Mansão Yamashida - White City

Os portões da mansão se abriram para a passagem da limusine. O veículo andou por metros até estacionar em frente à residência imponente de três andares.

Anthony saiu do carro sem esperar o seu motorista abrir. Caminhou aos atropelos e subiu os degraus da escadaria antes de entrar de fato na casa.

— Gerson? Cadê ele? — indagou para uma empregada.

— Ele está na biblioteca...

— Chame-o!!

O mordomo chegou na sala principal e teve que ouvir uma reprimenda pela voz gutural do seu patrão. Yamashida havia recebido uma informação de El Charco de que a missão de capturar Jason Krueger havia falhado. O culpado era Bernardo Greco, que fugiu horas após ser derrotado. Alguns blackers foram presos, fazendo a Black perder mais contingente.

— Gerson, você me prometeu que o seu sobrinho era o melhor caçador de recompensas da região. Tudo isso não passava de falácias suas e dele.

— Sinto muito, senhor. Nem eu mesmo pensava que aquele menino fosse tão fraco. Apostei no Bernardo, mas retiro o que disse.

— É muito fácil pra você me pedir desculpas. Afinal, precisa desse emprego para sobreviver — Yamashida foi até o bar perto da lareira e colocou uísque com gelo. — Ultimamente estou perdendo quando o assunto é Jason Krueger.

— Senhor...

— Fica calado quando eu falo. Incompetente! Se eu soubesse que o seu sobrinho fosse dar um vexame daquele, teria mandado mais gente da Black para a captura.

— Senhor... tem alguém esperando...

Alguém surgiu diante dos dois e bateu palmas. Dark Ling não tinha nenhum escrúpulo. Sua aparência icônica era o famoso terno preto e óculos escuros. Seus cabelos loiros eram perfeitamente penteados para trás. Parecia um agente.

— Quanta gritaria. Ouvi tudo lá da biblioteca — Dark Ling também foi ao bar colocar bebida.

— O que você faz na minha casa? Eu já falei que não quero um membro da Black no meu espaço pessoal. A minha casa é o único local que eu veto a presença dos meus agentes.

— Calma aí, chefe. Não seja tão histérico. Se continuar assim, talvez precisará de um marcapasso nesse seu coração — Ling se sentou no sofá. — Enfim, ouvi que o garoto venceu mais uma vez a Black. Fuhahahaha. Ele é uma verdadeira dor de cabeça, não é?

— Não tenho tempo para as suas brincadeirinhas — Yamashida sentou na poltrona. — Você também é um incompetente. Os seus subordinados, incluindo aquele velho capitão, perderam o controle das minas de Rock'atown. Hoje tenho que lidar com as ameaças daquele maldito do Faisal.

— Hahahahahaha... O grande e poderoso Anthony Yamashida sucumbindo para um moleque pré-adolescente. Realmente aquela criança gosta de pregar peças em velhotes. Olha o que ele fez com o capitão Noah. Eu vim falar dele e da possibilidade de que esteja indo para o meu distrito.

— Sahaarian? Seu pai aceitaria os meus agentes por lá?

— De maneira nenhuma. Sahaarian é o único local de Hokkaishin que a Equipe Black não entra. Temos um exército próprio. Mas eu posso convencer o meu pai a caçar o Jason.

— Quer que eu acredite que você veio aqui de boa fé? Mais fácil o mar secar do que você me avisar sem querer nada em troca.

Dark Ling gargalhou. Retirou o óculos escuro e olhou diretamente para o chefe.

— Sou o seu afilhado, lembra? Somos quase uma família. Assim o senhor me ofende. Enfim, venho aqui convidá-lo para o meu aniversário daqui a um mês. Quero a sua presença e apoio para que o meu pai renuncie e me dê a chancela do governo de Sahaarian. Que tal?

Yamashida olhou para Dark Ling, mas não deu uma resposta imediata.

...

Amanhecia em Mokuzai. O balão estava bastante longe de Woodland e a floresta saiu para dar lugar a um tipo de planície com gramas bastante verdes.

Margot foi a primeira a acordar e ver que o sol nascia. Preferiu não acordar as crianças.

Jason acordou vinte minutos depois. Era antes das 6 da manhã. Viu Margot olhando para o horizonte.

— Bom dia...

— Bom dia, querido. Por que não dorme mais?

— Treinei dois anos acordando cedo. No começo era torturante, mas logo me acostumei.

Ele revirou a mochila e pegou escova, pasta e um pouco de água numa garrafinha térmica. Escovou os dentes ali mesmo.

— Parece que não tem mais floresta.

—Sim, querido. Estamos há horas nessa planicie. Isso quer dizer que estamos quase saindo desse distrito.

Pyro, Chandele e Sasha continuaram dormindo.

Margot perguntou sobre a evolução de Pyro. Jason explicou um pouco mais sobre a pedra evolutiva que carregava no pulso. Era um objeto revolucionário, pois o pokémon evoluía de maneira mais livre, podendo voltar à sua forma inicial.

— Eu não entendo como ele evoluiu. Você mesmo disse que funciona da mesma maneira que uma mega-evolução. Não vejo a outra pedra no corpo do seu Charmander.

— A outra metade da pedra evolutiva está dentro dele. O Grande Bruce fundiu a pedra com o coração do Pyro.

Margot quase cuspiu o café que bebia. Era muita loucura. Jason explicou que era a forma definitiva que o Grande Bruce dera para Charmander evoluir para Charizard.

Conversa vai, conversa vem, e um objeto voador surgiu diante deles. Era um robô voador na forma de um pequeno disco voador branco.

— Desçam agora! Isso é uma ordem — disse uma voz que saía do robô.

Margot preferiu acatar a ordem e desceu o balão. Pousou numa região semi árida.

— O que está acontecendo, mamãe? — indagou Sasha. Os dois Charmanders também acordaram.

Um grupo de vinte homens fortemente armados e vestindo fardas paramilitares apareceram e ordenaram que todos saissem.

Jason preferiu não enfrentá-los.

— Somos amigos de Simon McQueen, o cara que vocês prenderam.

Um homem apareceu no meio dos guerrilheiros. Este era imponente, de pele bronzeada e forte. Usava uma barba rala, cabelos ondulados de cor rosa e uma boina branca com uma bela estrela dourada no meio.

— São amigos da Luiza? Aquela pirralha. Sou o irmão mais velho daquela encrenqueira.

— Eu me chamo Jason Krueger.

— Sou Guedara Ramsés III. Sejam bem-vindos ao distrito de Sahaarian.

Guedara e Jason se cumprimentaram.