O S.S Aquamarine navegou para o sul de Hokkaishin, pois o próximo porto ficava nessa rota. A província de Kabuto era o local onde estava a capital Rock'atown no sul e as minas ao norte.

O dia estava ensolarado, bonito de se ver. As pessoas foram para a piscina no convés superior.

Jason correu, pulou na prancha e deu um mergulho; Robert bateu palmas ao ver a performance do filho; e Charmander bebia uma vitamina de banana que o garoto deixou no copo.

Os guias do navio permitiam que pokémons menores saíssem das pokébolas e permanecessem perto dos seus treinadores.

Simon, separado do grupo, ficou admirando um duelo virtual com rapazes jogando com pokémons num arcade do shopping. Era um duelo valendo uma insígnia cerimonial.

Stone mantinha contato com a sua esposa e com trabalhadores do museu. Ficou no restaurante trabalhando em seu notebook.

Assim era o que eles estavam fazendo nesse momento.

Nesse ínterim, o capitão do navio caminhou pelo convés, conversando com os seus passageiros. Ele era um senhor respeitável, com uma barba branca.

Uma bola de praia quicou e atingiu o capitão. As pessoas ao redor observaram Jason se aproximar.

— Desculpa — disse ele. Charmander apareceu logo atrás.

— Qual é o seu nome?

— Jason.

— Ok, Jason. Da próxima vez, preste mais atenção. Espero que esteja aproveitando a sua viagem. Sou o capitão Noah.

— Sim, capitão Noah. A viagem tá muito boa.

O homem sorriu e continuou andando prlo convés. Jason nunca vira uma pessoa tão educada assim.

...

Depois de passear pelo navio e deixar os seus pokémons livres por algum tempo, Simon voltou para a sua cabine a fim de descansar. Deitou-se na cama, com o antebraço tampando os olhos.

Pensamentos tóxicos veio à mente. Pensou na breve luta que teve contra o El Charco.

— Garoto, nunca será bom o suficiente para me enfrentar. A tua sorte é que eu não terei tempo de levá-lo de volta, mas eu estarei te esperando.

— Isso é uma besteira. Nunca vou me render.... Eu juro que vou derrotá-lo.

— Tenho que pensar num plano. Pior é ter que seguir esse maluco do Jason.

A pokébola azul dele ficou mexendo sem parar sobre a cômoda. Caiu no chão e abriu. Houndour pulou sobre ele, lambendo-o.

— Que foi? Não tá com fome.

O animal ficou se esfregando nele. Simon sentiu seu corpo mais quente. Houndour adormeceu em sua cama.

...

Por uma hora, Jason estudou online pela pokédex. Ficou na cabine enquanto os seus três pokémons brincavam na cama. Charmander até se balançava numa rede feita pela teia do Galvantula.

— Yeah! Terminei. Não foi tão difícil.

Aproveitou para ver as informações do Salamence que pegara durante a perseguição no mar.

Nome: Salamence

Designação: Pokémon dragão

Número: 373

Tipo: Dragão/Voador

Sexo: Macho

Grupo de ovos: dragão

Peso: 400 kg

Altura: 4,78 metros

Razão de gênero: 50% masculino e feminino

Estado: Ataque

— Uau. É um legítimo dragão pokémon. O professor é muito forte, pois dragões são raros.

Robert entrou na cabine e perguntou se o filho havia terminado a tarefa. O garoto confirmou e teve permissão para explorar um pouco mais o navio.

— Quer que eu vá contigo?

— Não, papai. Tenho os meus pokémons para me protegerem. — Ele colocou Eevee e Galvantula nas pokébolas e saiu.

Robert se sentiu desnecessário. Preferiu tomar um descanso.

Jason corria pelo corredor, enquanto o camareiro pedia para ele não fazer isso. O menino se desculpou.

Na academia do navio, Stone puxava peso enquanto era notado pelas pessoas. Ele era um verdadeiro bodybuilder. Não se intimidava em puxar um peso extremo.

E a vida continuou rotineira no navio. Nenhum incidente tirou a normalidade dos aliados... ainda.

...

Na tarde daquele dia, o capitão Noah ficou lendo um livro em sua cabine pessoal. Um marinheiro foi encarregado de comandar a sala de controle.

— O mar está calmo. Não acham estranho?

— Sim, vice-capitão.

Pelos corredores, alguém corria. As pessoas eram esbarradas. Era um garotinho de seis anos.

— Ei, você! Não pode correr nos corredores — disse o camareiro.

A criança estava vestida com um macacão azul e o rosto pintado de palhaço.

— Pare! Eu já disse para não correr.

— Uwah! — Ele esbarrou numa passageira, que caiu com o impacto.

No restaurante, o garotinho se escondeu debaixo das mesas. Os marinheiros foram capturá-lo, mas a criança era mais esperta e veloz que eles.

— Quem é esse? — perguntou um marinheiro.

— Parece que é um intruso.

O garçom levou a bandeja com o coquetel até a piscina. O garoto esbarrou nele. O suco caiu sobre uma passageira que tomava sol na cadeira.

— Essa criança é filha do Flash? Por que não é possível ser tão rápida assim.

Enquanto isso, no shopping do navio, a vendedora da loja de roupas se tremeu ao ver a aparência ameaçadora de um cliente. Ele era alto e magro. Usava uma roupa vermelha com uma jaqueta preta e tinha vários piercings no rosto.

— Eu já disse, não ouviu? Me dê o número do seu celular, belezinha.

— Mas senhor... eu não posso fazer isso. São informações pessoais.

Ele riu da cara dela. Chutou uma estante de roupas e saiu da loja.

— Isso não tem graça. Aquela criança esdrúxula não está em nenhum lugar.

Ele percebeu que havia um fast-food com mesas e no balcão havia bancos. Alguns clientes sentados nos bancos deixavam bolsas e mochilas de bobeira.

Jason e Charmander foram até a sorveteria e pediram um bom copão de sorvete de morango com chocolate. Ficaram sentados à mesa quando uma mão puxou as pernas do garoto.

— Ah! Quem é você? O que faz aí?

A barriga da criança roncou. Jason ofereceu um pouco a ele.

— Pode comer. A gente já comeu bastante, não é, Pyro? Mas por que você tá com maquiagem de palhaço e escondido?

Um grito agudo soou por todo aquele lugar. Era uma mulher desesperada.

O magrelo roubou a bolsa de uma passageira que almoçava no fast-food. Ele correu até dar de cara com Charmander e sua bola de fogo.

— Entrega a ela agora! — ordenou Jason.

— Quem é você, pirralho?

Jason e o ladrão se encararam.