A Nightmare On Elm Street (The New Nightmare) escrita por Brunno Cammargo


Capítulo 3
1° PESADELO - O PARQUE




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1° PESADELO
O PARQUE

Tais já estava prepara para dormir quando recebeu uma mensagem de texto de Kevin. Ele a desejava boa noite, e acrescentou que teria descobrido o que teria acontecido anos atrás em  Springwood. Como se Tais já não soubesse de tudo.

- Eu não quero saber de mais nada - sussurrou ela, colocando o telefone celular no criado-mudo ao lado.

Depois de alguns minutos tentando lidar com os acontecimentos ocorridos no passado e, ao mesmo tempo, pensando na prova que teria amanhã, Tais caiu no sono. E de repente ela não estava mais ali.

Era um parque de diversões, abandonado. Os brinquedos estavam sob escombros, panfletos voavam sobre sua cabeça, e ela estava parada, de frente para a entrada do enorme e terrível parque.

Estava escuro demais, havia pouca luz e o frio era intenso. Seus dentes tremiam, seus braços envolviam o corpo, enquanto seus olhos corriam desesperadamente por todos os cantos do espaço assustador. Ela sabia que estava sonhando, mas tinha a pequena impressão de que tudo era real.

Trémula e com um enorme suspiro avançou três passos, entrando diretamente no parque. E foi ali que, com um pequeno e ensurdecedor som, as luzes de um carrossel totalmente destruído encediou seu caminho. Uma aguda e aterrorizante música tocava enquanto os cavalos subiam e desciam, em ritmo aleatório.

Então ela parou de andar, olhando mais uma vez para todos os ângulos do imenso espaço.

Outra luz se acendeu, uma luz forte e vermelha. Haviam três garotas ali, todas cantando uma música perturbadora enquanto pulavam corda que, ao mesmo tempo, tinham ritmo com a música instrumental do carrossel:

Um, dois, O Freddy vem te pegar,

Três, quatro, é melhor trancar a porta.

Cinco, Seis, Agarre seu crucifixo,

Sete, oito, fique acordado até tarde.

Nove, dez, não durma nunca mais.

Exatamente no mesmo segundo em que a música terminou todas as luzes se apagaram. O carrossel e as três meninas haviam desaparecido. Tais aproveitou o momento para dar três passos para trás, em direção a entrada. Então duas enormes correntes cresceram nos dois lados do enorme portão que puxaram, rapidamente, as duas portas da entrada criando um baque profundo, ecoado por todo o parque.

Tais voltou onde estava, o pânico agora estava presente, os olhos atentos em qualquer movimento. Ela queria acordar, então piscou várias vezes afim de despertar do pesadelo, mas não estava dando certo.

Novas luzes se acenderam, aleatoriamente. E com elas uma risada apavorante que fez o corpo de Tais tremer. Seus olhos, intactos e quase cheios de lágrima mudaram de posição novamente, diretamente para onde a risada vinha, no canto mais escuro do parque. Ela sabia que teria feito algo terrível para estar alí.

A luz se acendeu, e dela surgiu um homem vestindo um sujo suéter verde e vermelho. Tais levantou um suspiro no mesmo instante em que seus olhos se arregalaram, ela sabia de quem se tratava. Freddy Krueger.

- Olá Tais - a exaltada voz de Freddy estava rouca.

Tais não respondeu e nem se mostrou disposta a falar. Apenas deu um passo para trás, analizando Freddy se aproximar cada vez mais.

- Ah... Consegue sentir esse cheiro? - continuou ele, suspirando. - O doce e suave cheiro da liberdade. E  o melhor de tudo, você me trouxe a liberdade, Tais. E eu vou gostar de brincar com você por ter feito isso. Na verdade, você mereçe.

Tais fechou os olhos, cerrando os dentes e apertando os dedos com força contra a palma da mão.

- Você não real... Você não é real - sussurrava ela, repetida vezes.

- Claro que sou real. Sou real nos seus pesadelos - Freddy disse, agora a centímetros de Tais. Suas peles quase se tocando.

- Você não é real...

- Que pena que você pense assim, mas pode sentir isso? - Freddy levantou suas mão de navalha e começou a passar, lentamente, nos braços de Tais que permaneceu com os olhos fechados. - E isso! - Freddy cravou uma das lâminas no braço de Tais que gritou de dor.

Freedy sorria, seus olhos com um prazer intenso.

- Fale para todos que Freddy Krueger voltou.

JÁ ERA DE MANHÃ quando Tais desceu para o primeiro andar, já arrumada e preparada para a escola. Foi diretamente para a cozinha e preparou ovos com bacon. Sua mãe também estava acordada e percebeu uma diferença no rosto da filha. Tais tinha olheras mais fundas, algo havia se apagado em seu  rosto.

- O que houve? - perguntou ela.

Tais suspirou, enquanto tomava seu café da manhã.

- Nada mãe, só não consegui dormir bem na noite passada.

- Isso envolve os estudos?

- Talvez sim, a prova de hoje principalmente.

Era difícil ter que tocar no assunto de pesadelos com sua mãe, com essa idade, 17 anos. E Tais não queria enfrentar mais perguntas. Ela tinha um assunto a tratar e uma prova bimestral para concluir. Então, após terminar de comer, pegou sua mochila e andou em direção a Springwood High School.


 

- VAMOS GATA... Sobre o que você queria falar comigo? - perguntou Kevin quando se encontrou com Tais pelos corredores da escola.

- Quero que todos vocês, Robert, Jade e você, estejam presentes. Preciso que todos saibam do que se trata.

Kevin fez um bico, mas Tais não ligou para isso e continuou andando até encontrar o refeitório.

- Você tem um assunto a tratar conosco, madame? - perguntou Robert, ironicamente.

Jade sorriu, mas parou no exato momento em que percebera as mesmas caracteristicas que Selena percebeu de manhã.

- O que está acontecendo, Tais? - perguntou ela.

Tais se sentou, os cotovelos sobre a mesa e os olhos caídos para o chão.

- É difícil, estranho. Mas é algo possível, algo que eu presenciei.

- Eu não estou entendendo - murmurou Kevin, colocando uma das mãos na mão de Tais.

- Os pesadelos... Os pesadelos que você havia dito sobre a qual seus pais escondem de você. Eu estive pesquisando sobre Springwood ontem, e descobri que, ao longo dos anos, assassinatos e suícidios foram registrados na cidade. Registrados durante o sono, durante os pesadelos das vítimas.

Kevin encarou Tais, assim como Jade encarou Robert. Todos estavam confusos, mas surpresos por descobrirem os segredos que atingiram Spingwood  anos atrás. Era algo pelo qual eles nunca deveriam ter encontrado.

- E o que os levavam a se matar? - perguntou Robert.

Tais encarou por um momento o vazio, então levantou a manga da blusa que vestia, deixando visível um enorme e profundo corte que descia sobre o inferior do braço.

- Oh! - Kevin dissem arregalando os olhos. Robert e Jade fizeram os mesmo.

- Você fez isso? - perguntou Jade, surpresa.

- Não! Foi o monstro dos sonhos. O homem de suéter verde e vermelho e pele queimada. Freddy Krueger.

Todos lançavam os olhos do corte ao rosto de Tais, era algo muito pesado para acreditar. Mas eles sabiam que Tais nunca faria aquilo.

- Ele disse algo sobre eu ter despertado o pesadelo... E todas as vezes que eu fechava os olhos estava lá. Preso na minha mente, me perseguindo, prometendo vingança - agora as lágrimas escorriam por seu rosto. - Ele disse estar de volta.

- Ok... Tudo bem - disse Kevin, abraçando-a. - Está tudo bem.

Não... Nada estava bem. Exatamente nada.


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