integral para não ter de ficar cuidando dela.

— Oh! — Coloquei minha mão em minha boa com espanto.

— Falei para você. Era uma tentativa de forçar-me a ficar com ela.

— Mas...

— Mais nada, Bella. Eu quero você, vou me casar com você!

— Desculpa amor. Eu ando muito confusa ultimamente.

— Não tem precisão, tem?

— Não.

— Me abraça e acaba com essa dor aqui? — Falou, apontando para o seu coração.

Puxei-o em meus braços, enfiando minha mão em seus cabelos e a outra em sua nuca. Juntei nossos lábios e permanecemos ali.

Não tivemos relação, estava menstruada, mas ficávamos nos tocando. O toque de Edward era mágico, calmo, alegre e cheio de luxúria.

— Que horas você tem de estar em casa? — Edward perguntou-me alisando meus cabelos.

Estávamos deitados em sua cama, ele encostando-se à cabeceira, enquanto eu estava quase toda por cima dele.

— Bom, na hora da faculdade? — Perguntei, olhando ele nos olhos.

— Como assim? — Perguntou, sentando-se na cama.

— Vou dormir aqui.

Edward abriu um sorriso mágico.

— Eu te amo!

— Não mais do que eu.

Beijamos apaixonadamente. Como se quiséssemos transmitir atrás deste tudo o que acontecia dentro de nós.

— Bella? — Edward chamou.

— Sim? — Respondi, enquanto brincava com os botões da sua camisa.

— Eu preciso ir tomar um banho.

— Por quê? — Perguntei olhando para ele pelos meus cílios.

— Bella, eu preciso de um banho. Desde que saiu daqui ontem, me tranquei dentro do quarto.

— Ah bom!

— Posso? — Perguntou, tentando levantar-se. Rimos e levantei de cima dele.

EPOV

Bella saiu da minha casa, correndo, por dentre as árvores da floresta. Sozinha.

Comecei a gritar, na esperança de que ela voltasse atrás. Não aconteceu.

Voltei para casa às pressas, procurando em qualquer lugar o celular de Alice e o meu. Se ela não queria falar comigo, não teria como imaginar que seria eu a ligar. Claro, Bella é tão inocente, Edward! É óbvio que ela sabe que eu pensaria nisso.

Liguei do meu celular, nada. De novo, sem resposta. Peguei o de Alice, 8 toques, nada. De novo.

— Edward, meu filho, o que está acontecendo? — Esme perguntou sentando-se ao meu lado.

— Não é nada, eu espero que não seja. — Respondi, discando novamente.

Sophie entrou na sala, com um sorriso muito bonito em seu rosto.

— Onde está Bella? — Perguntou a procurando com o olhar em todas as direções.

— Não sei.

— Edward, o que houve? — Alice perguntou.

— Ela saiu daqui, disse que queria que eu a levasse para casa, perguntei se ela não iria ficar para o jantar, ela só me pediu que a levasse para casa. E saiu, por entre a floresta, sozinha.

— E o que você ainda está fazendo sentado aqui? — Meu pai gritou.

— Alice, me empresta seu carro? Ela pode imaginar que seja você, e não eu.

Alice me entregou as chaves do Porsche, e eu saio em direção à estrada.

Dez minutos rodando aquela estrada, olhando fixamente para toda a floresta, nada de Bella.

Parei antes que chegasse a rodovia, e chorei. Chorei como se tivessem levando meu brinquedo favorito.

Corri para a casa de Bella.

Nada, nem sinal da viatura de Charlie, ou barulho dentro de casa.

Voltei para casa, todos estavam na sala, esperando alguma notícia.

— Então? — Alice pulou frente a mim.

Balancei a cabeça em negativa.

Subi as escadas para meu quarto e me tranquei.

Joguei-me em cima da minha cama e chorei.

Por quê?

O que aconteceu para que ela saísse assim, e não quisesse falar?

Nada estava fazendo sentido.

Não me lembro do quanto chorei. Mas as batidas incessantes na porta do meu quarto me dispersaram da minha angústia.

— Bella? — Perguntei sem nem ao menos levantar-me.

— Não Edward, é Esme. Por favor, filho. Fale conosco.

Nada respondi. Só a imagem de Bella saindo do meu lado perfurava meu coração em migalhas.

Abri meu computador, poderia ser que Bella estivesse online.

Nada.

Mandei mensagens, mandei e-mails.

Nada.

Nenhuma resposta.

Alice, Esme, Sophie e Carlisle tentaram de todo jeito falar comigo, estava irredutível. Nada iria trazer Bella de volta.

Não conseguia nem imaginar como seria minha vida sem ela ao meu lado.

A noite foi-se mais rápido do que eu imaginei.

O dia veio e a única coisa que eu fiz foi tentar ligar para Bella.

Não sai da cama. Não fiz nada.

Sentia-me fraco, mas não por falta de alimento. Por falta de Bella.

Mais ou menos às 19h, uma batida na porta mais uma vez. Poderia ser uma das mulheres da casa, não me levanto para abrir. Apenas falo.

— Não adianta Alice, não vou abrir.

— Não é Alice, sou eu, Bella — É quando sua vozinha me chama.

Eu pulo em direção à porta e a abro. Bella, Bella está aqui!

Trago- a em meus braços e grudo nela. Beijando-a em toda parte que vejo.

Conversamos e Bella me explica o que houve.

Insegurança, medo, angústia.

Mas ela não precisa sentir-se assim.

Não tem por que.

Peço licença para tomar um banho, e vou para o banheiro.

Relaxo embaixo da ducha quente. Lavo meus rebeldes fios, e escovo os dentes. Meu estômago reclama de fome.

Volto e encontro-a dormindo calmamente, agarrada a meu travesseiro. Paro na porta e fico admirando-a.

Faço uma promessa para mim mesmo, que jamais, jamais, a deixarei fugir de mim de novo.

Cubro-a com o cobertor, e ela relaxa mais um pouco.

Deixo um beijo em sua testa e desço atrás de algo para comer.

Encontro Alice e Esme na cozinha.

— Ei você. — Minha mãe fala ao notar minha presença.

— Oi — Passo por elas e vou à geladeira.

— Fome? — Alice pergunta.

Balanço a cabeça e enfio-me dentro da geladeira.

— Tem lasanha no micro-ondas. Para vocês dois. — Esme diz.

— Obrigado. — Agradeço, vou até ela e deixo um beijo em sua testa. Agarro Alice e beijo sua bochecha. Esme ri do ato.

— Bom que você está bem. — Esme declara.

— Bella estava confusa, conversei com ela e ela quase entrou em choque quando soube que você tinha se trancado em seu quarto. Viemos o mais rápido possível. — Alice falou.

— Ela me disse. Eu até entendo. Mas nunca mais deixarei que isso aconteça novamente.

— Bom — Esme sussurra.

— Vou subir com o jantar. Obrigada às duas.

Elas assentiram e eu fui para o quarto. Lá, encontrei Bella ainda dormindo. Coloquei a bandeja na minha mesa de estudos e peguei meu prato e o copo de leite morno. Jantei apreciando a vista de Bella dormindo na minha cama.

Quero poder ver isso todos os dias. E está mais perto do que longe para que isso aconteça.

Termino meu jantar, vou até o banheiro jogar os restos no lixo e lavar o copo. Escovo meus dentes e volto para o quarto. Vejo Bella sentada na cama, comendo seu jantar. Eu sorrio e ela me vê.

— O cheiro me acordou — Ela fala com a boca cheia.

— Linda — Falo, sentando-me ao seu lado.

Deixo-a terminar de jantar e faço com suas louças o que fiz com as minhas. Volto e Bella está deitada.

Coloco as louças na bandeja e deito-me com ela em minha cama.

— Tenho uma calça que pode caber em você. — Declaro, alisando seus cabelos.

— Só quero uma coisa.

— O quê? — Pergunto, pondo meu peso em meu cotovelo.

— Uma camisa sua.

Levanto-me e pego uma das minhas camisas de botões, azul, e jogo para ela. Bella levanta-se da cama, joga-me para que eu possa deitar e faz um strip-tease para mim. Sem tirar a calcinha. Mas valeu a pena todo o jogo.

— Provocadora — Rosno enquanto ela rasteja como uma gata por cima de mim.

— Por quê? — Ela quase mia.

— Só porque não vai poder fazer nada...

Bella ri, e joga um travesseiro em cima de mim.

— Vai me deixar ficar com bolas azuis!

A frase faz Bella rir ainda mais. Agarrei-a contra meu peito, e continuei alisando seus cabelos. Descansei quando notei sua respiração calma e constante. Relaxei e dormi junto da mulher da minha vida. A primeira de muitas noites.