Na tarde daquele dia, Jason almoçou fora do parque nacional em um restaurante. Joe pagou a conta. Antes deixou a ultrabola com Tyrantrum num centro pokémon.

O restaurante estava lotado, mas havia algumas mesas. O velho Stone pediu para ir a uma área mais reservada. A garçonete levou-os a um quartinho no andar superior em que havia uma mesa no centro. Nada de cadeiras. As pessoas se sentavam em almofadas no chão.

— Aqui os cardápios.

Eles pediram os seus respectivos pratos, incluindo para os pokémons do rapaz.

— E pode?

— Claro que sim. Esse restaurante também serve aos pokémons. Aposto que lá em baixo a maioria dos clientes são treinadores. — Respondeu Joe.

Jason libertou Galvantula e Eevee.

E o almoço foi servido para dois humanos e três pokémons. O rapaz comia carne como louco. A ração dos pokémons era nutritiva e lembrava um patê cheio de carne e legumes.

Joe sorriu com a alegria do menino Jason. Ele merecia tudo aquilo. Mas ainda estava curioso com a condição de Pyro.

...

Enquanto isso no parque nacional, Luiza foi chamada para participar de uma pequena reunião. Ela deixou bem claro que não estava ali para ajudá-los, e sim para surrupiar os tesouros dentro das minas.

Depois que soube da vitória de Jason, Alfredo logo ficou animado para a sua invasão no dia seguinte. Pediu para que todos ali se reunissem em seu gabinete.

— Há quanto tempo, não é, Alfredo? Parece até ontem que perdíamos o nosso tempo catando artefatos.

— Você fala nesse tom, Marshall, mas acho que não se esqueceu da sua paixão pela arqueologia. Enfim, chamei a todos aqui para falarmos da nossa invasão às minas ao norte da província.

Nikky, Dora, Sophia, Luiza, Marshall e Robert estavam na sala.

— Proponho a Marshall unir a sua força com a nossa para um bem em comum. Precisamos de coisas e essas coisas estão lá. Você precisa do seu filho, e eu das provas para acabar com a exploração.

— Por mim tudo bem. Bruno é o único motivo de eu estar aqui. Dane-se as minas.

Stone suspirou. Marshall era muito temperamental.

— Quando os inimigos saíram da Isla de La Luna, um colega meu chamado Simon conseguiu se infiltrar no navio da Black. Não sei o que aconteceu com ele. Tenho duas opções: ele foi capturado ou ainda está escondido. Se ele foi capturado, eu o soltarei. Se ele ainda está escondido, será um golpe de sorte, pois ele poderá nos ajudar de dentro. Mas não vamos depender dele para a invasão.

Robert levantou a mão. Falou sobre a possibilidade maior de Simon ainda estar escondido, pois estava com Zoroark. Explicou a habilidade de ilusão do pokémon.

— Excelente. — Disse Stone. Olhou para Marshall. — Porém, o que me intriga é a Black ter levado o seu filho. O que Bruno tem de tão especial?

Marshall percebeu os olhares de todos ali. Admitiu que havia um motivo muito forte para os criminosos terem levado o seu filho.

— Bruno nasceu com poderes psíquicos. Esse é o motivo de não falar. Uma parte do seu cérebro deixou de enviar respostas às suas cordas vocais. Ele ganhou um poder sensacional, mas perdeu a capacidade de fala.

— E o que ele faz? Lê mentes? — Perguntou Nikky.

— Só quando toca nas pessoas. Mas ele consegue ler a memória mais profunda. Não tem como esconder segredos dele. Por isso eu ensinei a ele a controlar o seu poder, por isso ele mal usa.

Robert protestou. Perguntou se Marshall alguma vez utilizou os poderes de Bruno para algum benefício pessoal. Marshall afirmou, enojando o pai de Jason.

— Usar o próprio filho?

— Eu tô pouco me lixando se você tá indignado. Se não vai com a minha cara, saia. Ou quer vir pra porrada?

Stone acalmou os ânimos dos dois.

...

Ainda na mina principal, a captura de Bruno foi dita para Faisal e os outros. O empresário ficou mais tranquilo.

A criança estava deitada sobre o colchão quando algo bateu na grade. Bruno olhou para a direção do barulho e viu um homem rodeado de capangas. Era Faisal.

— Esse é o garoto?

— Sim — respondeu Noah.

Ao redor deles estavam Bonney, Khan e Jack.

— Olá, menino? Tudo bem? — Mas não obteve resposta. Bonney revelou que Bruno era mudo. — Desculpa. Não foi a minha intenção desrespeitá-lo.

Lágrimas saíam do garoto. Estava assustado. Queria voltar para o seu pai.

— Quer saber por que está aqui? Mas acho que você já sabe, não é? — Disse Faisal alisando a barba.

...

Marshall revelou que não conhecia Noah antes dos eventos da Isla de La Luna, mas parecia que o capitão sabia sobre o segredo de Bruno.

— Como ele soube? — Questionou Stone.

— Acho que o meu pai disse. Não sei. Você ouviu o que aquele Noah disse. Era amigo do meu pai. Talvez soube acidentalmente.

— Mas por que o seu filho estava no navio S.S. Aquamarine do capitão Noah? — Perguntou Robert.

— Bruno e eu visitamos Celestial Town dias atrás. Estávamos de visita quando ocorreu aquela misteriosa tempestade na ilha.

Dias atrás...

Celestial Town

Bruno insistiu tanto em ver o circo nipônico que conseguiu persuadir Marshall a ir até a ilha Celestial. Mas naquele dia, bandidos invadiram a cidade, e o evento cancelou.

À noite, uma forte tempestade atingiu toda a região. Era o poder do Gyarados de Maytsa. No entanto, Marshall e Bruno não faziam ideia de nada disso, incluindo a presença de Stone na ilha. Ambos ficaram num pequeno hotel, um pouco longe do epicentro da luta entre Gyarados e Salamence.

— Não fica com medo, filho. Logo passa.

Marshall tentou acalmar o filho. Bruno deitou na cama enquanto escutava barulho de explosões.

Depois que Bruno dormiu, Marshall tentou ligar para algum comparsa, porém sem sinal. Pela janela do pequeno prédio, viu a pista tomada por carros e pessoas fugindo.

— Covardes.

No dia seguinte...

Bruno insistiu ao pai para ver o circo naquele dia ou nos dias posteriores. O pirata culpou a si mesmo por ser tão mole com o filho.

— Tudo bem. Mas o Benny virá nos recolher.

Bruno assentiu.

Continua...