ENCURRALADOS!!!

Simon e o guia ficaram encurralados dentro do buraco com um bando com dezenas de Tauros. Simon concluiu que o gigaremo era o culpado por fazer os pokémons ficarem ferozes.

— Temos que destruir aquela máquina. Ela que faz os bichos estarem se comportando de maneira arisca. Eles não vão parar.

— O que faremos?

Uma corrente de ar fria surgiu no campo e assustou os Tauros. Uma neblina fez com que os pokémons fugissem para longe do buraco.

— Quem está aí? — perguntou Simon.

Uma mulher surgiu. Era a mesma que havia falado com Jason na sede. A mesma com o cabelo branco e óculos escuros.

— Aquela cliente regular? Ela nos salvou — comentou o guia.

A mulher retirou a peruca branca e revelou ter cabelo ruivo, longos. Apertou um botão na armação do óculos, fazendo as lentes escuras virarem de grau.

— Eu me chamo Lorelei. Estou aqui para ajudar — A mulher jogou uma corda para eles (Escape Rope).

Lorelei era uma mulher de meia-idade, séria e muito corajosa. Ex-membro da Elite dos 4 do Planalto Índigo.

— O professor Gary e eu estamos numa cruzada para acabar definitivamente com o que sobrou da Equipe Rocket. Vi que você está com ele, por isso ajudei.

— Obrigado... Espera! O gigaremo.

Simon correu até a máquina. O gelo derretia, mas não fez nenhum arranhão no objeto. Lorelei perguntou como destruía.

— Um gigaremo vermelho. Somente pokémons que podem usar golpes aquáticos podem destruir.

— Sério? Eu devia ter trazido o meu Slowbro, mas deixei vigiando a minha casa em Sevii 4. Não tenho pokémons com golpes de água aqui comigo.

Simon lamentou que seu Ludicolo ficara na sede com os outros. Era o único aquático de todos os pokémons do grupo.

...

Enquanto isso, Koga, Jason e Gary se juntaram para acabar com o restante dos capangas. Usaram Weezing, Charmander e Umbreon.

A sede da Zona do Safári finalmente ficou livre da influência da Equipe Kumo, e Jason pode recuperar seus pokémons e mochila; também recuperou dos seus amigos.

— Sinto um mau pressentimento — falou Koga. — Esses caras não estão com a logo da Equipe Rocket, atacaram Viridian e agora invadiram o safári. O que eles querem deve valer muito.

— Concordo. Não se arriscariam tanto se fosse algo de simples para médio. Deve ser algo muito valioso. O doutor Lutero disse que eles invadiram o pokécentro e roubaram a lista dos nomes dos pokémons que saíram da floresta e vieram para cá. Significa que eles estão atrás de um pokémon. Espera, Koga! Será que existe um pokémon lendário aqui?

Koga escutou o que Gary disse. Era estranho que um lendário fosse parte dos pokémons da zona. A única explicação seria o dono da zona ter conhecimento de tal fato.

— Jason, estamos partindo.

— Sim, professor.

Gary pediu para Milla ficar na sede. Dali em diante, os três lutariam contra a nova ameaça de Kanto. Subiram no jipe e foram pelo mesmo caminho que os bandidos.

...

Simon, Lorelei e o guia John não puderam destruir o gigaremo. A mulher até colocou uma outra variação evolutiva de Eevee: Glaceon. Nenhum arranhão. Apenas pokémons com golpes aquáticos podiam destruir.

— Não há nada que se possa fazer. Precisamos arranjar algum treinador que tenha um pokémon do tipo água — falou Lorelei bastante calma.

— Achar alguém que tenha um pokémon aquático nesse imenso parque vai ser um desafio — concluiu Simon sentado.

Uma sombra passou por cima deles. Surgiu um pássaro chamado Staravia. Era de porte médio, com um topete em forma de gancho, penas cinzas e brancas e com a cara pouco amigável.

— Esses Staravias são um problema. Atacam qualquer um — falou John, pulando no buraco.

— Que idiota. Não devia ter feito isso — repreendeu Lorelei.

Simon percebeu que Staravia voava descontrolado e de maneira irregular. Presumiu que a ave era manipulada pelo gigaremo.

— Vá, Zoroark!!

A honra de um treinador. Simon não deu ouvidos ao guia e decidiu capturar Staravia da forma tradicional.

— Quer mesmo que eu não faça isso? Estamos diante de um cenário fora do normal...

— Tudo bem! Juro que não falo para a guia-chefe.

Simon pediu a Zoroark que lutasse contra Staravia. O pokémon escuro entendeu o recado e correu na direção do pássaro. Simon abaixou para não ser pego pelo voo rasante da ave.

— Quer ajuda? — Lorelei se ofereceu.

— Não precisa. Zoroark é mais do que suficiente.

O parceiro de Simon usou ilusão para se parecer um outro Staravia para a ave atacante. Assim, Staravia parou de voar para chegar perto. Zoroark segurou Staravia por trás e deu um golpe de arremesso no chão. Simon jogou uma bola safári contra o pássaro, conseguindo capturá-lo. Comemorou por conseguir o seu primeiro pokémon voador.

— Treinarei ele para conseguir evoluir.

— Tirem-me daqui!

Lorelei se negou a ajudar.

Simon pegou a corda e voltou a jogar no buraco. O guia agradeceu.

— Não podemos perder tempo aqui. Há de impedirmos os invasores — disse Lorelei.

...

Soldados Kumo hastearam a bandeira da Equipe Kumo numa colina da área dos campos. A peça era de cor preta com o símbolo de uma aranha vermelha no meio.

— Colocamos a máquina nesse setor. Os pokémons aqui vão servir aos nossos propósitos — falou o capanga num rádio. Ele se referia ao gigaremo.

— Fizeram o certo. Destruam qualquer um que se meter a besta com vocês — respondeu o capitão.

Após a breve mensagem, Onodera parou com os seus subordinados na entrada da área rochosa. Olhou para os lados. Havia um rastro do pokémon misterioso na grama.

— Melhor não pisar aí.

— Onde? — Aranhudo pisou na grama e levou um choque. — Kyahhh! Como é possível algo assim?

Onodera xingou Aranhudo de burro e inconsequente. Havia um rastro do poderoso pokémon, por isso não podiam pisar naquela área específica.

— Não podemos seguir de carro a partir daqui, e nossos aparelhos provavelmente sofrerão interferência. Sabe o que isso quer dizer?

— Não mesmo.

— Que aquele pokémon mítico está mais perto do que imaginávamos. Ah... Kumo no Piero! Falta pouco para capturarmos ele.

Onodera tinha razão. No topo de um rochedo, um pokémon mítico estava sentado e observando o horizonte.