Gotas De Vinho escrita por Babs Toffolli


Capítulo 17
Novo Namorado


Notas iniciais do capítulo

Oláa! Mais um capítulo prontinho aqui pra vocês!! Espero que gostem =D



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- Preciso ir - Sussurrei quando o sol já estava alto. Charlie acordaria a qualquer momento. Eu não queria ir, ali era nosso pequeno pedaço do paraíso, e eu poderia ficar ali para sempre.

- Por que? - Ele me olhou e nós nos sentamos novamente.

- Meu pai já vai acordar, se eu não estiver em casa pode ficar preocupado.

- Vai contar sobre mim? - Perguntou, com uma cara de cachorrinho manhoso. Mordi o lábio.

- Eu não sei... - Eu devia contar? O que meu pai acharia? Eu estava com o meu quase-assassino como meu novo namorado. Meu pai não aprovaria isso.

- Talvez ele não vá gostar muito de mim, não é? - Adivinhou.

- Bom, isso é de se esperar. - Afirmei. Ele precisava saber ainda, por que ele estava insistindo nisso? - Mas tudo bem, ele não precisa saber de nada.

      Ele pensou por um minuto.

- Hmm, por enquanto. Pelo menos. - Concluiu.

- Por enquanto? - Ele estava tão interessado a se apresentar desse jeito?

- Sim. Uma hora ele vai ter que saber de mim. - Isso era verdade. Eu não podia morar com meu pai e esconder isso dele. Mas como eu contaria?

- Mas como eu começo? Eu preciso pelo menos avisa-lo, antes que vocês se conheçam de verdade.

- Vamos fazer o seguinte: você volta pra casa hoje, e tente fala pra ele. Mas corte a parte mais sombria da história, ele não precisa saber. - Sugeriu ele. Pensei por um minuto. Bom, é claro que eu esconderia essa parte dele. Ele se apavoraria se descobrisse que estou namorando com o mesmo vampiro que tentou me matar meses atrás.

- É, acho melhor assim, também. - Concordei.

      Ele me olhou, puxou meu queixo e tocou seus lábios levemente, nos meus.

- Então você deveria ir agora. Acho que ele já esta acordando. - Eu pisquei várias vezes para conseguir pensar melhor, e me levantei.

- Eu tenho que ir - Eu disse.

- Eu também. Minha família vai ficar preocupada. - Ele se levantou também, segurando em meu queixo e depositou mais um beijo ali. Eu o segurei com força e aprofundei o beijo. Quando nos afastamos ele acariciou meu rosto e nós começamos a correr.

      Corremos juntos, lado a lado, de uma forma tão natural que eu senti uma sensação estranha mas prazerosa. Chegamos a minha casa rapidamente.

- Seu pai ainda está dormindo - Informou ele. Ele devia estar usando seu dom de ler mentes pra saber disso. Mesmo assim tentei escutar sua respiração, que estava calma e ressonando, ainda com roncos.

- Eu vou entrar. - Me inclinei para frente para pular para a janela, mas antes me voltei para ele, fiquei na ponta dos pés e lhe dei um selinho um pouco demorado. - Tchau.

- Tchau. - Ouvi seu sussurro quando já estava saltando para a janela.

      Quando cheguei no quarto Charlie, me apressei para a cozinha e preparei seu café da manhã. Ele acordaria a qualquer momento, e eu queria levantar o assunto logo com ele. Eu nunca fui boa com mentiras ou fingimentos. E ele iria saber se eu estivesse tentando esconder alguma coisa, então achei melhor por as cartas na mesa de uma vez. Claro, escondendo a parte mais sombria da história, como Edward disse.

      Quando ele acordou, o recebi na cozinha com um prato grande de panquecas com melado e suco de laranja.

- Bom dia, pai - Sorri. Ele arregalou os olhos pra mim. - O que foi?

- Nada, nada... Bom dia, Bells - Respondeu ainda com a expressão suspeita. - Como foi sua noite? - Ele nunca me perguntou isso.

- Foi bem. - Menti. Minha noite havia sido mais do que bem. Esperei que ele acabasse de comer e eu lavei a louça usada, para levantar o assunto. - Pai, preciso falar com você.

- Claro, Bells, pode falar. - Olhou pra mim. Ótimo, por onde eu começava?

- Bom, pai, eu conheci uma pessoa. - Comentei, com o máximo de naturalidade que pude reunir em minhas palavras.

- Hmm, isso é bom? - Perguntou. Ele ainda não sabia que tipo de pessoa era.

- Ah, sim. - Desviei de seu olhar, tentando me concentrar para achar as palavras certas. - Ele...

- Ele? - Perguntou ele, sorrindo pra mim.

- Hmm, sim...- Engoli em seco.

- Ah, relaxa Bella.- Disse ele mais alto - Se você encontrou alguém especial, não tenho o direito de me opor a isso. - Relaxei um pouco, mas essa não era a parte pior. Eu tinha que contar à ele a espécie que ele era.

- Eu sei mas... - Suspirei e resolvi dizer logo de uma vez. - Pai, ele não é humano.

      Sua reação de início foi cômica. Seu rosto ficou completamente vermelho e eu senti seu sangue esquentar no ambiente. Depois ele foi ficando mais pálido, e eu achei que ele fosse desmaiar. Opa. O que eu acabei de fazer?!

- Pai, calma, respire! - Tentei sustentar seu corpo que parecia mole.

- Como assim, não é humano? - Conseguiu dizer meio engasgado.

- Ora, ele é como eu. - Sorri e ele estremeceu. Mesmo com o tempo, Charlie não se conformava muito bem com o que sou.

- V-você trouxe ele aqui? - Ele parecia preocupado com isso.

- Não. Nós ficamos pela floresta mesmo. Ele respeita sua casa. - Expliquei. Ele pareceu mais relaxado com isso. O que ele estava pensando? Que eu iria traze-lo aqui sem sua permissão? Eu nem sabia que a noite iria acabar como acabou.

- Ah, ótimo. Mas... Como é o estilo de vida dele?- Hmm então era com isso que ele se preocupava. Era minha hora de ser cuidadosa.

- Ah, sim. Bom ele é como eu. É vegetariano. - Ele sorriu com o adjetivo que adotei.

- Hmm, e quando vai traze-lo aqui? - Perguntou com um sorriso simpático nos lábios.

- Ham, eu não sei ainda. Nem sei onde ele mora. - Ele ainda não havia me revelado isso.

- Bom, tudo bem. Hoje é sábado e eu vou sai pra pescar - Informou ele - Se quiserem ficar por aqui, não vejo problema.

- Não, ele não virá aqui ainda. Vai esperar um dia que você estiver em casa.

- Tudo bem - Repetiu. Depois de toda essa conversa, ele voltou ao seu quarto e quando retornou, estava segurando a vara de pescar e a caixa de iscas. - Bom, Bella, eu estou indo. - Eu estava na sala, sentada no sofá, lendo um livro.

- Hm, tudo bem. Boa pescaria. - Sorri. Mais uma vez ele me olhou com um olhar de suspeita que eu não consegui entender. Ele saiu da casa, foi pro seu carro e guardou o equipamento de pesca. Depois entrou no banco do motorista, ligou o motor e eu fiquei escutando até que não pude mais ouvir o ruido do motor.

      Fechei meu livro e corri para o lado de fora. O sol que havia feito na clareira, agora estava muito bem escondido nas nuvens, e me deixava completamente livre para sai. Mas eu não sabia onde ir, apenas não estava com vontade de ficar em casa.

- Onde vai? - Parei. Ouvi a voz de veludo e me virei. Era ele. Ainda estava aqui. Meu coração se encheu de felicidade.

- Oi. - Sorri, tímida.

- Olá. - Sorriu de volta mais firme. Andei até ele e o abracei sem pensar. Ele retribuiu o abraço sem hesitar. - Só achei que você deveria conhecer a minha casa. - Sorriu novamente.

- Você ouviu? - Claro que ele tinha ouvido. Ele assentiu.

- É, eu fiquei esperando você sair.

- Ah!

- E então, o que me diz? - Me confundi.

- Sobre o que? - Perguntei.

- Você quer conhecer a minha casa, Bella?

- Sua casa? Com a sua família? - Alguns deles já me conheciam, eu acho. Mas nunca cheguei a trocar uma sílaba com nenhum deles. Ele riu.

- Ah, calma. Eles já sabem de você, não precisa ter medo. Vamos - E então ele foi caminhando para o lado oposto, onde havia estacionado ao lado da calçada, um Volvo prateado e luxuoso.

- É seu? - Perguntei.

- É. Eu o busquei enquanto você preparava o café da manhã. - Riu.

- Ah. - Eu ainda estava hesitante.

      Ele foi até o banco do carona e abriu a porta pra mim. Eu entrei e ele a fechou, indo para o banco do motorista. Quando ligou o motor, senti o carro ronronar em vez de rugir como a minha Picape.

      Seguimos todo o caminho tentando nos conhecer mais. Fazendo perguntas aleatórias em quanto ele dirigia com a mão esquerda e com a outra segurava a minha. Seguimos pelas estradas de Forks, e eu nem me importando com onde ele estava me levando.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam desse? *-*