Ao ser jogada dentro do carro, tentei em vão abrir as portas para poder sair, mas não consegui. O outro homem que estava ao meu lado colocou as mãos em meu pescoço, apertando com força.

– É melhor ficar quieta, se quiser continuar viva. – Logo depois riu – Duvido muito que isso aconteça, mas... É melhor ficar quieta caso não queira uma morte dolorosa.

O cara me soltou. Jacob entrou no carro, e acelerou. O carro voou pela pista, de forma que eu tive que me segurar para não cair. Eu estava tremendo, totalmente confusa.

– O que está acontecendo? Meu Deus, o que eu fiz? – Choraminguei.

– Logo saberá querida. – Jacob respondeu – Logo saberá.

Em minha mente, mil planos se formaram para tentar sair daquele carro. Mas não tive muito tempo colocar algum átona. O homem sentado ao meu lado, abafou meu rosto com um pano - que cheirava muito forte - e logo eu apaguei.

•••

Acordei um tempo depois, provavelmente em uma casa. Eu estava presa por várias cordas e sentada em uma cadeira de madeira. Pisquei várias vezes tentando ver algo. Sentia-me muito tonta e minha cabeça parecia que ia explodir. O lugar em que eu estava era totalmente escuro, não existia nenhuma luz se quer. E isso me fez entrar em pânico.

– SOCORRO! – Eu gritava inutilmente, sentindo as minhas lágrimas caírem pelo o meu rosto. Em poucos segundos eu estava soluçando, pedindo aos céus que a morte viesse logo e me levasse.

Eu não fazia ideia porque estava ali. Um acerto de contas, dos inimigos do meu pai? Eu não sabia. Tentei me mexer, mas as cordas amarradas em meu pulso e em minhas pernas doíam. Tentei respirar fundo, mas essa ação já estava tornando-se difícil.

Quando uma porta foi aberta, eu quase gritei. A primeira coisa que eu consegui identificar de inicio era que a pessoa que havia entrado era uma mulher e a segunda foi, que eu já havia visto ela em algum lugar.

Na casa de Edward.

– Ora, Ora, se não é a minha queridinha Swan. – Falou desfilando de um lado para o outro, com suas botas de cano alto. – Sentiu minha falta querida?

Tânia. Pensei.

É claro! As lembranças vinham de pouco a pouco em minha cabeça. Tânia me odiava. Tânia era minha inimiga... Tânia havia tentado me matar.

– Foi você não é... O acidente de carro? – Perguntei com bastante esforço, sem conseguir acreditar que aquilo estava acontecendo.

– Olha só! Ela está começando a se lembrar! Assim que eu gosto. – Ela riu. Jogou os cabelos pretos de um lado para o outro – Já até estava me sentindo culpada... Matar você, se ter se lembrado de nada? Tsc, tsc. Não seria legal. Mas, agora... Vamos esperar por Jacob.

Suas palavras me fizeram lembrar a ultima coisa que Jacob havia me dito antes do acidente.

‘’ Odeio você! E acredite: Eu não sou o único. ‘’

Jacob Black era um traficante de drogas. A sua família era muito amiga dos meus pais e ambos sempre torceram muito para que eu e Jacob namorássemos. Seria o casamento ideal.

Lembro-me que eu havia terminado o nosso - rápido e horrível - namoro para poder ficar com Edward. E Jacob acabou não aceitando isso muito bem. Havia me ameaçado várias vezes, e havia dito que um dia eu iria me arrepender, caso eu não voltasse para ele.

De inicio não me importei, mas Jacob começou a fazer de tudo para que meu namoro com Edward fosse um inferno, e já que meus pais não aceitavam Edward, Jacob começou a usar isso ao seu favor: Ficava em minha casa, e sempre tentava se aproximar. Até mesmo chegou a me beijar a força.

Eu e Edward brigamos muito naquela época, por causa do ciúmes que ele tinha de Jacob e o ciúmes que eu tinha de Tânia - Sua ex que ainda era louco por ele -. Pouco tempo depois, escutei uma conversa de Jacob com alguém pelo o telefone e descobri que ele vendia drogas. Eu ameacei a contar para seus pais, caso ele não deixasse de me perseguir, e viver com Edward em paz.

Ele aceitou a proposta de me deixar em paz. Mas Jacob me conhecia bem o suficiente para saber que era questão de tempo para que eu contasse a seus pais (Já que pra mim, era a coisa certa a se fazer) e ele acabasse se ferrando.

Então, para que isso não acontecesse... Eles haviam tentado me matar.

– Você está com Jacob nisso né? – Perguntei para Tânia que agora me encarava de braços cruzados e um sorriso debochado no rosto.

– É claro! Foi em um dia em que eu estava morrendo de raiva de você... Pegar o meu namorado? Isso não é nada legal dona Isabella! – Ela piscou, como se tivesse falando algo banal, e não um discurso antes da minha morte – Então, eu encontrei Jacob, fui comprar umas coisinhas com ele e pam! – Ela riu – Acabei descobrindo que éramos dois com ódio de você.

Sacudi a cabeça, sem acreditar. Minhas lágrimas desciam com mais rapidez agora, então reparei que estava soluçando.

– Foi tão fácil! – Ela comentou sorrindo – Jacob apenas precisou contratar um cara aí, para mexer no seu carro, então...

– Eu não fiz nada... Não vou fazer nada. Pelo amor de Deus, deixe-me ir!

– Logo agora? – Riu alto – Nunca! Estou apenas esperando Jacob entregar uma encomenda, e logo iremos cuidar de você.

Ela se aproximou e com força me empurrou. Caí de lado, ainda presa na cadeira e sentindo o meu ombro latejar.

– Não faça isso... – Choraminguei – Faço o que você quiser, mas pelo amor de Deus...

Ela não me deixou continuar. Chutou o meu estômago com toda a sua força e eu gritei. Minha cabeça rodou e em minha garganta senti gosto de sangue. Vomitei, quase perdendo os sentidos.

– Você não tem ideia do que eu vou fazer com você Isabella!

•••

Acordei minutos ou horas depois. Eu não fazia ideia. Meu corpo todo doía, e minha garganta estava totalmente seca. Pela fome que eu sentia, imaginei que eu estivesse ali há bastante tempo. Ainda deitada no chão, eu não podia se quer me mover. Tentei me soltar das cordas, mas elas continuavam tão firmes como antes.

Permaneci mais ou menos uma hora acordada. Já naquele momento, o meu único desejo era que Jacob voltasse logo e acabasse logo com essa tortura.

A porta de repente foi aberta, fazendo com que eu fechasse os olhos por quase da claridade que machucava. Mas ao abrir, vi a pessoa que eu menos esperava.

– Edward! – Sussurrei com esforço.

Ele correu até a mim, e pela pouca claridade pude ver em seu rosto o pânico em que ele estava.

– Ah Bella! – Ele sussurrou de forma angustiada. Pude ver seus olhos encherem de lágrimas.

– Me ajude! – Implorei, sem forças. E com muito cuidado, ele me libertou das cordas, presa em minhas mãos e pés. Quando solta, eu chorei. Os machucados que as cordas haviam feito, ardiam de forma absurda.

Edward me ajudou a me sentar e trouxe-me para seu colo.

– Shii! Não chore! Vou lhe tirar daqui. – Senti seus lábios em meu cabelo, e meu coração inevitavelmente se aqueceu de pura alegria - Eu juro!

Quis responder, mas eu já não tinha forças para nada.

– Nem que eu tenha que morrer...

Escutei ele dizer, antes de eu cair na inconsciência novamente. Lamentei por não ter lhe avisando, que eu não poderia viver sem ele.

•••

Quando eu acordei novamente, não estava mais no quarto escuro em que haviam me colocado. Eu estava deitada em uma cama, em um lugar bastante claro. Tentei me mexer e com um pouco de esforço consegui. Eu não estava amarrada. Eu não estava mais presa.

Eu estava em um hospital.

Ao virar o rosto, vi minha mãe sentada em uma cadeira com rosto vermelho. Parecia ter chorado muito.

– Ah minha querida! – Falou vindo até a mim e alisando o meu rosto – Tive tanto medo de lhe perder. Tenho tanto o que me desculpar!

– Desculpar? – Tossi. Minha mãe ajudou-me a beber um gole de água que havia por perto. – Onde está Edward? E Jacob? O que aconteceu? Eu quero ver Edward! Eu preciso vê-lo! Ele está bem, não está?

– Jacob foi preso! Edward está em outro quarto! Ele está bem. Fique tranquila. – Suspirou – Se não fosse por ele, agora você não estaria aqui. Viva. Desculpe-me, por favor!

Franzi o cenho, tentando entender o que ela queria dizer.

– Desculpar pelo o que mãe? Não entendo.

– Edward não lhe contou? – Perguntou parecendo surpresa, e ao mesmo tempo assustada.

Neguei com a cabeça, e ela suspirou novamente. Com os dedos tirou alguns fios de cabelo do meu rosto de forma carinhosa.

– Eu sempre fui contra ao seu namoro com Edward. E eu fiz de tudo para separá-los. Fui fútil quando não quis que vocês ficassem juntos porque ele era pobre... E depois da escola... Edward lutou tanto para conseguir tudo que tem hoje. Só pra ficar com você. – Ela respirou fundo, limpando algumas lágrimas do rosto – Depois que eu descobri que o acidente havia sido um atentado, eu o acusei. Ele ficou preso por algum tempo, mas a policia não encontrou provas para deixá-lo a continuar na cadeia. Nem eu tinha provas, eu só queria que ele ficasse longe de você... Seu pai o ameaçou, caso ele viesse se aproximar de você, então...

Fitei minha mãe de olhos arregalados, sem conseguir acreditar que ela realmente havia feito tudo aquilo.

– Isso... Isso é uma brincadeira não é?

– Me desculpe filha. – Sussurrou chorosa, de cabeça baixa.

Balancei a cabeça incrédula Renée tinha suas loucuras e sempre havia sido contra o meu namoro com Edward, mas nunca em toda a minha vida eu imaginei que os meus pais poderiam se capaz de fazer algo tão... Horrível.

Por um momento imaginei – ou tentei imaginar – tudo que Edward havia passado. Ele havia sido tão forte, e em nenhum momento havia desistido de mim...

– Isso... – Solucei – Isso é horrível.

– Eu sei. – Minha mãe lamentou. De alguma forma, pude ver uma mudança nela. – Espero que um dia você me perdoe. Seu pai está lá fora. Quer vê-la, mas tem medo da sua reação...

Chorei em silêncio, sem saber o que fazer/dizer. Era muita coisa que eu ainda precisava processar.

– Quero vê Edward. - Falei.