The Ascent escrita por Thaina Fernandes


Capítulo 31
Capítulo 30.


Notas iniciais do capítulo

Eu não tenho nem como me defender jeialndja desculpem a demora?? tem alguém lendo isso ainda?



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((Sophia))

Acordei sozinha em minha cama, Caspian em nenhum lugar a vista. Esfreguei meus olhos, me espreguiçando. Depois da nossa conversa de ontem eu havia apagado na cama em pouco tempo, sendo agraciada por uma noite sem pesadelos, o que me fazia perguntar se ele tinha algo a ver com isso. Não que eu fosse me opor a ele usando seu poder para me fazer dormir bem, mas um aviso seria bem apreciado.

 

Decidi parar de enrolar e me levantei. Eu tinha que me preparar para conhecer Lorde Crisan. Tinha que pensar em um jeito de o convencer a se aliar a nós, fazendo assim Nicholas não ter nada contra eu assumir minha posição. Tomei uma ducha rápida, prendendo meu cabelo em um coque desastroso. Me olhei no espelho, notando que parecia menos cansada. Havia algo de diferente em mim, além disso. Virei minha cabeça, me olhando por outro ângulo e mesmo assim não conseguindo achar o que era exatamente que estava me fazendo achar isso. Dando de ombros, saí do banheiro para encontrar Lizbete arrumando roupas minhas em uma mala antiga, do tipo que parecia um baú.

 

Suspirei, olhando os vestidos que ela estava colocando. Não que eles fossem feios, já que eram do tipo que eu estava gostando de usar ultimamente, leves e com a impressão de serem etéreos.

 

Mastiguei uma torrada enquanto ela separava um vestido formal em minha poltrona, provavelmente o que eu deveria usar para a minha chegada. O que me fez lembrar...

 

—Irei com roupas de luta, Isabella me deu um aviso que acho melhor não ignorar. Robert me enviou os relatórios das batalhas?

 

—Sim, eu o coloquei junto a os do Conselho. — ela respondeu, se virando para mim e me fazendo sentar para trabalhar sua mágica em meu rosto. Não podíamos deixar ninguém ver que eu estava cansada, já que isso poderia ser considerado uma fraqueza, afinal de contas. — Suas olheiras estão mais fracas, Princesa. Fico feliz em ver essa melhora.

 

E eu sabia que ela ficava mesmo. Ela havia tido que lidar comigo nos primeiros dias depois de James, quando eu não queria fazer nada além de ficar deitada em.minha cama chorando e me sentindo miserável comigo mesma.

 

—Elas não sumirão completamente até toda essa guerra acabar. — eu a observei trançar meu cabelo do seu jeito usual, de lado.

 

Ela foi embora, me deixando sozinha com café da manhã e minha pilha de relatórios diários. Havia tido um ataque na área em que as terras de Lorde Crisan estavam localizadas. Senti meu cenho se franzir com isso. Eles não tinham motivo para atacar uma vila tão pequena assim, não quando a maior, onde lorde Crisan era o responsável, estava muito bem escondida com todo tipo de feitiço e glamour.

 

Esfreguei meus olhos, me sentindo cansada novamente. Quando estava no meio do processo de me espreguiçar, meu celular vibrou. O nome de Caspian brilhava em minha tela, me.mostrando que ele havia me mandando uma mensagem.

 

Uma foto minha, logo vi, dormindo com a boca aberta, abraçada com uma pelúcia de pingüim.

 

Eu te disse que você dormia de boca aberta, não disse?

 

Ps: essa é a sua nova foto de contato no celular da Isabella. Eu enviei para ela, espero que não ligue.

 

Grunhi, respondendo de volta rapidamente que ele iria me pagar por essa invasão de privacidade. A personalidade de Caspian era uma coisa a ser estudada. Ele podia ser sério como na noite passada, ou até ameaçador no conselho e na frente de estranhos, mas ele sempre conseguir mudar meu humor com suas graças.

 

Me lembrei da noite passada, de como ele havia me confiado o fato de ter pesadelos. Eu sempre havia me perguntado o motivo de ele querer morar fora do castelo, e agora eu entendia. Eu compreendia muito bem, alias. Meus pesadelos diários também me assolavam.

 

Mas na noite passada não houve nenhum. Não sei se pelo choque de ter visto o fantasma da minha mãe, por eu estar muito cansada ou se foi a companhia de Caspian que me fez me sentir segura o suficiente para esquecer meus medos apenas por uma noite.

 

Sacudi a cabeça para a última opção. Caspian havia me falado que eu não o estava tirando de ninguém, mas o modo como ele descreveu… me fazia duvidar sobre a verdade disso.

 

Me sentindo incomodada com o pensamento de Caspian tendo uma pessoa o esperando em Andolovina, tentei me convencer de que era apenas uma preocupação de um amigo para o outro.

 

Definitivamente não era ciúmes. Eu não tinha esse direito, não depois de James.

 

Suspirei, me levantando para fazer meu caminho até o quarto de Isabella. Eu precisava estar preparada para meu encontro com Lorde Crisan, e me preocupar com sentimentos inexistentes não me ajudaria. Eu sabia que Caspian estava procurando um jeito de anular o casamento depois de a aliança ser feita, o que obviamente significava que ele não estava contente em ser obrigado a passar o resto de sua vida comigo. E eu não podia culpá-lo por isso, eu não iria querer passar com alguém como eu também.

 

Eu não precisava de mais complicações nas minhas emoções. Eu não queria pensar muito em meus sentimentos sobre isso, não quando eu ainda estava aprendendo a sentir novamente.

 

Senti uma batidinha em meu ombro, me assustando. Antes que eu pudesse pensar, meus instintos tomaram conta de mim, meu punho se conectando com o rosto do perigo em potencial.

 

—Meu Deus, princesa. — Azriel resmungou, massageando sua bochecha. — Que bicho te mordeu para ser tão agressiva assim de manhã? Caspian não a deixou dormir ontem é? Ele ronca, não é?

 

Senti meu rosto esquentar com a vergonha de ter socado meu próprio primo. Eu nem era tão próxima dele assim para poder fazer essas coisas.

 

—Me desculpe. — eu disse, me esforçando para não soar tão culpada assim. Virei seu rosto de lado para poder observar melhor o hematoma se formando. Enquanto eu concentrava um pouco do meu poder na área, continuei. — O aviso de Isabella ainda está fresco em minha cabeça, talvez eu esteja ficando um pouco paranóica.

Ele me deu um sorriso amigável quando eu terminei com seu rosto. Seu cabelo estava solto, parecendo uma juba de leão, o loiro contrastando com suas roupas pretas.

 

—Não se preocupe, priminha. Uma vez Caspian me socou tão forte por ter acidentalmente cortado ao meio uma de suas pinturas que meu maxilar faz barulho até hoje. — ele demonstrou, abrindo e fechando sua boca, me fazendo estremecer. —É bom eu ter te achado, aliás. Vossa Alteza da Escuridão, seu noivo, me mandou vir te buscar. Isabella está vindo com ele também, ele vai vistoriar o batalhão que eu trouxe e os lembrar de que eles precisam manter a linha.

 

—Você  me chamando por este título foi o motivo de você ter sido socado, o quadro rasgou apenas porque você caiu em cima dele. — a voz aveludada de Caspian ressou pelo corredor antes mesmo de ele aparecer. Quando finalmente surgiu através das sombras, Isabella em seu encalço, parou em nossa frente. Seus olhos violáceos me percorreram da cabeça aos pés, uma sobrancelha se arqueando. —Está planejando ir com essa roupa?

 

Franzir o cenho para ele e seu figurino, como sempre, beirando o extravagante. A camisa preta bordada com dourado, o blazer casualmente aberto, os sapatos polidos. Depois olhei para mim mesma, em minhas roupas de luta.

 

—Não gosta da minha roupa? Eu não estava planejando ir a um desfile de moda, sabe.

 

Ele me rodeou, me fazendo levar meu olhar para o teto. Eu já estava acostumada com os maneirismos de Caspian a esse ponto .

 

—Não me oponho a você usar essas roupas coladas, Sophia querida.  Mas meus homens não achariam que você é da realeza, e então não te respeitarão. E se eles não te respeitarem, não irão acatar suas ordens.

 

Isabella parou ao lado dele, sorrindo em seu vestido vermelho escarlate colado, combinando com seu batom. Rhys estava ao seu lado, como sempre.

 

—Ele tem razão. Venha, consigo te arrumar em alguns minutos, depois poderá colocar suas roupas confortáveis novamente.

 

Suspirando, assenti. Eu sabia que não adiantaria discutir com os dois. Deixei ela me puxar de volta para meu quarto, onde ela me empurrou em uma cadeira e me mandou desfazer a trança em meu cabelo.

 

—Isso é realmente necessário? Não são apenas soldados?

 

Ela sacudiu a cabeça, voltando do meu closet com o braço cheio de vestidos. Os espalhou na cama, seu cenho franzido para eles.

 

—Sao os mais letais do mundo. Eles são ameaçadores, e não respeitam nem aceitam ordens de qualquer um, já que a maioria deles são filhos de famílias importantes de Andolovina. Caspian é ameaçador por natureza, ele gosta de se vestir daquele jeito apenas por achar que realça a “beleza dele”. Palavras dele, não minhas. — ela me jogou um sorriso sobre seu ombro. Suspirou e me entregou um vestido azul escuro mais revelador do que eu estava acostumada. —Esse vai ter que servir… Enfim, Caspian quer que eles a respeitem, portanto vai ter que largar suas roupas de garota doce por um dia. As roupas vão fazer o trabalho delas, tudo que você terá que fazer é agir como age no conselho.

 

Me enfiei no vestido que ela escolheu. O azul tão profundo que parecia preto era colado até minha cintura, onde depois seguia um pouco mais solto. O decote profundo, tanto no busto quanto nas costas, deixava a curva dos meus seios aparecendo minimamente, sem dúvida feito para provocar a imaginação das pessoas.

—Não pode ser outro vestido? Acho que esse não foi feito para ser usado de dia…

 

Ela estalou a língua para mim. Indo até as minhas cortinas e as puxando, revelando um céu tão cheio de nuvens carregadas que eu quase achei que ja havia anoitecido.

 

—Andolovinos detestam pessoas puritanas, esse vestido quase é modesto demais para nossa moda. — novamente o sorriso sabichão que era de família. —Não que você seja puritana, já que meu irmão dormiu aqui ontem a noite.

 

—Você sabe que seu irmão e eu não temos esse tipo de relação— eu disse rapidamente, enquanto ela prendia i topo do meu cabelo. — e nem iremos ter.

 

Seus olhos encontraram os meus no espelho. Ela me entregou um batom vinho. —Não há nada de errado em seguir em frente, Sophia. E é preciso ser cego para não ver o jeito que vocês se olham.

 

Terminei de passar o batom a tempo de cortar o assunto, ao mesmo tempo me mordendo de vontade de perguntar como  nos olhávamos Me levantei, e me olhei. O batom havia feito toda minha maquiagem ficar mais profunda, e o vestido me fazia parecer mais velha. O decote era um pouco demais para mim, mas resolvi não reclamar.

 

Calcei meus sapatos e me levantei. Isabella entrelaçou seus braços com os meus e me puxou para o corredor novamente. Sacudi a sensação de me sentir envergonhada com o decote do vestido, me lembrando de quem eu era e erguendo meu queixo. Mesmo cansada, eu não os deixaria pensar que eu era fraca.

 

Uma parte de mim sentiu uma certa satisfação ao ver Caspian abrir a boca para sem.sombras de dúvida falar algo sobre minha roupa, apenas para fechá-la novamente. Seu olhar varreu meu corpo, fazendo minhas bochechas corarem. Cruzei meus braços, olhando para qualquer outro lugar.

 

—Sophie, esqueci o quanto fica deslumbrante neste tipo de vestido. A última vez que te vi usando algo assim foi em Bucareste.

 

Fechei os olhos, me lembrando dessa noite. Eu havia pedido para Caspian me beijar. Eu havia beijado Caspian de volta, mais de uma vez. E eu havia gostado.

 

Talvez isso me fizesse quase tão ruim quanto James, eu ter mentido sobre isso. Apertei meus braços ao meu redor com a sensação em meu estômago ao pensar isso.

 

—Não acho que esse tipo de roupa seja apropriada para o dia a dia, Cas. —respondi, ainda não o olhando. Olhei para os três outros andolovinos que estavam presentes. —Eu devo me.comportar de algum jeito específico?

 

Isabella deu de ombros, dando uma imbrada em Az, o fazendo dar um passo para trás e desobscurecer a vista dela.

 

—Aja como no Conselho, lembre a todos quem.você é e do que é capaz de fazer caso algum deles saia de linha com você. Infelizmente nosso reino não sabe como respeitar nada além de medo.

 

Caspian enfiou uma mão em seu bolso, a outra vindo em minhas costas, me empurrando levemente para começarmos a fazer nosso caminho até o pé da montanha, onde eles haviam montado acampamento.

 

—Nosso querido pai teve certeza de que não obedeceriam nada além disso. — Caspian adicionou, sua mão deixando minhas costas para ser colocada em seu outro bolso. Meu corpo protestou a falta de calor dela e eu prontamente ignorei. — E esse é o motivo do porque terei de agir como eles acham que ej sou. Talvez você saia de lá achando que sou um monstro e não seu Príncipe Encantado, Sophia querida.

 

Bufei para ele, o olhando. Ele estava fazendo um bom trabalho em parecer despreocupado, sua máscara bem colocada. Mas eu, de alguma forma, pude ver o jeito com os cantos do seu sorriso metido estavam tensos, o jeito como os olhos violáceos que agora estavam encarando o chão, sempre brilhando com zombaria, estavam mais apagados que antes. Ser a pessoa que eles achavam que ele era não era nada fácil, ele já havia me contado. E eu sabia disso muito bem, mesmo que as pessoas que achavam que éramos fossem diferentes, eu entendia o'quanto era cansativo fingir ser o que não é.

 

Estiquei minha mão, apertando seu braço. —Eu sei a diferença entre o você real, Cas. O modo como agirá hoje não vai mudar isso.

 

Minha mão deslizou para a dele, a apertando. Seus olhos se levantaram, me olhando com surpresa. Surpresa e algo que não soube identificar, já que eles foram desviados quando Rhys limpou a guarganta mais alto do que o necessário.

 

—Se agir assim como hoje com Lorde Crisan se sairá bem, princesa. — Rhys disse, virando seu rosto apenas para ver se eu estava prestando atenção.

 

Isabella ao seu lado nos olhava com um sorriso como o de uma criança que havia descoberto um segredo. Antes que eu pudesse lhe perguntar o motivo para sua expressão, começamos a andar novamente.

 

Eles tentaram me preparar, no caminho, sobre com o que eu me depararia. Sobre a crueldade deles e a falta de respeito com que tratavam as mulheres, e que sem sombra de dúvidas me tratariam. O lugar em que eles estavam acampados, uma grande caverna no pé da montanha - bem longe de onde os lobos estavam, notei- foi longo o suficiente para eu me preparar mentalmente. No momento em que pisamos no chão rochoso, olhos hostis nos encararam.

 

Todos vestidos de preto, os Ilirianos pareciam mais letais do que qualquer guardião que eu já havia visto. Tudo neles gritava letal, desde as facas nos cintos até os olhares.

 

Como se um interruptor fosse ligado em Caspian, ele Igualou seu olhar ao deles. Parecendo tão mortífero quanto eles, ele deu um passo a frente, aquele sorriso felino meticulosamente calculado bem bem posto em seus lábios.

 

— Tem certeza que esses são os melhores que temos, Az? Não parecem ser. Talvez meu pai enviou os novatos para me irritar.

 

— São os melhores que pude achar, sua alteza. — Az respondeu, seu comportamento logo mudando. — talvez sabendo que seu Mestre  e está aqui vai fazê-los querer ser melhores. ATENÇÃO, SOLDADOS. DÊEM UM PASSO A FRENTE PARA SAUDAR A SEU PRÍNCIPE.

Como se já tivessem feito a mesma ação muitas vezes, todos se levantaram, com as costas retas, encarando a sua frente. Caspian andou entre eles, ganhando algum grunhidos no processo.

 

— Mentes tão adoráveis, as de soldados. Tem nomes tão criativos para mim. Seria isso mesmo sábio, considera do que posso fazer sua mente desaparecer com apenas meu comando? Devo lembrá-los disso novamente? Como está….qual era o nome dele mesmo?

 

—Já terminou, Caspian? — Um dos soldados particularmente altos na frente perguntou. Seu olhar de ouro ódio direcionado a Casa fez minha pele formigar com antipatia.

 

Caspian andou até ele com uma graça quase felina, suas mãos se afundando em seus bolsos de uma maneira que eu conhecia muito bem. Ele iria agir assim.como fazia no Conselho. Insolente, e tão seguro de seus poderes como só ele podia ser.



—Damien. Faz algum tempo, não é mesmo? Da última vez em que te vi estava implorando para eu não contar ao seu Lord Pai sobre as estupidez que estava fazendo. Já se esqueceu disso? — Seu sorriso se tornou ainda mais frio, tão afiado quanto uma faca.— Por que está tão disposto a me interromper?

O homem semicerrou seus olhos para Caspian, olhando em nossa direção, seus olhos parando em mim. —Vejo que trouxe seus cães, como sempre. Mas quem é essa? Seu novo brinquedo? O que seu pai encomendou especialmente para você?

 

Eu vi a pura fúria passar pelos olhos de Caspian. Damien parou a minha frente, seus dedos calejados segurando o meu queixo bruscamente. Dei um olhar para Caspian, o assegurando que eu conseguia lidar com isso quando vi que ele estava prestes a se colocar entre nós.

 

Sorri para ele, o meu sorriso mais doce.

 

—Meu nome é Sophia, Damien. Achei que soubesse isso pelo menos. — eu o olhei com falso desapontamento. —Nunca ouviu nada sobre mim? Com um poder como o meu, achei que as histórias já teriam se espalhado.

 

—Nada muito impressionante. Apenas que você seria uma nova adição à lista de conquistas do nosso querido príncipe. Agora, doçura, por que não volta pro castelo e trança seu cabelo ou algo assim? Não há lugar para crianças nessa conversa.

 

Caspian assobiou baixo.

 

—Péssima escolha, Damien.

 

Dei uma piscada para ele, ainda mantendo meu personagem. — Acho melhor fazer uma demonstração já que está tão incrédulo. Caspian, amor. pode se afastar um pouco? Sabe como às vezes eu  erro a mira.

 

Aquele sorriso felino se intensificou. —É claro, querida.

 

Pendi minha cabeça para o lado. Minha visão ficou levemente tingida de vermelho enquanto eu foquei meu olhar no homem em questão. Lentamente concentrei uma partícula do meu poder nele, tirando sua energia apenas o suficiente para o fazer desmaiar.

 

Quando o baque surdo do corpo dele indo de encontro ao chão ressoou junto com o som de espanto de alguns.

 

Andei até o corpo sem energia no chão. Soltei um tsc, levantando meu olhar para os outros soldados.

 

—Que isso sirva de exemplo. Eu posso fazer muito mais estrago do que isso, apenas decidi ser bondosa. Enquanto vocês estiverem em meu território me trataram com respeito e obedecerão as minhas ordens e as ordens de meus comandantes. Eu posso e vou usar meu poder caso alguém saia de linha, e quando estou sem paciência. nem mesmo Caspian consegue me deter.

 

Caspian sorriu largamente, vindo em minha direção e descansando uma de suas mãos na base de minhas costas.

 

—Ouviram a Princesa, rapazes. Agora, de volta ao trabalho.

 

Ele me direcionou de volta ao castelo, sua mão em.minhas costas me segurando com seu toque agora familiar.

 O peguei me observando com o canto do meu olho, o que me fez virar em direção a ele, levantando uma sobrancelha em questionamento.

 

—O que foi?

 

Ele sorriu, não como a pouco tempo atrás, todo ameaçador e felino. Esse sorriso era um diferente, suave nas bordas, quente, familiar.

 

—Você nunca deixa de me surpreender, Sophie querida.

 

Dei de ombros, fingindo que minhas bochechas não estavam queimando com o elogio. —Aprendi com você. Terei de agir assim com Lord Crisan, achei melhor já começar.

 

Isabelle suspirou profundamente, abrindo a porta de seu quarto para todos entrarmos.

 

—Lord Crisan é um imbecil. Vive protegido em.uma.bolha enquanto o resto de nós temos de lidar com essa bagunça toda. Me faça um favor, Sophia, arranque a cabeça dele por mim.

 

Azriel bufou uma risada. —Dificilmente acho que ela poderá fazer isso em uma visita diplomática.

 

Me sentei no sofá, Caspian ao meu lado, tão perto que eu podia sentir o calor de seu corpo irradiando até mim. Olhei para baixo. Nossas mãos estavam tão próximas que com apenas um movimento estariam se tocando.

 

Engoli em seco, desviando o olhar.

 

—Como irei fazer um homem desses se juntar a nós? Ele claramente não quer envolvimento algum.

 

—Nossa estratégia será apelar para ele. Ele não mandou reforços quando seus pais estavam sendo atacados, a morte dos dois é em parte culpa dele. — Caspian colocou sua mão em cima da minha a apertando levemente quando viu que havia me encolhido com a lembrança do assassinato.

 

—Funcionará? — perguntei, apertando a mão de Caspian de volta. —Se ele quer manter seu povo em segurança quem sou eu para tirar-los de lá?

 

—Não temos muito tempo até o solstício,priminha. —Azriel me lembrou, enfiando uma das uvas da mesa de centro em sua boca. —Precisamos de todo o apoio. É o povo dele também é seu povo.

 

Caspian se levantou, estendendo sua mão para mim. —Já chega, minha querida Sophie fará seu melhor é isso vai ser o necessário para convencer ele. —ele se virou para mim, olhos procurando algo dm meu rosto que pareceu encontrar. —Vamos, te acompanho até seu quarto. Precisa descansar, viagens de portal sugam nossa energia.

 

Eu o deixei me puxar de pé,o vestido farfalhando com meu movimento.

 

—Obrigada, pessoal. Vejo vocês antes de ir embora.— consegui dizer, a mão de Caspian agora em mim há cintura me guiando até a porta.

 

Quando estávamos no corredor silêncioso, ele não tirou sua mão de mim há ciintura.  O caminho, por conta do tempo carregado,estava escuro, me fazendo lembrar da última vez que visitei Sauron.

 

Minha mãe, parada em minha frente me dando as instruções a serem seguidas na hora certa.

 

Estremeci com a memória. Cas, njotando isso, tirou seu casaco, o colocando nos meus ombros.

 

—Vai se sair bem, Sophie. Não se preocupe.

 

Mordi meu lábio. —E se não me sair? Eles não irão querer me dar meu lugar de primeira cadeira. É provavelmente meu reino acabará em ruínas.

 

Cas deu de ombros despreocupadamente. —Se seu reino acabar em ruínas então te darei o meu para comandar.

 

Sacudi a cabeça com isso. Apenas Cas conseguiria melhorar meu humor assim, tão rápido. Quando paramos em frente a minha porta, sua mão se fechou em volta do meu punho.

 

—Eu não mentiria para você, querida. — ele me assegura suavemente, sua voz aveludada me envolvendo com uma sensação de conforto. — Tudo irá dar certo.

 

—Isabella disse que problema me aguarda. — o lembrei, tirando o casaco de meus ombros e estendendo para ele.

 

—Isso pode apenas significar que a comida de lá vai ser ruim.

 

Sacudindo a cabeça para ele, entro em meu quarto, acenando um até logo. Precisava me arrumar. A hora de partir estava próxima.



O portal era diferente do que eu imaginava. Para começar, era constituído apenas de um uma grande porta. Um homem com.cabelo e barba branco estava parado ao lado dele! conversando entediada mente com caroline.

 

As roupas de couro eram confortáveis em meu corpo, o que era ótimo.Tudo que menos precisava era me sentir incomodada por uma costura mal feita.

 

Caroline, parecendo ter terminado sua conversa, se junta a mim. Me abraçando forte, ela desliza uma trouxinha em meu bolso.

 

Eu apenas levantei uma sobrancelha para ela em forma de questão.

 

—É uma mistura de ervas para te ajudar a dormir. Beba como chá e ficará bem descansada.

 

A abracei depois disso, grata por ter pessoas se preocupando comigo.

 

Sou tirada de nosso momento por palavras altas e estrangeiras. Lentamente,o portal começa a brilhar fracamente.

 

Olhando ao redor, tento achar Cas.

 

Ele está a alguns metros para o lado, parecendo tendo. Notando meu olhar em si mesmo, ele dá apenas alguns longos passos antes de estar ao meu lado.

 

O portal se ilumina completamente com um barulho alto, me fazendo pular. Caspian, o desgraçado, ri de mim.

 

O olho brava por um segundo antes de esquecer de fingir  estar brava.

 

Me olhando de um jeito carinhoso, se curva para baixo, beijando minha testa enquanto aperta uma de minhas mãos.

 

—Tem tudo que precisa? Suas armas?

 

sacudindo a cabeça afirmativamente, aperto sua palma na minha.

 

—Sim, eu vou me sair bem— repito o que ele me disse várias vezes. —Cuide de tudo aqui por mim, okay?

 

—Tome cuidado.— ele diz, olhando as últimas pessoas entrando no portal. —Lembre do que lhe ensinamos.

 

Assentindo, ando em direção ao portal. Com uma última olhada para trás, dou um passo à frente.

 

A sensação de passar o portal deve ser a mesma de ficar preso dentro de uma centrifugadora. Parece que que estão me puxando para todos os lados ao mesmo tempo.

 

O mal estar é curto, já que na próxima vez que eu abri meus olhos já estava num lugar que nunca estive antes.

 

Uma mansão antiga em estilo italiano fica. aninha frente. Uma fila de pessoas me aguarda.

 

Um dos homens mais velhos, de rosto anguloso e olhos verdes, estende sua mão para mim.

 

—Vossa alteza. — ele me cumprimenta, — Sou Lord Crisan. Você parece muito com sua mãe. Vamos entrar.

 

Ele me guia até uma sala, apontando para uma ooltrona em frente a outra.

 

—Creio que saiba por que estou aqui.

 

Ele assentiu com um grunhido, indo para o bar no canto da sala e pegando dois copos de whisky.

 

—Quer meus homens.

 

Aceito o drink em sua mão. —Sim. É seu apoio. Precisamos de todos trabalhando juntos se quisermos vencer Noah.

 

É um longo momento antes de Lord Crisan responder novamente. —Vivemos longe da guerra. Não arriscarei a vida de meus homens .



Respirando fundo, dou mais um feliz na bebida amarga.

 

—Com todo respeito, mas seus homens morrerão se não ajudarem. Noah os achará, e os matará. O senhor sabe disso.

 

Ele acena com.a cabeça, expressão petulante. —A quanto tempo teve sua Ascensão, Vossa Alteza?

 

Cerro os dentes. —Um ano.

 

Uma vampira com um coração humano, como podemos ter certeza que saberá agir em meio a guerra, ao sangue e dor? Todos nós já vimos muito disso nos últimos 18 anos, mas você… não sabe de nada. — ele me estuda com o.olhar. — Não vou sacrificar meus homens por uma causa perdida.

 

Eu fico quieta por um longo momento, girando o líquido âmbar dentro do copo.

 

—Quando meus pais morreram, pedimos sua ajuda.  Noah estava nos atacando, atacando aqueles a quem você jurou lealdade, e tudo que fez foi sentar aqui. Se eu fui criada como uma humana a culpa é em.parte sua, que me separou de meus pais. Não acha que lhes deve isso? Seu apoio, mesmo que atrasado?

 

Ele levanta. —Não sabe nada sobre os Giovanni's. Não sabe como.lutam.

 

Sentjndo minha raiva aflorar, me levanto também. —Matei quatro deles sozinha. Eu, a única herdeira do trono, sou muito mais importante que você, Lorde. E coloquei minha vida em risco para que não pudessem sair matando mais pessoas ainda. Mais do meu povo. O que você fez? Sentiu em sua sala e bebeu sua bebida antiga. Talvez quem não conhece a guerra aqui é você, não eu.

 

Seu rosto vai se tornando completamente vermelho, sua boca se abrindo e fechando como a de um peixe enquanto ele procura palavras.

 

Cerrando seu maxilar, ele respira fundo antes de virar o copo em seus lábios, terminando com sua bebida.

 

—Imagino que queira descansar. Chamarei sua escolta para acompanhá-la até seus aposentos, Princesa.

 

Ele grita uma ordem em romeno, me fazendo querer rolar os olhos.

 

Então ele entrou no cômodo. Ao me ver parada ali, ao lado de Lord Crisan, os olhos pratas dele desviaram de mim rapidamente, focando no nobre ao meu lado. Ele inclinou sua cabeça, em respeito.

 

—Nicholas me aconselhou a te deixar cuidando da nossa Princesa, guardiao Koutrick.

 

Me forcei a acalmar minhas emoções, a ignorar a sensação de uma faca sendo enfiada em meu peito com apenas a visão dele.

 

—Não será necessário, Lord Crisan. Sou completamente capaz de cuidar de mim mesma.

 

Os olhos verdes dele, tão parecidos com os meus, me olharam com mais consideração do que antes. Ele, sem sombra de dúvida, não tinha uma opinião muito alta sobre mim. Uma vampira com um coração humano, como podemos ter certeza que saberá agir em meio a guerra, ao sangue e dor? Todos nós já vimos muito disso nos últimos 18 anos, mas você…

 

Segurei o olhar dele, lhe mostrando que eu realmente não estava brincando. Ele me deu um sorriso.

 

—É o protocolo, Sua Alteza. Você é, afinal de contas, a última Dragomir. Não queremos tomar nenhum risco desnecessário, não é?

 

Dei um curto aceno com a cabeça, cedendo. Eu sabia que não adiantaria nada insistir. Apenas iriam achar estranho eu não querer ficar perto da pessoa que antes iria ser o meu Guardião.

 

—Vou ir descansar então, amanhã discutiremos mais. Boa noite.

 

Ele me fez uma reverência, quase me fazendo acreditar que ele não estava sendo um pouco irônico no gesto.  Caminhei até a porta, passando por James sem o olhar. Cerrei a mandíbula, querendo estar no castelo.

 

O ar gelado soprou em meu rosto no caminho até a casa de hóspedes de Crisan, tão convenientemente localizada longe de seus aposentos pessoais no casarão de pedra antiga. Onde ele sem sombras de dúvidas estava agora pensando em um jeito de recusar oferecer ajuda.

 

Fiquei tão perdida no pensamento de que ele poderia negar, e com isso Nicholas me diria que eu havia falhado e recusaria me ceder a Primeira Cadeira, que esqueci quem estava me acompanhando.

 

Sua mão alcançou até meu braço, me virando para ele. Encarei seu peito, já que me recusava a olhar em seus olhos, observei sua armadura entalhada com águias. O símbolo de Andolovina, notei. Eu realmente havia sido uma tola de não perceber a linhagem dele antes.

 

Bem, não era a única coisa que eu havia deixado de perceber.

 

—Remova sua mão do meu braço ou eu a arrancarei dele e te bater até morte com ela. — eu ameacei, minha voz mais firme do que eu esperava.

 

Lentamente ele retirou a mão dele. Cerrei meus punhos, cruzando meus braços. Era tão cedo para eu o ver de novo, minhas feridas causadas por ele haviam apenas começando a parar de doer. Todo meu esforço, eu sabia, iria por água abaixo se eu me deixasse afetar por ele.

 

—Eu sei que você me odeia. Eu entendo. Diabos, até mesmo eu me odeio, Tessa. — ele disse, sua voz baixa cheia de emoções. Olhei seu rosto então, e pude ver o desespero em seus olhos. A dor. — Me desculpe por ter feito aquilo, mas se tivesse um sodalis me entenderia. Entenderia porque eu arrisquei tudo por ela. Mesmo te amando.

 

Mostrei minhas presas para ele. Como ele ainda ousava dizer que me amava?

 

—Tem razão, Koutrick. Eu não entendo mesmo. E nunca vou entender, pois eu nunca trairia ninguém desse jeito. — eu disse baixo, minha voz rouca com a raiva que eu estava sentindo. — Sua sodalis, Anna,  é um monstro agora, assim como todos eles. E você queria me trocar com ela mesmo assim. Estava disposto a isso. Então me desculpe se não sou tão compreensiva quanto  gostaria que eu fosse.

 

Algo brilhou em seus olhos, como se ele estivesse vendo o que havia feito comigo. Me examinou, certamente notando a minha perda de peso. As olheiras ainda presentes em meus olhos.

 

Por um segundo senti o sangue dele em minhas mãos, assim como nos sonhos que eu tinha todo dia.

 

Dei um passo para longe dele, pronta para sair dali.

 

—Eu posso ajudar a descobrir onde Noah está.

 

Me virei para ele. Seu cabelo marrom dourado estava mais comprido do que antes, caindo um pouco em sua testa.

 

—Como?

 

Ele abriu a boca para responder, porém foi impedido por um grito de alarme. Apenas uma palavra ecoando pela floresta ao redor das casas, ao redor do acampamento dos soldados.

 

Dracul.

 

Os Giovannis.

 

Estávamos sob ataque. A postura de James mudou completamente, ele começou a me puxar em direção a mansão, mas plantei firmemente meus pés no chão.

 

—Não vou me esconder enquanto pessoas morrem ao meu redor. Me dê uma arma, eu vou junto com você ajudar.



Eu vi a indecisão dançar em seus olhos e me lembrei de como ele havia feito uma promessa a meu pai de me proteger. Me abaixei, tirando a adaga que ele havia me dado no que parecia anos atrás do coldre em minha coxa. Isabella, eu notei, estava certa. Eu iria mesmo ter que usá-la nessa viagem. Mandei um agradecimento aos céus por ter me recusado a vestir um dos vestidos que Lizbete havia colocado em minha mala.

 

Ele alcançou em suas costas, me dando uma segunda espada.

 

—Sabe usar uma dessas? — assenti, grata pelas aulas de Caspian. — Ótimo, fique perto de mim.

 

Esqueci todo meus sentimentos por ele enquanto corríamos até onde os barulhos de batalha estavam vindo.

 

Haviam muitos deles, muito mais do que eu esperava. Tantos, notei, que estávamos em desvantagem. Com a espada em uma mão e a adaga na outra, segui James até o centro da luta, onde Lorde Crisan estava.

 

Mal havia dado uma dúzia de passos quando um deles pulou em mim.

 

Sentindo a vibração do colar em meu peito, novamente invoquei os conhecimentos de Caspian, assim como havia feito da outra vez. Funcionou, meus golpes viraram mais certeiros, meus movimentos mais ágeis.  A espada cortando diretamente através do peito de cada um deles.

 

Ofegante, depois de derrubar só deus sabe quantos de fato, olhei James lutando ao meu lado. Seus golpes tão rápidos que seus movimentos eram apenas um borrão. Ele parecia um anjo vingador, todo de preto. Entendi então o motivo de todos dizerem que ele era o melhor.

 

E foi fazendo isso que esqueci da primeira regra que Robert havia me ensinado. Se mantenha focada, não se distraia.

 

Senti as mãos dele em meu pescoço antes de ver o rosto. Tentei o acertar com a adaga, a falta de ar fazendo meus pulmões arderem. O colar vibrou mais fortemente,me lembrando que eu não estava indefesa.

 

—Noah vai ficar tão contente quando eu levar você até ele, princesinha. E depois que ele terminar com você, talvez ele nos deixe nos divertir te matando. — ele riu na minha orelha. — E você ainda achou que teria uma chance...

 

Chutei seu joelho, sabendo que isso doeria em qualquer tipo de pessoa. Nos rolei no chão, o fazendo me soltar. Eu havia perdido a espada com a minha manobra, mas pelo menos conseguia respirar novamente.

 

Antes que eu pudesse me colocar de pé, James pulou em minha frente, sua espada silvando quando ele a usou para decapitar o meu atacante. Me puxou de pé, me colocando atrás dele, pronto para atacar qualquer outro que ousasse tentar me machucar.

 

Ofegante, olhei a batalha ao nosso redor. Cada homem nosso estava lutando com dois de uma vez, talvez até mais. Como diabos eles sabiam que estaríamos aqui? Esse lugar era extremamente secreto, tinha feitiços para o manter assim até da nossa própria espécie. E eles já haviam feito um ataque nessa área, definitivamente não era o jeito usual de eles agirem.

 

O que significava que alguém havia nos traído.

 

Apenas o pensamento disso me fez ver vermelho. Eu tinha que agir, antes que mais vidas fossem perdidas. Olhei James a minha frente, saindo de trás dele. Eu não me esconderia mais.

 

—Segure um deles. — ordenei para ele, ganhando um olhar de espanto. Mas o tom da minha voz não deu lugar para questionamentos, e ele havia sido treinado para responder rapidamente aos comandos.

 

Ele segurou um Giovanni moreno, que gritou tão alto que fez meus ouvidos doerem. Chamei meu poder até mim, sugando a energia dele até ele ficar muito fraco, mas não morto. Assim como Caspian me fazia fazer com as plantas. Ignorei a sensação que ela, ao ser absorvida por mim, me trouxe,

 

Ele ficou caído aos pés de James, que me olhou esperando uma explicação ou alguma outra ordem.

 

Me ajoelhei, minhas mãos indo para o solo. Eu podia sentir a energia de todos, a aura. A de nossos homens viva, quente, normal. A dos Giovanni's, tão errada, fria, que tive que resistir a urgência de tentar me afastar dela. Eu tinha que fazer isso.

 

Puxei somente as deles para mim, uma.por uma. Elas foram absorvidas por mim, fazendo minha cabeça rodar, minhas entranhas ficarem frias.

 

Quando eu havia terminado com a última, abri meus olhos. Todos eles estavam caídos, virando lentamente pó. Me levantei, trêmula. Lutei contra a náusea. Até a aura deles era errada, morta.

 

James largou o Giovanni em seu pé e veio em minha direção, me ajudando a continuar de pé. Ao contrário do que acontecia com as plantas, minha visão não ficou clara, mas sim turva, me fazendo ter que piscar forte para poder focar na cena a minha frente.

 

Lorde Crisan andou até parar a poucos passos de mim. Havia sangue em sua roupa, assim como um corte em sua bochecha. Ele estendeu sua espada e James deu um passo à minha frente, sua mão indo para a bainha da sua, pronto para sacá-la. Mas não era necessário, já que ele a colocou aos seus pés, se ajoelhando para mim.

 

Assim como todos os seus homens, um a um. Todos os guerreiros, colocando suas espadas a seus pés, se curvando para mim em meio ao sangue da batalha.

 

—Sua Majestade. — ele disse, sua voz  reverente tão diferente da cheia de escárnio que usou comigo antes.— Esperamos muito tempo pela sua Ascensão. Provou que eu estava errado. Lhe ajudarei nessa guerra.

 

Curvei a cabeça, com vontade de rir. Eu havia conseguido. Nicholas não poderia dizer que eu falhei e me negar. Minha visão começou a escurecer.

 

—Obrigada. — eu disse, me virando até James, que me olhava sorrindo. Segurei seu braço com mais força. — Preciso ir descansar agora, meu Poder tem alguns efeitos  colaterais.

 

James pareceu entender a deixa, já que ordenou para um de seus homens a aprisionaram o unico Giovanni que estava vivo e o interrogarem.

Consegui andar até sairmos da vista deles antes de eu me.curvar e vomitar todo o jantar em.meu estômago. Eu podia sentir a energia deles fluindo em mim, tão repugnante e errada, rastejando pelas minhas veias. Senti a bile subir novamente em minha garganta, meu corpo rejeitando a aura podre.

 

Me levantei, minha cabeça girando. O sangue deles ainda estava fresco em mim, grudando em minha pele, minhas roupas. As imagens dos pesadelos que eu tinha toda noite voltaram para mim.

 

Eu havia matado novamente.

 

Comecei a tremer, minha respiração virando rasa. James me segurou, percebendo que eu não estava bem. Engoli a voltade de rosnar para ele tirar suas mãos de mim.Eu já havia tido tantos ataques de pânico perto dele que ele já sabia reconhecer os sinais. Ele praticamente me carregou até o meu quarto, onde eu escancarei a porta e fui direto para o banheiro, arrancando aquelas roupas de mim e me enfiando debaixo da água escaldante, lutando para recuperar meu fôlego enquanto eu contava o número de azulejos nas paredes.

 

Por um segundo desejei nunca ter vindo para cá. Ou pelo menos ter trazido Azriel, que havia se oferecido para me acompanhar. Então eu não teria que encarar James novamente. Toquei meu colar, que vibrava daquele jeito estranho dele em meu peito com o poder de Caspian.

O contato com a pedra clareou minha mente instantaneamente. Eu não podia surtar toda vez que enfrentasse uma batalha, estávamos em uma guerra afinal de contas. Também não podia deixar James me afetar. Desliguei o chuveiro, mais calma. Vesti o roupão branco que haviam deixado para mim, secando meu cabelo o.melhor que eu podia com a toalha.  

Mudei minha expressão para uma de indiferença, como já havia visto Caspian fazer muitas vezes enquanto eu o observava. Arrumei minha postura, erguendo meu queixo. Eu não iria me deixar abalar.

 

James estava sentado na cadeira ao lado da janela, segurando o ursinho que Carolinne havia colocado em minha mala em forma de piada. Seus olhos pratas percorreram meu corpo, procurando algum ferimento além dos arranhões e cortes superficiais que haviam me causado.

 

—Está melhor?

 

Ignorei a pergunta, indo até a penteadeira preta e pegando minha escova, trabalhando nos nós do meu cabelo.

 

—Ninguém sabia que eu iria vir aqui. Esse lugar nunca foi mapeado. Como diabos eles sabiam onde atacar? — o encarei firmemente. — Eu sei de uma pessoa em particular com um histórico de vender informações sobre mim a ele.

 

Ele cruzou seus braços, numa pose que eu conhecia muito bem. Já havia discutido muito com ele para saber como ele se preparava para enfrentar a minha furia.

 

—Eu não tenho mais contato com Noah, nem estou mais trabalhando com ele. E não acha que se eu ainda estivesse você  estaria ao lado dele agora? Não esqueça que eu te salvei hoje.

 

Imitei sua pose, cruzando meus braços e fazendo o meu melhor para o encarar de cima, mesmo com ele sendo mais alto que eu.

 

—Pode ser uma estratégia sua. — respondi, encolhendo os ombros com despreocupação aparente. Mesmo que na verdade eu estivesse travando uma batalha para me manter nessa posição relaxada quando na verdade estava tensa.

 

—Tessa, confie em mim, eu não faria isso. Não de novo.

 

Minha visão ficou vermelha instantaneamente. Mostrei minhas presas para ele, minhas mãos agora apertando a beirada da penteadeira com força.

 

—Não me peça para confiar em você quando ainda estou tossindo água da última vez que você deixou eu me afogar.



novamente ele me olhou, me estudando. Passou a mão pelo cabelo em um gesto exasperado.

 

—Eu… — aqueles olhos pratas foram até o meu colar, ainda em meu pescoço. — Você parece mudada.

 

Abri a gaveta da cômoda, pegando meu vestido preto. Havíamos, afinal de contas, perdido algumas vidas. Sem o olhar, segui até o banheiro, parando na porta.

 

—Eu estou mudada, mesmo. Eu não sou mais a garota com o coração humano já faz algum tempo. Eu me adaptei. Quando você me quebrou eu colei as peças de maneira diferente. — abri a porta, dessa vez olhando para ele firmemente. — Vou me trocar, quero falar com aquele Giovanni que restou. Quero saber se ele tem informações sobre quem os contou onde eu estava. Depois disso irei voltar para o castelo. Você tem enquanto eu me arrumo para me convencer a não lhe interrogar também.


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Notas finais do capítulo

Se alguma alma leu isso me manda uma mensagem ;))))))



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