Como Irritar Um Capitão Pirata escrita por Mrs Jones


Capítulo 39
Capítulo 35 - Matrimônio


Notas iniciais do capítulo

Hello people! Muitas emoções em Once, hein? Confesso que gostei do que aconteceu ao Neal, mas chorei um pouquinho rsrs Tô torcendo pro Hook. Acabei de ver a promo do próximo episódio e realmente vai nos mostrar um pouco sobre a vida dele. Pelo o que eu entendi ele fez alguma coisa pra Ariel porque ela fala: "Você vai se arrepender do que me fez", mas não sei se falou isso pra ele. My God, só espero que a Zelena não machuque nosso Hook. Bom, mas agora falando do capítulo, finalmente o casamento. Vou escrever umas coisinhas aqui embaixo porque o Nyah diminuiu o espaço das notas iniciais ¬¬



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/322235/chapter/39

Primeiro tenho que falar sobre a duração da fic. Bom, Once já teve um monte de reviravoltas, mas a fic não vai durar tanto (se não acaba virando novela), então eu pretendo acabar a história depois que a maldição for quebrada, aí eles arrumam um jeito de voltar pra Floresta Encantada. Outra coisa, se vocês acharem que está muito cansativo podem dizer. Eu aprecio muito a opinião das leitoras e essa fic só está sendo escrita até hoje por causa de vocês, ou já teria acabado há tempos, ou não teria nem passado do primeiro capítulo. Então tenho que mais uma vez agradecê-las por serem leitoras maravilhosas que me apóiam bastante. Chegamos a 16 recomendações e quase 300 comentários, algo que eu nem imaginava que fosse acontecer. Então muito obrigada por tudo. Não vai ser fácil acabar essa fic, já que todas gostam e eu me apeguei muitos aos personagens. Mas estou tão obcecada pelo Hook que já tive muitas outras ideias para fics, então não se preocupem porque continuarei fazendo fanfics Hooked, Wendy/Hook, Hook/Ariel, ou qualquer outra que vocês quiserem. Eu tinha lembrado um monte de coisas pra falar, mas me deu branco agora kkkkkk

Ah não sei se vocês viram, mas estão gravando o episódio 3x22 e o Hook mudou de roupa ♥ Eu vi no face, procurem nas páginas CaptainSwan.

Bem, neste capítulo teremos umas aparições de piratas famosos e personagens famosos também. O capítulo não acabou ainda, estava ficando muito grande então resolvi dividir em duas partes. As meninas que me pediram pra entrar na fic ainda vão aparecer no próximo capítulo. Vou tentar terminar até amanhã.

Ah e outra coisa, faltam poucos capítulos para a maldição. Daqui pra frente ainda tem umas coisas pra acontecer, mas vou tentar ser breve pra não ficar muito cansativo. E algumas leitoras perguntaram sobre o que Ellanor viu. Bem, só vou dar uma dica hein, ela previu que algo destruiria a Ruby por dentro e causaria muita tristeza a ela. Por dentro, não se esqueçam. Digam nos comentários o que acham que é e depois digo se alguém acertou. Vou deixar uns links no final. Espero que gostem do capítulo!

Capítulo 35 - Matrimônio

– Killian! Meu filho! Meu filho! – James se levantou com dificuldade e no segundo seguinte ele e Killian estavam atracados num abraço apertado – Meu filho! Meu filho!

Eles choravam, e riam e se abraçavam. A própria Ruby se segurava para não chorar com a emocionante cena que se passou na praia. Os marujos viram tudo do navio e Jack e Willian correram para ver o pai.

– O que aconteceu, pai? – eles se separaram e Killian olhava o homem parecendo meio chocado, é que a aparência de James realmente era de dar dó. – Foi feito prisioneiro em todos esses anos?

– É uma longa história – James enxugou os olhos. Jack veio correndo até ele e quase derrubou o homem ao abraçá-lo – Jacob!

– Papai! Nem acredito que voltou para nós. – Foi tudo o que Jack conseguiu dizer.

Willian não se aproximou muito. Ainda sentia um tiquinho de rancor por ter sido abandonado pelo pai, mas não podia negar que sentia falta dele. James viu Will parado ali e caminhou devagar até onde ele estava.

– Willian. – ele encarou o homem que seu filho havia se tornado e suspirou – Não há um dia em que eu não me arrependa por tê-lo abandonado, filho. Todos esses anos em que estive aprisionado, não há um dia em que não pense no que fiz a você. Tudo o que eu peço é seu perdão, meu filho.

– Eu já perdoei! – Will disse com lágrimas nos olhos e então puxou o pai para um abraço apertado.

Os Jones choravam, assim como todos que presenciavam a cena. Os quatro se abraçaram e então James pareceu notar o quanto os garotos estavam crescidos. Killian era o que mais se parecia com ele. Will se parecia com a mãe e Jack tinha os olhos do pai e o sorriso da mãe.

– Meus garotos, como vocês cresceram! – ele comentou com um sorriso – Estão tão bonitos! Sua mãe estaria orgulhosa se pudesse ver os homens que vocês se tornaram – então ele pareceu se lembrar de Ruby e Ariel e se voltou para olhá-las – E quem são estas adoráveis moças?

– Esta é Ruby, minha noiva – Killian apresentou – E esta é Ariel.

– Noiva, é? – James aprovou e beijou a mão de Ruby – Muito bonita, meu filho, muito bonita.

– É um prazer conhecê-lo – Ruby disse meio envergonhada.

James beijou a mão de Ariel e então se voltou para olhar seus antigos marujos que sorriam emocionados pelo reencontro.

– Smee! Há quanto tempo, meu velho! – os dois homens se abraçaram – Não mudou nada, hein?

– Ainda sou o mesmo, só mais gordo! – o homem comentou fazendo todos rirem.

– John! – James abraçou o cozinheiro e ficou feliz por rever seus antigos amigos. Conheceu os novos membros da tripulação e ficou feliz de saber que Killian agora era capitão.

O homem foi levado para o castelo para que tomasse um banho, cortasse o cabelo e a barba e trocasse de roupa. Anita mandou que preparassem um quarto e uma refeição reforçada para o homem. Ruby contara a ela tudo sobre o pai de Killian e Anita ficou realmente surpresa por ele ter aparecido.

James ficou muito feliz por se olhar no espelho depois de retomar a antiga aparência. Seu rosto estava limpo sem toda aquela barba, seus cabelos estavam curtos e penteados para trás, sua pele parecia mais macia e hidratada e ele cheirava melhor agora que se banhara com sais de banho e passara perfume. Deram-lhe roupas novas e agora ele parecia um dos nobres da realeza.

Todos se reuniram num dos salões do castelo, pois estavam curiosos para saber o que acontecera a James naqueles quinze anos. Foi com felicidade que o homem comeu a comida que lhe ofereciam naquela noite. Depois contou a eles a mesma história que contara a Belle e terminou contando como fugira.

– Só espero que ela não tenha tido problemas com o Senhor das Trevas por causa disso. Fico realmente grato por essa moça ter entrado no meu caminho. Eu quase não acreditei quando passei por aquela porta e corri pela floresta. Não sabia para onde ir, o que fazer. Meu maior medo era que Rumplestiltskin me encontrasse antes que eu pudesse encontrar vocês. Então uma fada chamada Silvermist me encontrou e quando me dei conta estava subindo aos céus e vim voando até aqui, caí no mar e nadei até a praia. Foi quando as garotas me encontraram.

Todos concordaram que Rumplestiltskin era mesmo muito cruel por ter feito aquilo com James. A vontade de Killian era procurar pelo homem e fazê-lo pagar por tudo aquilo, mas James disse que eles não deviam se meter com magia das trevas e nem deviam confrontar o Senhor das Trevas.

– Ele é completamente louco! – disse se referindo a Rumplestiltskin – Vivia dizendo algo sobre eu ser parte de um quebra-cabeça. Isso quando não ficava lá transformando palha em ouro e cantarolando e rindo sozinho. Completamente maluco!

Depois Killian, Will, Jack, Ruby e os marujos contaram a ele tudo o que acontecera naqueles quinze anos. Contaram a história do seqüestro e como Ruby e Killian haviam se apaixonado. Falaram sobre Anthony, a Terra do Nunca, os corsários e como os piratas quase foram parar na forca.

– Eu sempre culpei o Anthony quando ele não tinha nada a ver com o seu sumiço – o Capitão falou.

– Eu realmente perdi muita coisa – comentou James – Mas o que mais me surpreende é você ter se apaixonado por uma princesa. E uma das mais bonitas hein? – ele piscou para Ruby deixando a envergonhada e Killian riu.

– Ela é a princesa mais linda do mundo – disse beijando-a na bochecha – Vamos nos casar na semana que vem e quero que o senhor seja nosso padrinho.

– Com muita honra! Me orgulha saber que meus filhos se tornaram homens tão dignos. Sua mãe estaria tão orgulhosa... E onde está sua noiva, Will?

– Saiu para fazer compras – Will sorriu ao pensar em sua Tinker Bell – Também vamos nos casar na semana que vem.

– Que bom que escolheram isso para suas vidas. Nada melhor do que montar uma família. E quanto a você, Jack?

Jack sorriu tristemente.

– Ah... eu estou sozinho como sempre... ainda não encontrei a pessoa certa – e ele olhou na direção de Ariel ao dizer isso. Não podia dizer que estava apaixonado pela sereia, mas se sentia realmente atraído por ela. Pena que ela amava outra pessoa.

– Oh, você logo vai encontrar – James o tranqüilizou – E até você vai se casar novamente, Smee. Eu realmente perdi muita coisa.

– Ah você vai logo conhecer a Ellanor – o gordinho sorriu – Ela saiu com a senhorita Bell, mas logo deve voltar.

– Engraçado vocês três terem se apaixonado por mulheres que são completamente o oposto de vocês. Uma princesa, uma fada e uma bruxa – James riu – Quem diria!

– E uma sereia – disse Beto – Espere até conhecer minha Mabelzinha.

– Até você, Beto? Não vai me dizer que vão todos se casar na semana que vem...

– Vamos sim, é um casamento quádruplo.

– Que interessante! Vocês merecem ser felizes, rapazes, muito felizes.

Ellanor, Mabel e Tinker Bell chegaram e James não deixou de comentar o quanto eram bonitas, deixando-as envergonhadas. Depois Anne deu o ar de sua graça e Josh foi logo parar no colo de James, pedido ao pirata que contasse suas aventuras. Embora dissessem que devia descansar, James ficou até tarde narrando suas aventuras, pois disse que aqueles quinze anos que passou trancafiado numa cela tinham sido entediantes demais. Todos foram dormir bem tarde naquela noite.

Ruby ficou feliz por Killian estar feliz. Eles conversaram um pouco antes de dormir.

– Agora você está se sentindo completo, não é? – ela perguntou enquanto arrumava a cama.

– Não, eu só vou me sentir realmente completo quando tivermos nossos filhos.

– Quer um mini pirata correndo pela casa? – ela sorriu ao imaginar como seriam seus filhos.

– Ou uma princesinha – ele se aproximou para abraçá-la – Ou os dois.

– Will acha que vamos ter uns quinze filhos – ela riu.

– Ah, eu ia adorar! Mas aí você não ia ter tempo pra mim.

– Eu sempre vou ter tempo para você – ela sorriu e eles se beijaram ternamente.

As coisas estavam acontecendo depressa. Anne e Josh terminaram a mudança para o castelo e não foi nenhuma surpresa quando ela se apaixonou por Albert, irmão de Anthony que assumiria o trono. Albert era só uns anos mais novo que Anthony e devia estar na faixa dos cinquenta. Anne parecia gostar de homens mais velhos.

– Essa aí é que é esperta – Ellanor comentara – Primeiro deu o bote no Rei e agora no irmão dele que vai assumir o trono. Muito esperta!

A semana passou rapidamente e todos já estavam bastante ansiosos para o casamento quádruplo. Nas cozinhas do castelo o trabalho era árduo para que tudo ficasse pronto a tempo. Ellanor ajudara com sua magia, mas ainda havia muito que fazer. Dois dias antes da cerimônia começaram a chegar os presentes. Era tradição mandar o presente antes, pois assim os noivos tinham tempo de organizar tudo. James, apesar de ter passado tanto tempo preso, ainda tinha muitos pertences que ele escondera por aí. Foi com grande susto que Killian descobriu que o pai tinha comprado uma ilha.

– Faz muito tempo. – ele contou a Killian – Eu a comprei quando ainda nem conhecia sua mãe. Passamos nossa lua-de-mel lá, mas nunca mais voltamos. Não foi muito útil pra mim, por isso vou dar a vocês como presente de casamento.

– Está falando sério? – os olhos de Killian se iluminaram. Assim ele e Ruby teriam um lugar para morar.

– É claro, filho. Ela não chega a ser muito grande, mas tem espaço para plantar e também tem a casa que eu construí. Espaço suficiente para uma família morar.

Killian ficou animado e Ruby também gostou da ideia de se mudarem para lá. É claro, ela ia sentir falta da família, mas o Capitão prometeu comprar um barco, assim eles poderiam visitar suas famílias sempre que quisessem. Killian ficou muito grato ao pai e depois animou-se com o fato de os presentes não pararem de chegar.

Uma caixa de madeira chegara para Killian (ninguém sabia como fora parar lá, mas Ariel a encontrou na praia) e ele fazia uma ideia de quem poderia ter mandado aquilo. Quando abriu, encontrou nada mais nada menos do que vestimentas femininas. Ruby não gostou nada quando viu que eram roupas de baixo.

– Que significa isso? – ela arqueou a sobrancelha.

– Sparrow... – Killian disse rindo.

– Quem?

– Jack Sparrow. Só o maior e melhor pirata que já existiu, depois de mim é claro. Suponho que ele achou engraçado me mandar essas coisas.

Depois viram que não havia só roupas intimas, mas também desenhos de mulheres nuas e até uma estatueta de sereia. Ruby não gostou nada e insistiu para que Killian se livrasse daquilo imediatamente.

– Não posso. Jack vai ficar realmente magoado se souber que joguei tudo fora. Mas veja pelo lado bom, você pode usar estas roupas.

A princesa arqueou uma sobrancelha ao que Killian sorriu safado.

– Você sabe, pode usar na nossa lua-de-mel.

Ruby torceu o nariz para as roupas – que eram realmente indecentes – e Gancho achou melhor guardar aquilo logo antes que a princesa brigasse com ele. Depois o mensageiro real apareceu trazendo meia dúzia de barris de rum, presente do Capitão Corbin. Killian não hesitou em abrir um dos barris e beber com os amigos.

– Chegou mais um – Ruby avisou ao Capitão quando mais uma caixa foi trazida pelo mensageiro real. Era uma caixa de madeira não qual se lia: Para o Capitão Killian Jones, de Barba Negra – Quem é Barba Negra?

– Só um dos mais famosos piratas que existe. Sabe, ele pode ser muito cruel quando quer – o Capitão disse enquanto tentava abrir a tampa da caixa.

Dentro havia instrumentos e acessórios de pirata: uma luneta, duas espadas com cabo de ouro, um chapéu, botas de couro (que Killian reconheceu como couro de baleia), mapas da Floresta Encantada e outros mundos como a Terra do Nunca, revólveres, mosquetes, uma bala de canhão, um caderno de couro (para ser usado como diário de bordo), uma bandeira com uma caveira estampada, um tapa olho, um gancho de prata e roupas de couro como as que Killian usava.

– Ah tem algo para você também – ele notou enquanto examinava as coisas da caixa.

– Para mim? – ela franziu a testa. Barba Negra sequer a conhecia e mesmo assim lhe mandara algo.

– Ah você vai ter que usar – Gancho sorriu ao imaginá-la vestida daquele jeito. Era um vestido vermelho curto com rendas pretas na barra. Também havia um espartilho preto para colocar por cima, um chapéu preto com rendas vermelhas e botas femininas de couro.

– Curto demais – ela notou, colocando o vestido na frente do corpo para ver o tamanho. Nem chegava aos joelhos dela.

– Mas você vai usar.

Barba devia saber o que acontecera ao navio de Killian para ter mandado todas aquelas coisas. Ruby também começou a receber presentes. O primeiro chegara pela manhã e era de Mary: um maravilhoso vestido vermelho feito de algodão e rendas. A irmã de Ruby também mandara um bilhete pedindo desculpas por não lhe presentear com algo melhor. No bilhete Mary também mencionava que estava vivendo com anões e em breve chegaria ao castelo para o casamento.

Depois veio o presente de sua tia Amelia, que era irmã de Anthony e Rainha num reino próximo. Amelia lhe mandara um enorme enxoval: lençóis de linho, travesseiros de pena de ganso, edredons, cobertores, jogos de toalhas, roupas de dormir, entre outros. O marido de Amelia, Rei Edgard, presenteou Ruby com uma mobília toda feita de mogno, de modo que a princesa não precisaria se preocupar com a compra de móveis. As filhas de Amelia e Edgard, Princesa Emily e Princesa Helena, não só deram a ela uma caixa de joias, mas também renovaram seu guarda-roupa lhe presenteando com vestidos, chapéus, sapatos e acessórios.

Ruby e Killian estavam ganhando tanta coisa que tiveram que separar um dos salões do castelo para guardar tudo. Depois vieram os presentes de Ellanor, Tinker Bell e Mabel. Ellanor ganhara vassouras modernas feitas de uma madeira encantada, que segundo ela, dava mais estabilidade na hora do vôo. Também ganhara novos caldeirões, livros de feitiçaria, chapéus pontudos e ingredientes para poções. Os presentes de Mabel, naturalmente, vieram boiando pelo mar e acabaram na praia. Sua família, embora contrariada por ela querer se casar com um pirata, tratara de lhe mandar um enxoval completo e outros acessórios domésticos. Tinker Bell também ganhara um enxoval, roupas novas e flores da Terra do Nunca enviadas por Pan (Will ficou com ciúmes e quis que ela jogasse fora, mas Tink disse que não era educado rejeitar presentes).

Beto não ganhara muita coisa, pois sua família era muito pobre. O rapaz mandava dinheiro sempre que podia, mas agora fora a vez de a mãe lhe mandar alguma coisa. Ele ficou surpreso quando o mensageiro real trouxe um pacote contendo uma quantia em dinheiro, algumas roupas e umas tortas de nozes e maçã que ele adorava. Smee também não ganhou muita coisa, só uma caixa enviada por Barba Negra e outra enviada por Jack Sparrow; as coisas que continham dentro das caixas não eram muito diferentes das que Killian havia ganhado. Will ganhou um conjunto de espadas enviado pelos mosqueteiros, lustres e estátuas feitos pelo ferreiro que o criara e James também lhe prometera um bom presente. É claro que Will achou de criar caso quando descobriu que James presenteara Killian com uma ilha.

– Mas por que estou tão surpreso? – ele disse chateado – Ele sempre foi seu preferido.

– Eu nunca tive um preferido, Will. Cada um de vocês é como uma jóia rara, cada um tem seu valor. O amor que eu tenho por você e seus irmãos é igual, eu não amo mais o Killian do que amo você.

– Certo...

– Por que você é tão cabeça dura? – James se irritou com a atitude do filho – Já me arrependi por ter feito o que fiz, filho. Por quinze anos, havia uma voz na minha cabeça que não me deixava em paz, sempre me lembrando de ter abandonado meus filhos. Acredite quando digo que os amo na mesma proporção. – depois mudou de assunto – Acredito que ainda tenho algumas riquezas. Bem, isso se ninguém tiver as descoberto ainda. Vou dar a você e a senhorita Bell ouro suficiente para que possam construir uma casa e levar uma vida boa.

Depois disso Will se convenceu de que não era menos amado do que os irmãos. Ainda era difícil lidar com o fato de ter sido abandonado, mas desde que James se arrependera e pedira perdão, Will resolveu que era mais fácil perdoar do que guardar rancor.

***

Na manhã de véspera de casamento um convidado ilustre chegou ao reino. Foi Ruby quem o viu primeiro e logo imaginou quem devia ser. Killian falara tanto daquele amigo que ela já gostava dele antes mesmo de conhecê-lo.

Primeiro ela viu as velas negras tremulando ao vento, depois o casco também negro. Era mesmo um navio enorme e imponente. O nome Pérola Negra estava gravado em um dos lados do casco. Ela não chegou a ver a tripulação ou o capitão do navio. Killian veio ver o que ela tanto olhava pela janela.

– Um de seus convidados chegou – ela disse e Killian sorriu ao ver o navio já conhecido. – Mas veio para o lugar errado.

– Termine seu café da manhã enquanto vou recebê-lo.

O Capitão marchou até as docas. Um dos soldados do castelo abordara os piratas que chegaram no navio e eles tentavam se explicar dizendo que haviam sido convidados para o casamento.

– Já disse, fomos convidados – ia dizendo o Senhor Gibbs, Primeiro Imediato do Pérola Negra.

– Mas não podem atracar aqui – o soldado rebateu – Este porto é apenas para navios do Rei.

Killian parou um pouco distante, querendo ver como a cena ia se desenrolar. Aqueles piratas davam jeito para tudo e dificilmente seriam vencidos por um simples soldado.

– Algum problema? – um outro pirata veio descendo pela rampa colocada na lateral do navio. Ele não mudara nada, Killian sorriu ao notar. Ainda caminhava de um jeito engraçado e tinha a mesma aparência cafajeste de sempre.

– Estava dizendo a estes senhores que não podem atracar aqui – o soldado falou – Somente navios reais têm permissão de permanecer nas docas.

– Desculpe-me, cavalheiro – o pirata disse com um ar meio arrogante – Eu não fazia ideia de que meu navio era imaginário. Você por acaso não está vendo essa enorme massa de madeira na sua frente? Como ousa dizer que não é um navio real?

– Como é? – o soldado não entendeu. Por acaso aquele pirata estava zombando dele?

– Você acabou de dizer que apenas navios reais têm a permissão de atracar. Meu navio é bem real.

– Eu estava falando de navios do Rei – o soldado revirou os olhos, provavelmente achando que aqueles piratas eram todos uns loucos – Quem é você, afinal?

– Sparrow, Capitão Jack Sparrow – disse o outro dando ênfase à palavra capitão.

– Como eu disse, senhor Sparrow, vocês não têm permissão de ficar aqui. Movam o navio para outro lugar.

Jack franziu a testa, encarou o homem e então puxou sua espada, apontando-a para o peito do soldado.

– Você sabe quem eu sou, soldado? – perguntou pausadamente.

– J-Jack Sparrow? – o soldado gaguejou amedrontado.

– O melhor pirata que já existiu. Uma lenda dos oceanos. Como foi que nunca ouviu falar de mim?

– Ah j-já devo ter ouvido falar do senhor...

– Pois então sabe que não vou me deixar abalar por meras leis. O Pérola Negra vai ficar aqui até que eu decida mudá-lo de lugar, está entendendo?

– S-sim, mas são ordens do Rei. Nenhum navio pirata pode...

– Meu caro soldado, o Rei está morto. É, as notícias voam... E até que um novo Rei assuma o trono, eu digo que meu navio fica atracado aqui. Estamos entendidos?

O homem assentiu com a cabeça.

– Certo, agora xô. – Jack embainhou a espada e fez um gesto com as mãos como se espantasse galinhas. O soldado saiu andando apressado e então Jack notou a presença de Killian – Killian! Como vai, caro amigo?

Eles se abraçaram e Jack deu tapinhas nas costas de Killian.

– Melhor impossível – disse Killian – Vejo que não mudou muito, Sparrow.

– Ah eu não sou um homem de várias caras, se é que me entende. Só existe um Jack Sparrow, que é o que está vendo parado na sua frente.

Killian riu e então perguntou o que Jack e sua tripulação faziam ali já que o casamento ainda seria no dia seguinte e não aconteceria no castelo.

– Ora, meu caro, não achou que eu fosse perder a diversão, não é mesmo?

– Do que está falando? – Killian franziu a testa.

– Da despedida de solteiro, é claro.

– Jack...

– Não, não, não. Não me venha com desculpas. – disse Jack gesticulando com as mãos – Hoje é seu último dia de solteiro, meu caro, e amanhã, depois que disser sim no altar, não há mais volta. Depois disso sua querida esposa vai lhe fazer usar uma coleira e você nunca mais vai saber o que é aproveitar a vida.

– A Ruby não é dessas. Ela não vai gostar nada quando souber dessa despedida de solteiro.

– E quem disse que ela precisa saber? – Jack sorriu – Você traz as bebidas, eu trago as garotas e então fazemos uma festinha aqui no meu navio, ou no seu se preferir. – ele se afastou em direção ao navio, depois se voltou para olhar Killian novamente – A propósito, o que achou do presentinho que eu lhe mandei?

Realmente, só havia um Jack Sparrow e ele nunca ia mudar...

***

– Você está me escondendo algo – Ruby cruzou os braços. Ela conhecia Killian o suficiente para saber quando estava mentindo ou omitindo algo.

– Não estou escondendo nada, meu amor. Por que faria isso?

– Depois que se encontrou com aquele seu amigo você começou a agir estranho. Eu vou descobrir o que andam tramando.

– Não estamos tramando nada, você é sempre tão desconfiada...

– Killian Robert Jones é melhor não aprontar nada, está me ouvindo? – ela disse e Killian não pôde deixar de rir. Às vezes Ruby parecia sua mãe. – Afinal, quem é esse Jack Sparrow? Aposto que deve ter um monte de mulheres no navio dele. Era de se esperar algo indecente depois daqueles desenhos e roupas que ele mandou para você.

– Jack é um velho amigo. Temos muito o que conversar, você sabe, há muito tempo que não nos vemos. É por isso que vou passar a noite no navio dele, vamos fazer uma festa em comemoração aos velhos tempos.

– Uma festa? – ela ergueu a sobrancelha, desconfiada – E nesta festa vai haver muitas mulheres? Quantas prostitutas ele contratou?

– Ruby...

Ruby ia dizer mais alguma coisa quando Jack apareceu.

– Ah, aí está você. Já estava começando a me perguntar se tinha esquecido a nossa festinha. – ele disse e então notou Ruby – Oh esta deve ser sua noiva. – ele tomou a mão de Ruby e a beijou – Realmente muito bonita. Você teve sorte de encontrar alguém assim.

– Então você é o famoso Jack Sparrow? – ela perguntou.

– Ah então já ouviu falar de mim. Que bom saber que minha fama tem corrido por todos os reinos – ele disse convencido.

– É, o Killian fala muito bem de você. Eu só não quero que o leve para o mau caminho, Capitão.

Jack franziu a testa, depois olhou para Killian e voltou a olhar para Ruby.

– Perdão?

– É, você sabe o que eu quis dizer. A partir de amanhã ele vai ser um homem casado, então espero que essa festinha de vocês não se torne algo imoral.

– Imagina! – ele riu tentando disfarçar o nervosismo. Talvez Jack não esperasse que Ruby fosse tão esperta e percebesse as coisas – Eu sou um homem respeitável, de maneira alguma levaria um amigo casado para o mau caminho... Nós só vamos relembrar os velhos tempos, beber rum, contar piadas, coisas assim...

– Eu já te disse, amor – Killian disse mais uma vez – Não vamos fazer nada de errado. Fique tranqüila.

– Está bem. Confio em você – Ruby e Killian trocaram um selinho e ela se virou para voltar ao castelo – Foi um prazer conhecê-lo, Jack.

– O prazer foi todo meu, querida.

Eles esperaram até que ela se distanciasse então Jack sorriu para Killian com cumplicidade.

– Viu? Ela nem desconfiou. Eu disse a você, Capitão Jack Sparrow sabe o que faz.

– Eu não gosto de mentir assim para ela. Ela confia em mim.

– Ora, é só uma mentirazinha. – eles caminharam em direção ao Pérola Negra - E afinal de contas não é realmente uma mentira, nós apenas ocultamos a parte das prostitutas.

– Prostitutas? – Killian arregalou os olhos e parou no meio do caminho – Você não disse nada sobre prostitutas.

– Eu disse que ia trazer as garotas – Jack puxou uma garrafa de rum e bebeu metade de um gole só. Depois enxugou a boca com uma das mãos – Não achou que eu fosse convidar as moças do campo, não é?

– Eu não posso fazer isso. Eu sou noivo, Jack.

– Sim, mas eu e os outros somos solteiros. – ele sorriu descaradamente – Tem que aproveitar enquanto há tempo, colega. Depois vêm os filhos, as obrigações... basta um segundo para que perceba o quanto sua vida se tornou previsível e entediante. – ele passou um braço pelos ombros de Killian, puxando-o em direção ao navio – Um dia ainda vai me agradecer por lhe proporcionar uma última festa...

***

– Eles estão aprontando alguma coisa, eu sei – ia dizendo Mabel – Quando Beto começa a gaguejar é porque está me escondendo algo.

– Killian disse que iam fazer uma festinha, para comemorar os velhos tempos – disse Ruby.

– Uma festa? – Tinker Bell esqueceu a tarefa de abrir mais um presente e se voltou para prestar atenção no que as garotas diziam – Quer dizer que vão fazer uma festa? Em plena véspera de casamento? Eu não quero o Will bêbado, amanhã é um dia especial.

– E você não fez nada, Ruby? Aposto que é uma despedida de solteiro – Mabel estava indignada.

– Não, eles disseram que era uma festinha. Eu confio no Killian, ele não mentiria pra mim.

– Mas sabe como são os homens. – Mabel rebateu – Se esse Jack Sparrow organizou uma festa com certeza vão fazer coisas imorais. Querem saber de uma coisa? Eu vou acabar com essa festa agora.

– Eu vou junto! – disse Ruby.

– Eu também! – falou Tink.

Neste momento Ellanor entrou na sala e estava furiosa.

– Vocês acreditam que aqueles cafajestes tiveram a coragem de organizar uma despedida de solteiro? – falou quase gritando – Estão todos lá bebendo e dançando, enquanto as prostitutas fazem a festa.

– Como você sabe, Ellanor? – perguntou Tink.

– Ora, eu vi com meus próprios olhos. Se não acreditam olhem pela janela.

Ruby pegou a luneta de Killian que estava sobre a mesa e então elas puderam ver. Embora fosse tarde da noite os piratas se divertiam na festa. Todos os marujos de Killian estavam lá e a tripulação de Jack Sparrow também. Alguns cambaleavam bêbados, outros dançavam no ritmo da música tocada por alguns dos marujos, outros conversavam e riam e outros se divertiam com mulheres. Sparrow estava sentado com uma prostituta no colo e outra lhe beijando o pescoço. Ao menos Killian, Willian, Beto e Smee não estavam envolvidos com mulheres. Os quatro apenas bebiam e riam de alguma coisa que um dos marujos dissera. Até James estava lá e as garotas acharam que era um absurdo ele apoiar uma despedida de solteiro sabendo que seus filhos logo seriam homens casados.

– Eu vou acabar com essa palhaçada agora mesmo! – Ellanor praticamente saiu deslizando pelos corredores de tão depressa que andava. As outras três foram atrás e menos de cinco minutos depois alcançavam a praia. – Vejam que cretinos, nem se deram ao trabalho de fazer a festa num lugar mais reservado.

As quatro simplesmente subiram a rampa para o convés do Pérola Negra. Os rapazes ainda riam de algo e não notaram a presença delas. As quatro pararam bem atrás deles e quando Beto notou que estavam ali até cuspiu o rum que tomava, de tanto susto que tomou. Killian, Will e Smee se viraram para ver o que o assustara tanto e então se depararam com quatro noivas enfurecidas.

– Seu cafajeste! – Ellanor começou a bater em Smee – Cretino! Vagabundo! Como teve coragem de fazer isso comigo?

Smee tentava segurá-la, sem sucesso. Ruby estava realmente chateada com Killian e desceu do navio, andando apressada em direção ao castelo enquanto as outras garotas brigavam com seus respectivos noivos.

– Ruby! – Killian foi atrás dela – Ruby! Espere! Espere, eu posso explicar – ele a alcançou e a segurou pelo braço, fazendo-a se virar para olhá-lo – Amor, me desculpa.

– Você mentiu pra mim – ela disse chateada e com lágrimas começando a se formar.

– Me desculpe. Eu não queria, foi Jack quem organizou tudo, eu não sabia sobre as prostitutas. Sei que está com raiva, mas você viu que eu não estava fazendo nada de errado.

– Isso não é sobre a festa ou as prostitutas, Killian. É sobre confiança. Eu confio em você e mente pra mim desse jeito?

– Eu sei, eu sei, está bem? Jack me convenceu a fazer essa festa e eu queria isso para os marujos, para que nos divertíssemos juntos antes que cada um seguisse seu caminho. Sei que estou errado, só peço que não fique com raiva.

– Eu não estou com raiva, só chateada.

– Você sabe que eu te amo. – ele a puxou para mais perto.

– Eu sei. – ela sorriu – Vem, vamos embora. Chega de festas por hoje.

– Ei, aonde é que estão indo? – Jack veio correndo desajeitado – E a festa? E as garotas?

– Você pode continuar com sua festa, Capitão, só estou reivindicando o que é meu – Ruby disse e saiu puxando Killian, deixando Jack pasmo.

***

Ellanor acabara com a festa dos piratas, de modo que Jack Sparrow, bêbado e indignado, lhe gritou um monte de desaforos. A bruxa se irritou e só não o amaldiçoou porque Smee impediu. O pobre senhor Smee levara um bom sermão, além de uns tapas. As coisas também não ficaram boas para Will e Beto. Mabel e Tink também eram boas com sermões e foi questão de segundos até que as três acabassem com a festa de todo mundo.

Mas apesar da confusão da noite anterior, o dia do casamento quádruplo amanhecera muito bonito. As garotas estavam tão felizes que até se esqueceram da despedida de solteiro da noite anterior e perdoaram seus noivos (afinal eles estavam apenas se divertindo e não fizeram nada de errado).

Todos estavam com um friozinho na barriga. Era normal que estivessem nervosos, já que aquela era uma ocasião única. Tudo estava pronto e agora a única coisa que faltava era a preparação das noivas. Os rapazes iriam na frente, então as noivas chegariam depois, como era o costume.

– Nervosa? – Anita perguntou a Ruby. A princesa ficara muito tempo olhando para o nada e Anita presumiu que ela devia estar com a cabeça nas nuvens.

– É uma sensação estranha, pensar que eu vou me casar e começar uma nova fase da minha vida.

– Eu também me senti assim quando seu pai e eu nos casamos. Mas no meu caso era pior porque eu precisava estar preparada para ser uma Rainha e não sabia se ia conseguir ser uma. Você e Killian são jovens e se amam. Apenas façam o que tiverem que fazer, corram atrás das aventuras, conheçam novos lugares, divirtam-se...

– Obrigada, mamãe. – Ruby abraçou Anita.

– Pelo o quê?

– Por tudo. A senhora sempre esteve do meu lado e eu nunca a agradeci por isso.

– Ora, não precisa agradecer, é o que toda mãe faz. Vai entender quando tiver seus filhos, sempre vai querer o melhor para eles. Eu realmente espero ter netos.

– O Killian quer ter filhos e eu também. Mas às vezes eu tenho medo. E se eu não for uma boa mãe? E se eu não souber o que fazer? Como vou cuidar de um bebê?

Anita riu, pois se lembrou de que também tinha esses temores quando era mais nova. Ela pegou as mãos de Ruby.

– Vai saber, querida – ela sorriu – Não há nada mais emocionante do que ser mãe. Eu me lembro de estar completamente despreparada e temerosa quando estava grávida de sua irmã. Eu não sabia o que fazer, como agir. Mas quando ela nasceu e a vi pela primeira vez... bem, aí eu soube que podia cuidar dela e ser uma boa mãe. Killian vai te ajudar, tenho certeza de que serão ótimos pais.

Depois veio Juliet. Ela ainda estava um tanto frágil pela recente perda de Anthony, mas já não chorava tanto como antes. Já que era um dia especial ela devia apoiar a neta e não apenas lamentar pelo filho morto.

– Ah, minha querida, você cresceu tão rápido – ela pegou no rosto de Ruby com as duas mãos – Às vezes olho pra você e me recuso a acreditar que virou uma mulher tão bonita e independente. Às vezes eu ainda vejo uma garotinha.

– Vovó, assim eu vou chorar – Ruby riu, seus olhos começando a ficar marejados.

– Eu desejo tudo de bom para você e seu marido, viu? Que vocês sejam muito felizes, realizem seus sonhos e tenham muitos filhos. Se eu morrer antes de conhecê-los, apenas se certifique de que irão saber que fui uma pessoa muito boa.

As duas riram e Ruby não evitou as lágrimas. Logo as duas estavam chorando como crianças.

– Você virou uma bela mulher. – Juliet disse com a voz embargada – Inteligente, corajosa, justa... Apenas faça o que é certo, minha querida, e não tenha medo. O destino vai criar obstáculos para te derrubar, mas não deve ter medo. Precisa enfrentar o mundo, dizer quem você é, cair e levantar, criar forças para continuar. Apenas me prometa que vai continuar acreditando num final feliz, mesmo que tudo pareça dar errado. Apenas me prometa isso.

– Eu prometo!

Elas se abraçaram e então Juliet chamou as empregadas do castelo para que ajudassem Ruby com o vestido. Kate e mais duas moças que trabalhavam na cozinha vieram e a princesa não conseguiu segurar as lágrimas quando as garotas lhe desejaram tudo de bom.

– Por que todo mundo quer me fazer chorar hoje?

Kate riu e a abraçou.

– Não veja isso como uma despedida, mas uma vida nova. Este lugar nunca te agradou e agora você é livre para fazer o que quiser, com o homem que você ama do seu lado. Não vai se esquecer de mim, está bem?

– É claro que não. Somos melhores amigas, esqueceu? – Ruby enxugou os olhos.

– É, somos mesmo. Agora pare de chorar ou vai ficar de olhos inchados.

Cada uma das garotas ficou num quarto, elas estavam nervosas e Anita achou que era melhor cada uma se arrumar sem ver as outras. Elas se vestiram, fizeram penteados simples e se maquiaram. Não precisava de muito para que ficassem lindas, pois elas já eram mulheres muito bonitas.

Enquanto isso, os rapazes já aguardavam no lugar em que seria realizada a cerimônia. O mar estava calmo e logo uma multidão de sereianos chegou à praia. Por mais que eles tivessem pensado em tudo, esqueceram-se do fato de que as sereias não poderiam andar até os campos floridos em que ia acontecer a cerimônia.

– Podemos carregá-las até aqui – Beto sugeriu.

– Ficou louco? – Will franziu a testa – Deve ter uma centena delas. Pensei que Mabel fosse convidar só a família e amigos mais próximos.

– Ela tem uma família grande – Beto deu de ombros.

– E agora como vamos resolver este problema? – Killian estava pensativo – Ellanor não está aqui para ajudar.

– Ah Capitão, nem me fale – Smee estava nervoso – E se ela desistir? E se ela não vier?

– Ai ai ai, não quero nem pensar – Will se preocupou – Já pensaram se elas desistem? E se ficaram com raiva por causa da festinha de ontem à noite?

– Não, elas já perdoaram – disse Beto – Suponho que vão se atrasar, como acontece com toda noiva.

– Ariel não está aqui – Killian notou – Ela bem poderia aparecer e dar uma solução para estas sereias.

Eles olharam para a praia. As sereias apenas se sentaram na areia e ficaram por ali conversando, provavelmente pensando no que fazer. Depois Ariel apareceu e disse que Ellanor pensara em tudo. A bruxa mandou um tipo de feitiço para fazer as sereias terem pernas. Tratava-se de um pozinho preto brilhante. Ariel apenas soprou aquele pó em direção à praia e então eles observaram enquanto as caudas brilhantes das sereias se transformavam em pernas. Havia tanto homens quanto mulheres. Foi estranho ver os homens perderem suas caudas e ganharem pernas e saia no lugar delas, mas Beto tentou ficar sério ao cumprimentar o sogro.

– Cuide bem de minha filha, rapaz – o homem apenas disse. Segurava um tridente e aquilo incomodava Beto - Ela largou a vida nos oceanos por você. Espero que a faça feliz.

– Farei sim, senhor.

– E então, você viu as garotas? – Killian aproveitou para perguntar para Ariel. Eles estavam curiosos e aquela espera todas estava os matando.

– Estão lindíssimas! – Ariel sorriu – Mas ainda vão demorar um bocado porque uma das carruagens quebrou.

– Céus! Tinha que acontecer algo assim logo hoje... – Will reclamou.

– Fique calmo, Will, tenho certeza de que vai dar tudo certo.

Em seguida Ariel apresentou aos rapazes suas irmãs Aquata, Andrina, Attina, Arista, Adella e Alana. Ariel tinha esperança de que Jack se apaixonasse por uma delas e a esquecesse, mas o marujo apenas ficou a um canto, bebendo e olhando para o nada.

Tudo fora arrumado de forma simples. Havia quase duzentos bancos grandes, dispostos em quatro fileiras. Não era necessário que houvesse arranjos de flor, já que as maravilhosas flores do campo exalavam seu perfume e de quebra ainda coloriam a paisagem. Havia tulipas, orquídeas, gerânios, girassóis, entre outras. A floresta dava um toque sombrio ao lugar, enquanto que as montanhas emolduravam o resto da paisagem. As mesas estavam lotadas por banquetes, bolos e doces. Tendas de tecido haviam sido colocadas a um canto, para que os convidados se escondessem do sol.

Todos se vestiam de maneira simples, mas refinada. Killian trocara as roupas de pirata por algo mais chique. Usava uma blusa branca de gola V que deixava os pelos do peito à mostra; por cima da blusa um colete preto também com decote em V; calças pretas justas, botas pretas e um sobretudo marrom claro por cima de tudo. Ele realmente se parecia um daqueles lordes bem apessoados e endinheirados. Killian bem que tentara manter seus cabelos no lugar, penteando-os para o lado, mas os fios simplesmente voavam em todas as direções (o que, é claro, Ruby adorava, pois dizia que lhe dava um charme a mais). E ele guardara o gancho num dos bolsos do casaco.

Já Will se assemelhava a um dos mosqueteiros. Usava chapéu, calças justas que iam até os joelhos, meias cinzas, sapatos de couro, uma blusa branca de mangas bufantes com uma espécie de colete marrom por cima, uma capa vermelha para dar o toque final e é claro, sua preciosa espada embainhada na cintura. Ele amarrara os longos cabelos num rabo e fizera a barba.

Smee, que sempre se vestira de maneira desleixada, hoje estava parecendo até outra pessoa. Usava botas de couro, calças pretas justas, uma camisa branca e um casaco preto cheio de detalhes em prata. Fizera a barba e penteara os cabelos. James elogiara sua aparência, dizendo que um homem às vezes tinha que se vestir assim para impressionar uma mulher.

E por fim Beto, que também dera um trato na aparência. Livrara-se daquelas roupas gastas e sujas de quando era carpinteiro e agora se vestia como um verdadeiro príncipe: sapatos pretos bem lustrosos, calças brancas largas e um casaco também branco todo enfeitado por detalhes em dourado e ombreiras também douradas. Ele aparara os cabelos e fizera a barba.

Todos disseram que as garotas iriam adorar o modo como seus noivos estavam vestidos. Todos os marujos de Killian já estavam lá. Eles aguardavam a chegada dos outros convidados, mas ainda era cedo demais.

– Eu disse a vocês que ainda era muito cedo – Will falou mais uma vez – Aposto que as garotas nem começaram a se arrumar ainda.

– O pior de tudo é essa ansiedade – Beto estava com calor, além do nervosismo – Fico imaginando como é que a Mabelzinha deve estar.

– Elas já estavam quase prontas quando eu vim de lá – Ariel informou. Suas irmãs conversavam e riam – Lindas como princesas.

Os rapazes e os marujos tinham vindo à cavalo e agora os bichinhos pastavam na praia. Ariel viera de carruagem e o condutor da mesma voltara ao castelo para trazer as outras damas. O castelo ficava mais ou menos há meia hora de distância. Não havia muitas carruagens e uma delas tinha quebrado. Agora os rapazes imaginavam que as garotas fossem demorar bastante.

– Estão ouvindo isso? – Beto apurou os ouvidos.

– O quê? – perguntou John que viera para o lado deles.

– Parece um zumbido, como se milhões de abelhas estivessem vindo para cá...

Eles se entreolharam assustados, só faltava essa para atrapalhar o casamento. Depois de uns segundos, porém, viram que não se tratava de abelhas, mas de fadas. Centenas delas vieram voando pelos céus e pousaram na terra, assumindo o tamanho de pessoas humanas. Elas eram bonitas e simpáticas, cada uma com um vestido de uma cor. Will conheceu as melhores amigas de Tinker Bell: Silvermist, Fawn, Rosetta e Iridessa. As fadas, as sereias e piratas começaram a conversar e rir e aquilo estava se tornando uma festa muito divertida e diversificada.

Depois começaram a aparecer as bruxas. Algumas simplesmente se materializavam ali, outras vinham voando em suas vassouras e outras apenas pareciam surgir da terra, explodindo em fumaça preta. Realmente, Ellanor tinha uma família muito grande.

Enquanto isso no castelo, as garotas terminavam de se aprontar. Ruby foi a que ficou pronta primeiro. Ela não tinha se visto no espelho ainda, mas pela cara de Kate sabia que devia estar maravilhosa.

– Você está simplesmente deslumbrante! – Kate exclamou maravilhada. Ruby se virou para se olhar no espelho e não evitou um sorriso de espanto.

– Sou eu mesma? – ela riu.

Seu vestido era vermelho do tipo Mullet, um modelo em que a parte de trás era comprida e a parte da frente era curta, deixando as pernas à mostra. O tecido do vestido caía em camadas e havia uma faixa de brilhantes incrustada na cintura. Seus cabelos estavam presos num coque cacheado e uma tiara de prata e diamantes lhe enfeitava a cabeça. Sua maquiagem era de tons claros e ela optara por não usar um véu. Kate lhe trouxe seu buquê feito de tulipas vermelhas e flores de laranjeira e Ruby ficou ainda mais linda e deslumbrante.

– Olhe só pra você – Kate comentou – O Killian vai babar quando vir.

Kate e as outras empregadas ajudaram Ruby a descer as escadarias do castelo. As avós, a mãe e o tio de Ruby a esperavam num dos salões do castelo. Quando ela entrou todo mundo ficou de boca aberta.

– Ah minha filha, como você está linda! – Anita fez força para não chorar.

Vovó e Juliet enxugavam os olhos e Albert fez a sobrinha dar uma voltinha para que eles apreciassem sua beleza.

– Estão me deixando envergonhada – ela disse ficando vermelha.

– Quem diria que minha sobrinha ia se tornar uma mulher tão deslumbrante – Albert comentou – Me lembro da época em que você corria por esses corredores, explorando tudo e sempre se escondendo em todos os cantos.

Ela riu com essas lembranças. Dali a pouco Tinker Bell surgiu na porta e todos a elogiaram.

– Ai como você está linda! – a fada disse à Ruby.

– Você também, Tink. O Will vai adorar.

Ela usava um vestido verde do tipo tomara-que-caia que ia até a altura de seus joelhos. Era um vestido muito simples feito de seda e rendas. Ela estava muito graciosa e deixara os cabelos soltos como Will gostava. Usava uma coroa de flores de laranjeira e seu buquê também era feito dessas flores. As flores de laranjeira eram uma tradição em casamentos, pois a laranjeira é uma das poucas árvores capazes de produzir flores e frutos ao mesmo tempo. Assim as flores de laranjeira eram um símbolo de fertilidade e pureza. Tink não tinha costume de usar maquiagem, mas usava um batom clarinho e suas bochechas estavam bem rosadas.

– Graciosa como toda fada deve ser – Juliet disse com um sorriso e depois também desejou tudo de bom a Tinker Bell.

Ellanor apareceu logo em seguida, toda vestida de preto. Seu vestido era de veludo e tinha mangas compridas. Ele caía até um pouco abaixo dos joelhos e era bem discreto (Ellanor não gostava de chamar atenção). Ela prendera o cabelo num coque e usava batom vermelho e maquiagem escura nos olhos. Seu buquê era de cravos brancos e flores roxas. Também estava muito bonita e logo foi elogiada. Todos desejaram que ela fosse feliz.

E por último veio Mabel. A sereia estava tão nervosa que a cada hora encontrava defeito num lugar. Mas logo se convenceu de que estava bonita quando todos a elogiaram. Seu vestido era branco e longo, bem simples. Uma fita azul amarrada à cintura. Seus cabelos estavam trançados e flores haviam sido colocadas entre as tranças. Seu buquê era de flores de laranjeira e rosas brancas e vermelhas, uma concha do mar fora colocada no centro para dar sorte. Ela também usava um batom claro e sombra clara nos olhos.

– Vocês são as noivas mais lindas que eu já vi – disse Vovó – E olha que eu já vi muitos casamentos.

Eles continuaram com os elogios e dali a pouco um dos condutores de carruagem veio avisar que a carruagem quebrada fora consertada, mas não havia carruagens suficientes para todos.

– Ah céus! – Anita se desesperou – E agora o que vamos fazer?

– Não se preocupe, senhora – disse o condutor – Há duas carruagens, de modo que as noivas poderão usá-las. Mas o resto do reino terá de encontrar outro meio para chegar até o local da cerimônia.

– Como fomos nos esquecer deste detalhe? – Albert pôs as duas mãos na cabeça

– Bem, há tanta coisa acontecendo que não podíamos pensar em tudo, não é? – falou Anita – Bem, vocês quatro vão na frente. Mamãe, Juliet e Albert também. Eu vou dar um jeito de levar os outros.

– Você tem que estar lá, é sua filha quem está se casando – disse Vovó.

– Sim, mas não posso simplesmente abandonar os outros. Os empregados e camponeses do reino ajudaram muito para que esse casamento acontecesse.

– Acho que eu tenho uma solução – Jack Sparrow entrou no salão, andando daquele seu jeito engraçado.

– Não tem vergonha de aparecer aqui depois do que fez ontem à noite, Sparrow? – Ellanor olhou feio para ele, mas o pirata passou por ela ignorando-a e foi falar com Anita.

– Qual é a sua ideia, Capitão? – perguntou Anita.

– Ora, eu tenho um navio – ele disse como se fosse a coisa mais óbvia do mundo – E há espaço suficiente nele para que todos do reino possam subir à bordo. Garanto a vocês que de navio chegaremos muito mais rápido.

– Está bem. Vou chamar todos e então nos encontramos nas docas. – Anita saiu apressada.

– Por que ainda está aqui? – Ruby se dirigiu a Jack – Todos os outros rapazes saíram cedo, pensei que você também tivesse ido.

– Ah sabe como é – ele riu amarelo – Depois da festinha de ontem à noite todos ficaram bêbados. Mas isso não vem ao caso, não é querida? – ele saiu andando com os braços meio erguidos e cantarolando uma canção de pirata.

– Era só o que me faltava – Vovó reclamou – Uma velha num navio pirata. – e saiu resmungando.

***

E os convidados não paravam de chegar. Logo não havia só bruxas, fadas e sereias, mas também nobres, reis, rainhas, príncipes e princesas. Will animou-se quando seus amigos mosqueteiros chegaram à cavalo. Eram quatro: D’Artagnan, Porthos, Aramis e Athos

– Willian! Há quanto tempo! – cumprimentou D’Artagnan – Está tão crescido, rapaz.

– Vejo que não deixou a espada de lado nem do dia do casamento – riu Porthos, notando a espada de Will.

– Ah essa belezinha aqui – Will desembainhou a espada – nunca me separo dela, é minha espada da sorte.

Todos conversavam, riam, se conheciam ou contavam casos. Alguns tomavam drinques e comiam os petiscos servidos pelos elegantes garçons. Outros apenas se abanavam por causa do calor e ainda outros apreciavam a paisagem.

Mary Margaret, ou Branca de Neve como também era conhecida, saiu da floresta e ficou aliviada por saber que chegara a tempo. Havia sete anões com ela.

– Olá, Killian! – cumprimentou – Hum, como está bonito! A Ruby vai gostar.

– Ah é claro que ela vai gostar – o Capitão estava todo convencido – Você sabe como posso ser incrivelmente bonito e charmoso às vezes. Na verdade, eu sou sempre incrivelmente bonito e charmoso.

Branca riu. Ariel veio para o lado dela e as duas começaram a conversar. Branca contou que estava morando com os sete anões na floresta, de forma que Regina ainda não a encontrara. Ela apresentou os sete anões, que eram realmente engraçadinhos, seus nomes eram Zangado, Atchim, Feliz, Mestre, Soneca, Dengoso e Dunga. Ariel acabou perguntando por James.

– E então, você e James se acertaram? Resolveu ir atrás dele?

– James? – Branca fez cara de confusa.

– James, seu príncipe.

– Que príncipe? Eu não conheço nenhum James.

Ariel ficou confusa, mas logo Zangado explicou:

– Ela não se lembra do James – cochichou para Ariel – Tomou uma poção feita por Rumplestiltskin e se esqueceu que amava o príncipe. Ela anda meio estranha desde então.

Eles então ficaram pensando em meios de fazer Branca se lembrar de seu príncipe. Depois começaram a chegar os navios piratas. Primeiro chegou o Capitão Corbin, que era um pirata muito bonitão. O loiro de olhos azuis veio caminhando até Killian. As moças solteiras pararam o que estavam fazendo para admirá-lo. Os cabelos dele eram bem lisos e sedosos, usava joias e um brinco na orelha esquerda, se vestia mais ou menos como todo pirata se vestia e vez ou outra coçava a barba.

– Quem diria, hein Killian, logo você que dizia que nunca ia se apaixonar...

– Essas coisas acontecem – Killian respondeu – Logo você vai conhecer a mulher perfeita e vai saber do que estou falando. Acredite Corbin, o destino pode nos surpreender às vezes.

Corbin apenas riu. Dali a pouco fadas assanhadas vieram para o lado do pirata e a Fada Azul teve que ralhar com elas, pois dizia que não era do feitio das fadas se apaixonarem. Ao que as fadinhas rebateram, dizendo que Tinker Bell se apaixonara. Azul acabou por dizer que o amor que Tink sentia por Will lhe custara as asas e que todas as fadas iam ter o mesmo destino caso não sossegassem o facho e agissem como fadas.

Por sorte Pan não aparecera. Vai ver ele tinha o mínimo de vergonha na cara para não aparecer mais na frente de Killian e Ruby. É claro, ninguém percebeu que ele ficara escondido na floresta durante toda a cerimônia.

Barba Negra também chegou no seu navio Vingança da Rainha Anna. Seu verdadeiro nome era Edward Teach e ele tinha uma barba enorme e que tomava conta da maior parte do seu rosto. Algumas pessoas ficaram amedrontadas pela aparição do homem, mas ele apenas cumprimentou Killian e depois se afastou para cumprimentar os outros piratas. James, que estivera conversando com outros convidados, veio para o lado do filho.

– Nervoso? – perguntou.

– Um pouco – Killian coçou a cabeça, como sempre fazia quando algo o incomodava – Por que elas estão demorando tanto?

– Ah, noivas... sempre se atrasam. Eu também fiquei nervoso no dia do meu casamento com sua mãe. Achei que ela tivesse desistido e fosse me abandonar no altar, mas quando a vi naquele vestido de casamento... foi como se eu tivesse me apaixonado por ela de novo. Aliás, filho, você vai descobrir que é isso que tem que fazer com a Ruby. Se apaixonar por ela todos os dias e reconquistá-la todos os dias. Eu acho que parei de reconquistar sua mãe, sabe. Ela simplesmente parou de acreditar em mim.

– Não diga isso, ela te amava muito. Só ficou chateada quando você sumiu e ficou tanto tempo fora.

– Eu nunca vou me perdoar por isso. Pensar que talvez ela ainda estivesse viva se eu não tivesse abandonado vocês. Acho que ela morreu por desgosto...

Killian ia dizer algo, mas nesse momento mais um navio atracou na praia. Era o Capitão Barbossa. Ele e sua tripulação eram amaldiçoados e todo mundo o conhecia. Ele assustou algumas fadinhas que estavam por ali e elas saíram correndo e gritando para o lado da Fada Azul. Barbossa riu com aqueles dentes podres e então foi cumprimentar Killian, que ele considerava como um filho.

– Vejam só quem voltou dos mortos – riu ao ver James – Hoje o dia está propício a reencontros e comemorações. Que tal um brinde pela volta do Capitão James? – ele berrou levantando uma caneca de rum e todos os convidados também levantaram suas canecas e taças brindando a James. James ficou envergonhado, mas também levantou sua taça. – Não esqueci seu presente, filho – Barbossa disse a Killian – Está lá no meu navio. Eu acabei não tendo tempo de enviá-lo. O pombo que me trouxe o convite de casamento ficou perdido e só foi me encontrar há dois dias. Em todo caso, separei um baú de joias e riquezas para você. – ele engoliu todo o rum de uma vez e James e Killian se espantaram pelo fato de o rum não ter vazado.

Barbossa e toda sua tripulação eram amaldiçoados. À noite, à luz do luar, eles viravam caveiras. Não tinham o prazer de comer e beber, pois não sentiam o gosto da comida. Na verdade, eles não sentiam nada, nem a brisa do oceano, nem o calor do sol, nem os pingos de chuva. Mas apesar disso Barbossa sempre brincava ao beber rum e todos riam quando a bebida vazava por suas calças.

– Por que estão me olhando assim espantados? – ele riu de novo mostrando os dentes apodrecidos – Ah, eu não cheguei a mencionar que a maldição foi quebrada? Depois de tantos anos eu finalmente tenho o prazer de encher a cara e cair de tão bêbado...

Barbossa começou a contar como quebrara a maldição. Enquanto isso, outros convidados iam chegando. Vieram Cinderela, Rapunzel, a Princesa Aurora (que ainda não tivera o infortúnio de espetar o dedo numa roca e cair em sono profundo), o Marquês de Carabás com seu gato que usava botas, um belíssimo rapaz que antigamente era conhecido como Patinho Feio, uma princesa que odiava ervilhas, três irmãos conhecidos como Porquinhos, um menino tão pequeno que era chamado de Pequeno Polegar, o Grilo Falante, Pinóquio e seu pai Gepeto, entre outros. Havia tanta gente que uma menina passou por ali vendendo fósforos, aproveitando a movimentação, e logo vendeu todos (ninguém precisava de fósforos, mas compraram por dó da menina).

Enquanto isso, Capitão Jack Sparrow navegava com seu navio. Havia tanta gente a bordo do Pérola Negra que os marujos acharam que havia risco de que afundasse. Mas Jack assegurou que não afundaria, pois o navio era feito de uma madeira muito boa e afinal, sendo ele Jack Sparrow, era de se esperar que seu navio fosse forte o bastante. Vovó e Juliet reclamavam de enjôo, enquanto que Jack bebia rum e cantava canções de piratas. Ele berrava tão alto que até as criaturas marinhas que viviam no fundo do mar conseguiriam escutá-lo.

– Era só o que me faltava – Vovó se abanava com seu leque – Não bastasse subir num navio imundo e que cheira a bebida, ainda tenho que agüentar os ataques de demência de um louco.

Minutos depois o Pérola também atracava na praia. As duas senhoras ficaram aliviadas por finalmente pisarem em terra firme. Uma multidão desceu do navio e dali a pouco já não ia ter mais espaço para tanta gente. Felizmente, aqueles campos eram muito vastos.

– Onde estão as garotas? – Will olhou em direção ao navio, como que esperando que elas descessem de lá.

– Estão vindo, meu filho, estão vindo – Juliet passou por Will lhe dando tapinhas no ombro e reclamando de enjôo.

– Por que não vieram no navio?

– Elas não quiseram – Vovó falou – Acharam melhor vir de carruagem porque é mais confortável. Devem estar chegando. Melhor nos sentarmos logo.

Os convidados começaram a se sentar nos bancos de madeira e logo muitos reclamavam do sol quente. Era por volta de meio-dia. As bruxas logo produziram mais tendas para cobrir-lhes as cabeças e as fadas ficaram a uma distância segura porque sabiam que algumas bruxas usavam magia negra.

Nesse meio tempo, as garotas vieram apertadas numa carruagem. As quatro noivas vieram em uma e Anita e Albert vieram na outra. Vovó e Juliet também teriam vindo de carruagem se pudessem, mas acabaram indo no navio porque já não agüentavam mais esperar as noivas. Na última hora as garotas resolveram se olhar no espelho mais uma vez e Mabel achou de encontrar inúmeros defeitos. Embora todos dissessem que ela estava maravilhosa, a sereia achava que sua aparência poderia ficar melhor, afinal, haveria um monte de convidados e ela não queria parecer gorda e ridícula na frente das irmãs e das outras pessoas. Ellanor já estava impaciente e ameaçou ir voando de vassoura, caso as garotas não entrassem na carruagem logo. Por fim Mabel se convenceu de que estava muito bem e elas se apertaram numa das carruagens.

– Ai! Você pisou no meu pé! – Tink se queixou quando Ellanor pisou no pezinho dela.

– Que culpa eu tenho se você fica com esse pezão no meio do caminho? – a bruxa reclamou.

A carruagem sacolejava. Elas acharam que a viagem seria mais confortável por terra do que por mar, mas se enganaram. Havia muitas pedras e buracos no caminho e a carruagem ia correndo aos solavancos. De vez em quando uma delas batia a cabeça no teto, isso quando uma não caia em cima da outra.

– Ai, sua estúpida! – Mabel xingou quando Ellanor, que estava ao seu lado, caiu em cima dela – Está amassando meu vestido todo.

– Raios! – Ellanor praguejou – Esse condutor imbecil nem sabe conduzir uma carruagem.

Havia uma janelinha pela qual elas podiam se comunicar com o condutor. Ellanor enfiou a cara na janela e berrou:

– Ei, estúpido! Quer ir mais devagar? Vai tirar o pai da forca, meu filho?

– Desculpe, senhora – o homem apenas disse.

–Ora, faça-me o favor! Não sabe nem lidar com damas...

Nesse momento houve um tranco, a carruagem parou com brusquidão e as quatro caíram do assento. Ruby se lembrou da última vez em que andara de carruagem e fora seqüestrada, ela só esperava que esse não fosse o caso. As quatro praguejaram e reclamaram ao mesmo tempo. Ellanor se levantou com dificuldade enquanto as outras ainda estavam emboladas numa bagunça de pernas, braços e vestidos.

– MAS QUE RAIOS! – Ellanor berrou ao mesmo tempo em que abria a porta da carruagem – AH, MAS ERA SÓ O QUE ME FALTAVA!

– Que foi, Ellanor? – Ruby conseguiu se levantar e espiou por cima do ombro da bruxa. Ao invés de responder Ellanor começou a xingar o condutor da carruagem.

– Seu estúpido! Será que não tem olhos na cara? Como é que não viu esse buraco aí?

– Desculpe, senhora. Eu me distraí...

– Inferno! E agora como vamos desatolar a carruagem?

A carruagem ficara atolada num buraco cheio de lama. As rodas da frente até empenaram com o solavanco e o condutor – não se sabe como – por sorte não caíra de seu assento. Depois a coisa começou a afundar e o homem gritou horrorizado ao constatar que tinham caído em areia movediça.

– É areia movediça! É areia movediça!

As garotas também começaram a gritar aterrorizadas e Ellanor estava a ponto de perder a paciência.

– Faça alguma coisa, você é bruxa! – Mabel berrou para ela.

– Acalmem-se, infelizes! – Ellanor revirou os olhos - Não é areia movediça, vocês por acaso já viram areia preta? Isso é lama! – ela resolveu descer da carruagem e o condutor arregalou os olhos.

– Ô dona, o que a senhora vai fazer?

– Vamos, desçam! – ela ordenou às outras três – Temos um casamento para ir.

– Ficou louca? – Mabel arregalou os olhos – Está achando que vou sujar meu vestido branquinho nessa terra imunda?

– Não, criatura – a outra suspirou e botou a mão na cabeça, já sem paciência – Eu vou usar magia para restaurar nossa aparência. Vamos estar perfeitas quando chegarmos lá.

– Por que não usa magia para consertar a carruagem e tirá-la do buraco? – sugeriu Tink.

– Porque vai me dar trabalho e não temos tempo.

– E como é que vamos chegar lá? – foi a vez de Ruby falar – Vamos a pé com esses saltos?

– Vocês têm olhos na cara? Estão vendo dois cavalos atolados no buraco? Pois então, eu vou tirá-los daqui e vamos cavalgando.

Os dois cavalos também tinham caído no buraco e agora tentavam sair. Os coitadinhos estavam com as quatro patas presas e relinchavam com tanto desespero que a cena era de dar dó.

– Ainda acho que era mais fácil desatolar a carruagem... – ia dizendo Tink.

– Vamos, não discutam – Ruby resolveu descer da carruagem – Ellanor sabe o que faz.

A princesa desceu para a meleca de barro abaixo da carruagem e quase chorou quando seu vestido e suas pernas afundaram no barro. Depois veio Tinker Bell. As duas cambalearam até conseguir sair do buraco e só Mabel fez pirraça para não sair.

– Meu vestido, meu lindo vestido... Ai eu quero chorar!

– Não comece, Mabel! Vai borrar a maquiagem! – disse Ruby, também já sem paciência.

Mabel desceu da carruagem, mas a cauda de seu vestido era tão grande que ela se desequilibrou e caiu de cara na lama. Ruby e Tink não conseguiram segurar o riso e até o condutor soltou uma gargalhada.

– Que aconteceu? – Ellanor estava concentrada na tarefa de tirar os cavalos do buraco e não viu a cena. Porém quando viu uma pobre noiva toda suja de lama e chorando desesperada, ela não conseguiu se segurar e riu como um porco.

– Hoje é o pior dia da minha vida! – Mabel soluçava tentando se limpar. O véu que ela usava se rasgara e seu vestido estava todo sujo na parte da frente. – Por quê? Por que tudo acontece comigo?

– Calma, calma! – Ellanor enxugou as lágrimas de riso e foi ajudar a pobre menina – Pobrezinha! Me dá a mão, vou te tirar do buraco.

A vontade de Mabel era atirar aquelas três no buraco para que soubessem como ela se sentira, mas já estavam muito atrasadas. Ellanor apenas estalou os dedos e uma rajada de vento envolveu as quatro, levantando seus vestidos e atrapalhando seus cabelos. Mas um segundo depois, elas se olharam e estavam maravilhosas de novo. Mabel ficou mais tranqüila agora que seu vestido voltara a ser branco e seu véu fora consertado. Os cavalos também foram limpos.

– Agora subam! – Ellanor ordenou e as garotas obedeceram na mesma hora. Tink e Ruby subiram no belo cavalo branco e Mabel já ia subir no cavalo negro como a noite quando o condutor se deu conta de que só havia dois cavalos e só quatro pessoas poderiam montar neles.

– Mas e eu? Não quero perder o casamento.

– Eu não mandei você subir no cavalo? – Ellanor falou sem paciência.

– Mas e a senhora?

– Não acha que sou uma bruxa prevenida? – ela estendeu uma mão e uma vassoura saiu voando da carruagem para sua mão.

– Que horror! Você vai montada na vassoura? – Tink achou aquilo ridículo.

– É claro! Você por acaso tem ideia melhor?

Mabel tentava subir no cavalo, mas seu vestido atrapalhava. O condutor tinha subido primeiro, mas teve que descer para ajudá-la a subir.

– Como é que você trouxe essa vassoura na carruagem e eu não vi? – Mabel perguntou ao notar a vassoura.

– Sua lerda! Você veio o tempo todo sentada nela e não percebeu?

– Ah, é por isso que estou sentindo uma dorzinha incômoda na nádega direita.

– Chega de conversa, vamos logo! – Ellanor subiu na vassoura e a coisa começou a flutuar com ela em cima.

Mabel finalmente conseguiu subir no cavalo e o condutor se sentou na frente dela para comandar o cavalo.

– Como é que se dirige essa coisa? – Tink perguntou. Ela estava com as rédeas na mão, mas não fazia ideia de como se cavalgava. Ellanor não disse nada, apenas deu um pontapé na bunda do cavalo e o pobrezinho saiu em disparada. Ruby e Tink se seguraram como puderam e rezaram para não cair.

O condutor e Mabel também saíram em disparada e Ellanor foi atrás dos dois cavalos voando veloz com sua vassoura.

Enquanto isso, todos reclamavam da demora. Killian, Will, Beto e Smee já estavam preocupados achando que algo acontecera.

– Ou elas desistiram ou algo aconteceu. – falou Beto.

– Será que a carruagem quebrou? – perguntou Smee.

– Ah pelo amor das fadas! – Will botou as mãos na cabeça – Vai ver a carruagem atolou naquele buraco que vimos mais cedo.

– Ah pelo amor das fadas! – os quatro exclamaram juntos.

A coisa virou uma confusão. Killian queria ir buscá-las, mas todos disseram que os noivos não deviam ver as noivas antes que elas chegassem para a cerimônia ou teriam azar no casamento. Um grupo de homens resolveu ir buscá-las a cavalo, mas os bichinhos estavam tão felizes com a grama verdinha que crescia por ali que não queriam saber de sair de lá.

Nesse meio tempo, as quatro noivas e o condutor chegaram para a cerimônia. Elas desceram um pouco antes e amarram os cavalos numa árvore, enquanto que Ellanor apenas deixou sua vassoura ali.

– Esquecemos os buquês - disse Tink.

– Eu trouxe o meu, mas perdi no caminho – falou Mabel.

– Ora! – Ellanor impacientou-se – Tanta flor por aí e vocês fazendo caso de uns buquês.

De fato, havia inúmeras flores crescendo ali. Ellanor usou magia para amarrar as flores em formato de buquê e elas finalmente puderam caminhar pelo caminho de árvores e flores até a entrada do campo onde ia acontecer a cerimônia. Neste momento acontecia a confusão dos homens, que tentavam fazer os cavalos pararem de comer capim. As quatro pararam onde estavam, chocadas e tentando entender o que acontecia.

– Quanta gente! – Tink exclamou pasma. Devia ter quase mil convidados.

– Esses imbecis devem estar pensando que ainda estamos atoladas no buraco – Ellanor falou, ao ouvir conversas e entender que os homens tentavam pegar os cavalos para ir buscá-las – Felizmente minha magia nos salvou, ou teríamos que chegar aqui todas sujas de lama.

A confusão era tanta que ninguém reparara na chegada das noivas. Os noivos estavam impacientes e nervosos no altar. O juiz que faria a cerimônia se abanava com um leque. Os convidados exibiam expressões de tédio. Jack Sparrow começou a contar uma piada para distrair o povo, mas tudo o que ganhou foi um cascudo de Vovó e cem pessoas falaram ao mesmo tempo mandando o pirata calar a boca.

– Mas como assim, gente? – Ellanor estava indignada – Ainda não notaram nossa presença?

Ruby avistou Killian e suspirou de amor e paixão ao ver o quanto ele estava bonito. As outras três também viram seus noivos e suspiraram.

Devo anunciar nossa presença? – Ellanor perguntou e as garotas disseram que sim.

– Mas seja discreta hein, Ellanor? – Ruby advertiu.

Ellanor pigarreou, mas ninguém escutou. Ela pigarreou mais alto e pessoas que estavam próximas finalmente viram as noivas. Imediatamente começaram a gesticular para os músicos, tentando dizer a eles que deviam começar a tocar a música. Os estúpidos, como dissera Ellanor, eram tão burros que não conseguiram entender.

– As noivas! – finalmente um flautista percebeu e saiu cutucando os outros músicos. Assim começaram a tocar a marcha nupcial.

Alguns convidados tinham saído de seus assentos e o grupo de homens ainda pelejava com os cavalos, mas os bichos pareciam ter criado raízes e não saiam do lugar.

– Mas por que raios estão tocando a marcha nupcial? – perguntou um dos homens e olhou na direção do altar – As noivas!

Todos correram morro acima para voltar aos seus lugares. As noivas já estavam no meio do caminho quando finalmente todos se sentaram. Ruby era conduzida por Albert, Tink ia com James, Ellanor ia com um dos primos e Mabel ia com o pai. Elas não sabiam se riam ou se choravam de emoção. Os rapazes quase babaram ao vê-las e agora sorriam feito bobos.

Quando elas finalmente chegaram ao altar, os rapazes a receberam com beijinhos na testa.

– Você está maravilhosa! – Killian sussurrou para Ruby, pegando na mão dela.

– E você está parecendo um príncipe.

– Estamos aqui reunidos para celebrar o casamento de William e Ellanor, Mabel e Roberto, Willian e Tinker Bell, Killian e Ruby. – o juiz começou.

Nos quarenta minutos seguintes o juiz fez um discurso sobre como o destino interferira nas vidas de cada um daqueles casais e até fez um resumo de como se conheceram. Ninguém tinha paciência para ficar ouvindo aquilo, mas ninguém também tinha coragem de interromper o homem. Na verdade todo mundo queria que o juiz os casasse logo, assim todos poderiam se deliciar com os doces e bolos que esperavam nas mesas (os doces quase derreteram com o calor, mas as fadas fizeram um encantamento para que durassem por mais tempo). O homem falava, falava, e falava. No inicio, pessoas sentadas nas últimas fileiras não conseguiam ouvir, de modo que agora o juiz berrava para ser ouvido e acabava cuspindo para todo lado.

Depois de uma hora, Ellanor (que amarrara a cara e estava de mau humor) resolveu pedir ao homem que fosse mais rápido. Ele, é claro, não gostou nada, mas já estava mesmo cansado de tanto falar então resolveu pular logo para a parte dos votos. Daminhas de honra e um pajem entraram trazendo as alianças. Josh trouxe as alianças de Killian e Ruby, uma sombrinha de Ellanor trouxe as dela e de Smee, uma prima de Mabel trouxe as dela e de Beto e uma fadinha trouxe as de Tink e Will.

Eles fizeram seus votos, que eram sempre a mesma frase decorada que terminava por “prometo ser-te fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, todos os dias da nossa vida”. Então trocaram as alianças e o juiz finalmente terminou a cerimônia:

– Eu os declaro marido e mulher. Os noivos podem beijar as noivas.

Os casais trocaram beijos apaixonados e a plateia aplaudiu. Depois os casais saíram de braços dados enquanto uma chuva de arroz caía sobre eles. A grama ficou coalhada de arroz e Jack Sparrow murmurava que aquilo era um desperdício.

Killian estava mais do que feliz e Ruby se sentia do mesmo jeito. Ele a puxou para um canto, antes que quase mil pessoas fossem cumprimentá-los.

– Sabe, acho que eu nunca disse isso pra você, mas sou apaixonado por você desde que a vi pela primeira vez no meu navio. Eu nunca achei que fosse capaz de amar, mas isso foi até conhecer você.

Ela sorriu e eles se abraçaram.

– Isso me lembra que eu te odeio desde que nos conhecemos. Mas acho que aprendi a gostar de você um pouquinho com o passar do tempo. – ela disse.

– Então você me odeia? – ele ergueu uma sobrancelha, mesmo sabendo que ela estava brincando.

– Estou só brincando, você sabe que te amo.

– Oh, eu também te amo, amor...


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

James: http://daninseries.altervista.org/wp-content/uploads/2014/02/charles_mesure1.jpg
Vestido da Ruby: http://1.bp.blogspot.com/-hmCOWZDh6RM/UZaQENpUTuI/AAAAAAAABTE/08A7CYLE2vM/s1600/vestido_de_festa_vermelho_mullet_httpdicasfemininas-su.blogspot.pt.jpg
Roupa do Killian:http://media-cache-ak0.pinimg.com/236x/c7/bc/79/c7bc7964f6cf0f26744e8103113e2f2f.jpg (essa é a roupa que ele vai usar no 3x22)
Roupa do Will: http://3.bp.blogspot.com/-e005OmHflIs/UORcOXgoLjI/AAAAAAAAAfg/ie8W0EmBPdc/s1600/promo16.jpg
Não coloquei link das outras roupas porque eu as imaginei. Espero que tenham gostado. Beijos e até a próxima



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Como Irritar Um Capitão Pirata" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.