O navio de guerra da Equipe Black conseguiu zarpar sem que as autoridades localizassem o seu paradeiro após a saída das águas da Isla de la Luna.

Um dos capangas colocou Bruno dentro de um quartinho, trancado e vigiado por dois homens fortemente armados.

O garoto chorava deitado na cama.

Enquanto isso, Simon conseguiu se infiltrar por meio da ilusão de Zoroark. Ambos estavam disfarçados de blackers.

— Ótimo. Precisamos continuar assim até acharmos o Bruno.

O pokémon na forma humana apontou para uma porta. Entraram. Era um depósito de objetos de limpeza.

— Como pegaremos Bruno? — perguntou o pokémon.

Simon retirou da jaqueta preta uma planta do navio que pegara. Continha todo o esquema interno.

— Vai ser complicado pra caramba salvar o Bruno nessas condições. Isso porque aqui é diferente do outro navio que invadimos. O sistema é muito mais sofisticado e há câmeras de vigilância por todas as partes estratégicas. Além disso, os bandidos estão fortemente armados e os mais fortes estão com eles. Lembra daquele Rhyperior fodão?

Zoroark não entendeu o significado de "fodão". Apenas concordou com o seu treinador.

— Esses caras estão num esquema muito mais sofisticado do que simplesmente roubar um pokémon. Presumo que vão para algum tipo de quartel general. Continuaremos disfarçados até que cheguemos ao nosso destino.

...

Passado algum tempo, Isla de la Luna estava em total ruínas. Os piratas estavam feridos e todo o seu arsenal foi destruído.

Com a ordem de Stone, os marinheiros restantes não lutaram contra os piratas, mas ajudaram a retirá-los dos escombros de madeiras carbonizadas.

Na praia, Marshall e Stone mais uma vez brigaram. O capitão pirata não aguentou mais esperar parado enquanto os blackers se movimentavam.

— Eu não aguento ficar de braços cruzados aqui enquanto o meu filho é levado! Melhor você sair da frente ou eu juro que vou te moer na porrada.

— Tenta! — Stone mostrou o bíceps. — Não vou deixar sequer me arranhar. Sou lutador, lembra?

Robert pediu aos dois que parassem com a discussão. Flint também pediu que ambos se abstivessem de uma luta antes de um plano de resgate ser posto em prática.

Jason levantou a mão e todos olharam para o garoto.

— Eu proponho que todos se unam para um plano de resgate. Vamos nos juntar aos piratas e deixar de lado qualquer tipo de disputa interna até o resgate do Bruno.

As pessoas olharam para o menino. Ficaram impressionados com o modo de falar dele.

— Ei, moleque! E como seria isso? Esqueceu que sou seu inimigo? — indagou Marshall.

— Sei disso. Mas atualmente o nosso inimigo é mais forte e de nada adianta agirmos agora como antes. Se formos seguir essa ideia, vamos nos autodestruir e Bruno nunca será salvo.

Flint concordou com Jason e parabenizou-o. O problema era Marshall aceitar.

...

Museu Pré-histórico de Rock'atown

Amanheceu na cidade!

Uma mulher vestida de macacão, usando óculos de grau e cabelos ruivos meio frisados era Nikky Stone, esposa de Alfredo. Era uma das responsáveis pelo museu — o local era a propriedade privada da família Stone.

Em seu escritório, sua assistente pediu que ela fosse ao salão dos fósseis e olhasse uma pessoa inusitada.

— Esse é um fóssil de Dragonite? Mas qual a diferença desse para um de atualmente? — perguntou o árabe ao ver os ossos formando a estrutura óssea do pokémon. O objeto estava no meio do salão.

— Senhor, esse pokémon viveu há 2 mil anos e era um exemplar de pokémon Shiny. — respondeu um assistente.

O árabe sorriu. Nunca viu um pokémon Shiny antes. Saber que aquele fóssil poderia valer milhões de pokédolares animou-o.

Nikky apareceu diante dele. O homem apareceu por volta das 7 da manhã, antes da abertura pública.

— Sou Nikky Stone, proprietária do museu. E o senhor?

— Mohammed Faisal, senhora. Sou o homem que comprou 80% das minas ao norte de Kabuto.

Ela olhou para o homem. Um senhor com mais de cinquenta anos e todo cheio de adornos de ouro. Usava um turbante na cabeça. Havia seguranças e mais dois assistentes ao seu lado. Com certeza era um homem poderoso.

— Sem ser rude, mas o que o senhor veio fazer no museu antes do acesso ao público?

Faisal sorriu para a mulher e alisou a barba.

— Sei quem é o verdadeiro proprietário, mocinha. Seu marido é Alfredo Stone, não é? É ele o líder do ginásio e quem paga as contas do museu. Cadê ele?

— Não está na cidade. Mas o que o senhor quer?

Faisal cruzou os braços e caminhou mais para perto do fóssil e olhou para cima.

— Avise a seu marido que acabo de assinar a compra das últimas minas que restavam nessa província.

Nikki protestou.

— Não adianta choramingar, senhora Stone. O prefeito Gordon já me deu todos os documentos necessários para que as minas restantes se convertam em minha propriedade privada. Isso quer dizer que os arqueólogos e todo tipo de gentalha sairão hoje mesmo das minhas terras. As minas serão exploradas exclusivamente para o uso econômico, entendeu?

Nikki ficou sem reação. Foi o último prego no caixão. Agora será impossível usar as minas para a ciência e reviver pokémons fósseis que existiam por lá.

Faisal sentiu prazer no olhar de desespero da mulher e saiu a gargalhadas.

...

Robert, Jason e Charmander dormiram juntos no local em que ficava a antiga cela, na caverna. O pai não viu o filho assim que acordou.

— Robert, meu amigo. Acordou a tempo. Jason conseguiu convencer o cabeça dura do Marshall a nos unirmos. — Disse Stone.

Wailord apareceu perto da praia. Jason, Charmander e os outros pokémons ficaram brincando sobre a baleia. O menino ficou sentado no nariz dela até ser empurrado pela água que saía em jato.

— Moby Dick é uma baleia mansa. Já se acostumou com o seu filho — disse Flint. — Não se preocupem. O meu chefe vai entender logo logo.

Marshall caminhou pela praia ao lado dos outros piratas.

— Tudo bem. Eu aceito a sua proposta. Vamos até Rock'atown na Moby Dick e lá pensaremos num bom plano para salvar Bruno. Não aceito ordens de vocês. Saibam disso.