We Are Never Ever Getting Back Together escrita por lumile, LunaSwan


Capítulo 9
We Are Never Ever Getting Back Together Parte 2


Notas iniciais do capítulo

Luuh Mile aqui (ops, DiLaurents)... Nem demorei tanto dessa vez né? Leiam o capítulo e nós conversamos nas notas finais ;)



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CAT VALENTINE

– Vocês são bons de improviso? – Pergunta o gordinho, mas não presto muita atenção porque não consigo pensar em mais nada além de meias.

Eu não sabia que existiam meias que podiam piscar. Como será que ele faz isso? Parece magia.

Saio do meu transe com a Sam me cutucando com o cotovelo.

– Você vem com a gente ou vai ficar ai parada? – Ela pergunta e eu finalmente me dou conta que estava de novo sonhando acordada.

Mas fazer o que se aquelas são as meias mais legais que eu já vi na minha vida? Dice adoraria vendê-las...

Antes que eu possa responder, meu celular toca dentro da minha clutch. É a minha música preferida da Taylor Swift como toque, então não gosto de deixar no modo vibrador.

WE ARE NEVER EVER GETTING BACK TOGETHER – Taylor Swift

Fico escutando as primeiras notas antes de finalmente olhar no visor quem está me ligando.

Sorrio.

– É o Robbie. - Digo para Sam, após seu olhar indagativo. Ela dá de ombros e vai com o resto do pessoal para um local atrás do palco. Ela sempre diz que não gosta de ficar escutando nossas conversas porque isso a faz querer vomitar.

Encaminho-me para um canto isolado do salão, onde a música não está tão alta, e finalmente atendo a ligação. Estou mais animada que o normal. Não nos falamos desde que sai de Nova York e tenho certeza que ele deve estar com saudades suficientes para me pedir em namoro.

Cat!

– Robbie!

Nossa, quanto tempo. Eu queria ter te ligado antes, mas a avó do André derrubou meu celular na privada quando fui visitá-lo e demorou alguns dias até eu conseguir recuperá-lo por completo. – Ele se explica rapidamente.

Quando eu vim para Seattle, Robbie resolveu voltar para LA para passar as férias com sua família.

– Que horror! Por que você não comprou outro então?

Eu queria, mas a Tori ficou dizendo que o novo modelo sai em poucas em semanas e você sabe como ela é quando se trata de novos modelos. Mas... não foi por isso que eu te liguei.

Meu coração começa a bater mais rápido e cruzo os dedos.

Ele vai me pedir em namoro. Ele vai me pedir em namoro. Ele vai me pedir em namoro.

– Então porque você me ligou? – Tento manter minha voz estável.

Eu te liguei porque eu queria saber se você quer... – Ele deixa a frase incompleta, parece estar escolhendo as palavras.

– Se eu quero o que? – Pergunto, já sem conseguir controlar minha ansiedade.

Se você quer... uma camisa de presente aqui de LA. – Ele termina a frase e sinto todo o meu mundo desabar.

Uma lágrima escorre por minha face e não faço questão de limpá-la.

Ele não me pediu em namoro. Ele não pediu quando ainda estávamos em Nova York, ele não pediu agora e ele não vai pedir nunca.

Porque ele não me ama. Talvez nunca tenha amado.

E então? Você quer?

Respiro fundo.

– Eu não quero uma camisa. – Digo. – O que eu quero você não pode me dar.

Desligo o celular sem esperar sua reação.

Eu queria dizer pra ele me esquecer, nunca mais falar comigo, ficar em Los Angeles e não voltar mais para Nova York. Mas não consegui. Eu sou uma fraca.

Olho ao redor. Não sei pra onde ir. Não sei o que fazer. Começo a andar sem saber exatamente em qual direção. Acabo parando em um corredor diferente, bem iluminado, onde não dá quase pra se ouvir a música tocando, e topo em alguma coisa.

Ou melhor, alguém.

– Cat, o que está fazendo aqui? – Levanto a cabeça e percebo que é o Brad quem está me segurando. Noto pela minha visão periférica que devo estar no corredor dos banheiros e que quase ia entrando, por engano, no lado masculino. Ele deve ter percebido meus olhos cheios de lágrimas, porque logo depois pergunta: - Você estava chorando?

É o que basta para que eu realmente comece a chorar. Ele me abraça e deixa que eu enterre meu rosto em sua camisa preta. Ninguém me entenderia nesse momento, portanto fico apenas soluçando silenciosamente enquanto Brad afaga minhas costas.

– O que aconteceu? – Ele pergunta.

Limpo meu rosto e fico pensando em uma maneira de colocar em palavras tudo que estou sentindo.

– Eu sei o que pensam de mim. – Desencosto um pouco dele, mas continuo em seus braços. Ele me observa confuso. – Eu sei que todos acham que eu sou uma boba. E devo ser mesmo, mas não ligo para isso. Meus pais morreram quando eu tinha oito anos e prometi a eles que nunca deixaria as pessoas mudarem quem eu sou. O problema é que às vezes ser boba me transforma em uma burra. Eu vivo nesse meu mundo imaginário, onde tudo é perfeito e quando as coisas não saem do jeito que planejo é como se todo esse mundo estivesse caindo em pedaços e eu não sei o que fazer agora.

Sinto-me imediatamente melhor por ter desabafado. Brad está com uma expressão indecifrável, até que ele coloca a mão direita em meu rosto e termina de limpar as lágrimas, sua outra mão continua em minha cintura, apertando-a delicadamente.

– Talvez você deva apenas construir um novo mundo. – Ele vai se aproximando devagar, olhando diretamente em meus olhos. Quando finalmente me dou conta do que está prestes a acontecer, afasto-me bruscamente, me desvencilhando dele.

– Me desculpe, eu não sei onde estava com a cabeça, eu... – Ele dá um passo para trás. Seus olhos estão arregalados, o arrependimento estampado neles.

Sem ter ele me abraçando, é como se de repente o ar tivesse ficado mais frio. Eu me senti segura com ele e gostei.

Isso não parece certo.

Mas se não é certo, então porque eu desejo tanto? Eu nunca tive um compromisso com o Robbie, então o que me impede de fazer o que eu quero?

Venço a pouca distância existente entre nós e o puxo pelo colarinho da jaqueta de couro preta para que fiquemos da mesma altura.

– Eu não quero construir um novo mundo, eu quero viver o mundo real. – Digo antes de finalmente juntar meus lábios aos dele.

SAMANTHA PUCKETT

– Isso me lembra aquela nossa trágica ida ao Japão. – Comento, observando o enorme camarim em que estamos. Nós e todos os outros concorrentes.

Freddie ri e cruza os braços se apoiando na parede.

– Não foi tão trágica assim já que nós ganhamos o prêmio. – Ele comenta. – Foi até que divertido.

– Está falando sério? – Viro em sua direção. – Você descobriu que tinha um chip na sua cabeça que sua mãe maluca colocou quando você era um bebê!

Ainda lembro quando chegamos de viagem e ele entrou no apartamento da Carly surtando porque descobriu tal fato.

– É, vendo por esse lado... – Ele faz uma careta. – Minha cabeça ainda dói por isso.

Permito-me dar um sorriso. Foram realmente bons tempos.

– Por falar na sua mãe, onde ela está? Não deveria estar aqui babando seu único filhinho? – Pergunto com deboche, também me encostando na parede. O moreno revira os olhos.

– Ela ficou de vir depois com o Lewbert. – Freddie fala o nome do porteiro com desprezo.

– Ele não parece tão nojento sem a verruga.

Está ai uma coisa que eu achei que nunca diria.

– Acredite em mim, ele sendo gentil é muito pior do que ele com a verruga.

– Eles são totalmente o oposto um do outro e, como diz a física, os opostos se atraem.

Ele olha para mim como se o que eu falei tivesse lhe dado um susto. Então eu percebo o significado por trás das minhas próprias palavras.

Nós somos os opostos.

– Mas quem liga pra física, certo? – Digo. Saio dali o mais rápido possível e vou ajudar Carly e Gibby a acabarem com os cupcakes da festa.

Meia hora depois, alguns olhares discretos em direção ao nerd e metade da mesa de doces esvaziada, Meião sobe ao palco para anunciar seja lá o que for.

– Olá, olá, meus amigos. – Ele começa de forma entusiasmada. – Primeiramente, boa noite a todos os presentes. Espero que estejam gostando do baile. – Algumas pessoas gritam alegres em resposta. – Bom, gostaria de dar inicio as atrações da noite. Por favor, uma salva de palmas para nossos concorrentes.

Tenho que admitir, não saber o que está prestes a acontecer me deixa bastante nervosa.

Uma moça jovem de aparência estressada e uniforme preto com os dizeres ORGANIZAÇÃO nas costas nos escolta até os degraus para subir ao palco. Uma grande e comprida mesa coberta com um pano rosa choque está montada lá em cima, com uma mini plaquinha indicando o lugar de cada um ao lado de uma garrafinha de água. Ao todo somos 12 participantes, constituindo cinco webshows.

– Com vocês a dupla Ary & Mary. – O gordinho vai apresentando os nomes dos componentes de cada webshow em ordem alfabética. Os dois gêmeos loiros aparecem no palco e a platéia explode em aplausos.

Mais alguns minutos se passam e nada dele nos chamar.

– E agora lhes apresento... – Ele tenta fazer suspense. – A turma do iCarly!

Se antes a platéia estava eufórica, nesse momento está ao delírio, o que só se intensifica ao subirmos no palco.

Todas aquelas emoções de anos atrás desabam com força em cima de mim. Aqueles tempos de webcon, quando não tínhamos nada mais com o que nos preocupar além de agradar o público e livrar o Spencer de encrencas (não que isso fosse tarefa fácil).

Tempos em que a vida era completamente diferente.

Ver todas essas pessoas gritando desperta uma coisa em mim que eu achei que estivesse adormecida há muito tempo. Saudade. Aceno com a mão para o pessoal e um sorriso sincero toma conta do meu rosto. Estou realmente feliz por estar aqui.

Finalmente eu e meus amigos sentamos nas nossas devidas cadeiras. Do meu lado esquerdo está Perry, um garoto esquisito que fazia um webshow sobre as consequências de misturas químicas com gororobas feitas na cozinha, e do lado direito está Freddie, Carly depois dele e por ultimo Gibby.

Dando uma olhada rápida no povo, consigo encontrar Luna e Dan nos observando com atenção e sorrisos, Jennifer e Spencer abraçados, Mariza apertando as bochechas de Lewbert... mas nada da Cat e do Brad. Espero que ele esteja cuidando dela, pelo menos.

– Bem, vamos começar com um jogo de perguntas e respostas. – Meião diz no canto do palco, permitindo assim que nos vejam sem nenhum atrapalho. – Mas, primeiro, eu gostaria que se acomodassem. Sintam-se a vontade para pegar um pufe e se sentar. – Todos olham ao redor, meio perdidos, meio pasmos. – Vamos, não tenham vergonha. Se não houver assentos suficientes, nossa equipe de organização ficará feliz em fornecer mais.

Timidamente cada um vai pegando um dos pufes coloridos e o ajeitando de forma a ficar mais próximo ao palco.

– Isso, muito bem. – Ele parabeniza como um pai orgulhoso de seu filho. Será se ele tem filhos? Será se ele tem pelo menos uma mulher? – Agora podemos dar inicio ao nosso pequeno quizz. Levantem a mão e o microfone será levado até vocês, um de cada vez.

A primeira garota levanta a mão e um homem moreno e musculoso vai com um microfone até ela. Por um minuto fico com medo de que isso se torne uma guerra de fãs, como já havia acontecido.

– Minha pergunta é para a Carly. – Ela sorri e tenho a impressão de já tê-la visto antes. Talvez eu algum dos antigos eventos que costumávamos frequentar. – Porque você não continuou o iCarly quando voltou da Itália?

– Bom, o iCarly foi uma parte muito importante da minha vida, mas simplesmente devemos aceitar que tudo tem a hora certa para acabar. Além disso, Sam estava em Nova York e não existe iCarly sem essa loira do meu lado.

Carly sorri para mim e estica a mão sobre a mesa para que eu possa pegá-la. Sorrio de volta.

– Todos amam a mamãe aqui, eu sei, eu sei. – Brinco, me ajeitando na cadeira.

A platéia ri e logo o microfone é passado para outra pessoa.

– Quero perguntar para todos. Como ficaram suas vidas depois que seus webshows acabaram?

"Passei uma semana chorando na cama e depois resolvi viajar antes de começar a faculdade” “Resolvi investir na carreira de produtor” “Fui trabalhar na empresa do meu pai” “Me mudei pra Itália e entrei para a faculdade de moda” “Comecei meu curso de cinema na faculdade de Seattle”

Escuto as respostas de todos, mas não estou realmente prestando atenção. Bebo um pouco de água antes de finalmente elaborar minha própria resposta.

– Recebi minha carta de aceitação na Universidade de Julliards e não hesitei em me mudar para Nova York.

Outra pergunta se passa. Mais outra. E mais uma.

– Vou perguntar para a Sam. – Levanto a cabeça e localizo o rapaz que vai me questionar. Parece ter a minha idade e é realmente muito bonito. Loiro, olhos verdes e um corpo digno de enlouquecer uma garota. Dou um sorriso de lado. – Desde quando você deixou de ser agressiva e passou a ser tão... boa?

Sério que ele perguntou isso? Dou uma leve gargalhada antes de começar a falar.

– E quem te disse que não sou mais agressiva? Eu seria capaz de derrubar você em um segundo.

O pessoal se junta em um coro de “uuuuuuuuu”, o que só faz com que o sorriso do rapaz se alargue.

– Podemos fazer um teste depois.

Sinto minhas bochechas corarem e pelo canto do olho consigo ver Freddie ficar vermelho, provavelmente de raiva.

Um garoto se levanta, meio gordinho e com o cabelo um pouco jogado em cima dos olhos. Eu reconheceria essa criatura em qualquer lugar e o broche em formato de coração com o meu rosto e do Freddie estampado só confirma o que estou pensando.

– Freddie e Sam. – Ele aponta para nós dois e sinto que o que está por vir não é nada bom. Se esse idiota vier com mais um daqueles gritos “SEDDIE” pra cima de mim eu juro que vou espancá-lo. – Quando vocês vão voltar a namorar?

Paraliso.

Quero gritar com esse imbecil, bater nele até que não sobre nada, decapitá-lo em praça pública, aplicar mil e um golpes de luta. Ele não tem o direito de fazer essa pergunta. Ele não tem o direito de me colocar nessa situação.

E porque eu não consigo me mover e dar uma lição nesse garoto?

– Er... – Ouço a voz de Freddie e, de repente, toda a minha atenção se volta para ele. Não me importo mais com o moleque que fez a maldita pergunta, só o que quero agora é ouvir a resposta. Porque é essa resposta que tem o poder de mudar tudo.

Freddie passa a mão no cabelo, desarrumando-o.

– Eu... eu acho que... – Ele olha para mim com dúvida, pedindo ajuda sobre o que falar. Permaneço intacta e ele suspira. – Nós nunca voltaremos a ficar juntos.

Ele abaixa a cabeça por meio segundo e não volta a olhar para mim. Não sei o que ele está sentindo, não sei o que ele está pensando.

Mas sei o que eu estou sentindo. Raiva, ódio, frustração. Não dele, mas de mim mesma.

Como eu pude ser tão burra a ponto de pensar que ele se declararia para mim? Como eu pude pensar que aquele beijo havia significado alguma coisa? Como eu pude sequer imaginar que ele ainda me ama?

Ele só estava brincando comigo. Como sempre.

Levantar e sair correndo desse palco que nem uma menininha está fora de cogitação. Vou ficar aqui e mostrar que sou muito mais forte. Sorrio da melhor forma que consigo e deixo que o questionário continue. Nada mais é dirigido a mim e agradeço internamente por isso.

[...]

– Agora, antes da esperada premiação, gostaríamos de ‘testar’ os competidores. O que vocês acham de um show de improviso aqui no palco? – Meião pergunta animado para a platéia e esta responde em berros ensurdecedores. Pessoas estranhas. – Então vou explicar como funciona. Nós selecionamos alguns clássicos literários, e cada grupo será responsável por interpretá-los trazendo ao dia de hoje. Vamos começar? O primeiro grupo a se apresentar será Thomas e Luna do programa How I Feel, interpretando o clássico Drácula!

Mais gritos tomam conta do salão.

Que ótimo, ninguém tinha me avisado que eu tinha que ler livros idiotas para vir pegar o nosso prêmio.

– Espero que peguemos algo fácil – Diz Carly, passando as mãos pelo cabelo, levemente nervosa – E se nos colocarem para interpretar sei lá, ‘E o Vento Levou’?

– Isso é um livro? – pergunto nervosa, só o que falta é pegarmos um livro que ninguém leu.

– Ai Meu Deus, você faz Artes Cênicas e nunca leu ‘E o vento levou’?

– Só leio os que me interessam. – Dou de ombros e recebo em resposta olhares assassinos da morena.

– Fiquem prontos, vocês serão os próximos. Vão interpretar Romeu e Julieta. – Diz o homem responsável por organizar os grupos.

Finalmente posso respirar com tranquilidade. Carly será a Julieta, Freddie o Romeu, e eu e Gibby provavelmente personagens insignificantes.

– OMG, OMG, OMG. Eu nunca li ou assisti Romeu e Julieta. – Carly diz quase aos prantos. Como assim que ela nunca viu, pelo menos, o filme?

– Tá de brincadeira né? O maior livro de romance da história, e você nunca leu, Carly? Me fez assistir mil vezes ‘Noite de Ano Novo’ que é uma comédia romântica porcaria, e vem me dizer que nunca assistiu Romeu e Julieta? – Falo quase indo pra cima dela. Essa Carly me faz passar pela tortura do Nicholas Sparks, mas Shakespeare que é bom ela não lê?

– Espera, você já leu? – Gibby me pergunta assustado.

O que eles acham que eu sou? Pelo amor de Deus, como alguém que faz Artes Cênicas pode não ter lido esse livro?

– Claro que sim!

– Sério? Ótimo! Então você é a Julieta, o Freddie é o Romeu, eu sou sua amiga, onde você vai chorar por ele, e o Gibby... O que o Gibby pode ser?

– A árvore? – Recebo outro olhar nada agradável da fofa da Carly (sintam minha ironia) – O que foi? O Romeu sobe nela para entrar no quarto da Julieta.

– Ok. Então Gibby arranje algo marrom pra você vestir e Spencer, por favor, vá atrás de algo alto, tipo uma sacada. – Ela diz, apontando para todos os lados, mas se esquecendo de um pequeno detalhe.

– Carly, se você pensa mesmo que eu vou ser a Julieta dele, você tá beeeem enganada.

– Não temos tempo para chorumelas. Você vai e ponto. Agora como vamos fazer?

– E se a Sam fosse atrás de você, Carly, chorando por que os pais dela só querem que ela case com o Paris, pretendente dela, e ela quer ficar comigo, claro. - Freddie se intromete. - Ai você dá a ideia dela tomar o veneno para fingir que estar morta. Quando eu subo no Gibby para vê-la, eu acho que ela está realmente morta, mas do nada ela acorda.

– É a nossa única ideia, então está ótima. – Finalmente Carly fica mais tranquila e esboça algo parecido com um sorriso de alívio.

– Agora o próximo grupo será Carly, Freddie, Sam e Gibby, do iCarly, interpretando o clássico Romeu e Julieta! – Novamente a galera vai ao delírio. Depois de tantos anos sem iCarly tinha até esquecido do assédio que sofríamos.

Em questão de segundos o ‘cenário’ está montado. Gibby vestido de árvore no canto, logo atrás dele uma escada e uma caixa de papelão (acho que é para ser minha sacada) e Carly sentada na beirada do palco, mascando chiclete de boca aberta e lixando a unha. Logo entro no meu papel, e vou ao encontro de minha amiga.

– Oh Carlyzete Terceira Pancada, minha cara amiga, posso me abrir com você? Contar os meus profundos sentimentos? – digo dramática, sentando ao lado da morena.

– É sobre o pobretão do Romeu de novo? Não sei o que você vê nele.

– Não podemos entender como o amor funciona, Carlyzete. É muito complexo para nossas pequenas almas entristecidas.

– Ai Julieta, você é tão brega. Em pleno século XXI e você procurando por amor verdadeiro... Lamento dizer, mas você não é a Bella do Edward dele. – Ok, devo admitir que ela está hilária, toda a plateia se mata de rir com seus comentários, mas como diz minha professora, só deixamos o papel quando saímos do palco. – Você tem que fazer que nem eu, achar alguém rico para casar, e alguém gostoso para dar uns pegas depois. – Ela continua, numa tentativa falha de piscar um olho só. Eu definitivamente não imaginava que um dia ouviria essas palavras vindas da boca da Carly.

– Meus pais querem que eu case com o Thomas Paris, mas eu não me sinto completa junto a ele.

– Bom, se você quer tanto ficar com o Romeu, é bem simples. Você vai para o seu quarto, passa quilos de pó de arroz e deita na cama, no chão você coloca um potinho vazio com a etiqueta veneno. Ai seus pais vão dizer ao Paris que você morreu, e depois é só fugir com o Romeu. Simples assim. – Ela se levanta. – Boa sorte com isso. E se algo der errado, deixe o Thomas para mim no seu testamento ok? Hahaha.

Carly sai do palco, o que eu considero uma deixa para subir para o meu ‘quarto’.

– Carlyzete está certa. Fingirei um suicídio. – Faço uma pose dramática e subo as escadas, me escondendo atrás da caixa de papelão.

Posso escutar a voz de Freddie chamando pelo meu nome falso. O que, devo confessar, me deixa levemente enjoada. Ele todo fingidinho de triste gritando para uma tal de Julieta, credo.

O barulho que vem em seguida é com certeza o mais cômico da minha vida. Provavelmente Freddie está subindo em cima do Gibby, e o coitado só geme e resmunga de dor. Daria de tudo para ver essa cena.

E então, de uma maneira quase mágica, Freddie surge do meu lado, me apertando para se esconder junto a mim dentro da caixa. Sua cara maliciosa com certeza não me passa despercebida, o que me faz olhá-lo assassinamente.

– Oh Meu Deus, Julieta, tu tomaste veneno? – Ele começa a falar/gritar do meu lado.

– Por que fizeste isso? Por que tiraste de mim o motivo para viver?

Certo, Samantha controle-se, ele está falando apenas da personagem... Não de você, por que obviamente ele não te ama. Na verdade, ele não te ama faz séculos, e se você pensou que vocês pudessem ter algo juntos você está redondamente enganada.

– Como assim? – Pergunto tentando ao máximo me prender apenas ao personagem. – Você está me culpando por ter tirado a sua felicidade de viver? Como você é egoísta Romeu. Como pude pensar em morrer por você? – Falo, saindo de dentro da caixa e descendo as escadas apressada. De dentro das cortinas posso ver Carly me olhando com uma cara de "por favor, não vá lavar roupas sujas agora".

– Eu sou egoísta? E você que não pensou em mim antes de fingir que tomou um veneno?

– Eu jamais tomaria um veneno por você, Romeu. Você é um tapado, isso sim. – Digo com o resto de paciência que me resta.

– Ah é? Eu tomaria o veneno todinho só para não precisar te aturar por mais outro dia. Eu realmente achava que as coisas iam dar certo entre a gente. Mas você é muito orgulhosa para admitir, Julieta.

–Ah, que bom que está dizendo isso. Agora vou poder viajar tranquila, com a certeza que nós nunca voltaremos a ficar juntos. E quer saber mais? – Encaro-o, fazendo um esforço tremendo para não me desmanchar em lágrimas. – Eu te odeio mais que tudo, Freddie.

Saio correndo do palco em direção ao estacionamento. Simplesmente não aguentei mais olhar para a cara daquele idiota e ouvir aquelas palavras, sabendo que um dia nós fomos felizes juntos. Que um dia eu o amei, e ele me amou de volta.

Com as mãos tremulas, sinalizo para o primeiro táxi que vejo e por sorte ele para. Após explicar rapidamente ao motorista o endereço do apartamento de Carly, consigo ver o vulto de Freddie na porta e finalmente deixo que as lágrimas desçam por meu rosto. Foi tudo tão rápido que nem percebi que estava completamente ensopada da chuva que peguei a caminho do carro, como se o tempo acompanhasse meus sentimentos.

Mas uma certeza eu tenho. Assim que eu arrumar minhas coisas e as de Cat, nós voltaremos imediatamente para Nova York e então tudo isso passará a ser apenas mais uma lembrança.


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Notas finais do capítulo

Olá olá, gostariam do capítulo? Metade fui eu q escrevi, metade a Luna, mas vale ressaltar q a coisa do Romeu e Julieta foi completa invenção dela e eu super aprovei. Agora q estamos ambas de ferias, prometemos manter as postagens dos capítulos mais frequentes, o q acham de um capitulo a cada duas semanas? Deixem muitos comentários nessa caixinha linda ai embaixo, favoritem, recomendem... (bostrocurdians, isso vale pra vcs tbm)



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